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A columbofilia entrou na vida deste rapaz, sensivelmente na idade da escola primaria, por influência do seu amigo “GOGO”, António Aleluia, que de uma caixa azul do tomate fez um pombal, ai foram aduzidos dois pombos, no quintal de seus pais e começaram as primeiras corridas que chegavam a ser de um lado para o outro da casa, e no máximo chegavam aos 20 km, que eram percorridos de bicicleta, cada miúdo levava o seu pombo  e eram soltos ao mesmo tempo… lutavam,  um pelo 1º lugar e o outro pelo último, que é o que acontece quando são só dois… momentos inesquecíveis o regresso a casa em grande pedalada a tentar chegar primeiro que os pombos. Mais tarde já com a ajuda de seu pai que levava os dois pombos numa pequena caixa e soltava em Estremoz, e ficava o Hélder e o Aleluia há espera dos pombos… assim começou o bichinho a entrar e que hoje percorre a totalidade das veias e das artérias de seu corpo.

Dai à inscrição na colectividade de Fronteira, foi um passo…e começaram os primeiros concursos a serio. Na primeira campanha tinha 10 pombos, 5 filhos de um macho azul lindo de 1988, com umas carunculas enormes que tinha entrado perdido de um concurso no pombal do pai do Hélder, onde habitavam outros pombos na altura utilizados apenas para a negaça nas caçadas ao pombo bravo, mais um filho da “biquinho pequenino” um filho da “Rosa Mota” e um filho da “mola nas Asas” do amigo “Zota” e mais duas pombas malhadas de branco, que se perdeu no tempo a sua origem.

O primeiro concurso foi de Faro e o filho do “Biquinho pequenino” fez um 18º a correr para o relógio manual em casa do José Manuel (Zota), distante  500 metros… umas das maiores alegrias alguma vez sentidas até então…um menino feliz… Foi uma campanha extraordinária, no final do ano, apenas se perderam as duas malhadas e descobriu se um casal de eleição o azul 88 do pombal do pai. Durante estes primeiros anos apenas a destacar mais, um pombo baptizado de “Penas Brancas” oferecido ao amigo Osvaldo (Silva para os amigos) na altura sócio do Hélder, por João Machado…este pombo preencheu uma meninice e uma juventude…venceu duas anilhas ouro e uma de prata…era um pombo formidável… não deixou geração, apesar de ser um voador de eleição.

Oa anos passaram e chegou a altura do Hélder sair do Alentejo para fazer formação académica. Os pombos foram reduzidos, ficaram a ser tratados pela família e apenas a geração do “88” se manteve e sempre na expectativa de um dia se poder voltar à competição. Esse momento acabou por chegar…quanto aconteceu o fim do curso superior, o casamento com Carla Galveia e o conhecer o sogro, António Casimiro Correia de Vimieiro, outro perdido pelo pombo correio, mas que estava parado também e ausente da competição…o fogo juntou se à palha e num dia de copos resolveram deitar o telhado abaixo da casa do sogro, aproveitar a placa e fazer ai uns pombais a serio… grandes malucos… assim foi pensado…assim aconteceu. Foi uma altura  da vida  em que houve oportunidade de fazer  algumas viagens à Bélgica, Holanda e Alemanha, das quais resultaram a formação de uma equipa de reprodutores de boa qualidade, aos quais se juntaram os pombos que vieram de Fronteira, da linha do “88”.

Durante estes anos aconteceram duas coisas que influenciaram todo o resto do percurso, em primeiro, as 4 ou 5  campanhas feitas no Vimieiro que foram já de algum sucesso, foram possíveis porque aparece Orlando Direitinho na vida do Hélder, através de contactos via Internet. Após um ano de troca de mensagens, conheceram se pessoalmente e em pouco tempo chegaram ao Vimieiro vários casais de reprodutores e algumas fornadas de borrachos. Deste grupo de pombos saíram alguns pombos de muito bom nível e que deram muitas alegrias. Para além dos pombos ofertados em alguns casos e outros comprados, também muito conhecimento foi alcançado com a partilha de momentos com este amigo.

Outro momento único foi e agora temos que voltar um pouco atrás… aquando do termino do curso de Professor… no último ano havia a obrigatoriedade de fazer um trabalho final…um trabalho cientifico sempre enquadrado na área do curso…e na altura o Hélder propôs à sua orientadora, fazer sobre columbofilia. Inicialmente não foi aceite, em virtude de ser um tema que não teria bibliografia disponível para fazer um trabalho cientifico… nem estava muito enquadrado no curso. Depois de muita insistência lá foi aceite e esse projecto foi uma realidade. A pergunta de partida era sobre a importância da columbofilia na integração de jovens com comportamento desviante na escola e na sociedade. Esse trabalho foi aproveitado para a criação por parte da Federação Portuguesa de Columbofilia de vários pombais em escolas e não só.

Quanto terminou todo este processo… e saiu o primeiro trabalho cientifico sobre columbofilia em Portugal, acontece um dos momento mais importantes da historia de Hélder Galveia: conheceu a família Moura do jornal “Mundo Columbófilo”, inicia se uma amizade que dura até aos dias de hoje, uma parceria inabalável entre todos. Esta relação foi a catapulta para o reconhecimento nacional. e o handicap para o Hélder passar a dedicar o seu tempo a estudo da columbofilia e do pombo Correio…dai até à actualidade, os mais atentos têm acompanhado o seu percurso a escrever para tão prestigiado Jornal.

Anos negros chegaram, os vizinhos do lado apresentaram uma providência cautelar assim que os pombos começaram a voar em Fernão Ferro, esse processo em tribunal durou vários anos. O pombal foi desmanchado por ordem superior, os pombos foram devolvidos aos donos, os que tinham sido oferecidos, e os restante vendidos para ajudar nas despesas de tribunal…apenas os casais mais velhos foram preservados em casa do sogro. Esses pombos viriam a regressar a Fernão Ferro depois de encontrado um novo local para edificar pombais… a partir deste momento a caminhada foi a passos largos. Foi tomada a decisão em família que os pombos iriam ocupar de forma permanente as suas vidas e seria uma entrega total… a família foi em busca do sonho de viver 24 horas por dia dentro da columbofilia e dedicar se à escrita columbófila… mas tendo sempre na mira a obtenção de resultados consistentes inicialmente ao nível de colectividade, projetanto depois para a obtenção de bons resultados no distrito e no futuro a ambição é encontrar um nível que permita competir com algum sucesso a nível nacional.

Este pombal está activo há 3 campanhas, a primeira foi iniciada com cerca de 100 borrachos, a segunda ficaram cerca de 40 adultos aos quais se juntaram mais 100 borrachos, a terceira foi em 2018, muito parecida com o ano anterior. Para 2019 estão 70 adultos, dos quais 48 fêmeas e 22 machos, a estes juntam se 80 borrachos. Vamos aproveitar o seguimento e entrar nas linhagens de pombos cultivadas neste pombal. Voltam do Vimieiro, 3 fêmeas Geração “88” e um macho, que são pombos que até aqui eram muito certinhos, marcavam com regularidade, em varias distancias, a um bom nível se falarmos de colectividade, mas que nunca se destacaram a nível de distrito. Vieram os Herbots e os pombos Eijerkamp. Entretanto os originais que vieram do estrangeiro começaram a ficar velhos, já nenhum deles é fértil e foram entretanto substituídos pelos seus filhos.

A vida começou a estar quase na sua totalidade ligada à columbofilia, o que permitiu conhecer muita gente, fazer muitos contactos, cultivar muitas amizades e quase de um momento para o outro formou se uma equipa de reprodutores de muito bom nível. Podemos falar que está a ser  criada uma linha própria de pombos neste momento. Quando alguém recebe alguma oferta deste pombal, ou adquire algum exemplar destes pombos em algum leilão e perguntam que linha é este ou aquele pombo, recebe a mesma resposta: esse pombo é “Galveias”… muitos foram os columbofilos e muitas foram as colónias que contribuíram para formar esta equipa, e tentaremos não esquecer de ninguém durante este artigo, mas o Português tem de valorizar o que é seu, elevar o seu nome, modernizar-se, acompanhar os tempos…o leitor já pensou que raças de pombos conhece, que linhas de pombos conhece? normalmente conhece pombos bons cultivados por este ou aquele senhor e que ao fim de algum tempo esses pombos são conhecidos…pelo nome do seu proprietário ou alcunha, e por esse facto o nosso entrevistado tem tido esta postura de valorizar o que é seu e anda em busca de criar a sua própria linha de atletas: Galveias

Então vamos tentar conhecer que pombos contribuíram para a formação desta colónia:

Anualmente são feitos 20 casais efectivos e mais 5 ou 6 de prevenção. Nos principais casais podemos encontrar pombos de Martin Stefl, da linha do “Gomes” e “Dark Eijerkamp”, estes pombos têm sido cruzados com inúmeras linhas de pombos e normalmente reproduzem anualmente pombos de qualidade, inclusive já deram bons reprodutores não só neste pombal. Vindo também da Alemanha, dois machos extraordinários do pombal do amigo Zillikens, um deles o “Zé” já tem par certo e faz casal com uma fêmea Seabra & Morgado, um casal excelente, o outro é o “Zila” que entre várias fêmeas que já passou reproduz muito bem com a “Tozinha” (Geração “88”) podemos adiantar que já nasceram daqui alguns Pombos Ases a nível de clube mas também pombos a disputar o distrito na classe Meio Fundo, continuando…  um outro casal que revela qualidade chegou da casa de Fernando Fernandes.

Outros pombos que actualmente estão na moda, e que foram também introduzidos foram os “Gabys do Penteado”, e aqui foi um golpe de sorte, na altura que Hélder Negalho resolve parar de competir, Hélder Galveia foi o primeiro a ir escolher alguns atletas ao seu pombal. Dai saíram alguns pombos de enorme qualidade, no primeiro ano houve alguma dificuldade nos cruzamentos, mas dai em diante tem sido um sucesso, podemos destacar o “7000”, já pai da “Taveira”, anilha de ouro Geral 2018, quando acasalado com uma filha da “escurinha” de João Ameixa, esta fêmea também tem uma historia interessante, mas fica para uma próxima, deve ter sido da únicas filhas desse casal a sair de Beja, ela cruza bem com mais dois machos…está a revelar se uma pomba extraordinária… Um macho que entrou muito bem também,  foi ele um macho azul, que chegou do Algarve da casa de Lima Gomes. Resultado de uma troca feita entre o entrevistado e o Mário da equipa “Os Bravos”, chegaram duas fêmeas também elas interessantes.

Estamos a chegar a um pombo que está a marcar esta geração, um pedrado lindo, encaixe perfeito em mãos vindo da Casa de Miguel e Ana Risca, reproduz bem até ao momento com 3 fêmeas diferentes, já deu pombos a ganhar de velocidade, Meio Fundo e Fundo, também se juntou a esta festa um macho “Fodinhas” de Carlos Russo que começa a revelar alguma qualidade. Neste ultimo ano entraram novos pombos e alguns já revelam qualidade, como é o caso dos pombos do amigo Dores de Beja, dos Pombos de Mário Oliveira das caldas da rainha, e na especialidade do Fundo,  podemos observar na foto em baixo o pombo que estamos a falar:  o “Boss” um filho do “Paneleiro” da equipa os Asas da castanheira que a nível desta especialidade tem feito a diferença pela positiva, inclusive já é avô da anilha de ouro Velocidade de 2018, a “Pintada”.

Antes de terminarmos este capitulo teremos que voltar à geração “88”, todos os pombos que entram nesta casa, são passados no crivo desta Geração, que dava pombos a ganhar na colectividade, mas quando cruzados à linha de pombos da equipa de “Os alto da Pirica” começam a ganhar também a nível de distrito.  Outra entrada de grande nível foram os pombos do Dr. David Barros Madeira, que colocou na casa de Hélder Galveia alguns pombos a voar e uma equipa de reprodutores que revela muita qualidade. Pontualmente existem mais pombos com qualidade, por exemplo: umas fêmeas Holandesas oriundas da casa do amigo Blekker,  recentemente chegaram umas Gabys via Lavareda, ainda dos Gabys do Mário das Caldas que estão pensados vir a reproduzir com a linha dos Gabys de Mário Oliveira…mas ainda esta em projecto…uma vontade muito grande de introduzir o sangue Van loon e que já entrou via Ricardo Ferreira de Aveiras e muitos, muitos outros que aguardam ou um ninho para mostrarem o seu valor ou a confirmação já este ano como reprodutores.

Presentemente Hélder Galveia, divide o seu dia entre o cuidado da colónia de competição, algumas aulas de Educação Física na escola,  ao columbofilia Online, sem nunca esquecer o contributo na escrita para o jornal Mundo Columbófilo e à sua família.

Agradecimentos:

Quero agradecer a todos os meus amigos que me têm ajudado dentro e fora da columbofilia, um carinho muito especial aos meus pais porque nunca gostaram do facto de eu ter pombos, mas nunca me obrigaram a parar enquanto jovem e hoje continuam a apoiar todas as loucuras que faço, obrigado aos columbofilos que me ofereceram ou venderam pombos que ajudaram a formar a minha equipa, obrigado a todos os leitores do columbofilia online e do Mundo Columbófilo, sem vocês não fazia sentido serem agora 2 horas da manhã e eu ter um avião par apanhar daqui por 4 horas e continuar fresco que nem uma alface a escrever estas palavras…acima de tudo, um agradecimento à minha esposa… por tudo e mais alguma coisa… em especial por aguentar tantos dias comigo fora de casa, tantos e tantos fins de semana longe e principalmente agradecer lhe pela sua atitude no dia que eu cheguei a casa e disse: Carla vou vender o Ginásio, onde trabalho à mais de 10 anos vou deixar o Futebol, e a carreira de treinador, vou sair da escola…e o que vais fazer? perguntou ela… vou dedicar me à columbofilia…tu és muito maluco…disse me…mas estou contigo até ao fim…obrigado “Tozinha” por estares sempre lá…beijinhos filhotas.

A aposta mais recente nesta família columbofilia é nos pombos do seu amigo Hugo e Sebastien Casaert, de onde adquiriu 15 exemplares, que em teoria irão reforçar a equipa dedicada à longa distância. Todos eles vão competir, apesar de alguns terem referência ao mais alto nível para passarem directos à reprodução, mas terão que mostrar em combate se realmente vai sair algum dos 30 machos ou 30 fêmeas que estão na reprodução, para uns destes tomar o seu lugar.