ArtigosVisitas: Contador de Visitas 
A Prática Columbófila e as (Principais) Teorias de Selecção 21/07/2010

Não conhecendo pessoalmente o autor deste texto, mas depois de algumas centenas de linhas trocadas em e-mails periódicos, eis que um desses “normais” e-mails não me pareceu assim tão normal, pela sua qualidade e pela extensão do mesmo. De uma forma mais resumida, mas também extensa, o sumo deste texto estava contido num contacto normal, que falava de columbofilia. Achei a explanação feita brilhante, achei que merecia ser lida por todos (ou por muitos), desafiei o autor a retocar o mesmo e, abaixo, todos podemos, agora, ver o produto final, cheio de coerência, de realismo e, acima de tudo, altamente contextualizado.

Deliciem-se com uma peça que nasceu de uma conversa normal, mas que, na realidade, é, para mim, do melhor que se tem escrito acerca de columbofilia.

Sinceramente, espero que os nossos meios de comunicação agarrem a peça, que a divulguem e que, incondicionalmente, tentem agarrar um cronista com a qualidade do autor – João Paulo Felício.

Fui o primeiro a ler, mas não serei, com certeza, o último! Esperemos que em breve outros textos sigam e que possam, de alguma forma, ser compilados e apresentados de uma forma que perpetue a qualidade dos mesmos. Quem sabe se não está, aqui e agora, a nascer um talento ao serviço da escrita columbófila?!

 

Obrigado João Paulo Felício! Espero que não tenhamos de esperar muito pelo próximo artigo/crónica!

 

Então, aí vai!...

 

A Prática Columbófila e as (Principais) Teorias de Selecção

 

         Os tempos mudam e a columbofilia, e os seus protagonistas, procuram acompanhar esses ventos de mudança da melhor forma que podem e sabem. Na ânsia desenfreada e, por vezes, (algo) comercial, de encaminhar os horizontes dos columbófilos para um determinado sentido, influenciando, portanto, os seus gostos e orientando as suas escolhas, começaram a aparecer diversas teorias sobre a melhor forma de seleccionar voadores e/ou reprodutores. Algumas delas, contudo, bem intencionadas.

Serão essas teorias válidas? Podemos crer em todos os seus pressupostos? Existe uma (verdadeira) interligação entre todas elas? Este texto pretende, precisamente, acender esse debate e motivar a reflexão dos columbófilos sobre estas matérias, que tanto, e tão decisivamente, têm influenciado os nossos resultados desportivos e as (enormes) quantias que dinheiro que continuamos a despender pelos pombos que, ano após ano, adquirimos.

Actualmente existem, ou persistem, 3 teorias na columbofilia que me parecem (ser as mais) relevantes. De uma forma simples e linear, porque não nos sobra tempo e espaço para mais, as mesmas podem ser anunciadas e caracterizadas, muito resumidamente, da seguinte forma:

- A velhinha teoria da selecção orientada pela origem/tipologia do sangue, que se baseia na premissa de que um macho de sangue A cruza bem com uma fêmea de sangue B e vice-versa;

- A «teoria alar», que defende que um pombo que possui uma asa com uma determinada tipologia (característica) tem maiores probabilidades de ser melhor voador do que um pombo possuidor de uma má asa, entendendo-se por “má asa” aquela cujos parâmetros estejam fora das características definidas por esta teoria como as ideais;

- E, por fim, a teoria do «eyesign», que (não) é (mais do que) um instrumento, que defende que, a partir das características oculares de cada pombo, é possível efectuar a selecção/triagem dos mais capazes para reproduzir.

Em comum, todos estas teorias têm um problema para resolver, que é a existência daqueles pombos que eles apelidam, convenientemente, de “excepção à regra”, e que mesmo não possuindo aquelas características ou não obedecendo a determinada tipologia instituída, são, igualmente, e como os demais, bons voadores e/ou excelentes reprodutores.

Acontece, portanto, que apesar das ditas “excepções” não serem, efectivamente, em grande número, elas também não são, todavia, em número tão restrito como aquilo que (nos) querem fazer parecer.

Ora, não cabendo a sobre dimensão dos efectivos na tal excepção que confirma a regra, tal facto, inevitavelmente, alimenta a discussão sobre a pertinência/validade destas 3 teorias e a articulação que, eventualmente, possa existir entre elas: válidas, conciliáveis ou inimigas?

Naturalmente que é universalmente aceite que o barómetro da qualidade é, como não pode deixar de ser, o cesto. É sempre este, em última análise, que tem a palavra final na avaliação do comportamento de cada pombo ao longo do seu percurso enquanto voador ou da sua (real) validade como reprodutor.

Mas não nos escondamos atrás de dogmatismos vãos e por demais fúteis, que só contribuem para a estagnação, e vejamos cada uma destas teorias per si:

 

- A selecção orientada pela origem/tipologia de sangue: trata-se, sem dúvida, da teoria mais antiga de todas, sendo, simultaneamente, aquela que reúne um maior número de adeptos, incluindo-se nesta categoria todos aqueles que a põe em prática mesmo sem verdadeiramente o saber!

Paralelamente, a teoria da selecção orientada pela origem/tipologia do sangue é, também, aquela à qual mais recorrem os comerciantes de pombos (e o termo «comerciantes» não tem aqui nada de negativista!), que propagandeiam, como característica essencial dos efectivos que procuram vender, o tipo de sangue característico da sua ascendência.

Há, contudo, que sublinhar, porque este facto também acaba por ser de extrema relevância para o contexto da presente discussão, que no início da prática desportiva, a que chamamos columbofilia, a selecção dos reprodutores e, mais concretamente, dos casais a formar, se fazia por (pura) intuição, o que ainda hoje acontece com a maioria dos columbófilos.

Veja-se, a título de exemplo, e para quem conhece, o início da história dos columbófilos mais famosos do mundo – os irmãos Janssen de Arendonk – que reflecte, com enorme a propósito, o que acabamos de afirmar.

Com o passar dos tempos e com o espectável progredir da prática columbófila, os columbófilos foram verificando que, dentro de um mesmo espaço geográfico relativamente reduzido, como uma aldeia ou uma simples vila, os pombos pertencentes ao Manuel dos Anzóis davam bons filhos quando cruzados com os pombos do Joaquim da Esquina, mas já não cruzavam tão bem quando o os pombos do primeiro eram acasalados com as aves do pombal do Zé da Tasca.

Ao verificar-se que esta situação se repetia com relativa frequência, forma-se, então, e com alguma naturalidade, uma tendência e essa tendência rapidamente se materializa na ideia, mais ou menos difundida, de que Manuel dos Anzóis x Joaquim da Esquina = bons pombos.

Desconhecedores, ainda, da existência de outras práticas próprias de além fronteiras e da existência de outros pombos que pudessem, eventualmente, possuir outras qualidades que trouxessem algum valor acrescentado às suas colónias, os columbófilos tratam, então, de garantir a descendência dos seus melhores exemplares e seguem uma (preciosa) linha orientadora: depois de um cruzamento de sucesso, o cruzamento entre as descendências das duas partes é garantia de sucesso. Surgirá, mais tarde e como complementaridade, o recurso à consanguinidade, que segue, todavia, o mesmo pressuposto.

Com a melhoria das condições de vida, aliadas ao desenvolvimento dos meios de comunicação e ao progresso registado nos meios de transporte, os columbófilos foram conhecendo outras realidades e foram tendo possibilidade de adquirir (alguns) pombos de origens mais longínquas. Os pombos belgas, mesmo os de origem duvidosa, passam, assim, a constituir-se como uma elite na columbofilia, pois possuir um pombo desta nacionalidade não era “proeza” para qualquer um e não estava, igualmente, ao alcance de qualquer bolsa.

Na prática columbófila os valores monetários em circulação conhecem, então, um incremento exponencial e começam-se a difundir os jornais e a surgir (algumas) revistas da especialidade, pelo que a informação se torna (mais) acessível, de forma a permitir que se conheçam e difundam, um pouco toda a parte, as proezas desportivas de determinados columbófilos estrangeiros.

Na posse desta informação, por vezes até algo distorcida, passa-se a “baptizar” o sangue dos efectivos, de uma determinada colónia, com o nome do seu criador, cometendo-se, desde logo, um erro fatal, que se traduzia no facto de se ignorar que, dentro de um mesmo pombal, os seus efectivos poderiam ter uma origem (bastante) heterogénea.

Surgem, assim, os sangues Janssen, Fabrys, Gussens, Vereecks, entre outros, que à semelhança do aconteceu nos primórdios, começam a ser cruzados entre si e a dar origem a (novas) tendências, institucionalizando-se, deste modo, um conjunto de padrões que ficaram célebres e se tornaram objecto, constante, de estudo.

O que se segue a partir daqui, no que respeita a esta teoria, não é mais do que o aparecimento de novas figuras na columbofilia internacional, passando a predominar nos principais centros de comércio de pombos correios, os Kopman, os Ludo Classens, os Marcel Sangers, e tantos outros, que num mundo agora globalizado, são os que têm mais meios e melhores possibilidades em adquirir, a elevadíssimos custos, os exemplares que lhe permitem maximizar as qualidades já existentes e suprir (algumas d)as carências que, eventualmente, (ainda) possam existir.

Contudo, preciso relembrar que o nível cultural da esmagadora maioria dos columbófilos é (ainda) baixo, e muitos servem-se desse facto para fazer desaparecer das páginas dos principais compêndios da columbofilia, as notícias sobre todos aqueles amadores de sucesso, que (ainda) desconhecem quase por completo a (real) origem das suas aves, sem que tal nunca tenha sido (nem é!), factor impeditivo para o seu (enorme) sucesso.

Mais grave, ainda, é que deixam, de forma mais ou menos propositada, que se pense que um determinado tipo de sangue se constitui como um todo, isto é, como uma homogeneidade possuidora, toda ela, das mesmas características e carências.

Por exemplo, é mais ou menos consensual que os pombos Janssen-Arendonk cruzam bem com os Meulemans, com os De Klak, com os Braspenning, com os Van Loon, com os Camphuis e, muito provavelmente, com todos aqueles cujo sangue Janssen-Arendonk esteve na base da sua origem (óbvio!).

Contudo, não me parece muito provável que mesmo um pombo puro Janssen-Arendonk, com características (vamos-lhe chamar assim) de velocidade, cruze bem com um Meulemans com origens de fundo. Não obstante, isto não é muito discutido e nem interessa, sequer, que o seja. Desmistificar isto, é arruinar o negócio de muitos que não qualquer pejo em refundir tais realidades a troco de lucro fácil.

Obviamente que os puristas desta teoria ou vertente, como lhe queiram chamar, argumentarão, com pertinência, que dentro de cada sangue é preciso, ainda, e sempre, ter em atenção à singularidade da descendência de cada um dos seus elementos. Por exemplo, o Romário e o James Bond não tinham, forçosamente, que cruzar da mesma forma, só porque ambos tinham sangue Janssen-Arendonk.

Só que, convenhamos, tal tarefa exige muito e apurado estudo, a (esmagadora) maioria dos comerciantes de pombos-correios ignora este dado (e não sei mesmo se o contrário seria comportável para o seu negócio) e, para além do facto de obedecer a estes critérios ser demasiado dispendioso, também não é nada fácil formar uma reprodução nestes moldes.

 

- A teoria alar (também conhecida como método alar ou instrumento de voo): contrariamente ao que muitos pensam, esta teoria já regista umas boas dezenas de anos de existência, não esquecendo, para o efeito, que os seus (principais) percursores (Somville e Vanderschelden) ainda nasceram no século XIX.

A teoria alar assenta em dois vectores fundamentais, um físico (a asa do pombo) e outro mecânico (a configuração da asa face ao meio ambiente).

Naturalmente que, apesar de não ser consensual, a teoria acaba por não merecer grande contestação, basta pensar um pouco: face às contingências e características do meio ambiente (vento, chuva, deslocação do ar), é natural que, tal como a vela de um barco, a asa de uma ave, ao possuir uma determinada configuração, está mais apta a desenvolver a sua função, que é permitir o voo, isto é, permite ao pombo efectuar batimentos de asa mais rápidos e com menor dispêndio de energia, o que se traduz numa vantagem inquestionável. Se assim não fosse, e se estes aspectos tivessem sido descurados, ainda hoje não seria possível, por exemplo, navegar à vela com vento contrário.

Só que, em primeiro lugar, temos que admitir que a teoria não é fácil de apreender/compreender, sobretudo se atendermos à sua componente aeromecânica (que não está, portanto, ao alcance de qualquer um), mais concretamente no entendimento do significado de determinados conceitos básicos, como força motriz, vento relativo, vento da velocidade, turbilhão, vento real, e tantas outras expressões cujo significado é preciso dominar para compreender, a contento, esta teoria e, sobretudo, conseguir implementá-la com sucesso.

A meu ver, que não sou grande conhecer da tese, admita-se, a tese alar regista duas lacunas. A primeira é que, se por um lado, não deixa de admitir que o pombo tem sempre de ser visto como um todo, ou seja, tem consciência que não basta a ave ter uma boa asa para ser uma boa voadora, por outro lado, mesmo sendo uma boa ferramenta para seleccionar os melhores de entre todos os que já existem, dificilmente será (muito) eficiente a ensinar como “produzir”, com aquelas mesmas características, os que estão para existir.

Atente-se: mesmo admitindo que é relativamente comum que determinadas características físicas são transmitidas de pais para filhos, será suficiente acasalar, sem olhar a outras vertentes, um macho e uma fêmea detentores de uma boa asa, para que os seus filhos também a tenham e, dessa forma, sejam, tal como os seus progenitores, bons voadores? Não me parece!

Então a solução pode passar por procurar, de entre o sangue A, que cruza bem com o sangue B, os elementos que possuem uma boa asa, e acasalá-los entre si. Pois, isso seria, de facto, o ideal. Mas, reconheçamos uma vez mais, que se já não é fácil adquirir/criar/descobrir pombos ideais do sangue A para acasalar com os do sangue B, mais difícil se torna, portanto, conjugar tudo isto com a existência, nesses mesmos efectivos, das características identificadas pela teoria alar.

Por outro lado, a teoria alar pode, até, não desvalorizar a componente psicológica de cada pombo (aquilo a que nós vulgarmente chamamos de crença, e que não é mais do que a motivação que faz com que determinada ave regresse o mais depressa possível ao seu pombal), mas a realidade é que está muito longe de conseguir enquadrar, nas suas principais premissas, o aspecto motivacional de cada pombo.

Quantos de nós, numa determinada prova, ou em várias, já tiveram à frente, e a obter bons prémios, um pombo que chega ao pombal quase todo rebentado (possuidor, portanto, de uma asa menos boa), por oposição a outros que, mesmo efectuando maior tempo de voo, regressam mais frescos e obtêm classificações menores?

Ora, se este momento de glória de um efectivo se traduzir numa única excepção, ou seja, se acontecer apenas de forma esporádica, temos o (nosso) problema resolvido. Contudo, se a (enorme) crença deste pombo, que dá tudo o quem e o que não tem para chegar rapidamente ao seu pombal, for uma característica constante da sua personalidade, esse mesmo pombo, jogado mais vezes da mesma forma, tem grandes probabilidades de voltar a regressar na frente dos restantes outras vezes, sobretudo se o dono tiver a inteligência de o fazer descansar um pouco mais do que o repouso que dá aos pombos que regressam em melhores condições físicas.

Pergunta: se o macho e a fêmea que deram origem àquele pombo, reproduzirem outros cujas mesmas características sejam, igualmente, transmitidas por herança genética (o que tem uma probabilidade bastante razoável de acontecer), dever-se-á, à luz da teoria alar, eliminar este casal só porque o mesmo não tem uma “boa asa”? Obrigará a teoria alar aos seus seguidores, que conheçam, sempre, o histórico de um casal antes de decidir pela sua eliminação? Então, e se isso não for possível?

É certo que as práticas modernas tendem a tornar cada vez menos relevante o aspecto psicológico da ave, uma vez que a prática do método da viuvez é, cada vez mais, uma constante, e este tipo de jogo, por oposição ao natural, não implica um conhecimento tão profundo do pombo a esse nível, uma vez que a motivação da ave é sempre a mesma: regressar depressa ao seu pombal porque sabe que tem o seu cônjuge à espera.

Contudo, uma pequena chamada de atenção para todos os defensores, incondicionais, da viuvez: não obstante as qualidades inerentes a cada tipo de jogo, e ao jogo à viuvez, em particular, quer-me parecer que o jogo ao natural continua a ser mais eficiente em provas de fundo, tendência que se acentua naquelas que têm uma maior duração.

 

- A teoria do eyesign (da qual também pouco sei em profundidade): baseia-se na análise do olho do pombo, mais concretamente na análise das suas componentes (círculo de adaptação, íris, círculo de correspondência, 5.º círculo) e das suas características (a clareza, a profundidade e a densidade da cor), de forma a sabermos se um determinado exemplar é bom reprodutor.

Contrariamente ao que muitos pensam, a cor do olho é irrelevante para esta análise e a presente teoria não permite apenas fazer a triagem dos mais capazes para reproduzir, uma vez que permite, também, diagnosticar o estado de saúde de cada ave analisada.

A análise do olho do pombo deve ser efectuada com instrumento próprio e a determinadas horas do dia, para que a maior luminosidade permite obter melhores conclusões.

Em suma, o eyesign assenta, sobretudo, numa lista de características que as várias partes do olho de um pombo devem possuir, pelo que atendendo à sua existência ou ausência parcial ou total, é possível aferir da qualidade de uma determinada ave.

Face a esta breve apresentação (de algumas) das teorias mais em voga na moderna prática da columbofilia, um conjunto de questões urge, então, resposta:

- Devemos acasalar o macho A com a fêmea B somente porque a análise feita aos seus olhos nos permitiu avaliar a qualidade dos seus (futuros) filhos?

- Pelo contrário, devemos acasalar dois exemplares porque sabemos, de antemão, que aqueles dois tipos de sangue cruzam bem entre si?

- Para além destas opções, é possível, ainda, encontrar entre as partes a acasalar, aquelas que possuam uma “boa asa”?

- Ou será que é (sempre) possível acasalar obedecendo aos critérios definidos por ambas as teorias?

- Será, por fim, possível a um columbófilo de conhecimentos medianos e de recursos económicos reduzidos, colocar tudo isto em prática?

 

Como está bom de ver, as respostas a estas questões não são fáceis e estarão muito longe de ser consensuais. Porém, para que a bruma não envolva o propósito inicial deste texto e para que as perguntas não fiquem órfãs de, pelo menos, uma resposta honesta, aconselho o seguinte:

Na impossibilidade de estudar, a fundo, cada uma destas teorias, tente apreender, ao menos, as suas premissas base. Às mesmas, aplique um filtro, que poderá, e deverá, ser composto por dois factores muito simples: aquilo que considera viável fazer e aquilo que considera razoável adquirir. Posto isto, tire por si as devidas conclusões.

Verificará, então, que o que sobra no cimo da sua peneira, poderá não ser suficiente para se atingir a excelência, mas será, certamente, suficiente, para que possa fazer (quase sempre) boas escolhas.

Nada disto, no entanto, é sinónimo de que o sonho continue, eternamente, a morar no reino da utopia.

 

João Paulo Felício