Os Rachas formaram-se em 1996 e fizeram a primeira campanha em 1998, onde foram logo campeões nesse mesmo ano e apartir desse momento tem vindo a desenvolver uma columbofilia de RIGOR, QUALIDADE, SAUDÁVEL,COMPETITIVA e INOVADORA... em que os AMIGOS têm um papel de destaque.
Os elementos desta Equipa são:
Ilda Racha; Bento Racha; Telmo Racha e Ricardo Racha
Nos próximos paragrafos ficaram a conhecer um pouco da nossa História, postura e evolução na Columbofilia.
Ano 1994 - A paixão pelos animais que levou aos Pombos-Correios
Eu sempre fui um apaixonado por animais e principalmente por aves, em 1994, com 12 anos, tinha uma boa colecção de aves, mas faltava-me um tipo de ave - pombos - como não os tinha rápidamente tentei arranja-los. Falei com o meu pai e pedi-lhe pombos, ele arranjou-me 2 pombos-correio, 2 femeas velhas que vieram dos Pombais do Bom Sucesso ( Alverca ).
Rapidamente a barraca onde a minha mãe tinha galinhas, perus, gansos, patos, ficou destinada exclusivamente para os pombos - 2 pombos-correio e 1 pombo vulgar numa barraca com 2m x 1.50m ( na altura era um luxo para os pombos e um desperdicio de espaço).
Entretanto começei a ficar completamente apaixonado estas Aves, tentei adquirir o máximo de informação sobre o pombo e a sua historia. Claro que o meu passo seguinte foi pedinchar um pombal ao meu Pai.
O meu Pai que ja tinha sido columbófilo dos 7 aos 22 anos de idade, foi muito simples e directo, eu arranjo-te as madeira e os pombos, tu fazes o pombal e tratas deles...
Ano 1995 - A construção do Primeiro Pombal e o Primeiro passo como columbófilo.
Assim que recebi os paineis de madeira, começei logo a construir o meu pombal, não posso esquecer que o meu padrinho ( Deodato) e o Sr. Chico ajudaram me nas partes mais complicadas para mim, o colocar do telhado e fazer a janela e a porta.
Resultado: fiquei com um belo pombal em madeira 3m x 3m. Agora só faltava os pombos.
O meu pai cumpriu o que prometeu e arranjou-me mais pombos, estes pombos vinham dos amigos columbófilos do Bom sucesso ( Alverca ), eram pombos que esses columbófilos iriam eliminar, mas ideais para despertar o columbófilo que existia dentro de mim.
O meu pai novamente foi simples e directo, aqui tens os pombos e a raspadeira, trata bem deles e limpa o pombal todos os dias.
E desta forma começei a criar o meu perfil de columbófilo:
1º Construir as Instalações;
2º Adquirir os Pombos;
3º Limpeza e Higiene = a Saúde
Soltei o pombo vulgar que tinha e fiquei apenas com pombos-correio, fiz todos os ninhos e poleiros, como achava que os meus pombos precisam de apanhar mais sol, construi uma bela voliere, 3m x 1.50m. Resultado fiquei com um pombal com 4.50m x 3m ( voliere incluida ) para 15 pombos.
Quando anilhei o primeiro borracho, acompanhei o crescimento dele a cada segundo, achava-o perfeito, e batizei-o pelo "Belga" ( tinha uma Velha anilha belga) com 30 dias trazia ele todos os dias a rua comigo e colocava em cima do patim. Depois começei a realizar desafios a esse borracho, afastava-me 10 metros do pombal e soltava-o e ele voltada para o pombal, "espetaculo" dizia eu. Voltei a pegar nele e levei-o para uns bons 100 metros, e ele voltou ao pombal - fiquei completamente fascinado. Continuei a fazer o mesmo durante algumas semanas.
Até que um dia numa conversa agitada em que o Edgar Carvalho, o Carlos Milagres e o Gonçalo Frade, companheiros de brincadeira da altura, diziam que o "Belga" não voltava a casa se fosse solto de mais longe. Eu para demonstrar que o "Belga" regressava a casa, desafiei todos eles a virem comigo até à Granja ( + ou - 3kms do Pombal), para soltar o "Belga".
Lá fomos nós, agarrei no "Belga" e transportei-o 3 kms a pé. O "Belga" não via casa e eu questionava-me em silencio - como é que ele sabe o caminho para casa? Será que vai lá chegar?
Mas num verdadeiro acto de coragem, soltei o "Belga" e ele foi direitinho para o telhado de uma casa velha que lá existia. Claro que fui logo motivo de gozo - "Eheh o pombo já não volta para casa!!" diziam os meus amigos. Lá regressa-mos para o meu pombal, durante o caminho só pensava no "Belga" e se ele tinha chegado a casa.
Para o espanto de todos, quando chegamos ao pombal, lá estava o "Belga", bem imponente a tentar entrar para o pombal. Fiquei todo inchado e a pensar que o "Belga" era o melhor pombo do Mundo.
E desta forma continuei a desenvolver o meu perfil de columbófilo:
4º Realizar Treinos
Finais de 1995, principio de 1996 - O momento das decisões
Neste ano, começei a ter alguns problemas com os pombos, o meu pai como estava na Bélgica, nada podia fazer, e disse para ligar para o Cardoso ( Alverca), para ele dar me uma ajuda, eu expliquei o que os Pombos tinham, e ele disse que devia ser a "Doença da Faca", e para ir a uma loja de animais e comprar algo para tratar os pombos. Mas morreu o primeiro pombo e depois morreu o segundo. Começei a pensar se os pombos estam doentes e a morrer, em vez de tratar deles o melhor é eliminar todos os pombos que estiverem doentes, assim acabo com o problema.
Liguei para o meu pai, expliquei a situação, e ele disse: "Tu é que sabes!" - que resposta ideal para um miudo de 13 anos, a responsabilidade estava exclusivamente sobre mim.
E em vez de os deixar morrer, obtei por eliminar todos os que estavam doentes ou com sintomas. Só deixei um pombo, claro tinha de ser o "Belga". Mas quando o meu pai voltou da Belgica e teve a ver o "Belga", disse me assim: "este pombo tem uma asa mais curta que a outra e é muito mal feito fisicamente, se quiseres ter uma boa equipa de pombos, este pombo nunca pode fazer parte dela... Oh que triste sina a minha, o pombo que eu achava o melhor do mundo era afinal "Marreco" e "Coxo de uma Asa". Peguei no "Belga" analisei bem tudo o que o meu pai disse, e realmente ele era muito mal feito, depois ofereci ao Edgar Carvalho, um dos amigos que assistiram ao 1º Treino do "Belga".
Assim fiquei sem pombos no pombal, mas eu gostava de concorrer com os pombos, nesse momento o meu pai foi bem claro: "Queres mesmo ter pombos e concorrer com eles?"
a minha resposta foi obvia - SIM, SIM, SIM...
"Está bem, então limpa e desinfecta todo o pombal a fundo, que eu arranjo-te Pombos, para concorreres."
E desta forma dei mais um passo para desenvolver o meu perfil de columbófilo:
5º Ser Rigoroso e eliminar sempre que necessário;
Ano 1996 - O Primeiro Casal da Bélgica
Em Outubro, o meu pai enviou-me da Bélgica, do Grande Columbófilo Amador Eric Honoré, um casal, um macho pedrado e uma fêmea Azul g. branca, foram para o meu primeiro pombal. E lá foi onde nasceram os seus primeiros filhos - a 6736854.96 ( Actualmente Reprodutora Base ) e o 6736855.96 ( Anilha de Bronze 98, Campeão fundo 99 - vencedor de 5 primeiros.).
Inicio da Colonia de Reprodutores
Nesta fase ja tinha-mos começado a construir os nossos novos pombais dos reprodutores e dos Voadores.
O Pombal de Reprodutores era em madeira e tinha aproximadamente 6m x 2m - tinha 2 divisões e 2 grandes Volieres - o seu interior era um tipico pombal belga, com um sistema de ventilação muito eficaz.
Quando o meu pai regressou da Bélgica e viu os 2 filhos do casal belga, ficou muito impressionado. Assim que voltou para a Bélgica, adquiriu mais 1 casal ao Eric Honoré, é claro ja sabemos como são os columbófilos, adoram petiscos e falar de pombos, e o meu pai e o Eric não são excepção a regra , e construiram uma solida amizade.
Quando o meu pai regressou da Bélgica, trazia consigo 6 pombos belgas, para adicionar a nossa colonia de reprodutores.
Neste mesmo ano formamos Os Rachas - Bento Racha, Ricardo Racha e Telmo Racha.
E dividimos as tarefas, o meu pai ( Bento Racha) como a sua vida profissonal não permitia tratar dos pombos, ficou com a missão mais importante, formar a colonia de reprodutores, adquirir reforços e realizar os cruzamentos, o meu irmão ( Telmo Racha) na altura tinha 8 anos, tinha a missão de tratar dos Reprodutores, eu (Ricardo Racha), tinha a missão de controlar os reprodutores, mas principalmente treinar e preparar a colonia de voadores.
Ano 1997 - Inicio da Colonia de Voadores
No principio do ano começa-mos a tirar borrachos para formar a nossa colonia de voadores. Nesta fase apostamos em criar os borrachos o melhor possivel, fortes, saudaveis e consistentes, sempre que surgia um borracho que demonstrava sinais de fraqueza, rapidamente era eliminado - RIGOR E SELECÇÃO, logo desde o inicio.
Foram muitos os columbófilos que queriam oferecer nos borrachos, contudo muitas dessas ofertas foram recusadas, só desta forma iriamos conseguir construir a colonia, coesa e consistente que pretendia-mos.
Foram nos oferecidos 12 Borrachos do José Cardoso ( Alverca ); 7 Borrachos do Valentim (Alverca); 6 Borrachos do Arménio, Rosindo & Loulé ( Granja - Vialonga);2 Borrachos do José Maria "O Gordinho" ( Alverca); 1 Borracho do José Manuel Teixeira ( Alverca ) e 1 Borracho do Pedro Maia ( Leixões).
Um especial agradecimento a todos estes columbófilos que me ajudaram a iniciar neste desporto oferecendo o melhor das suas Colónias. Muito Obrigado a Todos.
Entretanto o Eric Honoré enviou-nos mais pombos e a nossa frota de reprodutores foi aumentando. um desses pombos foi a Plainas Velhas, que rapidamente se tornou uma Reprodutora base. No fim do ano a minha colonia de reprodutores estava cada vez mais consistente e composta por 80% de pombos provenientes da Bélgica e 20% de pombos de linhas nacionais.
Os Borrachos filhos destes reprodutores e os borrachos que nos foram oferecidos, realizaram dezenas de treinos em linha ( em conjunto e individuais), desta forma foi possivel seleccionar o melhor possivel, todos aqueles que demonstravam sinais de fraqueza eram imediatamente eliminados. Com este processo no fim do ano a nossa colónia de Voadores era constituida por 70 Borrachos: 20 Borrachos oferecidos e 50 Borrachos dos nossos reprodutores.
No mês de Setembro recebemos a visita do Eric Honoré, da Else, do Jean-pierre e da Marleen, foi uma semana em grande.
Ano 1998 - A Primeira Campanha
A nossa primeira campanha foi na União Columbofila Arrudense, uma campanha muito dura, o distrito de Lisboa, teve provas que destruiram muitas colonias.
Para a primeira prova da minha vida, estive 2 horas para escolher 25 pombos para enviar, eu sem perceber nada de pombos, só sabia ter eles com saúde, o meu pai não podia dar-me nenhum tipo de ajuda porque estava na Bélgica, apanhei, observei, apontei e voltei a apanhar e voltei a observar. foi uma tarde de nervosos.
Mas lá formei a equipa e vamos lá encestar. No dia seguinte, dia da prova, o nervoso miudinho nos lábios, que apitavam a tudo o que viam passar, o aperto no peito e a cabeça sempre a apontar para o céu, deixavam me numa ansiedade total. Assim que chegaram os pombos, o sentimento de missão cumprida, rápidamente veio ao de cima - "Afinal tenho pombos-correio e sei tratar deles, eles estam a chegar... olha vem ali outro...prriiiiiprriiiii!!!!"
Eu não poderia ter começado melhor ganhei 1º-3º-5º-8º.... Classifiquei 13 pombos, fiquei completamente doido. Mas vamos lá trabalhar para a prova seguinte.
Quando foi a escolher a equipa da semana seguinte fui ver aos meus apontamentos como é que os pombos que marcaram estavam na semana anterior. Assim escolhi a equipa com o mesmo método, agarrar, sentir, observar, apontar, agarrar, sentir, observar apontar...
Resultado, no 2º concurso ganho 1º-2º-3º-4º....classifico 9 pombos. Foi incrivel.
No Fim da campanha so com Borrachos fomos campeões Gerais, Campeões Velocidade, Campeões Meio-fundo, Campeões Borrachos, Campeões da melhor Colonia, ganhamos as anilhas todas da Geral, Velocidade, Meio-fundo e Borrachos e ganhamos 10 primeiros prémios.... ainda tivemos o direito de aparecer no jornal da região - O Clarim.
"Os Rachas Jovens a concorrer pela primeira vez ... e campeões de Arruda!"
in O Clarim
Ano 1999 - O Ano da Confirmação
A minha primeira campanha foi muito dura, dos 70 borrachos que iniciamos, sobrou apenas 35 borrachos. por ironia do destino, dos 20 que nos foram oferecidos, apenas 5 resistiram, todos os outros perderam-se. Os outros 30 borrachos eram filhos dos nossos reprodutores e todos eles da linha dos Pretos ( Eric Honoré).
Na Campanha de 1999, tinha-mos um titulo a defender, ja tinha-mos mais pombos, e uma colonia mais consistente, ja não tinhamos borrachos oferecidos neste ano, era tudo filhos da casa e foi um ano incrivel ganha-mos tudo, todos os campeonatos, e todas as anilhas ( menos a anilha de prata da geral) e 11 primeiros prémios.
Mas os factos voltaram a salientar-se, os pombos da linha dos pretos voltaram a estar em grande, e os pombos de origens nacionais, não estavam a dar as melhores prestações. Por este facto e de uma forma gradual e ponderada, começamos a renovar a nossa colonia de reprodutores.
Ano 2000 - A reprodução tem de estar em constante mutação
Apesar de termos sido outra vez Campeões foi um ano um pouco complicado para nós, queriamos tirar a prova-dos-nove, sobre os nossos reprodutores nacionais, para isso tinha-mos de trabalhar com os seus borrachos, infelizmente os seus borrachos não corresponderam da melhor forma, os Pretos e os Plainas voltaram-se a destacar muito mais. Numa situação como esta somos obrigados a tomar medidas extremas, e muitos dos reprodutores nacionais que tinhamos, depressa sairam da nossa Reprodução.
Foi o primeiro ano que voamos com entrada electronica.
Neste ano tivemos a visita do Eric Honoré, que nos enviou mais uns reforços. 90% da nossa colonia provina de origem Belgas.
Ano 2001 - A procura da Competitividade e de realizar uma melhor selecção
Neste ano fomos convidados pelo Puskas a concorrer no G.C. Bucelas, uma das colectividades mais fortes do Distrito de Lisboa, principalmente no Fundo. Onde envia-mos apenas 10 pombos, mas ganhando 3 primeiros prémios. Continuamos a concorrer na U.C. Arrudense.
Este Foi o ano em que chegou à nossa reprodução um pombo do Gaby vandenabeele ( via Eric Honoré ), este pombo cruzado com a linha dos Pretos, foi algo muito acima da média a partir do ano 2002.
Ano 2002 - O ano da Doença
Neste ano concorremos na U.C.Arrudense, no G.C. Bucelas e no G.C. Malveira, foi muito dificil. Uma das minhas melhores fêmeas tinha se perdido, e voltou ao fim de alguns meses, ela vinha com bom aspecto, e eu juntei-a logo com as outras fêmeas, o resultado apanharam SALMONELAS. Foi uma campanha muito dificil de gerir, visto que so marquei com os machos. Contudo so descobrimos o que causava aqueles sintomas e todos os problemas que vinhamos a ter no fim da Campanha e com a ajuda do veterinário.
Este problema acabou por chegar também aos reprodutores e resultado tivemos que eliminar 60 pombos, todos os outros foram tratados e recuperados com a ajuda do Dr. Helder ( Veterinário).
A Lição que aprendi é sempre que vem algum pombo de fora devo coloca-lo em Quarentena.
Mas existem males que veêm por bem, e foi um ponto de viragem na nossa colónia....
"Males que veêm por bem..."
Durante este periodo de doença na minha colónia, senti que estava muito mal informado sobre as doenças, a forma de as evitar e de as controlar, claro começei a "devorar" livros sobre as doenças e tudo o que diz respeito a elas, o objectivo não era substituir o veterinário que me apoiava, mas saber o que fazer para conseguir evita-las e claro não entrar em stress quando um problema surge.
Como devem calcular, nós Columbófilos quando fazemos boas campanhas e ganhamos campeonatos, ficamos com o nosso "ego" em Alta, e claro consideramos que os nossos pombos são os melhores, o nosso esquema é o melhor e que temos um controlo máximo na nossa colónia. - sinceramente, antes de eu ter problemas com a minha colonia, eu pensava assim ( "como todos os Columbófilos"), e é incrivel como um pequeno erro, pode criar um problema tão grave. Como devem calcular eu andava em stress e muito triste.
Segui a risca as indicações que o Veterinário me deu - desinfectar regularmente as instalações e utensilios ( comedouros e bebedouros), separar os pombos saudáveis dos pombos doentes, não andar a trocar pombos de pombal para pombal e eliminar todos aqueles que se encontravam num estado irreversivel.
Eu fui um pouco mais longe, e todos os que apresentavam sintomas eu eliminava - quando a doença ficou controlada eu tinha simplesmente eliminado grande parte dos meus melhores reprodutores. Enfim, o meu pensamento na altura foi: "ja fiz asneira, vamos ter que começar tudo de novo..." ( e claro praguejei muito)... o meu pai só dizia, "elimina quem der problemas, que arranjamos mais e melhor..."
Mas se aqueles que considerava como a minha base da colonia ja não existiam, eu continuava a ter os resistentes e esses necessitavam cada vez mais do meu apoio e dedicação, então dediquei me de corpo e alma aos meus pombos, não baixei os braços, e limpava, desinfectava, observava a minha colonia, nem um "louco" - mas essa "loucura" momentanea tornou-se o meu melhor aliado.
O meu pai durante este periodo encontrava-se na Belgica, e desabafou com o nosso amigo Eric Honoré, o que estava a passar-se com a nossa colonia...
Apitou uma carrinha...
Depois de ter os problemas da minha colonia resolvidos, apitou uma carrinha minha porta, e o condutor perguntou, "aqui é que é a casa do Sr. Racha?" e eu respondi que sim e antes de eu dizer mais qualquer coisa o condutor descarregou 2 caixas de pombos e foi embora...
Qual é o meu espanto que eram aproximadamente 30 pombos Belgas, enviados pelo meu pai e pelo Eric Hororé, basicamente o Eric repós toda a base da minha colonia, com pombos da mesma linha e muito mais novos, além desses pombos, os varios columbofilos da região do Eric, ao saberem o que aconteceu a minha colonia, enviaram tambem alguns exemplares, dos quais destaco ( Eric Honoré, Martin Honoré, Noel Lippens, André Deketelaere, Ally Norbert, Bill Gerard, Marc Pollin, Kyndt Roland...), alguns destes exemplares vieram exclusivamente para voar e outros directos para a reprodução com o intuito de cruzar com a minha linha base.
Na realidade, o que aconteceu foi uma renovação parcial da minha colonia, pombos da mesma linha mas mais novos e outros para introduzir na minha linha base.
"...FOI OURO SOBRE AZUL..."
Ano 2003 - Mas afinal...!!?
Mas afinal... foi aquilo que exclamei e perguntei varias vezes a mim mesmo... como podia uma colónia que durante a muda andou a combater um problema de Salmonelas, andar a discutir campeonatos na campanha a seguir...
Nesse ano, encestava 30 Pombos ( femeas) na U.C. Arrudense ( que abriu doublagem a todos os Columbofilos da Zona), encestava 30 Pombos ( machos) no G.C. Bucelas e voava a doublagem ( equipa encestada na U.C. Arrudense) no G.C. Malveira - II Super Campeonato do Concelho de Mafra ( onde competião os melhores columbofilos da Zona).
Resumindo... conquistamos 7 campeonatos, 10 anilhas de Ouro e 19 Primeiros Prémios ( inclui doublagem e primeiros distritais).
Nesse mesmo ano, deu se inicio a formação da Polémica Zona Oeste.
Ano 2004 - "lá fomos nós concorrer para a Zona ribeirinha - Zona 1 ou Zona A..."
Neste ano, a U.C. Arrudense e o G.C. Bucelas foram excluidos da Zona Oeste, o que desta forma "excluia nos" da Zona onde sempre concorremos. Ainda tentamos encestar no G.C. Malveira e no G.C. Torres Vedras, mas foi nos completamente negado.
Lá fomos nós concorrer para a Zona Ribeirinha - Zona 1 ou Zona A, geograficamente estamos muito mal colocados para qualquer das zonas, e provavelmente seriamos dizimados em qualquer colectividade. Mas como não temos medo de desafios, alem, de continuar a concorrer no G.C.Bucelas com os Machos e na U.C. Arrudense com as femeas, fomos voar a doublagem no G.C. Castanheira do Ribatejo, que realizou no ano de 2004 e 2005 um dos campeonatos mais competitivos do Distrito de Lisboa, os melhores concorrentes do Distrito estiveram lá presentes.
No G.C. Castanheira do Ribatejo, a primeira prova do ano foi uma desgraça, classiquei 4 ou 5 pombos lá para o 200. eu pensei logo "vou apanhar tanta porrada". nessa noite nem dormi a tentar descobrir qual foi o meu erro... Se fisicamente estavam bem o que faltou??
O facto de ter mudado de zona "atrofiou" por completo a cabeça ao "meu pessoal", e rapidamente cheguei a conclusão, que por muito mais bem preparados que estivessem, se a cabeça não estivesse focada e motivada, dificilmente eu conseguia ter bons resultados. além disso teria que fazer um reajuste na minha forma de alimentar.
Resultado , na semana seguinte, faltei a Universidade, e andei a fazer quase toda a semana "treinos psicologicos", o objectivo principal era motiva-los eles tinham que perceber o que eu pretendia deles... Ainda bem que me faltei a Universidade, na prova a seguir os resultados melhoraram, e semana após semana, voltei a ter a equipa afinada. quando ja me encontrava dentro dos 10 primeiros da geral, o distrito sofreu um acidente terrivel... na 3ª prova de Fundo - Ariza 770kms - os melhores perderam-se e quem regressou nunca mais reuniu condições para continuar a competir... nós simplesmente perdemos os melhores pombos, o pior é que eu numa jogada não muito inteligente, lançei todos os meus melhores pombos nessa prova... o resultado foi o pior que se podia esperar, apenas classifiquei 1 pombo, e perdi todos aqueles que me faziam falta...
Lá fomos por ali abaixo na classificação Geral da castanheira... lá voltamos a tentar escalar... "escalar é tão dificil, mas cair é tão fácil..."
Se na velocidade e no meio-fundo tinhamos conseguido equilibrar o barco, no fundo andava a meter água, sem colonia de fundo como poderia eu conseguir bons resultados. Quando equilibrei o barco, ja era tarde, o fundo foi mesmo por água a baixo.
Resumindo, num aspecto geral, e apesar de todos os azares ainda conquistei 7 campeonatos e fiquei em 2º em 5 campeonatos, 8 anilhas ( ouro, prata e Bronze) e 19 Primeiros Prémios ( inclui doublagem e primeiros distritais).
Ano 2005 - " Quem não tem cão, caça com gato..."
Durante o ano de 2004, sofremos percas terriveis, e ficamos completamente desarmados, e tivemos que tomar uma decisão... geograficamente estamos muito mal localizados, e para discutir campeonatos de velocidade e de meio-fundo, torna-se muito complicado, desta forma o nosso objectivo para 2005 era melhorar em tudo, mas principalmente no Fundo.
Nesse ano encestavamos no G.C. Castanheira 30 Pombos (femeas), no G.C. Bucelas 30 Pombos ( Machos), na U.C. Arrudense 20 Pombos ( Borrachos) e voavamos a Doublagem com a equipa das Femeas na U.D.C. Adoslouquese.
Ai fomos nós atacar o fundo e conseguimos conquista-lo...
Durante este ano fomos obrigado a realizar varios ajustes na nossa forma de conduzir a colonia, e se o objectivo de consquistar o fundo ( um dos campeonatos com maior importancia e projecção exterior), foi cumprido, a vontade de conquistar a velocidade e o meio-fundo estava a crescer.
Como a evolução na columbofilia parte de uma busca constante, procuramos adquirir aquilo que nos faltava, pombos mais rapidos para as provas de velocidade, pombos que gostem de voar de "vento ao rabo". O meu Pai durante o ano de 2005 encontrava-se em Inglaterra, e teve a sorte de conhecer e de conviver durante um ano, com o conhecido Nigel Cowood ( um especialista na teoria do Eyesign), o Nigel Cowood, foi como o cicerone do meu pai, e levou até varios super campeões ingleses, um deles foi Mark Caudwell (campeão nacional de velocidade, a quem adquirimos 2 exemplares. Nesse mesmo ano tinhamos na reprodução 2 pombos do Mark Caudwell, 2 Pombos do Nigel Cowood e 2 pombos do campeão nacional de meio-fundo.
A par de tudo isto , a nossa colonia continuou a evoluir no sentido da sua presente realidade, mas...
Ano 2006 - "gripe das aves" ... e a minha pessoal desmotivação...
No ano de 2006, seria um ano de ataque, novo ataque ao fundo e a todos os campeonatos, mas....a noticia da "gripe das aves" destruiu toda e qualquer esperança... o campeonatos foram completamente alterados, não existia previsão de se realizar o campeonato de fundo, enfim, a todo este problema, juntaram se alguns problemas pessoais, a minha vida profissional não permitia acompanhar a minha colonia, tudo culminou com a minha desmotivação total...
Nesse ano encestava no G.C. Vilafranquese 30 pombos (femeas), no G.C. Bucelas 30 Pombos (machos) e voava a doublagem na U.D.C. Adoslouquense.
Durante o ano de 2006, eu quis afastar me ao maximo da columbofilia, e a minha querida mãe é que treinava e tratava de toda a nossa colonia.
Os resultados foram desastrosos, a minha mãe coitada fazia o melhor que sabia, e ainda por cima sem a minha orientação, era inevitavel começarem a surgir problemas, e assim que surgiram problemas a saude de ferro da minha colonia desabou. Problemas atrás de problemas, e o mais incrivel é que eu não ligava nenhuma e nem fazia nada para resolver, a desmotivação era total.
Entretanto o meu sangue fervia, por ter péssimas classificações, por não ter vontade de cuidar dos pombos e principalmente, pelos columbofilos que começaram a desacreditar os meus pombos e a por em causa a qualidade da minha colonia, o mais triste é que alguns desses columbofilos supostamente seriam meus amigos. Em vez de tentarem motivar, desmotivavam me ainda mais....
"FALEM MAL DE MIM... MAS NÃO FALEM MAL DOS MEUS POMBOS..."
O meu pai ligava me e dizia "provavelmente vai haver Fundo, agarra-te ao pombos, talvez ainda tenhamos uma palavra a dizer"... e eu não ligava nenhuma... mas pelo sim pelo não dei algumas indicações à minha mãe que poderiam ser uteis no futuro.
Assim que fomos informados que iria ser realizado o Campeonato Especial de Fundo , naquelas semanas do Fundo, tive uma motivação extra, e ja apoiei a minha mãe a cuidar da Colonia. Fizemos umas provas de fundo fora do normal. Provavelmente deixamos alguns de boca aberta, outros convencidos da qualidade da nossa colonia, mas decerteza que ficaram alguns por convencer. Mas confesso soube muito bem ganhar essas provas de fundo e ainda ter o pombo campeão distrital de fundo. Assim que acabou o Campeonato de Fundo, toda a minha colonia de fundo foi para a reprodução, para daqui a 3 anos ter alguns frutos muito positivos. Contudo tive sempre ao meu lado aqueles amigos que sempre me apoiaram e sempre forçaram o meu regresso a columbofilia.
Mas a minha motivação voltou ao ponto que se encontrava antes. DESMOTIVAÇÃO TOTAL...
O ano de 2006 foi um ano, que contribuiu para a auto-destruição da minha colonia, falta de motivação + falta de acompanhamento + falta de "tudo" + falta de saude = Problemas graves para resolver na proxima campanha...
E bem dito em bem certo, quando cheguei a Dezembro de 2006, e voltei a recuperar a motivação, assim que volto a pegar na colónia, fiquei completamente destroçado, A muda tinha sido uma desgraça, e os pombos não aparentavam a saúde que eu sempre estive habituado... vamos ver como corre a campanha 2007...
Ano 2007 - O regresso Zona Oeste ( Antiga Zona 4)...A mudança... e que mudança...
No Final de 2006, fomos contactados pelo Carlos Augusto Costa e pelo Mário Firmino de Torres Vedras, para escrever uma carta para a S.C. Torres Vedras, a solicitar a nossa entrada como sócios-concorrentes, tendo em conta que iria se realizar uma Assembleia Geral, onde um dos pontos de debate era a analise e votação de propostas para novos concorrentes... Ao inicio estava um pouco renitente, pois sentia-me muito bem nas colectividades onde concorria ( G.C. Vilafranquese, G.C. Bucelas e U.D.C Adoslouquense) . Mas após conversa com Carlos Augusto Costa, Mário Firmino e Rosa Agostinho, lá fui convencido a entregar a minha proposta de sócio-concorrente ao Presidente da Assembleia Geral, e esperar para ver qual seria o resultado... pois a minha proposta ja tinha sido recusada 2 vezes.
No dia 13 de Outubro de 2006, em Assembleia Geral, fomos aceites como sócios-concorrentes da S.C. Torres Vedras, nessa mesma Assembleia também foram aceites José Mosca Flor e João Carlos Coelho...
Desta forma regressamos a nossa Zona - Zona Oeste... abdicamos das 3 colectividade onde concorriamos, para concorrer em Torres Vedras... assim que fomos aceites em Torres Vedras, fomos convidados a voar a dublagem no G.C. Malveira, pelo A. Luis Galrão e pelo "Baterias", no Super Campeonato do Concelho de Mafra.
Devido aos problemas que surgiram durante o ano de 2006, tivemos grandes dificuldades em manter a colónia com saúde. o nosso inicio de Campanha foi muito complicado, os pombos simplesmente não apareciam... foi então que recorremos aos conhecimentos e serviços do Dr. Helder Lousada (um Veterinário e Amigo).
Assim que o Dr. Helder Lousada, definiu o tratamento, os pombos reagiram de imediato, e os resultado surgiram. Mas uma colónia que começa uma campanha com problemas de saúde, necessita de tempo para recuperar da doença e ganhar a forma... e em campanha o tempo é sempre curto.
Apesar de ter sido o primeiro ano em que não ganhei qualquer campeonato, acabou por ser um excelente ano de aprendizagem, onde enriqueci os meus conhecimentos sobre as doenças, e acabei por desenvolver novos metodos e sistemas de voo, alimentação e recuperação...
Não posso esquecer que nesse ano a minha mãe, foi uma ajuda preciosa. A Dona Ilda, melhorou bastante a sua técnica, como columbófila...
No final do ano já tinha conseguido controlar todos os problemas da minha colónia, com o apoio do Dr. Helder Lousada...
"Descobrir qual é o problema é o mais fácil, dificil é fazer com que ele não volte..."
Dr. Helder Lousada