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TEXTOS DE COLUMBÓFILIA 07-09-2007
O que os Mestres Aconselham 18-08-2007
Como fazer a adução de pombos novos:
  1. Colocar os borrachos ou pombos novos recentemente adquiridos, numa área onde possam ver a área vizinha. Para o efeito, poderá usar uma grade de aviário ou apenas uma gaiola feita de rede e que possa ser ajustada ao patim de entrada do seu pombal. Deste modo, os pombos poderão observar os arredores e ao mesmo tempo aprender como entrar e sair do seu pombal.
  2. Manter os pombos ligeiramente com fome, de modo a associá-lo ao alimento. Necessitam saber que é no pombal que obtêm a bebida e os alimentos. Quando os alimentar, remova sempre o restante que remanescer após cerca de 20 minutos. Treine os seus pombos a um apito ou assobio de modo a associar este sinal auditivo à comida, deste modo entrarão sempre para o interior do pombal quando o ouvem. Mantenha sempre a água da bebida á sua disposição.
  3. Nunca force os pombos a voar, até que você esteja certo de que eles sabem encontrar a entrada do pombal, pois podem desorientar-se provocando assim perdas inúteis. O aconselhável é deixar eles saírem pelos seus próprios meios. Uma vez que tenha a certeza de saberem entrar e sair do pombal, basta apenas deixar uma porta ou uma janela aberta e deixá-los vaguear dentro e fora. Faça sempre isto quando estão com fome, de modo a que possa chamá-los para dentro para serem alimentados.
  4. Caso não esteja muito seguro de confiar neste primeiro voo, molhe as penas de voo em água e sabão de modo a evitar que façam voos altos ou se afastem do pombal. Tenham no entanto muito cuidado com possíveis investidas de gatos ou outros predadores.
A melhor situação dum pombal é aquela cuja entrada tem a direcção de Sudeste. Os raios solares matinais são de grande utilidade para a saúde e a forma dos pombos.
Evitai a todo o custo, a falta de ventilação num pombal. Muitas das vezes, as causas dos insucessos são motivadas por isso ... O pombo necessita tanto de ar como de calor e Sol. Não confundir ventilação com correntes de ar. Estas são nefastas, e a coriza tem nelas um forte aliado.
Se queres marcar posição de destaque no “Jogo” do natural, presta muita atenção ao seguinte: Além de possuidores duma boa equipa de pombos, tens de se escrupuloso em extremo na questão de higiene: limpar o pombal de manhã e à noite; também ao meio-dia não será desaconselhável e, se vos for possível, de hora a hora, de minuto a minuto. Se o fizeres, terás depois a compensação ...
Evitar sempre o antiquado sistema de acasalar um macho grande com uma fêmea pequena, ou vice-versa. Aqueles que optam par tais acasalamentos, com a ideia de reduzir o tamanho dos grandes e aumentar os pequenos, para assim conseguirem descendentes de tipo médio, só terão pombos mal conformados e desequilibrados.
A permanência do “grit “ no Pombal, não é aconselhável. As poeiras que acumulam são, por vezes, nefastas aos pombos. Há, contudo, uma excepção: Quando os pombos estão a criar, devem ter “grit “em abundância, mas sempre limpo e peneirado.
Ao manipular-se um pombo na obscuridade, há dois pormenores de capital importância: A plumagem e a maneira como o pombo cai na mão. Estas duas impressões bastam, muitas vezes, para se encontrar um extra, com nove probabilidades, em dez, de não enganar.
Todo o borracho que não cresça como seu irmão de ninho, deve ser sacrificado sem pena alguma. O perigo de contaminar o outro, assim como seus pais, é evidente.
Há duas coisas totalmente diferentes e praticamente inconciliáveis: Criar e Jogar ao mesmo tempo. Um reprodutor digno de tal galardão, não deve nunca concursar.
Se querem que os vossos pombos sejam obedientes, com pequenas excepções há aqueles que tal obediência é quase impossível - conseguem com a fome. No fim de um jejum de vinte e quatro horas, os mais ariscos já se aproximam quando pressentem a comida. Se a fome for mais apertada passadas mais algumas horas, todos se, aproximarão como um dócil cão.
Para nós, o melhor pombo de fundo é aquele capaz de se classificar em todas as outras provas. A resistência necessária para voar durante tantas horas e, por vezes, a boa velocidade, leva-nos a julgar, que um bom pombo de velocidade é também um bom fundista. . Contudo, sabemos bem que existem excepções, mas são raras.
Na selecção dos futuros voadores, as provas terão de ser feitas rigorosamente. È necessário ter em conta, antes de tudo, a constituição física, a vitalidade, a plumagem e a resistência. Eliminar sem receio, tudo o que, fisicamente, não seja capaz de afrontar as duras provas que se avizinham.
Muitas cautelas com o jogo do ciúme. A prudência aconselha a não se jogar mais do que uma ou duas vezes, neste sistema, o mesmo pombo (macho e fêmea) por época. Assemelha-se a uma faca de dois gumes que, apesar de cortar muito bem, perderá depressa esse fio de bom corte, enfraquecendo-se, muitas vezes para sempre.
Para nós, é um erro grande aquilo que muitos amadores que jogam na viuvez adoptam nos eus pombos, depois do regresso dum concurso: jejum no dia da chegada ou no dia seguinte. Se eles deram o melhor do seu esforço, necessitam de ser bem alimentados, embora sem excesso.
Se a plumagem anterior dum pombo era boa, a nova deverá ser melhor! Caso contrário, esse pombo nunca poderá ser uma esperança para o seu dono (ver também muda da pena).

 

 

Vinagre de Maçã 16-10-2007

 

As Maravilhas do Vinagre de Mação

 

O vinagre de maçã é uma substância natural, fortalece imunitário, dado que é uma excelente fonte de oligo e micro elementos, é também uma fonte ideal de ácido orgânico. Os ácidos orgânicos ajudam a digestão e decomposição da comida e previnem o desenvolvimento de doenças provocadas por alimentos indigestos. É amplamente conhecido que a acidez previne o desenvolvimento das bactérias coli e salmonelas. Estes patogénicos gostam de ambientes suavemente alcalinos onde podem começar a proliferar. O vinagre de maçã misturado com água previne que as salmonelas se propaguem, o seu efeito ácido continuará restringindo os patogénicos, inclusivo nos intestinos dos pombos.

É menos sabido que esse vinagre de maçã pode ser salva vidas. Muitos descobriram que durante o calor o ritmo de respiração dos pombos pode aumentar dramaticamente se a temperatura é muito elevada, o que leva os pombos a respirar rapidamente de bico aberto. Em tais ocasiões o incremento do ar provoca um aumento do dióxido de carbono, deixando o sangue normal. Isto conduz a deficiências de ar, que se torna alcalino. Inicialmente este processo gera má disposição, tonturas, náuseas e em casos extremos pode até causar a morte. Durante o calor nós suspiramos por bebidas suaves com limão e dióxido de carbono, de forma a compensar a deficiência ácida. Se em tais situações dermos água com vinagre de maçã aos nossos pombos, podemos salvar-lhes a vida.

Em calor prolongado, podemos ganhar um pouco mais com o vinagre de maçã, além da mudança de PH no sangue, os processos potencialmente fatais estão a ocorrer no sistema digestivo.

O calor é um stressante de grande alcance, mas é mau para a digestão ao mesmo tempo, assim mesmo quando os condutos da pele, pulmões, etc.., se expandem, os condutos do que previnem o sistema digestivo contraem-se. Assim em tempo quente o consumo de alimento diminui significativamente, o que leva a que as boas bactérias intestinais não tenham uma nutrição adequada e portanto o ácido que elas produzem diminui. Tal como vimos a alcalinidade do sangue aumenta, o que é perigoso para o sangue, assim o corpo procura compensar isto, consumindo o ácido longe do sistema digestivo, incrementando a sua alcalinidade. Uma vez que a tensão do calor já reduziu a resistência do sistema digestivo, todos estes factores indicam que estão reunidas as condições para a proliferação rápida das salmonelas que estão alojadas nos intestinos.

Assim em tempo quente há hipóteses que apareça a paratifose, na maioria dos casos, tudo isto pode prevenir-se com uma acidificação simples da água potável, com vinagre de maçã.

Como tudo, também o vinagre de maçã não deve ser sobre dosificado, pois numa quantidade elevada pode danificar as boas bactérias intestinais. A alta quantidade de ácido absorve o cálcio e tira-o do sistema, podendo dar lugar a problemas motores e reprodutivos. A dose para o Vinagre de Maçã a 5% de acidez é de 4 – 8 ml /litro água, 1 – 3 vezes dias por semanas. Se administramos regularmente, no tempo quente devemos aplicar um nível mais baixo de concentração.

Podemos ainda utilizar esta substância para a desinfecção do pombal e os seus objectos, o que previne a aparição de salmonelas no exterior.

 

Medicação Preventiva Durante a Época dos Concursos 12-10-2007

 Velocidade e Meio Fundo

 

À chegada deve-se dar electrólitos aos pombos, que assim recuperam a forma mais rapidamente. Depois (algumas horas após a chegada ao pombal) deve desinfectar os pombos contra Tricomonas + Ornitose, pelo menos durante 24 horas, valendo a pena por vezes fazê-lo durante 48 horas (por exemplo depois de um concurso com más condições atmosféricas).

Especialmente no inicio da campanha, e também soltas com muito calor e com chuva, é conveniente desinfectar os olhos dos pombos com gotas próprias no dia da chegada e se for necessário repetir o procedimento nos dias seguintes. Desinfectar contra a Cocidiose não é necessário, no entanto se esta tiver sido diagnosticada, é conveniente realizar tratamentos regulares, à Terça – Feira, de quinze em quinze dias.

Após isto, pode começar a preparar a próxima solta.

 

Trabalhar sobre a condição dos pombos dando-lhes uma preparação vitamínica cada Quarta – Feira, como base semanal, de forma a maximizar as necessidades do pombo. Ás Quintas – Feiras administra-se um produto para ajudar o seu poder de resistência.

 

Isto é uma vista muito superficial sobre os principais pontos. É necessário varia os produtos, em especial para combater a Ornitose, ainda que se deve ter presente que alguns pombos dão mostras de uma menos resistência, especialmente contra doenças concretas, como a Ornitose, o que directamente provoca uma baixa nos resultados.

Se o uso de medicamentos for demasiado alto, então é prudente mandar analisar o pombal.

 

Esquema:

 

Solta no Domingo

 

À chegada: 2 horas de electrólitos.

Desinfectar os pombos contra Tricomonas + Ornitose, pelo menos durante 24 horas, normalmente até segunda à tarde. No mesmo dia desinfectar os olhos com gotas próprias.

 

Quarta: Preparação Vitamínica (Na ração ou na água).

Quinta: Preparação Vitamínica liquida.

Sexta: Preparação para pôr a resistência em condições.

 

 

A Morfologia do Pombo - Correio 11-10-2007



Generalidades

.O Pombo-correio é uma ave da ordem das columbiformes, da família dos pombos e tórtolas, onde existem 285 espécies.

. A sua plumagem densa, o seu corpo e a sua musculatura adaptados fazem dele um voador capaz de percorrer 800 km num só dia. Voa à velocidade de 50 km/h com forte vento contra, podendo alcançar os 120 km/h com vento a favor.

. Certas raças de pombos, podem apenas voar, ao invés, o pombo – correio está seleccionado à bastante tempo pela sua resistência e a sua capacidade para a competição.

. Existem em todas as cores: Azul, Vermelho, Branco, Negro, etc.., no entanto o factor cor não é determinante para a competição.

. O pombos é um mono grama, a maioria das vezes a fêmea é mais pequena que o macho. Diz-se que o macho se pavoneia.

. A fêmea põe dois ovos por mês. Estes são incubados pelos pais durante 18 dias. Após nascerem, os filhos são alimentados pelos progenitores durante cerca de 4 semanas, idade com que os borrachos se tornam independentes.

 .O Pombo – correio tem 50 cm de envergadura e pesa 450 gramas (peso médio), podendo viver cerca de 25 anos.

. A cabeça é redonda, com um bico bastante curto e sólido, onde estão as carunculas brancas, que adornam a parte superior do mesmo. As narinas estão na base das carunculas. As carunculas são por norma mais pequenas nas fêmeas e nos borrachos.

. O olho do pombo é redondo, a superfície é das pálpebras é mais ou menos importante, sendo a de coloração variável.

. O peito é largo, as asas são grandes e o seu extremo, em repouso chega à ponta da cauda. Quando o pombo é alimentado normalmente e tem boa saúde o seu corpo é muito redondo.

. As patas são avermelhadas. Normalmente a pata do pombo ergue-se sobre três dedos dianteiros e um traseiro.

O ponto de vista dos Columbófilos.

Alguns atribuem importância à cor do olho, guardando por exemplo os pombos cuja íris é verde, para a reprodução.

. O corpo é redondo, ligeiro, os músculos do peito inchados e de cor rosada, apresentado a pele pouca caspa.

. A plumagem é flexível, brilhante e limpa. A muda desenvolve-se normalmente.

. As carunculas são brancas.

. O pombo respira normalmente de bico fechado, sendo o interior do bico limpo e rosa. A fenda palatina abre-se normalmente na respiração e os bordos estão limpos. O fundo ga garganta é rosa e isento de mucosidades.

. As patas estão limpas.

A forma da quilha

. Se a distância dos peitorais é importante, diz-se que o peitoral é profundo ou então plano e redondo.

 . A forma e longitude do peitoral induz a certas preferências. Nas exposições, os juízes dão mais crédito aos pombos, nos quais o peitoral é pouco profundo, e não demasiado grande, mas bem redondo e o perto da púbis, bem soldados.

. Ao nível dos rins, sobre as costas, perto da cauda da carcaça sólida.

A forma da asa: O elementos que determinam a rapidez.

. O braço deve ser curto e pegado ao corpo.

. O antebraço deve ser o mais curto possível e a asa traseira estreita.

. A mão e as suas penas, o mais largo possível.

Se o pombo está seleccionado para os concursos de Fundo (600 km e mais) pode ser bom que beneficie de um suplemento de apoio (asa traseira maior).

Os músculos.

. Os músculos do peito “inchados”. Devemos sentir a sua redondez em cada lado do peito.

. Os músculos da asa determinam a grossura da mesma.

As forquilhas

. A forquilha traseira é sólida e apertada. Pode-se admitir alguma separação no caso das fêmeas, quando estas estão no período de postura, altura em que os lados da forquilha se separam mais.

. A forquilha dianteira é grande, sólida e elástica.

 

 

 

O Vôo com Borrachos 09-10-2007

 

O voo com Borrachos é uma faceta que também está a crescer em Espanha. É realmente fascinante voar pombos no seu ano de nascimento, sem que se tenha que esperar um ano inteiro. É também possível enviar borrachos a concurso até que “ caiam do céu”, com isto queremos simplesmente evidenciar que o facto de os borrachos com a sua boa saúde e bem alimentados voam com grande entusiasmo, sem medir esforços e alcançando resultados espectaculares.

 

Alguns Bons Concelhos

 

No jogo com os borrachos, a relação Columbófilo – Pombo tem uma grande importância, pois os pombos devem estar muito vinculados ao seu dono, e isso consegue-se com ordem e disciplina. Desde o primeiro dia do desmame é aconselhável agarra-los regularmente na mão, pois podemos aprecia-los e conhece-los individualmente. Lute regularmente com a guarda jovem, pois eles tornaram-se mais combativos e ficam mais ligados aos seus domínios. 

 

Vidas Jovens = Novas Esperanças

 

O oxigénio representa para os pombos jovens o mais barato e mais eficaz dos medicamentos. Em muitos casos a sobrelotação é a principal causa dos fracassos. Zele por uma boa ventilação, isenta de correntes de ar e evite na mediada do possível grandes diferenças de temperatura entre o dia e a noite.

 

Se deseja atrasar o processo da muda, pode aplicar o método da escuridão, ou seja, depois do desmame até aproximadamente dia 15 de Junho, os pombais devem ser escurecidos das 17 até ás 9.00 da manhã.

 

A disciplina no pombal só se obtém se alimentarmos com moderação e, à medida do possível, a horas regulares. Pense que os jovens também gostam de permanecer no pombal, está fora de questão deixa-los pelos telhados e pelo chão, pois o seu lugar é no pombal e no céu.

 

O segredo de todos os especialistas no jogo de borrachos é simplesmente levá-los a treinos curtos de aproximadamente 20 km. Não é suficiente jogar todas as semanas com jovens (recuperam mais depressa que os velhos), é necessário que possam efectuar a meio da semana um treino em linha para que possam manter o ritmo aumentar a confiança em si mesmos.

Os jovens devem porém desenvolver-se (devem transformar-se em verdadeiros pombos), é por isso que têm tantas necessidades a nível de Vitaminas, Minerais e Oligoelementos.

 

A Água 08-10-2007

 

 É um dado bem conhecido que a água é uma assunto de vida ou morte em todas as coisas vivas.

 

Especialmente a população de Este parece estar consciente disso. Choca-me que eles bebam tanto enquanto os Americanos comem muito. A julgar pelos alertas que agora são emitidos sobre a saúde vê-se que os nossos amigos de Este estão correctos.

É sabido que os pombos podem estar sem comida bastante tempo, mas uma perda de 20% da sua “água corporal” conduz à sua morte.

 

SINAL

 

Nem todos os columbófilos sabem que a água é um excelente parâmetro para julgar a condição dos nossos pombos. Quanto menos bebem, melhor condição apresentam, assim quanto mais bebam pior é a sua condição. Portanto muito campeões a competir com pombos adultos dão-lhes a água de forma individual para observarem quais bebem muito e quais bebem pouco.

Os pombos que têm o papo cheio de água são aves que não devem ser encestadas, pois algo de anormal se passa com eles. Também os borrachos que produzem excrementos muito líquidos têm algum problema.

Naturalmente que são as aves adultas que ao alimentá-los são as responsáveis; elas beberam bastante e porque foi? Problemas de saúde de diferentes classes.

 

 DIFERENTES

 

Por suposto que quando o tempo aquece os pombos bebem mais que o normal, para se prepararem para a perda de humidade. Os humanos fazem o mesmo.

Prova disto é o que experimentei no Inverno passado. Foi realmente frio e tive que sair de casa dois dias.

 

Que fiz então?  

 

Coloquei uma grande quantidade de comida nos comedouros e dois bebedouros totalmente cheios de água, em cada pombal. Quando regressei a casa, a primeira coisa que fiz foi ir ao pombal, tal como faria a maioria dos columbófilos.

Fiquei surpreendido ao ver como muitos pombos tinham comido (por causa do frio) e como muitos pouco tinham bebido (por causa do frio), na realidade quase nem tinham bebido. Isto fez-me lembrar muitos columbófilos que me fazem perguntas depois de terem medicado os seus pombos no Inverno.

 

PASSADO

 

Eles trataram contra tricomonas, salmonelas e outras, de forma correcta, seguindo a prescrição que o fabricante coloca na etiqueta do medicamento, por exemplo 5 gr / litro, durante 7 dias consecutivos e no final os pombos ficaram bons. Agora havia algo menos com que se preocupar, mas muitas das decepções que me comunicaram eram que apesar dos tratamentos, os seus pombos continuavam doentes e não sabiam porquê.

O fabricante do medicamento pode ter calculado minuciosamente a dose apropriada (gr/lito) mas existe um problema. Não sabe quantos pombos beberão. Com tempo frio as aves devem beber menos de 20% do que consomem normalmente, portanto só bebem 20% do medicamente requerido.

Vemos enormes diferenças entre os hábitos de bebida em tempo frio e tempo quente, algo que o fabricante não tem em consideração. O resultado é que em tempo frio o tratamento é insuficiente, as aves podem continuar doentes e pouco medicamento elevará a resistência natural, por outro lado, muito medicamento provocará uma dramática perda de condição.

 

Por essa razão passou a estar na moda administrar medicamentos através da comida, que se humedece com água açucarada, por exemplo.

 

SABOR

 

 Outras desvantagens de colocar medicamentos ou vitaminas na água de bebida é que algumas dão um sabor que as aves não gostam, o resultado pode ser que bebam em locais fora do pombal. Se souberem que água há no bebedouro, em casa, quando vão para uma competição, poderá ser uma razão para efectuarem paragens durante o regresso a casa, para beber, perdendo assim um precioso tempo.

Uma vez um científico disse-me que as vitaminas podem causar uma epidemia de Coli. Não o entendi, então ele disse que um caso de Adeno é o ponto de ataque, beber menos que o normal perturbará a digestão e abre a porta aos vírus. Se há vitaminas no bebedouro, elas podem dar uma sabor à agua tão mau que os pombos bebem menos por não gostarem e … problemas.

Você pode reduzir as possibilidades de Adeno servindo água limpa com vinagre de maçã.

  

TRICOMONAS

 

Os pombos infectam-se de tricomonas, pricipalmente através da água. Especialmente em água bastante quente o protozoário desenvolve-se e propaga-se rapidamente, portanto devemos estar alerta com as tricomonas em tempo quente.

O que algumas pessoas fazem é trocar o bebedouro várias vezes por dia, outros só medicam contra as tricomonas em tempo quente.

Especialmente as aves que estiveram encestadas durante muito tempo e beberam água que estava muito quente, são vulneráveis, portanto é aconselhável tratar directamente depois da chegada ao pombal em soltas de tempo quente.

Quando as temperaturas são próximas aos 0ºC, o perigo de tricomonas é muito pequeno, razão pela qual nunca faço tratamentos durante o Inverno.

Caso os pombos sejam tratados através da água ou através da comida é de máxima importância tratar Todas as aves ao mesmo tempo.

 

TERMINA

 

Finalmente é importante saber que a maioria das vitaminas e medicamentos caducam bastante rápido na água, perdendo assim a sua eficácia ao mesmo tempo que pode tornar-se tóxica. Se a água muda de cor você tem que assumir que o produto passou do tempo. Este fenómeno ocorre com maior facilidade com tempo quente.

 

 

Mais que Palavras - Parte I 19-08-2007

 

Mais que Palavras - Parte I

 

Quatro Elementos

 

Para ser um Columbófilo de êxito há 4 elementos fundamentais que as pessoas mencionam frequentemente.

 

A – Bons Pombos

B – Um Bom Pombal

C – Pombos em boas Condições

D – Bom Columbófilo

 

Não estou totalmente de acordo com o que a maioria das pessoas diz. O columbófilo “D” é claramente o factor mais importante, já quem um bom columbófilo verá que consegue bons pombos (“A”), que estão num bom pombal (“B”) e em boa condição (“C”). Eu mesmo preferia concursar pombos normais em boa forma, que pombos bons em más condições. Pombos em más condições não funcionam e criam filhos sem qualidade.

 

Como se consegue então uma boa condição?

Esta é a resposta de um milhão de dólares para muitos columbófilos. Você certamente não consegue arrancar êxitos de uma garrafa, como muitos supõem. Vencedor é uma combinação de bons pombos em boas condições e alguma sorte. Naturalmente não podemos esquecer a medicação, mas isso não transforma pombais medíocres em pombais de top.

 

O falecido Jos de Klak era da velha geração e é certo que odiava os medicamentos, mas todos aqueles que alguma vez estiveram nos seus pombais confirmaram que a saúde dos seus pombos era invejável, durante todo o ano, Klak inclusivamente não sabia o nome das doenças mais comuns ou medicamentos, no entanto sabia que o pombal era responsável pela saúde dos seus pombos.

 

O Pombal por Suposto

 

Eu mesmo, frequentemente sinto pena por todos aqueles ambiciosos companheiros no desporto, que não estão informados sobre a importância de um bom pombal. Alguns não podem parar de comprar bons pombos e colocá-los nos seus fracos pombais, o que não tem sentido. Pode-se comparar isto com os humanos, se trabalharem num ambiente no qual não se sintam bem, não funcionam. Se o clima numa aula não é agradável, o professor não se sentem bem, e as suas aulas serão más e aborrecidas.

O bem-estar contribuirá para uma melhor saúde e esta para melhores resultados, tanto em humanos, como em animais e obviamente pombos.

Como deveria ser um bom pombal é bem conhecido: seco e quente, com abundância em oxigénio e sem correntes de ar, mas o problema é que factores esternos, como o clima exterior têm um grande papel. Portanto um pombal que é mau em cima de um telhado, pode ser bom num pátio rodeado por árvores ou construções. Um pombal bem ventilado pode ser bom quando está quente e tranquilo, mas o mesmo pombal pode tornar-se mau com tempo frio e ventoso.

Algumas pessoas admiram-se como a condição dos pombos tanto no mesmo pombal e com o mesmo cuidado, em poucos dias. Em muitos casos a explicação é uma mudança de tempo.

 

Um Problema

 

Agora deve ser claro que os pombais que sejam bons para em sítios diferentes e sobre todas as circunstâncias, não existem.  Um bom pombal numa zona tropical não é apto para alojar pombos na Europa do Oeste. Um pombal aberto e ventilado pode não ser confortável para pombos, em países como a Bélgica, devido ao seu clima frio e ventoso. Na Holanda e Bélgica, os pombais são bastante fechados, portanto estes seriam maus para pombais nos trópicos. É obvio que um pombal não necessita ser luxuoso, os pombos não são conscientes disso. Pombais exorbitantes são agradáveis para o columbófilo, mas “exorbitantes para os humanos”, não significa necessariamente bons para os pombos, é isto que quero dizer.

Se as condições climatéricas fossem mistas, dia e noite durante todo o ano e em qualquer lugar do mundo podíamos ser capazes de desenhar um pombal perfeito, mas já que isto é uma ilusão, são os columbófilos que devem ter a iniciativa. Os pombos em todo o mundo necessitam viver num bom pombal, para conseguir uma boa forma.

Acredita que os grandes campeões na Holanda preocupam-se tanto com os seus pombais, como com a qualidade dos seus pombos?

 

Mais que Palavras - Parte II 19-08-2007

MAIS DO QUE PALAVRAS (2)

Meios para prevenir doenças
Os columbófilos da velha guarda queixam-se frequentemente que, em relação ao passado, cada vez é mais difícil manter os pombos com boa saúde.
E estão certos.
Os pombos que criamos nos dias de hoje têm mais falhas de saúde natural e de imunidade do que noutros tempos e são mais vulneráveis a ataques de bactérias e viroses de todas as espécies.
É certo que essas doenças também existiam antigamente, mas então raramente apareciam, os columbófilos nem conheciam os termos para as identificar como agora o são.
“Como aparecem as doenças?” Podemos imaginar?
É a forma como acompanhamos os pombos, certamente. Os progressos científicos, permitiram vencer doenças que no passado não podiam ser combatidas, então que não existiam veterinários especializados nem tampouco medicamentos específicos. Se um pombo adoecesse era o seu fim na maior parte dos casos. Era a sobrevivência dos mais dotados! Era chegar à imunidade de forma natural!
Quanto mudaram as coisas? Especialmente no que se refere à tricomoníase, E. coli, Adeno, Circo vírus e Salmonelas, que são agora um pesadelo para alguns.
A Paramixo é outra “nova” doença (o primeiro surto epidémico apareceu em 1984 na Bélgica), mas não é problema desde que apareceram as vacinas.
Controlar a Tricomoníase e Adeno, é uma tarefa difícil. No caso da tricomoníase, aparecem notícias da sua alarmante resistência e Adeno pode atacar qualquer pombo de qualquer colónia. A única coisa que podemos fazer em caso de Adeno é rezar.
Assim, podemos concluir que temos que pagar um preço pelo progresso que a ciência alcançou.

Não podemos voltar atrás
E as más notícias é que não podemos voltar atrás; podemos apenas fazer as coisas menos mal, reduzindo o uso de antibióticos o mais possível.
Tanto quanto possível não quer dizer “totalmente”, certamente, mas está na hora de olharmos para as consequências com cuidado.
Dou um exemplo: No mesmo pombal e com os mesmos cuidados, dois borrachos ficam doentes e os restantes mantêm-se saudáveis. Devemos separá-los e medicar apenas os borrachos doentes? Medicar todos o pombos para curar dois, seria um grande erro.
Poderemos comparar a situação com os humanos.
Digamos, temos uma sala de aula com 30 estudantes. Se dois deles tiverem uma dor de cabeça, só um maluco daria a cada um uma aspirina.

Contactos
Os principais factores que põem em perigo a saúde dos pombos, são:
a. Contacto com outros pombos.
b. Pombos a mais num pombal.
c. Stresse.

O factor, de entre estes três, que mais põe em perigo a saúde dos pombos, será o contacto com outros pombos (a) que estão em constante tratamento, por se apresentarem doentes com frequência. Quando se mudam de um lugar para outro, tanto humanos como os animais, podem transportar bactérias, fungos, vírus e parasitas.
Os pombos são diferentes do gado já que para os pombos-correio literalmente não existem fronteiras. Dada a natureza do nosso desporto, o melhor que poderemos fazer para evitar a propagação das doenças é não permitir que no meio de pombos sãos permaneçam pombos doentes; desta forma protegeremos os pombos sãos dos repetidos ataques, a que podem estar sujeitos, dos agentes patogénicos.
Para além disso, devemos tentar implementar o sistema imunitário, mas sabemos que tudo tem limites. Por vezes, não teremos outra hipótese a não ser tratar os pombos afectados com medicamentos. Num bando, qualquer pombo pode ter vermes, mesmo o melhor pombo do mundo pode ter vermes!
As raízes do desporto columbófilo surgiram na Bélgica e às vezes o povo diz que as boas coisas e as más vêm da Bélgica.
Tomem a paramixovirose como exemplo. Os primeiros focos apareceram na Bélgica, propagando-se então pelos países periféricos e depois através de todo o mundo.

Excesso de pombos no pombal e stresse
O excesso de pombos num pombal e o stresse são outras causas de uma série de perturbações.
Os columbófilos já estão avisados, mas os mais teimosos continuam a ter colónias grandes, muitas cestas de transporte e muitos pombos. Quando vejo uma cesta com excesso de pombos, digo para comigo que não pode ser um cesto dum campeão ou que nunca virá a sê-lo.
E essa situação é também muito stressante para os pombos.
Na Europa Ocidental, os focos de Adeno e E. coli (agora conhecidos como “doença dos pombos novos” tornaram-se frequentes e já são considerados normais), acontecem nos pombos novos depois dos primeiros treinos.
Isso é devido ao stresse, dizem os cientistas.
“Interrogamo-nos. Porque será que os pombos novos, no passado, não ficavam doentes?” Um dos factores, pensamos, pode ser o excesso de pombos nas cestas!
A resposta é que o sistema imunitário, no pombo actual, está enfraquecido. O abuso de medicamentos resulta em novos e mais resistentes agentes patogénicos e aparecem variantes mais resistentes que os antigos.
A ciência desenvolveu medicamentos para curar doenças e não para fazer campeões!

Outras ameaças
Um número excessivo de pombos pode ocasionar problemas sanitários no bando. Para além disso, devemos estar alerta quanto à presença no pombal de ratos e ratazanas.
Estes animais, são transportadores de diversos agentes patogénicos, passeiam sobre a ração, comem alguns grãos, urinam na ração e são, portanto, uma séria ameaça de contágio de diversas doenças.
Investigadores germânicos demonstraram já que os ratos são a principal causa das salmonelas; por isso, não devemos permitir que esses pequenos roedores entrem nos pombais.
Os ratos e ratazanas aparecem onde existir comida, não obstante, há columbófilos que parecem não dar grande atenção ao risco que os pombos correm permitindo a presença desses animais no pombal e zonas adjacentes.

Perplexidades
Como já disse, não podemos ignorar o progresso que a ciência permitiu. Não é possível voltar atrás e, às vezes, temos mesmo que recorrer à medicina.
Todos devem saber: os medicamentos devem ser administrados apropriadamente.
Alguns columbófilos fazem só metade do que devem fazer; dão a medicação em dose mais pequena ou durante menos dias do que está indicado. Em medicina o “não suficiente” pode ser mais prejudicial do que o “demasiado”.
“Acabem a cura”, é o que os médicos dizem às jovens mães quando um bebé adoece.
Em casos de dose insuficiente, o agente patogénico (bactéria ou viroses) desaparece, mas regressa talvez mais forte.
Quando se aplica de novo a medicação, o agente patogénico tremerá, mas no fim… ficaremos perplexos ao constatarmos a dificuldade em controlar a doença…

 

Método da Viuvez 18-08-2007
Como é do vosso conhecimento existem dois grandes sistemas para jogar os pombos - a Viuvez e o Natural.
Depois destes ou entre estes dois sistemas, utilizando elementos de um ou de outro, combinados com maior ou menor perspicácia, existem ainda vários outros sistemas a que chamarei “Menores” olhando ao facto de que são praticados por mais escasso número de columbófilos.
São exemplos destes sistemas menores, a viuvez das fêmeas, a semi-viuvez, o celibato, “os pombos individuais”, etc. Dentro mesmo da viuvez, em sentido amplo, e do Natural, tomado na mesma acepção, existem mil e uma variantes. Não pode porém, ser pretensão deste pequeno trabalho uma referência a tais variantes porque tal implicaria um estudo demasiado extenso e não compatível com os moldes que propositadamente escolhi.
Conforme tenho podido observar, é preocupação dominante no nosso meio o conhecimento, pelo menos nas suas linhas gerais, do que constitui “0 SISTEMA DA VIUVEZ”.

Grande parte dos nossos amadores apenas conhece por alto essas linhas gerais e esse desconhecimento quase total leva-os a seguir com ansiedade os resultados obtidos pelos poucos viuvistas que voam seus pombos neste método. Direi mesmo que o fazem, esperando assistir a um fracasso total das suas colónias para que depois possam respirar aliviados das suas consciências o peso que nelas sentem, ditado precisamente pela circunstância de não conhecerem a fundo o sistema.
Eu pretendo, por conseguinte, e oxalá o consiga, dar uma noção de conjunto do que constitui a viuvez, e oxalá consiga também esbater a crença um tanto arreigada, de que o nosso clima não se coaduna com o jogo dos viúvos.

A viuvez é hoje, o sistema rei em todos os países evoluídos em matéria de columbofilia. Há mais de 60 anos que se pratica na Bélgica, pátria do nosso Desporto, e há pelo menos 50 anos também que se pratica no nosso próprio País, principalmente no norte de Portugal. Já vai longe o tempo em que ela era apanágio de meia dúzia de privilegiados que, descaradamente, exploravam ao máximo os seus confrades numa luta com armas desiguais, procurando por todos os meios evitar que o seu “segredo” fosse divulgado. Hoje toda a gente pode saber como se faz a viuvez e toda a gente a pode fazer. E, se em quase todo o mundo columbófilo ela se pratica, por que razão haveremos nós de constituir uma excepção?
Não vamos, assim o julgo, cometer a vilania que acabo de apontar, deixando que os outros abram por si os olhos, aproveitando a sua ignorância ou descrença para os irmos vencendo implacavelmente? Não o devemos fazer. Para obter sucesso a longo prazo em Columbofilia é preciso atender com todo o escrúpulo aos quatro factores seguintes: Saúde, Acasalamento inteligente e bem conduzido, Criação sem defeitos, Jogo bem planeado e planos rigorosamente seguidos.

E agora perguntar-me-eis: Mas que tem o acasalamento e a criação a ver com a viuvez? E direis, convencidos. que “o que é preciso é puxar pelos pombos, obrigá-los a vir á frente dos seus antagonistas”. E eu responderei que sem saúde e sem borrachos fortes e desenvolvendo-se na perfeição nada se pode fazer. Todos estes factores estão intimamente ligados e aquele que quer verdadeiramente ser columbófilo, em toda a acepção da palavra, tem de o querer ser em todos os dias do ano.
Vejamos um exemplo: Para um pombo vencer uma prova, tem de estar em forma ou em super forma.
Sem a saúde esta não é possível. E a saúde é consequência directa da constituição física do pombo depois de lhe serem prodigalizados todos os cuidados indispensáveis. A constituição física do pombo é o resultado do processo do seu desenvolvimento progressivo e inalterável desde o momento que sai do ovo, ou recuando ainda desde a data em que se dá a fecundação do óvulo. E a fecundação só pode ser garantia de produtos perfeitos, equilibrados, sem taras, se os pais possuírem já de si todos esses requisitos e além disso no momento dela se dar, se estiverem em perfeito estado de saúde.

E aqui tendes como voltamos sempre ao ponto de partida.
Vejamos então onde devemos canalizar com maior intensidade as nossas atenções:

AS INSTALAÇÕES:

Para jogar convenientemente na viuvez deve possuir-se um pombal que comporte, polo menos, três compartimentos. Estes destinar-se-ão: um, aos machos viúvos, outro aos reprodutores e borrachos, do onde podem também ser jogados alguns pombos ao natural, e outro, o terceiro, as fêmeas viúvas. Este é a meu ver, a mínimo dos mínimos, porque o ideal será possuir 5 compartimentas: um para viúvos, outro para reprodutores e natural, outro para borrachos separados, outro ainda, no género “voliére” para as viúvas e um último, pequeno, destinado a lazareto.

0 pombal deve ser construido de forma a que no seu interior se possa garantir um arejamento perfeito, sem correntes do ar, como é evidente, e uma temperatura o mais possível sem rápidos desníveis durante as 24 horas do dia. Tudo isto se pode conseguir com entradas do ar indirectas, por exemplo, com persianas, com uma caixa do ar em toda a volta do pombal e maior em cima do que dos lados. Um bom processo do se obter uma larga extracção do ar viciado de dentro do pombal é o da colocação duma chaminé no telhado.
Além disto, o pombal deve ser bem seco e bom exposto á luz, bem banhado pelos raios solares. 0 chão, de preferência, deve ser em madeira a afastado do solo o suficiente para que esta se mantenha sempre seca. No soalho, também, devem ser evitadas as frinchas, pelos vários inconvenientes que delas podem advir, dos quais o menor não é com certeza o das correntes do ar que originam.
Entre nós, principalmente durante a época dos concursos, há mudanças bruscas e muito acentuadas do temperatura entre a noite e o dia. De dia, podemos ter um calor superior ao dos melhores dias do verão europeus, mas de noite, com a queda da cacimba, temos um arrefecimento brusco e muito pronunciado. Todos nós conhecemos os efeitos nefastos que estas mudanças produzem no nosso organismos quando a elas nos expomos. Ora, os nossos pombos são seres vivos tal como nós e, mais do que nós ainda, sensíveis ás alterações bruscas da temperatura. Sem obviar a este terrível inconveniente, não é possível obter a forma num pombal do viúvos. Eu creio, porém, que em grande medida, o forro, principalmente no tecto, pode resolver o problema, que é, repito-o, dos mais graves, para a columbofilia em geral, e para a sistema do viuvez, em particular, em regiões com condições climatéricas idênticas ás do nossa.
Os casulos para a jogo do viuvez devem ser amplos (á volta de 75x45x40cm) fáceis do limpar e devem poder ser divididos ao meio, com uma divisão móvel que permita, quando o jogo o exigir, separar macho e fêmea, de forma a que estes se possam ver e acariciar, mas não possam ter contactos sexuais. Não são necessários luxos, porque estes em nada contribuem para a melhoria do rendimento desportivo, mas sobriedade e, muito essencialmente, tudo a que facilite a limpeza e mais cuidados de higiene.
A entrada dos pombos deve ser ampla, rasgada e, tanto quanto possível sem obstáculos. 0 pombo viuvo é um desesperado que dá tudo quanto pode para se encontrar com a sua fêmea, no ninho que lhe pertence, mal aviste o pombal ou as suas imediações, todas as suas forças, mesmo que sejam as últimas, são concentradas no sentido do entrar a mais depressa possível. Por vezes a próprio tratador não chega a ter tempo do fazer uso do apito porque a entrada é tão rápida quase como o pensamento.

Esta característica da viuvez é sem duvida das que mais têm contribuído para conquistar adeptos para o sistema. E não tenhamos ilusões: se num bando do 20 pombos, vier um viúvo contra 19 ao natural, o viúvo bate todos os adversários na entrada. E hoje, que a columbofilia evolui, que em todos os pombais aparecem bons voadores e que em todos as concursos há sempre bastantes pombos em forma, o final da prova, o “sprint” e a entrada são decisivos para a classificação. Por vezes, até nas grandes provas de fundo, a entrada rápida dá acesso aos melhores lugares. É vulgar verificar-se tal facto nas provas internacionais, por exemplo, quando são disputados os concursos distritais e nacionais; a até mesmo nós, não obstante o reduzido contingente que encestamos nas grandes distancias, já tivemos a oportunidade de verificar na prática esta verdade.
Já vai longe o tempo em que “segundos” não interessavam, em que os pombos chegavam e entravam calmamente no pombal, quando não eram apanhados por engenhos complicadíssimos como se se tratasse de aves selvagens que tivessem de ser caçadas em plena Natureza.

A localização do pombal é também um pormenor a ser estudado com todos os cuidados. Aquele deve estar situado em local o mais possível calmo, limpo, sem vizinhanças que por qualquer forma possam prejudicar a saúde dos pombos, como esgotos, fumos do chaminés, etc. Nos suas imediações não deve haver obstáculos que dificultem a evolução das aves nos seus treinos diários.
Deve ter a entrada orientada para nascente, norte ou poente, ou qualquer ponto colateral ou intermediário compreendida entre estes. Fujamos do sul ou sudoeste pois são as mais expostos ás intempéries e que menos possibilidades dão do sol entrar no pombal. Note-se que quando digo a “entrada” refiro-me àqueles pombais do modelo clássico que são utilizados entre nós e em que à entrada corresponde o lado do pombal por onde entra também a luz e o sol.

Por último, encerro estas considerações a propósito das instalações com umas breves palavras sobre higiene. Esta é fundamental, é básico, e todos os cuidados que se possam despender pare que ela seja mantida nunca são demais. Com um pombal bem construído, bom localizado e orientado, que se mantém escrupulosamente limpo, está dado o primeiro passo para vencer nos concursos.
Se obtivermos bons pombos, do boa origem, para o nosso pombal modelo e os alimentarmos racional e convenientemente, teremos dado outro importante passo. Que não haja também ilusões neste capítulo. Com maus pombos ou mal alimentados, também não há sistema, por melhor que seja, que os faça regressar mais rapidamente, esta é uma verdade axiomática que se impõe a qualquer principiante. Pena é que na maior parte dos casos estes se vejam forçados a perder alguns anos a aprender (à custa de muitos dissabores) para depois poderem realmente saber escolher os bons pombos.

A ALIMENTAÇÃO:

Este capitulo é dos que mais amplamente têm sido tratados nos obras da especialidade. De tudo o que tenho lido e podido verificar, posso concluir que o único ponto assente e não sujeito a controvérsias é o seguinte: o regime alimentar deve ser equilibrado, deve procurar fornecer aos pombos as energias de que necessitam, consoante o trabalho que têm de realizar, mas deve, acima de tudo ser constituído, no que diz respeito às sementes que o compõem, por grãos de óptima qualidade, muito sãos, sem cheiros, com elevado poder do germinação e escrupulosamente limpos. É de aconselhar, caso necessário, de lavar as sementes e deixá-las depois secar durante muitas horas ao sol. Mesmo assim, não podemos ter a certeza do estar a utilizar grãos de óptima qualidade mas já temos, pelo menos, feito aquilo que estava ao nosso alcance.

Quanta ás percentagens a utilizar na composição das rações devo dizer que já vi autoridades no assunto recomendarem uma ração quase só à base de leguminosas e outras, com não menor cotação, recomendarem o mesmo quanto aos cereais. Eu já experimentei das duas maneiras e os resultados foram sensivelmente os mesmos, mas reconheço a superioridade duma ração composta na sua maioria por cereais.
0 problema, de resto, é muito vasto a eu não posso de forma nenhuma passar do ligeiras considerações. E para abreviar, apenas quero chamar a atenção para o que diz respeito à utilização das sementes oleaginosas e um ou dois aspectos mais. As oleaginosas que temos ao nosso alcance são a colza, a linhaça e o girassol, e devemos utilizá-las em muito pequena escala visto que o nosso clima não se compadece com outro procedimento. De todas a que me parece mais inofensiva é o girassol. Utilizemo-lo por exemplo, numa percentagem de 5% durante a muda. A linhaça, deixemo-la pare as ocasiões em que submetemos as pombos a dieta ou a um regime depurativo, e a colza vamos apenas lançar mão dela com infinitas cautelas, nas vésperas dos encestamentos, quando for preciso dar uma chicotada na forma, que teima em não se revelar de alguns viúvos.

Se alimentarmos com cuidado durante todo o ano sem excessos, procurando ter sempre os pombos sob uma ponta do fome (a que nos permite encher-lhes o papo na refeição da tarde e deixá-los ao mesmo tempo sempre na ilusão de que não comeram tudo o que tinham na vontade) teremos as nossas aves disciplinadas, saudáveis, bem mudadas e aptas a iniciar com êxito quer a criação quer a época dos concursos, (não devemos esquecer, também, o preceito altamente higiénico de, de tempos a tempos dar um dia de jejum completo a toda a colónia; claro está que nesse dia as aves não devem fazer qualquer espécie de exercício).

Tenhamos à disposição dos nossos pombos sempre, ou melhor ainda, durante uma ou duas horas por dia, “grit”de todas as espécies que possamos obter, bloco salgado ou, na falta deste, sal refinado, carvão vegetal, tijolo e areia da praia. Vamos também servir-lhes, dia sim, dia não, verdura migada. Depois de se habituarem a ela, comem-na tão depressa como a ração de grãos. E, por verdura, entendo: couve (as talos do couve), cenoura, cebola, espinafres, alface, agriões, etc. Misturemos tudo e se quisermos, podemos até acrescentar-lhe uma pitada de sal refinado.

Outro importante elemento que se pode juntar á ração de grãos é o das sementes germinadas, com especial relevo para a trigo, muito rico em vitamina E. A água deve ser limpa e fresca, nem quente nem gelada. Os bebedouros devem ser limpos do cada vez que são utilizados e escaldados pelo menos uma vez por semana. Se quisermos desinfectar a água das coccidias, que principalmente no tempo húmido muito se propagam através e quisermos deste veiculojuntemos algumas gotas de vinagre á água, mas paremos do tempos a tempos. 0 bebedouro não deve , permanecer no pombal fora das horas das refeições. Os pombos depressa se habituam a beber apenas na altura em que comemisso só os pode beneficiar debaixo de todos os aspectos, além de que evitamos que bebam a água , e suja do poeiras ou outros detritos que necessariamente acabam por lá ir parar.
Problema grave que nós por vezes também temos é a da pobreza da água que utilizamos. Como obviar a este inconveniente? É difícil encontrar a termo exacto mas tentemos, PROCURANDO SEMPRE NAO CAIR NO EXAGERO. Durante a muda, principalmente, podemos dar água ferruginosa e acrescentar-lhe também, uma ou duas vezes, por semana, um pouco de fosfato de cálcio. E ainda (eis-nos chegados a um ponto nevrálgico) podemos também adicionar-lhe vitaminas, ou melhor, um
complexo de vitaminas rico em cálcio, vitamina A, B1, B2, C e D. 0 ideal será servir um complexo expressamente preparado para pombos mas, na falta deste, utilizemos mesmo outro qualquer como o Protovit, a Polivitaminico, a Varimine ou outros. Nunca exageremos, porém, porque a excesso de vitaminas pode ser tanto ou mais nocivo do que a avitaminose. E se não fosse o saber que as sementes que temos no mercado não são necessariamente do melhor que há e que a água de algumas cidades, como já disse, muito pobre em elementos minerais, eu não falaria sequer em vitaminas.

Preconizar-vos-ia, sim, um regime como se segue de harmonia com o que prescreve o escritor columbófilo belga Leon Petit: alimentação variada e racional; uma ração de legumes dia sim, dia não, o sumo dum limão de 15 em 15 dias; no principio do tempo frio, duas gotas de óleo do fígado de bacalhau por cabeça e por dia durante duas ou três semanas. E trigo germinado durante todo o ano. Desta forma, os nossos pombos teriam tudo do que precisam para se manter saudáveis e em forma na altura em que a forma fosse necessária.

Para encerrar estas notas breves sobre a alimentação, quero chamar-vos a atenção para o seguinte: Quando fornecerdes sumo do limão ou de laranja, ou vitaminas, aos pombos, fazei-o através da água, num bebedouro muito limpo e, de preferência, em vidro, a nunca utilizeis a mesma água dumas refeições para as outras porque as vitaminas depressa se alteram.
Ocorre-me ainda, para finalizar, um outra elemento de muita utilidade, principalmente na época dos concursos - o açúcar. Este é o alimento dos músculos, como dever saber. Há grandes campeões que o dão durante todo o ano, quer sob a forma de glucose, quer de açúcar cristalizado, ou ainda de mel das abelhas. Eu tenho uma especial predilecção por este último que é considerado pela grande maioria como um tónico excelente. Mas cuidado também com o açúcar porque este, em excesso, desmineraliza, descalcifica.

RAÇÃO DE VOO:

“Uma mistura comercial de concursos”. É muito corrente na Bélgica a utilização, mesmo por grandes ases, destas rações já encontradas prontas no comércio. Entre nós tal facilidade não existe e eu vou dar-vos á escolha 3 tipos de ração de voo, das quais podereis escolher consoante os vossos gostos. Ireis ter oportunidade de evocar as considerações que já aqui teci acerca da composição das rações.

1º Tipo de ração de voo, deve ser a seguinte:
Fava (ou feverol) – 10%; Ervilha – 10% ; Ervilhaca – 6%; lentilha – 5%; Milho – 20% ; Trigo –20%; Cevada – 5%; Dari – 5%; Girassol – 5%; linhaça - só á 2ª feira; Colza –5%; Cânhamo –5%; milho alvo – 5%.
Temos portanto 30% de leguminosas, 55% de cereais e 15% de oleaginosas.

2º Tipo de ração de voo (de combate):
Ervilha – 31,5%; Feverol (fava) – 10,5%; Ervilhaca – 15,7%; Dari – 10,5%; Cevada – 10,5%; Trigo– 10,5%; Girassol – 10,5% .
Nesta ração há uma diminuição considerável na percentagem das oleaginosas em relação à anterior, visto que apenas estabelece 10,5% destas sementes; e há de notável o facto de não utilizar milho de espécie alguma. Estabelece pois 57,7% de leguminosas e 31,5% de cereais. Precisamente o contrário da anterior.

3º Tipo de ração de voo (ração básica - (destinada a ser completada pala utilização de mel na água ou Leite açucarado de forma a que cada pombo receba por dia 2 gramas de açucar, por verdura variada, trigo germinado e óleo de fígado de bacalhau, na dose do 2 gotas por pombo e por dia):
Ervilhaca nova – 55%; Feverol ou fava – 10%; Trigo – 5%; Milho – 10%; Cânhamo – 6%; Arroz c/casca – 10%; Milho alvo – 4 %.
E, assim temos nesta ração, cuja utilização é cientificamente garantida, onde vem incorporada 65% de leguminosas; 29% de cereais e 6% de oleaginosas.

Se eu me dispusesse a citar-vos tudo o que tenho visto e lido sobre este fundamental problema de alimentação, não sairíamos daqui hoje e, o que é pior, chegaríamos á conclusão de que “cada cabeça cada sentença”.
Deixo por conseguinte ao vosso critério, a escolha do tipo de ração, e desde já podeis ficar certos de que se respeitardes as normas que vos dei, de estabelecer uma ração variada, limpa e escrupulosamente sã, não é ai que deves procurar as causas dos insucessos, se os vierdes a ter.

E eis-nos em frente de mais dois dos quatro factores do sucesso que de inicio apontei ...

ACASALAR E CRIAR :

Vamos passá-los em conjunto e ver sucintamente os seus aspectos fundamentais.

Os nossos pombos devem estar preparados para a viuvez por uma longa e dura separação. Eu considero este ponto essencial. 0 clima nos meses da grande muda, é altamente propício à procriação e se não separarmos os sexos, corremos o risco do vermos os machos numa interminável caça ao ninho e as fêmeas esgotando-se em posturas inúteis. É evidente que há outro processo muito seguido no norte da Europa, e que consiste em obrigar os pombos machos e fêmeas a permanecer todo o dia fora do pombal, onde só passam a noite e onde claro está, não possuem senão poleiros individuais. Mas entre nós, com o calor e humidade dos meses do Dezembro a Março, parece-nos bastante duro submeter a colónia a esta prova.
A separação dos sexos, por conseguinte é o melhor e mais seguro meio de se obter uma boa muda e um repouso eficaz. Mas, cuidado com os intervalos que alguns columbófilos introduzem nesta separação. 0 nosso clima tropical não favorece essas interrupções lúdicas e normalmente elas traduzem-se num acréscimo de excitação que só é prejudicial. Isso pode e deve até fazer-se nos dias mais frios de Inverno para elevar um pouco o moral dos pombos. Mas entre nós, a realidade é outra e, frio a sério nunca o temos na época da separação.

Portanto, após o fim da Campanha, vamos reacasalar os nossos viúvos, deixá-los criar uma vez e separá-los depois, definitivamente, quando tiverem novamente choco de 10 ou 12 dias.

Desta forma, como dizia, com os pombos preparados por uma longa separação, a que foram submetidos também os reprodutores, onde os houver, vamos pensar em reacasalá-los. De antemão devemos saber quais as fêmeas que destinamos aos melhores machos, já devemos ter os casais prontos no papel. Oito dias antes da data escolhida, coloquemos os ninhos no pombal, se os tivermos de lá retirado, e demos a cada pombo o casulo que preferir. Durante este período de oito dias, os pombos devem familiarizar-se perfeitamente com o ninho que lhe foi destinado pelo que o ideal é começarem já a beber e a comer lá dentro, sistema que entendo dever ser seguido durante toda a campanha. É claro que só devem ficar no pombal de voo os futuros viúvos, para evitar que quaisquer outros venham criar problemas como lutas pela posse do ninho que tantas vezes acabam com as principais rémiges partidas.
Reforcemos a alimentação de machos e fêmeas com sementes pequenas e aumentemos mesmo a percentagem de trigo germinado na ração.

No dia que escolhemos e que, como veremos adiante, tem de ser determinado em função da data que marcamos para o início da viuvez, preparemos tudo com antecedência - limpeza, alimentação de machos e fêmeas, ninhos com alguidares já devidamente guarnecidos da cama que utilizarmos. A propósito desta última, devo dizer que, agora, utilizo a areia fina e bem seca, mas que durante muitos anos, utilizei a serradura de pinheiro, e confesso que não conheço coisa melhor - absorve maravilhosamente a humidade das fezes dos borrachos, é quente, macia e contribui para o afastamento dos parasitas por causa do cheiro da resina. Levemos então, as fêmeas para o pombal dos machos. Escolhamos, para o fazer, às 4 horas da tarde. A festa que depois se segue, se todos os pombos foram tratados convenientemente, é dos espectáculos mais interessantes que podemos presenciar no decurso do ano, mas é altamente fatigante para os machos e provoca um grande desgaste de nervos. Por isso mesmo, o conselho que dou de juntar os sexos apenas uma hora antes do pôr do sol. Com o cair da noite todos ou quase todos os casais já estão em perfeita harmonia. Durante dias que se seguem, até ao aparecimento do 1º ovo, e que devem ser 8 ou 9, vamos tentar controlar as aproximações sexuais e para isso vamos durante quase todo o dia, baixando a divisão dos casulos. Poderão assim passar o dia lado a lado mas manter os machos separados das fêmeas sem se esgotarem inutilmente. Interrompamos no entanto, esta separação durante duas horas - uma de manhã e outra ao fim do dia. Isto é mais ,do que suficiente para a fecundação. Podemos aproveitar também esta altura para ir disciplinando os pombos no que diz respeito a entradas - nunca os soltemos juntamente com as fêmeas. Na hipótese contrária corremos o risco de os vermos absolutamente desinteressados do pombal e do dono que os chama contrariado, e para quem eles nem sequer olham porque todas as suas atenções estão concentradas no mais pequeno movimento das fêmeas que perseguem sem cessar.

Outro pormenor que interessa respeitar, porque é fundamental e porque, no que diz respeito aos reprodutores, é garantia dum índice elevado de natalidade dos borrachos, é que toda a colónia deve ter sido preparada sob o ponto de vista sanitário, com um combate eficaz às principais doenças - coccidiose, tricomoniase, paratifose e difteria - quer através do tratamento preventivo adequado, quer através das vacinas aconselháveis. Este pormenor aliás, tanto é válido no que diz respeito aos futuros borrachos, pois só assim, como já disse, podemos confiar neles como no que respeita ás prestações dos nossos pombos durante o decorrer da campanha.

É essencial para uma saúde brilhante e sem esta, repito, não aparece a forma.

Vejamos agora, separadamente, como se devem passar as coisas conforme criamos ou não antes do inicio do jogo, e o que dissermos para o primeiro caso é também aplicável no tocante ao tratamento dos reprodutores, salvo, no que diz respeito a estes, que o ideal é deixá-los o mais possível à vontade e em liberdade, sempre que tal se possa fazer sem prejudicar os outros pombos.
Dizia há pouco que as posturas se devem fazer normalmente, isto é, dentro de 8 ou 9 dias após a junção dos sexos. Acontece porém, por vezes, que algumas fêmeas novas tardam a pôr. 0 ideal é, portanto, destinar ao papel de viúvas apenas as fêmeas que já tenham criado, alguma vez porque são mais regulares na postura. Mas, se tal não for possível, sempre que tenhamos uma fêmea renitente a pôr, passemo-lhe ao fim do dia um ovo quente e húmido. Normalmente o macho aceita-o sem dificuldade. Após dois dias passemo-lhe o 2º ovo e o choco inicia-se sem incidentes.
Arranjemos, em seguida, as coisas do forma a ter um borracho em cada ninho, aproximadamente na mesma data. Eu penso que o melhor é tirar este borracho sem submeter os pombos a provas, deixando-os, portanto, apenas entregues aos cuidados da criação. No entanto, se o tempo de que dispusermos (atentas ás razões que atrás indiquei - o inicio da campanha pouco depois do fim da muda) não for muito, vamos iniciar os treinos sobre este borracho. Depois podemos proceder de duas formas: ou metemos os pombos já na viuvez sobre o borracho, ou deixamos vir a 2ª postura e esperamos para o fazer, 10 ou 12 dias de choco.

No primeiro caso, quando o borracho já recebe grãos, retiremos a fêmea do pombal ficando o macho sozinho com o filho. Mas cuidado com a alimentação do macho para, que este não enfraqueça.

Podemos, também, sempre que soltamos os machos para o treino em volta da pombal, introduzir as fêmeas no pombal depois de previamente as termos deixado comer e beber á vontade. Elas apressar-se-ão a despejar tudo o que comeram no papo dos borrachos e os pais quando entram já não têm um trabalho tão pesado a suportar.

Pode-se, pois, jogar os machos viúvos com o borracho durante umas 2 semanas. No 3º concurso, no regresso já encontrarão a fêmea em vez do filho, e a viuvez entra no seu ritmo normal. As fêmeas, porém, devem ter sido fortemente excitadas para esta primeira entrevista e nem sempre é fácil conseguir esta excitação num ou dois dias.

Quanto aos borrachos, futuro do pombal, procedamos com eles da seguinte maneira: A partir dos 4 dias de idade, e até aos dez dias, reforcemos a ração com leguminosas - fava, ervilha, Ervilhaca, por exemplo. Separemos aos 25 dias à noite, depois de terem o papo cheio. Nunca separemos um borracho sozinho. No primeiro dia de separados, só comem á tarde e, como estão já sem receber alimento há 24 horas, aproveitamos logo para os obrigar a comer primeiro as sementes maiores, como a fava que é muito útil neste período de vida dos borrachos. Devemos aproveitar também, para os ensinar a comer grit pois há pombos que nunca o comem por nunca lhe terem conhecido o paladar. Quanto à água, basta pô-la á sua disposição e observar. Se algum demora a beber, peguemo-lhe e introduzamo-lhe a cabeça no bebedouro. Beberá logo sofregamente e nunca mais esquecerá a lição. Neste primeiro período de separação, podemos também dar-Ihes um pouco de óleo de fígado de bacalhau, com timol a 5%, muito útil para combater a coccidiose. Comecemos por uma gota por dia e por cabeça e, ao fim de uns dias, passemos a 2 gotas, até ao mês e meio, dois meses de idade.

Logo que seja possível, ponhamos os borrachos fora do pombal, para se irem habituando ao exterior. Nas primeiras vezes em que saem, por via de regra, voltam-se e entram novamente, mas depressa tomam o gosto pelo ar livre e quando alguns dias mais tarde levantam voo, já é raro perderem-se. Deixemos pois os nossos borrachos fazer vida de exterior até terem aproximadamente 3 meses. Nesta altura, comecemos a fechá-los e a submete-los aos treinos diários para os disciplinarmos.

Se fizermos a viuvez apenas com choco, procedamos como se segue:
Deixemos a 1ª postura durante uns 10 dias no ninho. Se houve fêmeas atrasadas a pôr, já sabemos como remediar o inconveniente.. Ao fim destes dez dias, separemos os sexos durante uma semana. Juntemos depois novamente. Desta vez, já todas as fêmeas devem pôr com regularidade. Deixemos chocar até aos 10, 12 dias e paremos então de vez. Podemos arranjar as coisas de molde a que este prazo coincida com um encestamento. No regresso, os machos só terão o alguidar e um ovo. Chocam até abandonar. Voltemos então as tigelas ou, retiremo-las do pombal, o que considero melhor, deixando apenas aos viúvos um pequeno cepo para lhes servir de poleiro.
Este poleiro todavia, já se deve encontrar no ninho há bastante tempo e eles já devem estar habituados a empoleirar-se sobre ele: caso contrário corremos o risco de os vermos assustados e fugidios. Durante o choco devemos aproveitar para tornar os machos o mais possível sociáveis porque depois de viúvos, tornam-se em regra ferozes. Não admira - falta-lhes tudo e estão mais excitados.
Há columbófilos que aproveitam o período do choco ou da criação para jogarem também fêmeas dos futuros viúvos. Eu considero esta maneira de proceder perigosa por duas razões: primeiro, porque se corre o risco de perder alguma fêmea; segundo, porque o macho deve habituar-se desde sempre a encontrar a sua fêmea no regresso a casa, e neste caso pode suceder algumas vezes que tal não aconteça por a fêmea se ter atrasado. É pois preferível não jogar as fêmeas, mesmo porque no caso de alguma se extraviar é difícil depois remediar a perda e machos há, até que teimam em não aceitar novas companheiras. Por isto mesmo, as viúvas devem ser aquelas fêmeas acerca das quais não alimentamos grandes esperanças para não, nos suceder ficarmos com pena de não as ver voar.
Eu devo dizer-vos, no entanto, e repito mais uma vez, a propósito, que tudo que estais a ler já foi por mim experimentado), que já voei algumas fêmeas futuras viúvas e que obtive bons resultados com o sistema. Eram fêmeas em que depositava uma confiança absoluta e que só admitia que se extraviassem em circunstâncias muito excepcionais.

A viuvez não é necessariamente depauperante para as fêmeas, se elas forem tratadas como se segue: A “Voliére” onde devem permanecer deve ser abrigada, espaçosa, convenientemente arejada e exposta aos raios solares. As fêmeas devem fazer um pouco de exercício. Se não for possível voá-las todos os dias (e isto, estou convencido de que só muito raros columbófilos o conseguem fazer, embora seja “ouro sobre azul”), soltemo-las pelo menos uma vez por semana após o encestamento dos machos. Elas voam a uma velocidade incrível e entram depressa no pombal dos viúvos. Já não é mau de todo este pequeno exercício. Mas cuidado com a tentação de as soltar ao domingo, antes de chegarem os machos. Geralmente entram pior e eu já sofri a terrível decepção de ver 5 machos chegados dum concurso, a voar juntamente com as fêmeas em redor do Pombal.

As fêmeas, na 2ª feira e no domingo, após terem sido retiradas do pombal de jogo, não devem comer nada. Na 3ª feira devemos apenas dar-lhes uma ração muito ligeira e pobre, por exemplo, só cevada. Na 4ª feira, componhamos a ração com metade de cevada e metade de ração normal. Na 5ª feira alimentemo-las á vontade e na 6ª. juntemos uma pitada de sementes excitantes à ração. 0 grit nunca deve faltar na “Voliére” bem como os demais cuidados gerais de que já vos falei. Se notarmos que duas fêmeas têm tendência para se acasalarem, separemo-las imediatamente. Estas fêmeas nunca mais quererão saber dos seus machos e isso significa a ruína dos próprios viúvos. A fêmea deve apresentar-se, principalmente no regresso do macho, numa forma exuberante, deve recebê-lo com um entusiasmo inexcedível. É a recompensa que o viúvo espera e que o fará regressar ainda mais depressa na semana seguinte. E para encerrar estas considerações sobre as fêmeas, que apesar de breves reputo fundamentais para o êxito da viuvez, quero apenas referir-vos que as melhores viúvas são aquelas que mais demoram a submeter-se aos desejos do macho. A fêmea deve rolar em volta do macho, deve dar saltos de alegria, acariciá-lo dentro de ninho e só depois consentir que ele a fecunde. Aquelas que mal vêem o macho se agacham, são más viúvas e não é difícil concluir porquê.. Mesmo quando por exigências do jogo, devemos mostrar as fêmeas antes do encestamento, muito cuidado e atenção a estas más viúvas que podem num momento estragar toda a preparação duma semana.
Uma última observação quero fazer acerca das fêmeas. Diz respeito á localização da “Voliére” . O ideal é situar esta num ponto bastante afastado do pombal de voo, mas se tal não for possível, providenciemos para que os machos nunca saibam onde as fêmeas se encontram e nunca as vejam quando saem do pombal para os treinos diários. Isto já é suficiente.

Método do Natural 18-08-2007
Tendo falado anteriormente da maneira como os principiantes se devem iniciar na columbofilia até à data em que devem pensar nas provas de competição, acho o momento de os encaminhar num método, com o qual devem conduzir as suas colónias durante a época desportiva.

Evidentemente que, esta informação é apenas para os novos e não para aqueles que já tudo sabem, nada dizem e nem tão pouco se prontificam a escrever, mas que vão lendo e... , se limitam a criticas que a meu ver, nada tem de construtivas. A minha finalidade é encaminhar os novos a entrarem na columbófilia pelo principio, fazendo-o pelos alicerces e para mais tarde atingirem os seus fins com segurança.

Há praticamente dois métodos para jogarmos os nossos pombos: o método do natural e o método da viuvez.

O natural, conforme a palavra diz, é o método mais antigo e ainda praticado por muitos amadores, onde são aproveitados machos e fêmeas, dentro do mesmo pombal e em que os pombos procuram chegar depressa a casa com o objectivo de ver o cônjuge, os ovos em encubação ou os filhos. Os pombos neste método, são puros amadores no desporto.

A viuvez é diferente. Duma maneira geral e numa percentagem bastante grande, são aproveitados só os machos, embora haja amadores que pratiquem a viuvez com as fêmeas. Estes machos fazem a sua vida isolada dentro de cada ninho, são soltos a horas certas para voar à volta do seu pombal, são alimentados e descansam, para aos domingos fazerem a sua prova. Vivem portanto apenas para o desporto e por isso podemos considerá-los como profissionais.

Em traços largos, é esta a diferença na maneira como cada um conduz a sua colónia. Vantagens e inconvenientes de cada método? Eu experimentei os dois durante bastantes anos, e embora me tivesse dado muitíssimo bem com o natural, devo dizer que hoje sou um acérrimo defensor da viuvez. E porquê? No natural, aproveitando machos e fêmeas, aliás da selecção e escolha que fazia, sujeitava os dois sexos ao último teste - o cesto. E não há dúvida que ás vezes nos aparecem fêmeas que consideramos um crime criá-las e não as voar. Para mim, uma das grandes vantagens do natural é a selecção mais rigorosa nas fêmeas; o inconveniente do método: - muito mais trabalho e obrigação de possuir uma colónia mais numerosa. A única vantagem da viuvez é conseguir-se fazer frente a grandes colónias com poucos pombos e, automaticamente, perder menos tempo a tratá-los: Estou convencido que uma equipa de 12-15 viúvos faz frente a uma colónia de 40-50 pombos ao natural. E como para quem começa deve fazê-lo pelo principio, eu aconselho os novos a praticarem o natural pelo menos uns 2-3 anos. Habituam-se a lidar com os pombos, podem permanecer no pombal mais tempo e conseguem fazer colónia mais seleccionada nos dois sexos. Tudo na nossa vida é adquirido pela prática e a columbofilia não é excepção. A experiência ensina-nos muita coisa e é baseada a começarem pelo natural. Depois de saberem o chamado A B C da columbofilia, podem então tentar a viuvez e já nessa ocasião podem optar pelo método que mais lhes agradar, no entanto e uma vez que a época do ano é considerada quase em vésperas de nova campanha, eu aconselho os novos a muita calma no acasalar os pombos. Lembrem-se sempre deste meu aviso: “quem começa cedo, acaba cedo” e embora o 1º concurso seja no dia 1 de Março , o último será para fins de Julho. Portanto, e antes de mais nada, muita calma e muita paciência - o saber esperar é a maior virtude que um amador pode ter.

Método do natural - Tratamento a fazer aos pombos e modo de os conduzir.

Após um certo número de considerações que fiz até ao momento, acho a ocasião de entrar no método prático de conduzir uma colónia ao natural. E começo pelo natural por entender ser o método mais aconselhável para quem vai principiar. Neste método, utilizam-se machos e fêmeas. Já disse no devido tempo que no período de muda e inverno, os machos de- vem estar separados das fêmeas. E quando se pensa nos acasalamentos, o facto de ter até este momento os sexos separados, facilita-nos muito a aceitação do macho pela fêmea e vice-versa. Desta boa aceitação, depende muito o rendimento dos pombos.

Vou dizer como procedo ao acasalamento, apenas com fins à competição. Depois de ter os ninhos montados meto cada macho na sua habitação. Desde que tenha machos com mais de um ano, dou-lhes de preferência o ninho dos anos anteriores. Em seguida solto as fêmeas, faço-as voar um bocado e abro-lhes a janela. São sôfregas na entrada e cada uma procura apoderar-se do local onde se encontra o seu macho predilecto. Só então é que meto as baias de separação e as deixo entrar para o seu casulo. Procedendo assim, os acasalamentos tornam-se fáceis e evitamos como muitas vezes acontece, que o macho, não aceitando a fêmea que lhe destinamos, dê cabo dela. Como medida de precaução, convém ter o macho separado da fêmea, com a baia, 2 dias. Só então retiramos as baias e permanecemos juntos dos pombos para ver que tudo corra conforme os nossos desejos. Só depois de termos a certeza de que cada macho aceitou a sua fêmea é que lhes metemos as tigelas destinadas à criação. Há conveniência em pôr nas tigelas um bocado de areia fina para evitar que os ovos se partam. Além disso e porque o pombo gosta, deve deitar-se para dentro dos ninhos um bocado de faúlha de pinheiro. Eles se encarregarão de a acarretar para a tigela. Nesta primeira postura, que demora mais ou menos 10 dias, não se devem soltar os pombos. Além de não estarem bem habituados aos seus casulos, os machos esgotam-se na perseguição ás fêmeas e torna-se difícil pô-los no seu lugar. Nestes, primeiros tempos tem, que haver todo o cuidado em que as portas fiquem bem fechadas, para que nenhum pombo entre em ninho trocado e tenha qualquer briga com outro. Por experiência, tenho constatado que pombo que tenha qualquer briga, é pombo inutilizado para uma época. Começa nesta ocasião o trabalho do amador. Os ninhos devem ser bem limpos 2 vezes ao dia. De manhã e à tarde, devendo fazer-se a limpeza quando os pombos fora a fazer o seu treino de exercício diário. Quando todos os casais estão nos ovos, começa o método propriamente dito. Os pombos são soltos 2 vezes por dia. De manhã, o mais cedo possível, à tarde o mais tarde possível. 0 tempo de voo varia conforme as condições físicas do pombo; quando notamos que um pombo mostra fadiga, não o devemos forçar. Normalmente, no principio da semana o pombo voa mal; à medida que a semana avança vai-se notando subida de forma no pombo e então a duração de voo já é maior. Sou contrario ao voo forçado.

Treinos - Nunca me servi do relógio para manter os pombos fora do pombal um tempo determinado.  Além disso o treino mais proveitoso que podemos dar aos nossos pombos é largá-los uma vez por semana, num determinado local, numa distancia de 30 a 50 km. Estas largadas, em principio fazem-se em conjunto e após 3-4 treinos solta-se cada pombo em separado. Quando soltamos os pombos devemos fechar a janela do pombal.

. Ao fim de algum tempo o pombo apercebe-se de que, quando se abre a janela, o fim que o fizemos é para eles voltarem e começa então a chamada educação na entrada. Eu tenho os meus pombos habituados a chamá-los por assobio. Já sabem que, abrindo a janela assobiando, é um chamo para o pombal. No entanto, nesta educação de entrada e no método do natural, este trabalho é redobrado e a perda de tempo é maior. Uma ou duas vezes por semana há conveniência em soltar os pombos um a um e obrigá-los a entrar ao chamo do assobio. Por sistema, o pombo voa em bando e habituado a voar em bando, no treino diário, quando é chamado, normalmente entram todos em conjunto. Mas o grande problema é que no regresso dos concursos e o que normalmente acontece, é aparecerem um ou dois pombos para cada pombal. Esses primeiros pombos muitas vezes não entram e porquê? Precisamente pela maneira como foram conduzidos. Tenho ouvido muitas lamentações de amadores que me dizem que os seus pombos entram muito bem durante a semana e aos Domingos, principalmente os primeiros, não entram! É a falta do conjunto e nota-se muitas vezes que as volta que dão antes de entrar são pelos sítios onde fazem o exercício diário, como que à procura dos seus companheiros. Sem poder garantir se esta minha afirmação tem qualquer coisa de verdade o que para muitos possa ser irrisório, aconselho a seguir este método pelos resultados que me tem dado. Posso lamentar-me de más classificações porque os pombos não chegaram; quanto a entradas, não; não me tenho servido deste trampolim para justificar uma derrota!! Depois dos acasalamentos, treinos diários e entradas é talvez ocasião de falar em alimentações e bebidas, coisa que para a maior parte é o chamado bicho de sete-cabeças e para alguns, sem serem iniciados, aguardam com ansiedade esta minha colaboração. Primeiro que tudo começo por dizer que não há segredos; há apenas umas normas a seguir e um método a utilizá-las. Desde que cada amador siga á risca essas normas e... com método, tem à sua frente enormes probabilidades a triunfar.

Tenho sempre três lotes de sementes que utilizo durante a campanha.

0 primeiro, o mais forte e que considero ração de combate, é composto por: milho, 6 kgs; trigo, 2; faverol, 2; ervilha 1; ervilhaca, 2; dári, 1; arroz c/ casca, 1; cevada c/ casca, 0,5; garroba, 0,5.

0 segundo, a dar no dia da chegada dos concursos e à 2ª' feira de manhã, considerada ração de dieta é composta por trigo, 2 kgs; arroz c/ casca, 2; linhaça, 1; cevada c/ casca, 0,5; colza, 0,250; milho alvo, 0,100; alpista, 0,100.

0 terceiro que dou como sobremesa e considerada como ração excitante, formado por cânhamo, 1 kg; colza, 0,500; dari, 1; alpista, 0,250; milho alvo, 0,250; arroz sem casca, 0,250; semente de nabo, 0,100. 0 método que tenho seguido na alimentação é o seguinte: ao Domingo, após a chegada dos pombos e logo que tenham descansado um bocado, dou a cada um apenas 10 gramas da ração de dieta; como bebida, água morna misturada com leite e mel (l/2 litro de Agua, 1/2 litro de leite e 1 colher de sopa de mel); à tarde, dou 15 grs da mesma ração e como bebida água com sais de barlabad (1 colher de chá por litro d'água). À 2.a feira de manhã ou ainda 15 grs da ração de Domingo e como bebida chá Colmaré, bebida esta que mantenho todo o dia; na refeição da tarde, começo com a ração de combate, dando apenas 15 grs a cada pombo.

Às 3.as, 4.as, 5.as e 6.as feiras dou de manhã 15 grs a cada pombo e na refeição da tarde 20. À 6ª feira, na ração da tarde, deixo os pombos comerem à descrição. As 4.as, 5.as e 6.a feiras, no fim dos pombos terem comido, dou-lhes como sobremesa um dedal de excitantes, por pombo, ração esta que dou aos sábados de manhã, na quantidade de 15 gs. Como bebida dou às 3.as feiras, todo o dia complexo B na água, na quantidade de 1 colher de sopa por litro d’água. Às 4.as e 6.as feiras durante todo o dia 3 gotas de tintura de iodo por litro de água. As 5.as feiras, misturo mel na água, na quantidade de 1 colher de sopa por litro. As 3.as e 6.as feiras, após a refeição da tarde e antes dos pombos terem bebido, dou-lhes uma pastilha de Vita-Blu a cada pombo. Às 2.' feiras à noite e 1 hora após a refeição desinfecto-lhes as narinas com Rinex (1 gota em cada narina). Às 3. feiras e antes de soltar os pombos dou-lhes um dente de alho a cada um. No que diz respeito a banhos, no natural e desde que começa a campanha, não dou banho aos pombos (segui este conselho dum grande amador e nas épocas que concursei ao natural, constatei ser vantajoso). Após a 1ª postura em que substituo os ovos verdadeiros por ovos de gesso, onde os pombos permanecem até ao abandono, acho conveniência em não ter todos os casais na mesma posição. Evitava deixar os pombos viajar sobre borrachos, salvo raras excepções e por sistema não jogava os pombos. Procurava, sim, levá-los ao cesto nas melhores condições de saúde, naquilo que vulgarmente na columbofilia se chama “em forma”.

Método da Viuvez

0 que é a viuvez? - Para muitas pessoas, alheias á columbofilia e que vão de encontro ao verdadeiro significado da palavra; a palavra viuvez poderá ser interpretada como sendo um método seguido pelos columbófilos onde se voa um dos cônjuges (macho ou fêmea) pelo facto de ter morrido o outro. Mas... longe disso! Deram o nome de viuvez ao método onde o macho ou a fêmea vive isolada e a finalidade da chegada ao pombal é encontrar no seu posto o seu cônjuge. É nisto que consiste o método. E o difícil é conduzir-se o macho (ou fêmea) ao ponto de ele compreender os fins que temos em vista. É certo que todos os caminhos vão dar a Roma e nestes casos, só quem os experimenta poderá tirar conclusões e escolher aquele que lhe der melhores resultados. Se não vejamos.

Partindo do principio que estamos, a encaminhar a viuvez só com machos podemos fazê-la com os machos presos nos ninhos  ou soltos no pombal. No primeiro caso, podemos fazê-la sobre ovos ou sobre borrachos; no caso de fazê-la sobre ovos, com uma ou com duas posturas! No 2º caso, com os pombos soltos no pombal e ninhos fechados, ou soltos no pombal e ninhos abertos. Quanto a mim e até porque tenho experimentado todas estas variantes, qualquer método é bom desde que haja bons pombos e regra no tratamento. No entanto vou pelo chamado método clássico e   seguido pela maior parte dos amadores. Pombos presos nos ninhos e durante a preparação para a viuvez, fazendo duas posturas de ovos. É quanto a mim, o método mais seguro e o mais fácil de dominar os pombos.

Como preparar um pombo para a viuvez?
Normalmente acasalo os pombos à volta de 15 de Fevereiro. Passados 10 dias, estão sobre o 1º ovo. Mais 14 dias contados da data em que a 1ª' fêmea fez a postura, levanto esta 1ª postura. Geralmente aproveito este levantamento na ausência dos machos para qualquer treino. A 2ª postura processa-se como a  primeira e quase sempre as fêmeas põem ao mesmo tempo. Passados outros 14 dias, retiram-se as fêmeas, e começa a viuvez propriamente dita. Daqui em diante, seguir um tratamento com cuidado.

Assim apresento o método que sigo logo após a retirada das fêmeas e o que faço dia-a-dia, durante a semana, desde a alimentação, bebida, banhos, treino diário e maneira de regular a luz no pombal. Parece-me que focando em pormenor todos estes aspectos, dá-me a impressão de que estou a elucidar-vos daquilo que na prática, deverei fazer.

Começamos pela alimentação, que eu considero a base de se tratar dos pombos, devo dizer-vos que tenho sempre em minha casa três espécies de ração que refuto de indispensáveis para a alimentação do viúvo.

A primeira, a que todos chamam ração de dieta e que sirvo ao domingo todo o dia e à 2ª feira de manhã, é composta nas seguintes proporções: trigo, 2 kg; arroz c/casca, 2 kg; linhaça, 1 kg; cevada c/casca, 0,5 kg; dári, 0,5 kg; colza, 0,250 kg; milho alvo, 0,250 kg. A segunda, ou seja a ração normal ou de combate e que sirvo à 2ª feira à tarde, 3ªs, 4ªs, 5ªs e 6ªs feiras, tem a seguinte composição: milho, 8 kg; trigo, 2 kg; faverol, 2 kg; ervilha, 1 kg; ervilhaca, 2 kg; cubos, 1 kg; e dári, 1 kg. A terceira, que sirvo como sobremesa ás 4ª, 5ª e 6ªs feiras (á tarde) e aos sábados de manhã - a que chamam excitante -compõe-se de cânhamo, 1 kg; colza, 0,750 kg; dári, 1 kg; milho alvo, 0,5 kg; alpista, 0,5 kg; e semente de nabo, 0,200 kg.

Ao domingo, após a chegada, dou á volta de 15 gr. por pombo da ração de dieta; à noite, a mesma quantidade. A segunda,de manhã, a mesma ração de dieta e apenas as 15 grs. A tarde ração normal 15 grs. Á 3ª feira de manhã, 15 gramas e á tarde, 20 grs. Á 4ª feira de manhã, 15 gr. e à tarde 20 grs mais um dedal de excitante. A 5ª e 6ª feira, de manhã, 20 grs e á tarde, os pombos comem à descrição (no fim, um dedal de excitante a cada pombo). Ao sábado de manhã, 15 grs. de excitante a cada pombo, e nada mais. Devo dizer que tenho o grit à disposição dos pombos às  3ªs, 4ªs, 5ªs e 6ªs feiras (aos sábados, domingos e 2ªs feiras, o grit é retirado do pombal).

Como bebida utilizo, aos domingos e á chegada, água morna, 1 litro; leite, 1/2 litro; mel, 1 colher de sopa. À tarde, os sais Colman, 1 colher de café por litro de água. A 2ª feira dou o chá Colman todo o dia. A 3ª feira o complexo B todo o dia, uma colher de sopa por litro de água. As 4ªs e 6ªs feiras tintura de iodo na água, 4 gotas por litro de áqua. As 5ªs feiras, de manhã água simples e, á tarde, mel na água, 1 colher de sopa e aos sábados dou a água simples.

Banhos: - Se os pombos chegarem até às 14 h, ao retirar as fêmeas dou-lhes um banho bem quente, juntando á água os sais de banho Colman. Se chegarem mais tarde, esse banho será dado na 2ª feira de manhã. Na véspera do encestamento dou-lhes um banho frio, juntando à água bastante sal das cozinhas.

Treino diário à volta do pombal: Na viuvez, sou contrário ao voo forçado. As 2ªs feiras não solto os pombos e às 3ªs procuro tê-los fora o mínimo de tempo possível, o suficiente para limpar o pombal, chamando-os imediatamente. Uma vez restabelecidos da prova que fizeram e, portanto, à 4ª feira, o pombo começa a querer voar e, nessa altura, dou-lhe mais um pouco de liberdade, evitando deixá-lo pousar nos telhados, mas nunca excedendo os 30 a 40 minutos de voo. No dia do encestamento, não os solto.

Luz no pombal: embora a maior parte dos amadores faça a viuvez com os pombos na escuridão completa, eu entendo que o pombo não nasceu para viver ás escuras e seguindo a seguinte maneira de regular a luz para o viúvo: ao domingo e após retirar as fêmeas, ponho os pombos na escuridão completa, mantendo-os nesta escuridão durante a 2ª feira todo o dia. Utilizo para isso duas cortinas uma branca e outra preta. A branca mantenho-a sempre encostada ao vidro para evitar que os pombos vejam para o exterior. De 3ª feira até sábado vou regulando lentamente a cortina preta de maneira à luz aumentar dia-a-dia até que no dia do encestamento se tenha o máximo de claridade no pombal. E é dentro deste sistema que trato os meus pombos. Evidentemente que o método não é infalível e a prova está no resultado que obtenho. Umas vezes bem, outras razoável e muitas até mal, mas competição é competição e se nós fazemos por preparar os nossos pombos com a intenção de ganhar ou fazer o melhor possível, esquecemo-nos que os nossos adversários pensam da mesma maneira nem sempre as coisas correm conforme os nossos desejos. É preciso saber-se ganhar, mas ainda é mais preciso prepararmos o nosso espirito para saber perder. E se todos praticarem a columbofilia, pensando desta maneira, felicitando os vencedores de hoje e encorajando os vencidos para que sejam os vencedores de amanhã, não há dúvida que daremos um passo em frente. Ao terminar, para já, procurei ajudar os novos a dar as primeiras passadas, resta-me desejar-lhes as maiores felicidades e que o futuro lhes sorria a contento dos seus desejos, para bem duma columbofilia melhor.

Principais Doenças 18-08-2007

Constantes Fisiológicas do Pombo


Temperatura
38,8º - 40º C

Peso Médio:
= 450 - 500 grs.
= 400 - 450 grs.

Ingestão de agua:
30 - 60 cc por dia (45 cc em média)
1 litro de agua para 20 pombos.
Aumentar para o dobro durante o Verão
(60 - 100 cc)
Ingestão de alimentos
30 gramas por dia (média)

 

Conselhos práticos e regras de tratamento

Tratamento:
A. - Curativo - Sintomático
- Geral

B. - Preventivo ou Profiláctico
(higiene, vacinas, etc.)

C. - Coadjuvante
(por exemplo: antibióticos em doenças virósicas)

 

Administração dos medicamentos

Forma injectável:

Subcutânea (debaixo da pele do pescoço)

Forma oral:

1. - Por cápsulas ou comprimidos (tratamento individual)
2. - Na agua de bebida: administrar a quantidade justa de agua que se consome por dia de acordo com a época do ano (inverno ou verão). As vitaminas na agua ficam inactivas dum dia para outro.
3. - No alimento: não se recomenda.
4. - Tópicos: com um cotonete - ou palito com algodão (caso Muguet, trichomoniasis, viruela, etc)

Dosificação:

Insuficiente:
Não produz a cura desejada e produz resistência ou habituação.
Sobredose:
Pode provocar efeitos muito prejudiciais (caso sulfas)
Medidas:
1 colher de café = 1.5 - 2 grs.
1 colher de chá = 3,5 - 4 grs.
1 colher sopa = 8 - 10 grs.
1 colher sopa = 15 grs.
20 gotas = 1 ml. = 1 cc

Importante:

Sempre que se administrem antibióticos (tetraciclinas, tilosina, eritromicina, etc), há que fornecer conjuntamente vitaminas, electrolitos, aminoácidos e reconstituintes da flora intestinal. (Ex.: ácido filofago, yoghurt)

No caso de administrar TETRACICLINAS (terramicina MR), suprimir o GRIT durante esses dias dado que os sais de cálcio precipitam o antibiótico e o desactivam. Não usar simultaneamente produtos interactivos: podem produzir interferência, sinergismo, antagonismo ou alteração do efeito desejado.

Profilaxia ou prevenção

Desinfecção do pombal e das instalações: actualmente a IODINE POVIDONA é o desinfectante por excelência. Tem acção bacteriana, viricida e fungicida. Aplicá-lo com spray cada vez que seja limpo o pombal (mínimo uma vez por semana).
Diluição: 20 cc num litro de agua.

LISTA DE DOENÇAS

INFECCIOSAS

BACTERIANAS

(bactéria)

SALMONELOSIS OU PARATIFOSIS
PASTEURELOSIS OU CÓLERA
CORIZA
ORNITOSIS
MICOPLASMOSIS
VIRÓSICAS
(vírus)
NEW CASTLE OU PARAMIXOVIRUS
ADENOVIRUS
HERPES VIRUS
DIFTERO - VIRUELA
MICÓTICAS
(fungos)
ASPERGILOSIS
CADIDIASIS OU MUGUET

PARASITARIAS

INTERNOS COCCIDIOSIS
ASCARIDIOSIS
CAPILARIOSIS
TENIASIS 
PROTOZOARIOS PLASMODIOSIS OU MALARIA
HAEMOPROTEOSIS
TRICHOMONIASIS
EXTERNOS PIOLHOS
ACAROS
DIPTEROS (moscas)
CARRAÇAS

 

SALMONELOSIS OU PARATIFOSIS
Doença dos pombos jovens que lhes causa uma morte prematura sem sintomas específicos. Os pombos adultos que se curam transformam-se em portadores e continuam eliminando salmonellas, pelo que sempre é preferível eliminá-los. Na postura podem transmitir a doença através dos poros da casca dos ovos.
AGENTE CAUSAL: Salmonella Typhimurium
TRANSMISSÃO: Oral: Pelo alimento ou na agua da bebida.
Aérea: Por inalação do pó.
Ovárica: Do ovário ao ovo.
SINTOMAS:
4 formas
1 - Intestinal: Diarreia com fezes espessas rodeadas de mucos, elementos não digeridos em agua suja de cor parda ou verde, espumoso. Engrossamento da cloaca.
Adelgaçamento.
2 - Articular: do intestino passa ao sangue e daí ás articulações de maior movimento (cotovelo). Asa caída
3 - Orgânica: ataca todos os órgãos manifestando-se com uma respiração curta e debilitamento geral.
4 - Nervosa: ataca o cérebro e a espinal medula produzindo:
- perda de equilíbrio
- paralisia
- torticolos (parecido com New Castle)
DIAGNOSTICO Serológico, ou seja os anticorpos do sangue dos animais infectados.
TRATAMENTO: Antibióticos:
- Tetraciclinas
- Enrofloxacina
- Furazolidona
Mínimo 15 dias, por isso não convêm.
PROFILAXIA: Limpeza e desinfecção (pelo menos semanal)
1 - 2 dias de antibióticos cada 15 dias
Vitaminas
IMPORTANTE: É uma ZOONOSE (pode contagiar o homem por contacto directo)

 

PASTEURELOSIS OU COLERA
Tanto pode atacar uns poucos pombos, como também provocar uma epidemia. Normalmente termina dum modo fatal. A superpopulação e a falta de higiene são dos factores causadores mais importantes.
AGENTE CAUSAL: Pasteurella multocida
SINTOMAS: Febre alta 42 º - 43º C
Diarreia
Morte entre 24 - 48 hs.
TRATAMENTO: Tetraciclinas
Enrofloxacina
Vitaminas
PROFILAXIA: Limpeza e desinfecção (iodo povidona)

 

CORIZA
AGENTE CAUSAL: Hemophilus influenzae
SINTOMAS: Lágrimas nos dois olhos ao mesmo tempo. Inchaços dos sacos lacrimais (cabeça de mocho). Leve descarga nasal (muco)
DIAGNOSTICO: Exame bacteriológico das secreções nasais e oculares.
TRATAMENTO: Antibióticos - Vitaminas.
PROFILAXIA: Limpeza e desinfecção (iodo povidona)

 

MICOPLASMOSIS
Micoplasma - Microorganismo a meio caminho entre uma bactéria e um vírus.
Os pombos curados adquirem imunidade, no entanto passam a portadores e transmissores da doença aos borrachos. Esta doença está geralmente associada á ORNITOSIS.
Muitos pombos são portadores, as doenças aparecem depois do esforço de concursos difíceis.
AGENTE CAUSAL: Micoplasma
SINTOMAS: Secreção nasal húmida, aquosa e se torna pegajosa e purulenta. No interior da boca uma crosta cinzenta, rugosa.
Língua e paladar pegajosa. Hálito muito desagradável (repulsivo). Nariz de cor cinza suja. Respiração muito dificultada.
Ruídos de ressonar muito fortes à noite. Evolução muito lenta. Rara vez há infecção generalizada mas o diminuir das defesas (stress, concursos, falta de higiene, superpopulação etc.) pode originar eclosão da doença e provocar mortes.
DIAGNOSTICO: Exame serológico dos anticorpos dos pombos atacados.
TRATAMENTO: Tilosina (Tylla MR) ENROFLOXACINA. Administrar 5 dias consecutivos
PROFILAXIA: Desinfecção a fundo. Podem-se realizar tratamentos preventivos nas semanas livres das épocas de concursos, sobretudo depois dos concursos difíceis.

 

ORNITOSIS
AGENTE CAUSAL: Clamidia
SINTOMAS: Similares a uma gripe.
Secreção nasal e ocular parecido com a micoplasmosis.
Diarreia----> adelgaçamento lento---> morte.
DIAGNOSTICO: Laboratório (método Stamp)
TRATAMENTO: Clortetraciclinas + Tilosina.
PROFILAXIA: Desinfecção a fundo.
IMPORTANTE: OLHO É UMA ZOONOSE.

 

NEW CASTLE OU PARAMIXOVIRUS
AGENTE CAUSAL: Paramixovirus aviar tipo 1
SINTOMAS: 1 - Transtornos digestivos:
Virus - vicerotropo
- Excrementos aquosos ----> líquidos (como agua)
- Sede intensa (pode aumentar 4-5 vezes o consumo)
2 - Transtornos nervosos:
- vírus neurotropo
- Ligeiros tremores de cabeça.
- Dificuldade para picar os grãos (afecta o nervo óptico).
- Problemas de equilíbrio: o pombo tibuteia, e cai para um lado ou para trás (piruetas)
- Torticolos: de 0º - 180 º
- Problemas na vista com descoloração de um olho.
- Paralisia duma asa ou das duas.
- Paralisia duma pata ou das duas.
3 - Transtornos Respiratórios(Vírus neumotropo)
- Conjuntivite, coriza, estertor. (São pouco frequentes)
DIAGNOSTICO: De laboratório, por exame virológico do sangue.
TRATAMENTO: Eliminar pombos doentes de pouco valor.
Isolar os pombos que queremos tratar. Reduzir à normalidade o consumo de agua (50 c por dia).
Encher bem os comedouros ou dar-lhes de comer com manga ou seringa.
Administrar conjuntamente:
Antibióticos (Tetraciclinas, enrofloxacina, etc.)
Aminoácidos
Vitaminas
Levamisol (como estimulante das defesas).
PROFILAXIA: Limpeza e desinfecção do pombal
VACINAÇÃO: a) Vírus morto: ou inactivo em solução aquosa.
Intramuscular ou subcutânea.
Imunidade: um ano COLOMBOVAC (Holanda)
b) Vírus vivo: Cepa B1 ou La Sota.
Na agua da bebida e por gota nasal ou ocular.
Imunidade : 2 meses. Aos 4 dias de aplicação da vacina ao vírus vivo é conveniente realizar o seguinte Shock:
Levamisol: 1-2 dias
Vitaminas, Antibióticos e Aminoácidos: durante 4-5 dias.
IMPORTANTE: É obrigação do columbófilo denunciar ou comunicar à sua sociedade o surto desta doença no seu pombal, para que todos os columbófilos tomem as precauções devidas.

 

ADENOVIRUS
O pouco que se conhece desta doença é que é provocada por um vírus que tem a sua preferencia pelos órgãos do sistema linfático (ganglios,bazo). Daí o seu nome.
AGENTE CAUSAL:  
SINTOMAS: Durante a criação é muito comum observar o crescimento desigual dos borrachos. Os vómitos frequentes são um dos sintomas mais característicos da doença.
TRATAMENTO: Substancias homeopáticas.
PROFILAXIA: Limpeza e desinfecção dos pombos.

 

HERPES VIRUS
Doença virósica de aparição recente. Tem havido alguns casos em Buenos Aires.

 

DIFTERO VIRUELA
AGENTE CAUSAL: Borrelia columbae (virus)
CONTÁGIO: Pela agua de bebida, alimento, material fecal, pó, picada de mosquitos, feridas, etc. Os borrachos são os mais susceptíveis. Adultos raramente ficam doentes.
SINTOMAS: Típicas formações crostosas branco amarelentas, difíceis de desprender (sangrentas), nos olhos, nariz, bico, articulação das patas, boca, garganta, em redor da cloaca.
TRATAMENTO: Separar as excrescências e aplicar tópicos de tintura de iodo. Dar antibióticos e vitaminas (sobretudo vitamina A) durante 4-5 dias
PROFILAXIA: Limpeza e desinfecção (iodo povidona).
IMUNIDADE: O pombo curado adquire imunidade para toda a vida.

 

COCCIDIOSIS
AGENTE CAUSAL: Duas espécies de parasitas diminutos:
Eimeria Labbeana
Eimeria Columbarum
SINTOMAS: Duas formas:
Subclinica: próprio dos pombos adultos. Não há sintoma mas diminui o rendimento desportivo. Há uma certa imunidade.
Propriamente dita: Ataca os borrachos a partir da terceira semana de idade. Material fecal aquosa e descolorida, ás vezes é sanguinolenta (nunca é líquida e verde). Perda de peso e forma. Perda de cor da Íris do olho mudança para grisalho. Mucosa da boca e da garganta ficam pálidas (anemia) Plumagem opaca.
DIAGNOSTICO: Análises de material fecal.
TRATAMENTO: Sulfamidas "o uso continuado no olho, provoca danos a nível renal"
Amprolium
Cloazuril
Toltazuril (Baycox Mr.)
PROFILAXIA: Alternar as drogas acima mencionadas cada 30 dias em forma preventiva. Podem-se administrar juntamente com o tratamento contra trichomonas. Uma vez terminado o tratamento dar um choque vitamínico durante 3-4 dias. Limpeza a fundo e desinfecção geral (não esquecer que os ovos de coccidios se reproduzem na material fecal acumulada no chão ou bandejas sendo necessárias três condições: temperatura, humidade e oxigénio. Por isso devemos evitar a humidade).

 

ASCARIDIOSIS
AGENTE CAUSAL: Ascaris Columbae.
O ciclo em que o ovo do parasita é eliminado por via fecal, vai ao solo, se desenvolve a larva e novamente é ingerido, amadurece e novamente eliminado é de 20 dias (daí se recomenda tratamentos preventivos cada 21 dias)
SINTOMAS: Poucas lombrigas causam pouco dano, mas se o número aumenta em demasia produz-se uma diminuição do rendimento desportivo causando muitas perdas.
- Anorexia (perda de apetite)
- Perda de peso.
- Debilidade
- Material fecal pouco consistente.
- Sede intensa.
- Anemia
- Plumagem opaca e eriçada.
- Os parasitas podem ver-se nos excrementos e ás vezes nos vómitos. Os danos que estes parasitas provocam são imputados a 3 razões:
1 - Ás feridas que provocam na parede intestinal
2 - Porque absorvem muitos elementos nutritivos.
3 - Porque excretam substancias tóxicas.
DIAGNOSTICO: Análises de matéria fecal.
TRATAMENTO: Existem diferentes drogas:
- Levamisol -RIPERCOL MR
- Piperazina
- Ivermectina (Ivomec Mr)
PROFILAXIA: Tratamento alternado com as drogas mencionadas cada 30 dias, desta maneira diminuímos a possibilidade de habituação da droga.
Não esquecer que o LEVAMISOL é um excelente inmunomodulador (estimulante das defesas) por isso cada vez que vacinemos contra New Castle se torna imprescindível a sua utilização.
Os animais velhos desenvolvem uma certa imunidade.
Limpeza - higiene. - Desinfecção

 

CAPILARIOSIS
AGENTE CAUSAL: Capillaria obsignata
Considera-se que este parasita está presente em 50 % dos pombos, mas particularmente são mais sensíveis os animais jovens.
SINTOMAS: Uma infestação leve praticamente não produz sintomas, somente diminuição dos rendimentos desportivos. Mas se a infestação é grave, podem chegar a morrer borrachos uma semana depois de começar a doença.
DIARREIA----> ADELGAÇAMENTO-----> MORTE
DIAGNOSTICO: Idem ascaridiosis.
TRATAMENTO: Idem ascaridiosis. (NO PIPERAZINA)
PROFILAXIA: Idem ascaridiosis

 

TENIASIS
Desta infecção só quero manifestar que é importante como profilaxia, combater todos os hóspedes intermediários (larvas de mosquitos, baratas, lesmas, caracóis, etc.) As ténias ou os anéis de ténias são ás vezes visíveis na cloaca do pombo. É comum que apareçam em pombos que tenham estado extraviados durante certo tempo. O tratamento é individual. - Niclosamida.

 

TRICHOMONIASIS
AGENTE CAUSAL: Trichomona Columbae (um protozoário)
Consideramos que 80% dos pombos velhos são portadores, podendo passar despercebidos. Diz-se com frequência que os pombos velhos vivem em equilíbrio com as trichomonas em consequências nefastas. Nos borrachos é fatal.
SINTOMAS: - Apatia
- Plumagem eriçada.
- Diarreia viscosa ---> adelgaçamento.
- sede intensa
- Anorexia (falta de apetite)
- Dispneia (dificuldade respiratória: postura de pinguim)
- Placas branco amarelentas na boca e garganta
DIAGNOSTICO: Exame microscópico de isopado do bucho e esófago.
TRATAMENTO: Dimetridazol (EMTRIL MR)
1 gr. por litro de agua durante 7 dias.
METRONIDAZOL
RONIDAZOL
PROFILAXIA: Higiene e desinfecção geral.
IMUNIDADE: Uma pequena quantidade de trichomonas em pombos em bom estado de saúde provoca seus próprios anticorpos.

 

PLASMODIOSIS OU MALARIA
Doença das zonas litorais (proximidade a rios)
AGENTE CAUSAL: Um esporozoario do género PLASMODIUM
EPIZOOTIOLOGIA: Há três factores que condicionam a manutenção e o desenvolvimento da malária:
- Aves portadoras ou doentes.
- Mosquitos transmissores (culex, haedes, anopheles).
- A temperatura, as chuvas e a flora da região (elementos essenciais para a reprodução do mosquito)
SINTOMAS: - Apatia
- Febre de tipo remitente (sobe e baixa)
- Anemia (daí o olho e as mucosas brancas)
- Debilidade geral
- Morte nos borrachos.
Depois desta fase aguda, onde os sintomas são evidentes, a plasmodiosis entra num período de diminuição de suas manifestações clínicas e da parasitemia endoglobular chegando a uma etapa de normalidade entre os 30 - 40 dias de começo dos sintomas.
DIAGNOSTICO: Exame do sangue (método) de Giemsa.
TRATAMENTO: Plasmodicidas utilizados na malária humana:
Quitina
Atebrina
Plasmoquina
Cloronquina
Pludrina
Por ex.: a cloroquina ou ARALEN MR (2 mg por kg. de peso ou seja 1 mg. por pombo) 3 doses dia em média
PROFILAXIA: Evitar o mosquito:

-Tela metálica
-Fuyi Vape
-Kaotrina

IMUNIDADE Os animais curados desenvolvem um certo grau de imunidade

 

HAEMOPROTEOSIS
AGENTE CAUSAL: Haemoproteus Columbae.
Tem um hóspede definitivo, uma mosca hematógrafa (que se alimenta de sangue), a pseudolynchia canariensis.
O hóspede intermediário é o pombo. É necessário que a mosca infestada pique o pombo para que nele se desenvolva a doença.
SINTOMAS: Observável somente nos meses de verão. Os sintomas são muito similares aos da plasmodiosis daí a ser possível a confusão (época e sintomas)
As moscas que sugam sangue infectado são capazes de transmitir a haemoproteosis 15 dias mais tarde e 25 - 30 dias depois começam os sintomas:
- Febre recorrente (sobe e baixa) 43 º C
- Diarreia: Fezes brancas ou branco amarelentas, liquidas e persistentes.
- Dispneia: aumento da frequência respiratória.
- Anemia gradual
- Caquexia : Enfraquecimento quando a doença se torna crónica.
DIAGNOSTICO: Exame do sangue (método) de Giemsa.
TRATAMENTO: NENHUM
PROFILAXIA: Combater a mosca: Kaotrina

 

CANDIDIASIS OU MUGUET
Alguns autores descrevem esta doença em forma conjunta com a trichomoniasis e outros falam de uma doença micótica associada a uma carência de vitamina A.
AGENTE CAUSAL: um fungo: CANDIA ALBICANS
SINTOMAS: Placas branco amarelentas (fáceis de desprender) em toda a mucosa da boca e da garganta
TRATAMENTO: Aplicações tópicas com iodo povidona a 10% ou com tintura de iodo débil (diluída com glicerina) nas placas. Administrar Vitamina A.
PROFILAXIA: - EVITAR O ARMAZENAMENTO PROLONGADO DOS ALIMENTOS
- DAR SOL AOS ALIMENTOS
- VITAMINA A
- DESINFECÇÃO DO POMBAL

 

ASPERGILOSIS
AGENTE CAUSAL: Um fungo, Aspergilium fumigatus. Se reproduz rapidamente na palha dos ninhos, ou no alimento húmido.
SINTOMAS: É uma infecção do grupo das doenças respiratórias. Apresenta-se em duas formas:
FORMA PULMONAR:
Dificuldade respiratória (dispneia)
Excrescências esverdeadas sobre a língua e paladar.
FORMA DERMATOLOGICA:
Pele pelada e com fracturas de plumas
TRATAMENTO: Não existe nenhum que seja efectivo
PROFILAXIA: Pombal seco, bem arejado
Evitar a humidade no alimento.
Desinfecção (iodo povidona)

 

PIOLHOS, ACAROS, DIPTEROS (moscas), CARRAÇAS.
Respeitante ao tema não vou estender-me, somente direi que existem piolhos, ácaros, moscas e carraças nos pombos e que provocam imensos danos na plumagem, ás vezes seriamente.
A melhor forma de combatê-los é mediante um banho de aspersão mas nunca de imersão. Também há que ter em conta que os produtos derivados das piretrinas (por ex.: kaotrina) são tóxicos para as aves, e ainda que não se manifestem sintomas de intoxicação, podem provocar baixos rendimentos nos concursos.
CARBARIL 5 % (em pó)
NUNCA UTILIZAR GAMEXANE

DOENÇAS CARENCIAIS E METABÓLICAS
Dentro deste grupo de infecções foram englobadas aquelas que são produzidas por carências
(de vitaminas, minerais ou aminoácidos) e tumores.

VITAMINAS E SUAS CARÊNCIAS

È praticamente impossível produzir uma hipervitaminose ou sobredose de vitaminas. Todo o excesso ingerido, o animal o metaboliza e o elimina.

DEFINIÇÃO:

As vitaminas são substancias orgânicas existentes nos alimentos, incapazes de ser sintetizadas pelo organismo em quantidades adequadas sendo utilizadas em pequenas doses, para o normal funcionamento e manutenção do organismo e da saúde do mesmo.
Desta definição surge a necessidade de que devem ser fornecidas periodicamente para evitar transtornos
VITAMINAS:

(necessidades por dia e por pombo)

VITAMINA A: 200 UI
VITAMINA D3: 45 UI
VITAMINA E: 1 mg
VITAMINA C: 0.7 mg
VITAMINA B1: 0.1 mg
VITAMINA B2: 0.12 mg
VITAMINA B6: 0.12 mg
NICOTINAMIDA  
VITAMINA B12 0.24 mg
BIOTINA: 0.002 mg
AC. PANTOTECNICO: 0.36 mg
AC. FOLICO: 0.014 mg

 

VITAMINA A:
Acção: Indispensável na formação dos capilares sanguíneos. Forma parte dos pigmentos da retina (olho).
Actua na formação de todos os revestimentos do epitélio. Utiliza-se como coadjuvante em doenças infecciosas e antiparasitarias. Também se utiliza como substancia anti-stress e acompanhando as vacinações.
Carência: Ás vezes conduz á destruição do olho (se assemelha a uma criza).
Exudado viscoso nas fossas nasais. Consideram-se patognomónicas os nódulos ou pústulas brancas, do tamanho da cabeça dum alfinete, que se veem na boca, faringe, origem do esófago e estômago.

 

VITAMINA D
O organismo animal a sintetiza a partir dos raios ultravioletas, daí a importância do sol nos pombais.
Acção: Sua acção fundamental é promover a absorção e fixação do cálcio e fósforo no esqueleto.
Carência: Deformação do esterno.
Ossos frágeis.
Ovos com casca delgada e mole.
Bico e unhas moles e frágeis.
Atraso de crescimento.
Problemas na plumagem.
Uma carância prolongada conduz ao "raquitismo"

 

VITAMINA E
Acção: Actua na manutenção da função reproductora das aves. Aumenta a fertilidade dos ovos.
Carência: Pode produzir:
Encefalomacia: transtornos motores e flexão ventral da cabeça.
Distrofia muscular, estrias brancas ao longo das fibras musculares dos músculos peitorais.

 

VITAMINA K
Acção: Intervem no processo normal da coagulação do sangue. Se utiliza como coadjuvante nos tratamentos de doenças que produzem anemias (coccidiosis, etc.)
Carência: Provoca hemorragias----> Anemia

 

VITAMINA C:
É prácticamente a única vitamina que o organismo das aves pode sintetizar en quantidades suficientes.
Acção: Sua principal acção é formar e manter a materia intercelular. Também actua no reforço do calcio e do fósforo.
Utiliza-se como anti-stress e como coadjuvante em doenças infecciosas e parasitarios

 

VITAMINA B1 OU TIAMINA:>
Acção: È uma vitamina antineurítica (anti-nervosa)
Também é necessária no metabolismo dos hidratos de carbono.
Carência: Pode produzir:
- Sintoma nervoso como ser opistótonos, paralisia das patas e dos músculos.
- Atrofia dos órgãos genitais

 

VITAMINA B2 RIVOFLAVINA:
Carência: Diarreia
Atraso no crescimento
Paralisia das patas, apoio dos tarsos e dobra dos dedos para dentro

 

VITAMINA B6 OU PIRIDOXINA:
Carência: Anorexia (perda de apetite)
Atraso no crescimento
Sintomas nervosos: convulsões espasmódicas corridas, saltos.

 

ACIDO NICOTINICO OU NICOTINAMIDA:
Acção: Essencial no metabolismo dos hidratos de carbono (açúcares)
Carência: Pode produzir:
Inflamações na boca, faringe, e esófago.
Inflamação da rótula do joelho e arqueamento das patas.

 

BIOTINA:
Carência: pode produzir dermatitis nas patas (patas ásperas, com greta e necrose)

 

ACIDO FOLICO:
Carência: Pode produzir.
- Anemia.
- Atraso de crescimento
- Problemas na plumagem,
- PEROSIS: È uma carência conjunta com a falta de manganes (Mn).
Produz-se um deslizamento do tendão dos gastronemios fora da poleia óssea da articulação tarsiana por isso os ossos sofrem uma torsão para fora. (na maioria das vezes numa só pata)

 

ACIDO PANTOTENICO:
Carência: Os sintomas são muito dificeis de separar dos sintomas provocados pela carencia de Biotina.

- Dermatitis
- Rotura das penas
- Perosis
- Atraso no crescimento

 

VITAMINA B12 OU CIANOCOBALAMINA:
Acção: È a chamada vitamina antianémica. Junto com o Cobre e o Cobalto, são indispensáveis na formação dos elementos do sangue. (eritropoyesis)
Carência: Atraso no crescimento
Anemia
Transtornos na muda da pena
Baixa na fertilidade dos ovos. È importante realçar que todas as vitaminas do grupo B são menos estáveis que as restantes (oxidam-se rápidamente) por isso devem ser usadas em quantidades que se consumam diáriamente e não deixá-las nos bebedouros até ao dia seguinte.
Também é importante saber que as vitaminas do grupo B, actuam interrelacionadas entre si, por isso a carencia duma delas significa que devemos fornecer o chamado "complexo B".

MINERAIS

DEFINIÇÃO:

São substâncias indispensáveis para muitos processos do organismo animal.
Na natureza apresentam-se sob a forma de diferentes sais.
È importante realçar que ao submeter complexos minerais às aves estas regulam sua ingestão de acordo com as suas necessidades.
Em seguida alguns dos minerais mais importantes e sua acção principal dentro do organismo das aves:

SODIO (Na)

Actua na absorção da agua e sua posterior eliminação (diuresis)

CALCIO (Ca) E FOSFORO (P)

São fundamentais junto com a vitamina D na formação dos ossos

POTASSIO (K)

Actua no funcionamento do músculo cardíaco (tom cardíaco)
Também actua sobre a diuresis.

MAGNESIO (Mg)

Está relacionado intimamente com o Ca e P.

IODO (I)

É fundamental para o normal funcionamento da glândula tiróides.

MANGANESIO (MN)

Necessário para o crescimento e reprodução. Sua carência como vimos mais atrás provoca PEROSIS (deslocação dos nervos gastronemios fora da poleia tarsiana com luxação, geralmente duma pata virada para fora)

COBRE (Cu) E COBALTO (Co)

São fundamentais junto com a vitamina B12, na eritorpoyesis (significa formação dos elementos do sangue: glóbulos)

FERRO (Fe)

Componente essencial da hemoglobina do sangue.

 

AMINOACIDOS

DEFINIÇÃO:

São substancias que o organismo animal sintetiza a partir do nitrógeno ingerido, sendo estes a base da formação das proteínas. (Uma proteína é uma cadeia de aminoácidos).
Os aminoácidos essenciais são aqueles que o organismo não sintetiza em quantidades adequadas para manter o crescimento ou a nutrição normais, por conseguinte devem figurar na dieta que damos ás nossas aves.
Em seguida detalho os 10 aminoácidos essenciais e seus requerimentos por pombo e por dia.:


(necessidades por dia e por pombo)

METIONINA 0.09 grs
LESINA 0.18 grs
VALINA 0.06 grs
LEUCINA 0.09 grs
ISOLEUCINA 0.055 grs
FENILALAGNINA 0.09 grs
TRIPTOFANO 0.02 grs
ARGININA  
HISTIDINA  
TREONINA  

QUIMIOTERAPICOS ANTI-INFECCIOSOS

CLASSE

NOME

ACÇÃO

DOSE

TOXICIDADE

SINTETICOS SULFAMETOXAZOL Bactereostático P.O.: 100mg/pombo/dia Pode formar cristais renais
TRIMETROPIN Bacteriostático P.O.: 10-20 mg./pombo
200 mg/litro de agua
Uso combinado com sulfametoxazol
FURALTADONA
FURAZOLIDONA
Bacteriostático
Bacteriostático
P.O.: 7.5 mg/pombo/dia Amplio espectro activo contra micoplasma
ENROFLOXACINA
Baytril MR
Bactericida P.O.: 5-10 mg/pombo
200 mg/litro agua
Amplio espectro activo contra micoplasma
BIOSINTETICOS
OU
ANTIBIOTICOS
AMPICILINA
AMOXICICLINA
Bactericida   Não se recomenda seu uso em aves
TILOSINA
Tylan Mr
Bacteriostático P.O.:12-25 mg/pombo Indicado na micoplasmosis
NEOMICINA Bactericida P.O.:5-25 mg/pombo Utilizado em diarreias infecciosas
ESTREPTOMICINA Bactericida P.O.:50-100 mg/pombo Idem Anterior
CLORANFENICOL Bacteriostático P.O.:50 mg/pombo/2 por dia Administração prolongada provoca anemia fatal.
CLORTETRACICLINA Bacteriostático amplio espectro P.O.:15-25 mg/pombo
dia/1-1.5 g/litro agua
Retirar o grit durante sua administração
ANTIMICOTICOS NISTATINA
Nstatin MR
Candidiasis P.O.:100.000u/litro
agua durante 3 semanas
 
KETACONAZOL Candidiasis P.O.:12-15 mg/pombo
2 x dia/15 dias

ANTIPARASITAROS (ANTIHELMINTICOS)

CLASSE

NOME

ACÇÃO

DOSE

TOXICIDADE

CONTRA
NEMATODES

GUSANOS
REDONDOS

CONTRA
TENIAS

PIPERAZINA Ascaris adultos P.O.:0.5 g/pombo/2dias  
LEVAMISOL
RIPECOL mr
Ascaricida
Capilaricida
P.O.:10-20 mg/pombo, 2 dias~400 mg/litro agua, repetir aos 15 dias Pode produzir vómitos passageiros.
IVERMECTINA
Ivomec MR
Parasitas internos e externos P.O.: 0.1 mg/pombo repetir aos 10 dias  
MEBENDAZOL Ascaris capilária e Ténias P.O.:5-7 mg/pombo/
2 dias
Pode diminuir a fertilidade e afectar plumagem na muda
ALBENDAZOL
Vermix A MR
Ascaris capilaria e Ténias   Idem anterior
NICLOSAMIDA Ténias P.O.:100 mg/pombo  
TRICHOMONICIDAS METRONIDAZOL Trichomonas P.O.:20-25 mg/pombo
5 dias 1gr/litro agua
 
DIMETRIDAZOL
EMtril MR
Trichomonas P.O.:525mg/pombo
5 dias/0.5 gr/litro
Uma sobredose é muito tóxica
RONIDAZOL
Trichonazol MR
Trichomonas P.O.:2 mg/pombo
5 dias/ em agua 2gr/litro
 
COCCIDICIDAS SULFAQUINOXALINA Coccidios P.O.: 50mg/pombo
0.25 g/litro agua. Dar 3 dias descansar 3 e repetir 2 dias mais
Produzem cálculos a nivel renal
SULFAMERAZINA Coccidios P.O.:1.5 g/litro agua Idem anterior
SULFADIMETOXINA Coccidios P.O.:0.5 g/litro agua Idem anterior
CLAZURIL Coccidios P.O.: 2.5 mg/pombo 1 dia Baixa ou anula toxicidade
TOLTRAZURIL
Baycox MR
Coccidios P.O.:7-15 mg/pombo 2 dias Idem anterior
AMPROLIUM Coccidios P.O.: 20 mg/pombo  

 

Como Construir um Pombal 18-08-2007
Como Formar uma Colónia 18-08-2007
Nos meus primeiros tempos de columbófilo, deparei com as mesmas dificuldades que todas as pessoas encontram quando começam e, portanto, enquanto são novas na modalidade.

Enchia o pombal com pombos que comprava, que me ofereciam e que eu criava, esperava pela imediata campanha, e o cesto encarregava-se de fazer a selecção.

As consequências deste principio levaram-me, durante muito tempo, a resultados pouco satisfatórios e, como o vicio foi ganhando raízes, não tive outro remédio senão trabalhar muito para obter aquilo que ambicionava (ter bons pombos e saber tratar deles).

Podem desde já fazer-me uma pergunta: - se ninguém ensina o que sabe, se ninguém cede os bons pombos, como conseguiu os seus intentos?

Lendo vários livros, trocando algumas impressões com outros amadores e, depois, dentro do meu pombal, fazendo experiências. Dessas experiências, de ano para ano aproveitava aquilo que me parecia bom e eliminava o que me parecia mau. E, só fazendo asneiras e errando mesmo, é que as coisas são aprendidas á nossa custa.!

E como a ideia de todos aqueles que começam é ter muitos para aproveitar alguns, eu, não fugindo á regra, fui de principio levado a esse erro.

Hoje sou contrário á quantidade e aconselho aqueles que pretendem ser columbófilos a terem poucos pombos mas bons e bem tratados.

Um bom começo...
Muito bem, o pombal está construído pelo que devemos adquirir os seus habitantes. Fácil – basta falar com Fulano, Sicrano e Beltrano e comprar alguns “ super campeões “ (normalmente “a preços razoáveis“ – “para ajudar um novato“), colocá-los no pombal na reprodução e obter grandes campeões - cuidado meu amigo - você continuará a sonhar durante os próximos três anos!
Eu não sou um perito na matéria, porém gostaria de compartilhar desta minha experiência consigo porque odiaria vê-lo cair no mesmo erro. Tenho duas propostas para novatos no que respeita à aquisição de pombos-correios, porém a minha preferência vai para a primeira alternativa:

1. O método do estudo: Acumule resultados dos melhores pombos voados na sua área ao nível de Colectividade ou a nível da Federação e obtenha as suas classificações de pelo menos dos dois últimos anos. A informação recolhida indicará definitivamente quais os melhores pombais da sua área bem como os melhores voadores de determinadas distâncias. Arranje uma visita aos pombais dos Columbófilos que possuem estes campeões e saiba mais informações sobre o seu “pedigree”. Investigue os resultados da família destes excelentes voadores - não somente o pai e a mãe – mas a família inteira, ou pelo menos três parentes - irmãos, irmãs, primos, tios, tias - o lote inteiro. Será na maioria destes espécimes voadores onde você poderá considerar eventualmente uma compra. É do senso comum que este custo inicial será excessivo mas, asseguro-lhe, que a despesa será mesmo muito mais elevada se você começar da maneira errada, como eu . Para adquirir um boa raça de voadores não é necessário comprar os “campeões” que apresentaram as melhores classificações, mas sim pombos da mesma descendência ou linhagem - tios, tias, primos, avós, irmãos e irmãs. O benefício deste investimento, além do factor custo, permite-lhe obter mais pombos deste “sangue campeão“ pelo valor do próprio campeão, e que o colocará numa posição favorável de inicio duma colónia com uma boa linha de reprodutores.  Normalmente os pombos são mais adequados para uma ou outra distância específica – velocidade, meio fundo ou fundo.  Assim, baseado nas estatísticas recolhidas, recomendo fortemente a compra de pombos de outros amadores, com boas classificações sobre a mesma distância. Deste modo terá duas raças diferentes que poderá alinhar e cruzar, evitando assim o cruzamento de pombos do mesmo sangue, até finalmente possuir a sua própria “família” de voadores. Para começo será provavelmente aconselhável obter pombos de velocidade ou de meio-fundo, e procurar os “fundistas” mais tarde para quando tiver mais experiência. 

2. O método do cesto: Este método é baseado no sistema de testes durante uma campanha desportiva. O princípio utilizado na selecção dos principais Columbófilos bem como o tipo de compra de pombos correios é exactamente o mesmo método descrito anteriormente. A ideia é a compra aproximada de cerca de dez borrachos de um diverso leque dos melhores pombais da sua área, e testá-los você mesmo. Assim, a sua família de voadores será construída de raças diversas, devendo ser avaliados os melhores resultados no final de uma época desportiva e obviamente então adquirir mais pombos da mesma família dos melhores voadores. O benefício deste método é que você saberá quais os pombos que se adaptam melhor ao seu pombal e métodos a utilizar.

reprodução
Sou contrario á consanguinidade e, para tal, não cruzo pombos com o mesmo sangue.

Ouço falar, muitas vezes, que o grande mal está em não acertar com casais de reprodução e que fulano, sicrano, beltrano, etc. têm casais extraordinários e tudo que tiram é bom. Dá-me vontade de rir, mas abstenho-me de fazer comentários!!!

Apenas faço uma pergunta á qual gostava que me respondessem com sinceridade: - haverá algum amador que tenha um desses casais que só dá filhos campeões?, Se houver é um felizardo e esse casal é um tesouro; não há dinheiro que o pague!!! Eu tenho tido alguns casais que considero de muito bons, mas me sinto feliz se em cada 8 ou 10 borrachos que tiro numa temporada, conseguir um que eu possa considerar um pombo extra. E é talvez baseado no número escasso que cada casal dá, que a maior parte dos amadores passa a vida á procura duma coisa que nunca consegue.

A maneira sincera como exponho este assunto é baseada, não em teoria, mas sim com a prática de muitos anos. E saber, como? Cada ano que me aparecia um desses pombos “extra”, eu perdia, á volta dele, horas sem conta. De dia, analisava-o á vista. Pegava nele e procurava notar tudo quanto tinha de diferente dos outros que eram piores e mesmo maus; e á noite, ás escuras, procurando ver se lhe notava também qualquer coisa que só pelo tacto pudesse diferenciar.

Passei muitas horas, para não dizer anos, para chegar a uma conclusão que, hoje para mim, é quase certa. E, nesta ocasião, já posso dizer a maneira como escolho os meus pombos. Desde que nascem, gosto de ver um desenvolvimento normal, crescendo dia a dia e sempre num bom estado de saúde. Para isso, será preciso ter uma ração bem equilibrada, dou aos pais bastantes calcários e, mesmo aos borrachos, um suplemento vitaminado.

Tudo isto contribui para que o borracho se desenvolva bem e fique com um esqueleto forte, que é um dos primeiros sintomas para a selecção. Quando o borracho está grande e começa a voar, há mais duas coisas a que dou uma importância capital: uma, a asa, que terá que ter uma boa “décalage” (diferença bem pronunciada entre as rémiges primárias e as secundárias); outra, tem que ter a garganta bem serrilhada.

0 facto de ser um pombo grande ou pequeno, alto ou baixo de esterno, não tem grande importancia, embora eu procure escolher um pombo do chamado tamanho médio e, de preferência, baixo de esterno. Gosto de possuir um tipo de pombo homogéneo que, quanto a mim, se adapta bem ao tratamento que lhe fazemos.

Portanto, a verdadeira escolha que faço, o que aliás acho difícil de conseguir, é procurar um pombo que tenha uma ossatura muito rija, uma boa frente de peito, uma asa com uma “décalage” bem pronunciada e a garganta serrilhada. Todo o pombo que tenha estes predicados, dificilmente falha no cesto.

Com estas afirmações continuo sujeito a perguntas, como por exemplo: “quase, com uma certeza no que diz, porque não tem só pombos campeões”? Respondo simplesmente e como atrás já me referi, que esses pombos não caiem do céu e não nascem todos os dias!!! E, então, para se fazer face a uma campanha, há que recorrer aos chamados pombos de 2.a escolha que, umas vezes uns, outras vezes outros, vão defendendo as posições.

Antes de entrar em considerações no que diz respeito a tratamentos e maneiras de jogar os pombos, vou dizer como crio os meus borrachos, como lhes faço a muda da pena, enfim, como os preparo até ao momento de os apresentar no cesto para prestar provas...

Destino à reprodução pombos que não tenham o mesmo sangue e escolho-os conforme as características que já enunciei anteriormente. Dou sempre preferência a pombos com a mesma cor. Por principio, gosto de experimentar casais logo ao 1º ano. Quando pretendo tirar borrachos no Pomba no chococedo, nunca acasalo os pombos antes de fins de Março. Contudo, devo dizer que me tenho dado bem com os tardios, e é precisamente nos meses de Agosto e Setembro que tenho obtido os melhores produtos. Depois de ter feito os casais, aguardam-se as criações. Devo, em principio, dizer que para se obterem bons borrachos tem que se ter o cuidado de ter os pais em bom estado de saúde e, principalmente, a fêmea bem calcificada. Para isso, e antes de meter os pombos ao choco, costumo fazer um tratamento ás fêmeas, dando-lhes umas gotas de Peptiodina na água, durante uns 10 a 15 dias (10 gotas por litro d'água). Uma fêmea bem preparada para a reprodução, faz as posturas nos períodos normais e os ovos são bem calcificados e perfeitos. Quando os borrachos nascem vai-se observando com curiosidade o seu crescimento e aos 6-7 dias deve haver o cuidado de os anilhar. Há muitos criadores que facilitam no anilhamento dos borrachos e, quando o fazem, dão cabo deles.

Tenho sempre no pombal duas rações:

uma, a ração normal, composta de milho, 4kgs; trigo, 1; Faverol, 1; Ervilha, 0,500; Ervilhaca, 1; Cubos, 1; Arroz s/casca, 0,500; Dári, 0,500; outra, composta por cânhamo, 0,500; colza, 0,400; Dàri, 0,500; Milho alvo, 0,200; Alpista, 0,200; Arroz s/casca, 0,:200 e Linhaça, 0,300. (esta 2ª ração sirvo-a apenas como sobremesa e numa quantidade pequena). Tenho também uma mistura de grit com casca d'ostra (em partes iguais) e que sirvo aos pombos como guloseima. Nunca tenho o grit à disposição dos pombos. No período das criações os Pombos são sôfregos em comê-lo e, em excesso, é prejudicial. Neste período de criação alimento os pombos 3 vezes ao dia. Após as refeições dou-lhes de beber, mas logo que todos tenham bebido, retiro a água. E nesta ocasião, devo dizer, que à 2ª feira dou aos pombos como bebida e durante todo o ano um chá. A maneira como faço este chá é a seguinte: numa cafeteira com água a ferver deito, num litro d'água, uma colher de sopa bem cheia de chá, à qual junto 1 colher das de chá com sal da cozinha. Depois de mexer bem, tapo a cafeteira e deixo em repouso durante 20 minutos. Só então é que passo para outra cafeteira, coando com um pano e acrescento mais 1 litro d'água, para que o chá fique brando. Em seguida sirvo-o aos pombos. À 3ª feira sirvo água todo dia. À 4ª feira junto à água complexo B (Pasteur) na quantidade de 1 colher de sopa por litro e meio d'água. À 5ª feira dou um bocado de mel (1 colher de sopa por litro e meio d'água). À 6ª feira, sábado e domingo, água simples. Aos borrachos, como suplemento dou: ás 3ªs feiras, à noite, 3 gotas a cada um de rimine (Atral); As 5ª feiras, soberana (Colman); aos sábados 2 gotas de Vigantol.

Quando os borrachos começam a querer comer, ponho-os no chão bastante tempo durante o dia, para ambientar ao pombal e para que logo que sintam forças, começarem a voar para a janela. Da janela, irão para o exterior o mais cedo possível e nestas circunstâncias as perdas na adução quase nulas. Aproveito para dizer que todo o borracho que voe antes de ter um mês se me afigura esperto e, normalmente um bom voador. À medida que as criações se vão fazendo e borrachos vão voando chega a altura de se declararem os sexos e nessa ocasião começam a fazer a muda da pena. Há conveniência na separação.

E falando na muda da pena entro num assunto que considero essencial e que se faz numa época onde uma boa percentagem de amadores ganha mais de 50 % dos prémios da campanha que irá fazer na época seguinte. E ganha como? Tratando os seus pombos com todos os cuidados e acima de tudo, com método. Eu nunca faço tratamento para a muda. Partindo do principio que a natureza deu ao ao pombo a faculdade de mudar a pena uma vez por ano procuro apenas mantê-los num estado de saúde perfeita e com o máximo de higiene. Para isso procuro alimentá-los sempre com sementes de boa qualidade, pombal limpo todos os dias e uma vez por semana, água para o banho onde adiciono os sais de banho Colman. Quando o tempo está de sol, deixo os pombos em liberdade só da parte da manhã; quando chove, não os solto, porque acho que a chuva lhes põe a plumagem em mau estado. Nesta época da muda dou aos pombos, uma vez por semana, verduras variadas (couves, cenouras, agriões, alface, etc.). E quando os pombos estão na quadra das últimas rémiges faço-lhes, durante 15 dias, um tratamento, juntando na água de bebida umas gotas de Licor de Fowler. Normalmente este tratamento começa à volta do dia 20 de Novembro. Como se trata dum produto feito á base de arsénico é preciso cuidado na maneira de o administrar. A partir de meados de Dezembro e se o tempo estiver bastante frio, adiciono à refeição da noite umas gotas de óleo de fígado de bacalhau. Quando se faz esta mistura, convém retirar a linhaça à ração. Costumo dar o óleo de fígado de bacalhau, à volta de 12 dias. Após isto, estamos quase chegados ao fim do ano e portanto começo doutro e, nesta ocasião, com os pombos já mudados, pensa-se na campanha que começará dentro em pouco. Costumo ainda fazer outro tratamento antes de acasalar os pombos. A meados de Janeiro dou um depurativo aos pombos, formado por água, 1/2 litro; iodeto de sódio, 5 gramas; iodeto de potássio, 5 gramas (durante 20 dias, em dias alternados, 1 colher de sopa por litro d'água). Isto equivale a dar esta bebida 10 dias, servindo-a dia-sim, dia-não.

 

Como Ser Columbófilo 18-08-2007
Como Ser Columbófilo...

O que devo fazer para me tornar columbófilo?
Onde me devo dirigir?
O que necessito para começar?
Que tipo de pombal devo ter? Onde o devo instalar?
Quantos pombos são necessários para me iniciar?

Estas são algumas questões que iremos abordar nesta secção, procurando dar, ainda que de forma sucinta, uma ideia geral de como alguém se deve iniciar na Columbofilia.

  1. A Inscrição numa Colectividade
  2. O Pombal
  3. As Características do Pombo Correio
  4. A Reprodução
  5. A Aprendizagem do Pombo-Correio
  6. Alguns Conselhos
  7. A Alimentação
  8. Perigos que os Pombos Encontram no Regresso a Casa
  9. Algumas Regras Fundamentais de Higiene
  10. Conclusão
1 - A Inscrição numa Colectividade
O primeiro passo a dar por quem se queira iniciar neste desporto é dirigir-se à colectividade mais próxima da sua residência e proceder á sua inscrição.Os valores de inscrição (quotas) reportam-se, em regra, ao período de um ano e o custo é variável.

Depois de inscrito na Colectividade, deve proceder à sua inscrição federativa. A quota federativa é paga também na colectividade, a qual se encarrega de enviar o processo à Federação. A quota federativa reporta-se, também, ao período de um ano, e tem o valor de Esc: 1.500$00.

Ao pagar a referida quota, fica imediatamente abrangido pelo seguro desportivo. O seguro cobre qualquer acidente que venha a ocorrer decorrente da actividade desportiva.

Só após estar devidamente inscrito poderá ter pombos-correio ou comprar anilhas oficiais, uma vez que, a lei de protecção ao pombo-correio assim o determina. Contudo, há que ter consciência que a columbofilia é, acima de tudo, um acto de amor. O pombo-correio passa a ser um companheiro, um amigo, que necessita de ser entendido, cuidado e acarinhado diariamente.

A columbofilia é a arte de criar pombos-correio, com fins desportivos. O seu fundamento baseia-se na capacidade, inata, que estas aves possuem em voltar ao seu pombal, quando postos em liberdade, a grandes distâncias do mesmo. De acordo com esta capacidade de orientação, com o treino a que se submete, e o seu amor ao ninho, ao cônjuge, ao seu pombal e ao seu próprio treinador, percorre estas distâncias em maior ou menor tempo.

Assim, antes de se proceder a qualquer investimento material, deverá ponderar, seriamente, se existe uma vontade forte em se iniciar na Columbofilia, se dispõe diariamente de uma fatia de tempo, para cuidar dos seus pombos e, acima de tudo, se o simples facto de ter pombos-correio constitui um factor de realização pessoal.

Supondo que está motivado, a fase seguinte é a construção do pombal.

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2 - O Pombal
Os pombais variam de uma região para outra. Podem ser totalmente abertos, semi-abertos ou fechados, construídos em madeira ou alvenaria. A sua instalação pode efectuar-se em terraços, jardins, sótãos, varandas... O volume pode variar, desde uma simples gaiola de 1 m³, a um grande pombal com várias divisões. É de especial importância que o pombal responda a estas três exigências:
  • estar bem limpo, exposto ao sol e seco
  • que as suas instalações resultem práticas e simples, livres de parasitas
  • que fique protegido de animais daninhos

Deve ser construído, atendendo:

  • ao número de pombos que irá abrigar
  • à sua situação
  • a evitar as correntes de ar

A orientação do pombal será tal, que se evite sempre a direcção em que os ventos possam fazer penetrar a chuva, no interior dos pombais. Convém procurar a orientação que proporcione uma temperatura agradável e permita aos pombos gozar os primeiros raios de sol. Uma boa orientação é , em geral, a de Sudoeste ou a de Sudeste.

O pombal deverá ter boa luz natural, mas não excessiva, pois as fêmeas procuram, com frequência, as partes escuras para construir os seus ninhos. As paredes devem ser lisas, bem como os tectos.

Capacidade e distribuição
A quantidade óptima de pombos deve rondar os 3 a 5 por m³. As dimensões do pombal dependem, principalmente , do número de aves a albergar, do tipo de concursos em que essas aves participarão, o tipo de técnica ou "jogo" que o futuro columbófilo irá optar. Um pombal onde se queira instalar 50/60 pombos deve estar dividido da seguinte forma:

  • reprodutores
  • fêmeas não acasaladas
  • machos não acasalados
  • borrachos

Janela de entrada e saída
A janela ideal de entrada, saída e reconhecimento deve ser de tal maneira que:

  • Tanto a entrada como a saída, estejam formadas por pequenas aberturas ligeiramente inclinadas, de 8 a 10 cm de largura, para que os pombos possam passar no sentido de cima para baixo.
  • Os pombos possam saltar livremente à mísula exterior, e daí iniciar o vôo.
  • Se possa fechar, consoante a vontade do columbófilo.
  • Na mesma janela de entrada e saída, exista uma zona de reconhecimento, onde os borrachos se familiarizem com o comportamento dos adultos e com as referências exteriores.

Pavimento
O pavimento do pombal pode ser construído em madeira, placa de cimento, rede metálica ... Utiliza-se, também, com grande frequência, grelhas metálicas ou de madeira colocadas, pelo menos, 30 cm acima do pavimento, a fim de evitar o contacto directo das patas dos pombos com os excrementos, o que tem importância profiláctica contra algumas afecções, nomeadamente, parasitoses intestinais.

Casulos
Podem fabricar-se em alvenaria ou em madeira, formando 3 ou 4 pisos. As dimensões, para cada casulo, rondam os 70 cm de comprimento, por 40 cm de fundo e 40 cm de altura. É habitual colocar os casulos na face contrária à entrada do pombal.

Os Ninhos
Os ninhos são normalmente caçarolas de barro cozido, de uns 20 a 22 cm de diâmetro, de bordos e fundos planos, revestidos de areia para impedir a ruptura dos ovos.

Comedouro
Os comedouros têm de ser simples e fáceis de limpar. Encontram-se no mercado á venda, comedouros constituídos de madeira e/ou de metal. Devem permitir um fácil acesso dos pombos, e estarem colocados de forma a que as aves não possam ingerir sementes caídas no solo ou após contacto com os excrementos.

Bebedouro
É essencial que a água esteja sempre limpa e que se mude diariamente. Os bebedouros poderão ser de plástico, barro ou metal. Devem ser colocados num suporte a cerca de 50 cm do solo, evitando assim, a entrada de poeiras e penas. A limpeza dos bebedouros e o tempo de permanência da água dentro deles, tem grande importância na propagação de infestações por tricomonas. O bebedouro ideal é o de circulação contínua; em substituição convém empregar o bebedouro de inversão (pescoço largo)

Reservatórios de Grite
Encontram-se, também, à venda, em formas e dimensões variáveis. Deve, no entanto, haver o cuidado de adquirir reservatórios que impeçam a entrada de humidade e a queda ao solo do Grite. O Grite é uma mistura de vários minerais com origem diversa (conchas, pedra calcária, etc). Alguns ingredientes do Grite são solúveis em água , outros não. Os solúveis, constituem uma fonte de minerais para o esqueleto e para a formação dos ovos. Os não-solúveis, incrementam a função mecânica do estômago.

Poleiros
Colocam-se paralelos à parede em número suficiente para que todos os pombos se possam instalar. Os poleiros devem ter as arestas arredondadas. A altura máxima deve ser a 1,80 m do chão. Os poleiros devem ser instalados de tal forma que não seja possível, aos pombos que estão nos poleiros mais altos, sujar os pombos situados em lugares inferiores. Nalguns casos, dispõem-se em forma de xadrez.

Aprovação dos pombais pela FPC e seu licenciamento pela Autarquia local
Segundo a legislação em vigor, a edificação de pombais de pombos-correio está sujeita a prévio licenciamento camarário. Assim, para evitar futuras situações desagradáveis, aconselhamos que, após a elaboração do projecto de construção (plantas), as mesmas sejam enviadas à Federação, acompanhadas da memória descritiva e mapa de implementação do pombal, para que, de acordo com o estipulado na lei de protecção ao pombo - correio, sejam sujeitas a aprovação e registo federativo. Após aprovação do pombal pela FPC, deverá, todo o processo, ser submetido aos serviços competentes, da respectiva Câmara Municipal, com a finalidade de obter um licenciamento da construção.

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3 - As Características do Pombo Correio
O actual pombo correio é o fruto dos cruzamentos de algumas raças belgas e inglesas, efectuadas na segunda metade do século XIX. Este tipo de pombo foi continuamente seleccionado a fim de apurar duas características principais: o sentido de orientação e um morfotipo atlético.
O pombo-correio caracteriza-se, entre outras, pelas seguintes propriedades:
  • endurance
  • vivacidade
  • rapidez de voo
  • penas abundantes e brilhantes
  • rabo sempre pregueado
  • pescoço, fortemente implantado, muito erguido
  • grande resistência à fadiga

Tem um peso médio compreendido entre 425 e 525 gramas para os machos e 480 gramas para as fêmeas. É capaz de percorrer num só dia distâncias de 700 a 1. 000 Km., a velocidades médias superiores a 90 kms por hora.

O Revestimento Corporal - As Penas
As penas nos pombos correio cumprem vários fins; formam uma capa termo-isoladora, organizam as superfícies impulsoras da asa e dão ao corpo a forma aerodinâmica característica.
Existem diferentes tipos de penas:

  • as de contorno
  • o "duvet"
  • as filopenas
  • o "duvet" empoado

São penas de contorno, as remiges (as penas maiores das asas), as rectrizes (pena da cauda) e as tectrizes (penas de cobertura).
O "duvet" é a penugem, a qual deve ser abundante e sedosa.
As filopenas transmitem informações sobre o movimento e as vibrações das penas de contorno aos receptores nervosos.
O "duvet" empoado contém um fino pó branco constituído basicamente por queratina. Este pó é o responsável pela resistência destas penas de água.

As penas são implantadas na pele, em campos, segundo, um padrão fixo. A cor das penas é variada, sendo as mais comuns: azul, vermelho, castanho claro, malhado, bronzeado, preto e branco.

As penas do pombo renovam-se cada ano, designando-se esta actividade fisiológica como Muda e deve ser perfeitamente conhecida pelo columbófilo, porque representa um momento crítico na vida desportiva do pombo-correio: qualquer falha ou doença, nesta fase, reduz visivelmente a capacidade de competir nas grandes provas.
As penas mais importantes são as das asas e da cauda.

A Muda
As penas das aves não são mais do que a evolução das escamas dos seus longíquos antepassados: os répteis. A plumagem é principalmente constituída por proteínas. Assim, torna-se aconselhável aumentar durante o período da muda, o teor em proteínas na alimentação. Isto consegue-se mediante a introdução de grãos leguminosos (ervilhas, feverol, ervilhaca).

Em Pombos Adultos
A muda começa pela queda das remiges primárias da asa. Tem lugar normalmente de Abril a Novembro.
A muda depende do estado de saúde, da natureza do pombo, do meio ambiente em que vive, do regime a que se submete e da sua idade.

As dez remiges da asa são renovadas todos os anos, começando pela mais pequena, situada na parte média da asa. As seis primeiras caem a intervalos de três semanas, no momento em que a seguinte chega a ter a metade da sua longitude. A partir da queda da sexta, a muda estende-se às penas pequenas do corpo, começando pelas plumilhas que se encontram no nascimento do bico.

As remiges secundárias têm um regime especial. Cada ano o pombo perde geralmente uma por asa. A nova pena sai um pouco mais larga, um pouco mais curta (1 ou 2 milímetros) e a sua extremidade é um pouco mais arredondada. As doze caudais renovam-se igualmente cada ano, caem aos pares de tal maneira que o plano inclinado que formam durante o voo mantem-se constantemente o mais perfeito possível.

Em Borrachos
A muda será total ou parcial dependendo da época do seu nascimento.
Os que abandonam os seus ninhos no mês de Março, efectuam uma muda total, a partir do mês seguinte. Pelo contrário os tardios, nascidos em Agosto ou em Setembro, efectuam uma muda parcial, uma vez que, o frio de Inverno corta o processo fisiológico normal. A muda torna a efectuar-se na primavera seguinte.

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4 - A Reprodução
Os acasalamentos representam uma das virtudes mais destacadas do nosso desporto. Segundo a forma de os realizar vai depender a qualidade da futura colónia.

Se não houver cuidado na selecção dos pombos a acasalar a colónia degenerará, tornando-se, cada vez mais, ineficiente em termos competitivos. Por tal motivo, devem deixar-se para a reprodução somente pombos com reconhecida categoria ou os provenientes de pombais com um pedigree comprovado. Independentemente do seu fim (melhorar a colónia), o conhecimento dos acasalamentos, reprodução e cria são importantes porque o desporto columbófilo baseia muito da sua estratégia na opção do tipo de jogo, nomeadamente metendo os pombos em celibato (machos e fêmeas separados) com ovos, com borrachos ou em viuvez.

A distinção de machos e fêmeas faz-se por caracteres externos, normalmente o macho é de maior tamanho, possui um arrolhar característico, que se quando persegue outros pombos, estendendo as penas do rabo pelo chão. O macho costuma ter a cabeça, o bico, assim como, as carúnculas de maior tamanho que a fêmea.

O Acasalamento
Normalmente, juntam-se os pombos quando o fotoperíodo natural vai aumentando, isto é, a partir de Janeiro até Junho. Embora dependendo da latitude e da época de muda, pode estender-se até aos meses de Agosto / Setembro.

A escolha dos casais é primordial na Columbofilia, nomeadamente, no apuramento de linhas mais aptas para os concursos de velocidade e outras adequadas a grandes distâncias. Seleccionar-se-ão para os acasalamentos machos e fêmeas que possuem constituição harmónica, uma força comprovada, um olho apropriado, uma rapidez no voo verificada nos diferentes concursos, etc., única forma de fixar nos seus descendentes as melhores características. Ainda assim, isso não quer dizer que se obtenham excelentes borrachos. É o columbófilo quem deve com a sua persistência ir eliminando as características defeituosas e introduzir as melhores à base de cruzamentos com pombos procedentes de outros pombais.

Quando um casal der bons borrachos, deverá conservar-se unicamente para a reprodução não o expondo aos riscos da competição. Desta forma, alternando diferentes machos e fêmeas e comprovando sempre os resultados dos seus produtos no "cesto", é como ao final de algumas gerações se consegue colónias de absoluta confiança.

Para fazer o acasalamento coloca-se o macho e a fêmea numa gaiola preparada para o efeito, onde efectuam a postura e a cria dos borrachos. Quando se quer acasalar um macho excepcional com várias fêmeas - o que é difícil, devido ao pombo ser monogâmico - existe um sistema chamado "a caixa do touro" através do qual se pode acasalar o referido "crack" com quatro fêmeas em simultâneo. Esta já é, no entanto, matéria para columbófilos experientes.

As Fases da Cria
As diferentes fases fisiológicas da cria resumem-se da seguinte maneira:

  • a postura efectua-se uns oito ou dez dias depois do acasalamento;
  • a fêmea põe os ovos: o primeiro pela tarde e o segundo dois dias depois, ao meio dia;
  • a incubação começa depois da postura do segundo ovo e dura 17 dias;
  • o macho incuba desde as dez até às dezasseis horas e a fêmea o resto do tempo;
  • entre duas posturas sucessivas decorrem uns trinta e cinco dias.

Quando as crias da primeira postura cumprirem os dez dias, deve colocar-se outro ninho para evitar:

  • que a fêmea ponha no mesmo ninho e que os ovos possam partir-se;
  • que a incubação seja irregular, por impossibilidade física de estar crias e pais juntos no mesmo ninho;
  • os borrahos separam-se dos pais aos 25 dias. A partir daqui já podem comer sós.

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5 - A Aprendizagem do Pombo Correio
A aprendizagem do pombo-correio começa a partir do seu nascimento , e tem como principais objectivos:
  • A adução ao pombal;
  • Proporcionar-lhe o vigor e a preparação necessária, para que, quando solto, regresse ao seu pombal com segurança e na maior rapidez;

A capacidade que o pombo-correio tem em regressar ao pombal manifesta-se tanto nos machos como nas fêmeas. Por meio de uma aprendizagem e um treino cuidadoso, estes animais podem percorrer grandes distâncias em vôo ininterrupto.

A Adaptação
O pombo-correio acostuma-se com maior ou menor rapidez, consoante a idade de adução ao pombal:

  1. Borrachos nascidos no pombal
    Em princípio, os borrachos só abandonam o seu ninho quando são capazes de se alimentarem por si sós. Para aduzir os borrachos é suficiente deixá-los completamente tranquilos. Quando têm força para voar fazem-no no seu pombal, aproveitando o sputnik para conhecerem as imediações. Quando finalmente empreendem o vôo, descrevem círculos sem se afastarem do pombal; pouco a pouco, vão-se unindo ao bando para voar e regressar com ele.
  2. Borrachos procedentes de outro pombal
    Os borrachos adaptam-se ao novo pombal num período de 10-15 dias, sempre que tenham menos de um mês. A princípio procuram afincadamente uma saída. Por isso, devem manter-se encerrados e serem objecto de todas as atenções no que se refere à higiene, bem estar e alimentação, até que se acostumem ao seu novo habitat. As primeiras saídas efectuar-se-ão pela tarde.
  3. Pombos adultos
    Os que não tenham voado em liberdade demoram a adaptar-se entre um mês e um mês e meio. Se já voaram, mas sem viajar, aconselha-se a acasalá-los antes de soltá-los (dois a três meses).

A Aprendizagem
A partir da adaptação, a educação do nosso atleta faz-se de forma gradual. Quando os borrachos têm uns 25 dias já podem alimentar-se por si sós. Então, é preciso separá-los dos seus pais e alojá-los num sector especial só para eles. Esta separação é conhecida como o "desmame". Efectua-se, colocando os borrachos num pombal acolhedor, com uma camada de palha no chão e onde a ração e água estejam colocados de forma acessível. No entanto, o columbófilo deverá seguir atentamente a evolução das aves, verificando se todos acedem ao bebedouro e ao comedouro. Os borrachos que não conseguiram beber, normalmente, têm tendência para se isolar num dos cantos do pombal, piscando ininterruptamente os olhos. Aí, deverão pegá-los e mergulhar-lhes a cabeça no bebedouro.

Quando houver um grupo de borrachos, dos quais os mais jovens tenham cumprido os três meses de idade e levem mais de um mês voando livremente pelo exterior do pombal, podemos começar com os vôos preliminares de reconhecimento dos arredores. O primeiro vôo deve fazer-se num dia claro e sereno, pouco antes da primeira distribuição da comida aos pombos, desde um ponto livre, situado, aproximadamente, a um quilómetro do pombal. Em vôos sucessivos vamos aumentando, gradualmente, esta distância até alcançar os 8 a 10 quilómetros. Terminados estes vôos, temos a certeza de que os borrachos conhecem perfeitamente os arredores. Quando for possível, os borrachos devem ser soltos, um a um, para que não regressem em bando, mas sim individualmente. Depois aumentamos, progressivamente, as distâncias a 40, 75, 100, 150 Kms. Estes vôos fazem-se com todos os borrachos ao mesmo tempo. Aqui podemos dar por terminada a aprendizagem durante o primeiro ano.

Algumas Associações promovem, hoje em dia, concursos de borrachos. No segundo ano, os "pombos de ano" podem voar até 500 quilómetros, ou mais, começando com treinos progressivos, para que, o pombo vá ganhando forma, antes de alcançar a distância desejada. Para os grandes concursos (de fundo), devem escolher, preferencialmente, pombos adultos de mais de 3 anos.

Precauções
A direcção e intensidade do vento, o nevoeiro, a neve e a chuva influem o regresso do pombo impedindo-o, algumas vezes, de cheguar ao seu destino. Por isso, é de muita importância, na época da aprendizagem e treino, não soltar os pombos quando houver vento forte em direcção contrária, ou quando as condições meteorológicas sejam francamente desfavoráveis, não obstante, em vôos curtos, os pombos com alguma experiência poderem viajar com tempo chuvoso e ventos moderados, com o objectivo de tornar as aves aptas para vôos em quaisquer circunstâncias meteorológicas.

A hora mais conveniente para soltar os pombos é um quarto de hora depois do sol nascer.

Programa de Vôos (Treinos)
Todos os pombos dum pombal devem, na medida do possível, realizar vôos diários.

Existem treinos livres e obrigatórios. Os primeiros consistem na libertação das aves sem quaisquer restrições. Os segundos, já implicam o cumprimento de vôo com uma duração pré-definida pelo próprio columbófilo.

Vários columbófilos usam uma bandeira para evitar que os pombos poisem, nomeadamente, no pátio ou nos telhados. É muito importante desencorajar os pombos do mau costume de pousar nos telhados, uma vez que, futuramente este vício terá repercussões negativas na pronta e rápida entrada pós-concurso, com a consequente perda de tempo.

Podemos, ainda, incrementar a velocidade de entrada recorrendo a estímulos sonoros, como apitos ou assobios especiais ou agitando os grãos de comida num recipiente metálico. Existem ainda columbófilos que usam um pombo como chamariz. Se os pombos estão bem educados, ao serem chamados, entram sem demorar no seu pombal, sem sujar à sua volta ou incomodar os vizinhos.

O vôo do meio-dia pode ser substituído por um treino individual a curta distância. Devemos efectuar, no mínimo um treino diário à volta do pombal, devendo ser seguido com a máxima atenção por parte do columbófilo, pois é um dos factores de maior importância para o conhecimento do pombo-correio. Aproveita-se a realização destes vôos para a limpeza do pombal, para mudar a água dos bebedouros, preparar a ração e tudo o que é necessário para a distribuição da comida.

Transporte de Pombos
Os pombos que vão ser soltos para treino ou para concurso, introduzem-se em cestos de viagem. Antes de introduzir os pombos nos cestos, deve efectuar-se um reconhecimento minucioso, a todos os pombos, comprovando o estado de forma, o estado das penas, assim como, o estado das mucosas.

Uma vez seleccionados os pombos, no pombal, levam-se ao clube columbófilo onde se encontra filiado e, dali, são expedidos em cestos para os locais de solta . O columbófilo deve velar para que se cumpram as condições mínimas de encestamento e de cuidado com os seus pombos. Algumas destas condições são:

  • Os locais de encestamento devem ser ventilados, unicamente com a presença do pessoal responsável do controle dos pombos, sendo terminantemente proibido FUMAR;
  • Os cestos de viagem devem estar limpos e livres de parasitas;
  • Os cestos devem ser manipulados com cuidado durante as operações de carga e descarga dos veículos para evitar golpes e quedas que prejudicariam os pombos, retirando-lhes capacidade de vôo.
  • No final da viagem, e até ao momento de soltar os pombos, os cestos têm de ser protegidos das inclemências do tempo, em lugar coberto, seco, moderadamente ventilado, para que, os pombos possam descansar, dando-lhes a água e comida necessária;
  • Os machos e as fêmeas são encestados separadamente.

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6 - Alguns Conselhos
Anilhamento dos Borrachos
O anilhamento dos borrachos com anilhas da Federação Portuguesa de Columbofilia, efectua-se quando estes fizerem 6 a 8 dias. Nesse momento, é fácil levar a cabo esta operação, sem que haja perigo de ferir os dedos da ave, nem a possibilidade da anilha cair. A anilha irá identificar o pombo durante toda a sua vida desportiva. A anilha oficial coloca-se, em regra, na pata esquerda do borracho.

O borracho mantém-se em posição normal, com a pata esquerda esticada e introduz-se, na anilha, os três dedos anteriores, cuidando que as inscrições da anilha não fiquem invertidas. Ao mesmo tempo, o dedo posterior mantém-se para trás apoiado por cima do tarso.

Forma de Apanhar os Pombos
A melhor forma de apanhar os pombos, é proceder à aproximação, fazendo os seus ruídos característicos, para que, permaneçam o mais tranquilos possível, apanhando-os devagar com ambas as mãos. Os pombos seguram-se com a mão esquerda, de modo a que fiquem as patas entre o dedo médio e o indicador e as asas sobre a cauda, presas pelo dedo polegar. Se o pombo se tentar defender, podemos imobilizá-lo, segurando-o, ligeiramente, contra o corpo do columbófilo, ou com a mão direita pela sua parte anterior.

Método de Preparação dos Pombos-Correio para Concursos
No conhecimento profundo dos pombos, basear-se-á, em boa medida, a arte de preparar os pombos-correio para que regressem o mais depressa possível ao seu pombal.

Alguns tipos de jogos:

  1. Método Natural:
    Consiste em viajar tanto os machos como as fêmeas, aproveitando os diferentes estados fisiológicos da cria, isto é, acasalamento, incubação e criação dos borrachos. O instinto de voltar ao ninho proporciona um rápido regresso.
  2. Método da Viúvez:
    É um dos métodos mais empregados. Consiste em acasalar o macho e a fêmea, deixá-los criar um borracho e quando a fêmea puser, pela segunda vez, retirar os ovos e separá-la do macho. Posteriormente, quando se encestar para efectuar uma viagem, deixa-se com a fêmea por uns minutos. Este processo cria, no macho, um mecanismo de recordação do ninho e da parceira, fazendo com que percorra as distâncias no menor tempo possível. À sua chegada, encontrará novamente a fêmea, com quem estará por um tempo variável, segundo as características do macho (de minutos a horas). Este sistema de vôo está em contínua evolução, e existem diversas variações: viuvez total, com fêmeas, etc.

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7 - A Alimentação
O pombo-correio é uma ave que se alimenta, principalmente, de grãos. A dieta, como a de qualquer atleta, deve ser perfeitamente equilibrada com proteínas, hidratos de carbono e gordura, para proporcionar todos os requisitos necessários, nos diferentes períodos fisiológicos e desportivos.

Estes períodos podem-se dividir em:

  • Concursos: de Janeiro a Julho
  • Reprodução: de Janeiro a Julho
  • Muda: de Junho a Novembro
  • Defeso: de Novembro a Janeiro

Os grãos dividem-se em três classes:

  • Cereais: trigo, cevada, aveia, milho, centeio, sorgo e milho alvo
  • Leguminosas: ervilhas, lentilhas, feverol, ervilhaca e favas pequenas
  • Oleaginosas: linhaça, colza, nabiça, girassol e cártamo

No que respeita ao tipo de ração a usar em cada um dos períodos, aconselha-se que se siga a sugestão dada pelas casas da especialidade, as quais dispõem de excelentes tipos de rações. Contudo, as necessidades mínimas dos pombos-correio são as seguintes:

Discriminação Proteína Bruta % Gordura Bruta % Energia Merabilizada
em KCal/Kg Alimento
Período de Criação 15 3 2950
Período de Concursos 13 3,5 3100
Período de Muda 12 3 2950
Período de Defeso 12 2,5 2800


Independentemente da ração, os pombos-correio devem ter sempre à disposição uma mistura de GRIT (pequenas pedrinhas que actuam à maneira de dentes, triturando o alimento a nível da moela). Regularmente, deve-se, também, administrar verduras (alface, couve, etc.).

A alimentação poderá fazer-se segundo vários critérios; para uns é aconselhável alimentar os pombos a uma hora certa, uma vez ao dia; para outros, será distribuir a comida, uma vez pela manhã e outra pela tarde. Em qualquer dos casos, 20 minutos depois de distribuir a comida, retiram-se os comedouros. As quantidades aconselhadas oscilam entre as 30 e as 40 gr/ pombo dia (uma colher de sopa rasa por pombo).

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8 - Perigos que os Pombos Encontram no Regresso a Casa
São muitos os perigos encontrados, mas, entre eles, destacam-se:
  • As condições meteorológicas e orográficas adversas
  • As aves de rapina, contra as quais não existe nenhum meio eficaz
  • Os caçadores que, por ignorância ou intencionalidade, confundem os pombos-correio com outros tipos de pombos não protegidos por lei.

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9 - Algumas Regras Fundamentais de Higiene
Nos pombos-correio, como em qualquer outro animal, a prevenção das doenças é sempre mais desejável que a cura das mesmas. Por esta razão, as normas de higiene devem ser levadas de forma metódica. Entre elas destacam-se:
  • Limpeza diária de comedouros e bebedouros;
  • Limpeza diária do pombal (excepto se utilizam grades no chão) ;
  • Alimentação à mesma hora e retirada do resto do alimento 20 minutos depois da sua distribuição;
  • Dar alimentos equilibrados e em boas condições;
  • Desinfectar o pombal contra parasitas externos, uma vez, de 15 em 15 dias;
  • Desinfectar os parasitas externos dos pombos, uma vez por mês,
  • Fazer tratamento preventivo de coccidiosis e trocomoniases de 3 em 3 meses,
  • Dar tratamento contra vermes redondos (lombrigas) uma vez de seis em seis meses;
  • Vacinar preventivamente contra a diftero-varíola e a doença Newcastle;
  • Assim que apareçam os primeiros sintomas de doença entrar em contacto com técnicos especializados.

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10 - Conclusão
Procurou-se dar uma visão, simples e genérica, a quem se queira iniciar na Columbofilia, de quais são os grandes passos a dar e quais os principais comportamentos a ter. Tudo o que se escreveu não deixa de ser um conjunto despretensioso de pequenos alertas, conselhos ou chamadas de atenção. As pistas aqui dadas, devem ser aprofundadas através de leituras técnicas e trocas de impressões com columbófilos experientes.
Mais do que Palavras 18-08-2007

MAIS DO QUE PALAVRAS (2)

Meios para prevenir doenças
Os columbófilos da velha guarda queixam-se frequentemente que, em relação ao passado, cada vez é mais difícil manter os pombos com boa saúde.
E estão certos.
Os pombos que criamos nos dias de hoje têm mais falhas de saúde natural e de imunidade do que noutros tempos e são mais vulneráveis a ataques de bactérias e viroses de todas as espécies.
É certo que essas doenças também existiam antigamente, mas então raramente apareciam, os columbófilos nem conheciam os termos para as identificar como agora o são.
“Como aparecem as doenças?” Podemos imaginar?
É a forma como acompanhamos os pombos, certamente. Os progressos científicos, permitiram vencer doenças que no passado não podiam ser combatidas, então que não existiam veterinários especializados nem tampouco medicamentos específicos. Se um pombo adoecesse era o seu fim na maior parte dos casos. Era a sobrevivência dos mais dotados! Era chegar à imunidade de forma natural!
Quanto mudaram as coisas? Especialmente no que se refere à tricomoníase, E. coli, Adeno, Circo vírus e Salmonelas, que são agora um pesadelo para alguns.
A Paramixo é outra “nova” doença (o primeiro surto epidémico apareceu em 1984 na Bélgica), mas não é problema desde que apareceram as vacinas.
Controlar a Tricomoníase e Adeno, é uma tarefa difícil. No caso da tricomoníase, aparecem notícias da sua alarmante resistência e Adeno pode atacar qualquer pombo de qualquer colónia. A única coisa que podemos fazer em caso de Adeno é rezar.
Assim, podemos concluir que temos que pagar um preço pelo progresso que a ciência alcançou.

Não podemos voltar atrás
E as más notícias é que não podemos voltar atrás; podemos apenas fazer as coisas menos mal, reduzindo o uso de antibióticos o mais possível.
Tanto quanto possível não quer dizer “totalmente”, certamente, mas está na hora de olharmos para as consequências com cuidado.
Dou um exemplo: No mesmo pombal e com os mesmos cuidados, dois borrachos ficam doentes e os restantes mantêm-se saudáveis. Devemos separá-los e medicar apenas os borrachos doentes? Medicar todos o pombos para curar dois, seria um grande erro.
Poderemos comparar a situação com os humanos.
Digamos, temos uma sala de aula com 30 estudantes. Se dois deles tiverem uma dor de cabeça, só um maluco daria a cada um uma aspirina.

Contactos
Os principais factores que põem em perigo a saúde dos pombos, são:
a. Contacto com outros pombos.
b. Pombos a mais num pombal.
c. Stresse.

O factor, de entre estes três, que mais põe em perigo a saúde dos pombos, será o contacto com outros pombos (a) que estão em constante tratamento, por se apresentarem doentes com frequência. Quando se mudam de um lugar para outro, tanto humanos como os animais, podem transportar bactérias, fungos, vírus e parasitas.
Os pombos são diferentes do gado já que para os pombos-correio literalmente não existem fronteiras. Dada a natureza do nosso desporto, o melhor que poderemos fazer para evitar a propagação das doenças é não permitir que no meio de pombos sãos permaneçam pombos doentes; desta forma protegeremos os pombos sãos dos repetidos ataques, a que podem estar sujeitos, dos agentes patogénicos.
Para além disso, devemos tentar implementar o sistema imunitário, mas sabemos que tudo tem limites. Por vezes, não teremos outra hipótese a não ser tratar os pombos afectados com medicamentos. Num bando, qualquer pombo pode ter vermes, mesmo o melhor pombo do mundo pode ter vermes!
As raízes do desporto columbófilo surgiram na Bélgica e às vezes o povo diz que as boas coisas e as más vêm da Bélgica.
Tomem a paramixovirose como exemplo. Os primeiros focos apareceram na Bélgica, propagando-se então pelos países periféricos e depois através de todo o mundo.

Excesso de pombos no pombal e stresse
O excesso de pombos num pombal e o stresse são outras causas de uma série de perturbações.
Os columbófilos já estão avisados, mas os mais teimosos continuam a ter colónias grandes, muitas cestas de transporte e muitos pombos. Quando vejo uma cesta com excesso de pombos, digo para comigo que não pode ser um cesto dum campeão ou que nunca virá a sê-lo.
E essa situação é também muito stressante para os pombos.
Na Europa Ocidental, os focos de Adeno e E. coli (agora conhecidos como “doença dos pombos novos” tornaram-se frequentes e já são considerados normais), acontecem nos pombos novos depois dos primeiros treinos.
Isso é devido ao stresse, dizem os cientistas.
“Interrogamo-nos. Porque será que os pombos novos, no passado, não ficavam doentes?” Um dos factores, pensamos, pode ser o excesso de pombos nas cestas!
A resposta é que o sistema imunitário, no pombo actual, está enfraquecido. O abuso de medicamentos resulta em novos e mais resistentes agentes patogénicos e aparecem variantes mais resistentes que os antigos.
A ciência desenvolveu medicamentos para curar doenças e não para fazer campeões!

Outras ameaças
Um número excessivo de pombos pode ocasionar problemas sanitários no bando. Para além disso, devemos estar alerta quanto à presença no pombal de ratos e ratazanas.
Estes animais, são transportadores de diversos agentes patogénicos, passeiam sobre a ração, comem alguns grãos, urinam na ração e são, portanto, uma séria ameaça de contágio de diversas doenças.
Investigadores germânicos demonstraram já que os ratos são a principal causa das salmonelas; por isso, não devemos permitir que esses pequenos roedores entrem nos pombais.
Os ratos e ratazanas aparecem onde existir comida, não obstante, há columbófilos que parecem não dar grande atenção ao risco que os pombos correm permitindo a presença desses animais no pombal e zonas adjacentes.

Perplexidades
Como já disse, não podemos ignorar o progresso que a ciência permitiu. Não é possível voltar atrás e, às vezes, temos mesmo que recorrer à medicina.
Todos devem saber: os medicamentos devem ser administrados apropriadamente.
Alguns columbófilos fazem só metade do que devem fazer; dão a medicação em dose mais pequena ou durante menos dias do que está indicado. Em medicina o “não suficiente” pode ser mais prejudicial do que o “demasiado”.
“Acabem a cura”, é o que os médicos dizem às jovens mães quando um bebé adoece.
Em casos de dose insuficiente, o agente patogénico (bactéria ou viroses) desaparece, mas regressa talvez mais forte.
Quando se aplica de novo a medicação, o agente patogénico tremerá, mas no fim… ficaremos perplexos ao constatarmos a dificuldade em controlar a doença…
Equivocos 18-08-2007

EQUÍVOCOS

“Já sei” ou “não sei” é o que muita gente diz quando conversam com amigos.
Realmente, mesmo as coisas que sempre pensamos ser verdadeiras, podem dar origem a incompreensões, a equívocos, também no nosso desporto. É por essa razão que os columbófilos devem estar sempre a interrogar-se sobre as mais diversas questões. Quando julgamos que já chegamos à altura de que não temos nada para aprender, pode ser o princípio do fim.
A maior parte daquilo que sabemos é baseado na nossa própria experiência ou naquilo que já lemos e estudamos, mas os conhecimentos obtidos através da própria experiência são os mais valiosos e duradouros.
Para além disso, praticamos um desporto que está sempre em evolução. Aparecem novos medicamentos, novas doenças, novos métodos, novos campeões, etc.. Tudo isto obriga-nos a pensar e a reconsiderar o nosso modo de actuar.

E. COLI
Na Europa Ocidental é uma doença que também é conhecida por “doença dos pombos novos” (nos média, na imprensa escrita está referida como adeno/coli) e tem sido uma autêntica praga há mais de uma década.
Há três anos atrás apareceram boas notícias, ou melhor pareciam boas notícias.
Escreveu-se que a doença deixava de ser um grande problema, até eu mesmo disse isso, os columbófilos estavam felizes porque o pesadelo já tinha passado à história. Infelizmente, estávamos todos enganados.
Na Primavera deste ano (2004), a adeno/coli atacou novamente muitas colónias, algumas de forma bastante grave e séria. Agora, os columbófilos estão preocupados e perguntam se há qualquer coisa que possam fazer para evitar um surto dessa doença. Infelizmente, a resposta é negativa. Não há nada que possa proteger os pombos com segurança.
A boa notícia, é que há caminhos que podem reduzir as hipóteses dos pombos ficarem doentes. Há tempos atrás tinha compilado uma série de medidas a tomar que devem ser consideradas como um conselho.

Como reduzir os riscos
a) Se os pombos estiverem infestados de tricomonas durante todo um ano pode transformar-se numa perigosa infecção, fica assim aberta uma porta a toda a espécie de doenças, especialmente… E. coli.
b) Vacinar os pombos novos contra a paramixovirose o mais cedo possível. No passado disse-se que esta vacina só deveria ser aplicada nos pombos adultos, mas os cientistas mudaram de ideias.
Deve ser aplicada aos borrachos com a idade de quatro semanas e, realmente, os borrachos vacinados nessa idade ficam menos vulneráveis.
c) Parece um conselho estranho, mas não é conveniente ter cuidados de higiene muito frequentes (quando há indícios de existência de E. coli). Pombos que vivem num pombal que é limpo e desinfectado frequentemente são afectados com mais facilidade pela E. coli. É um facto que foi provado por experiências e testes efectuados na Alemanha.
d) Ter cuidado com o uso de vitaminas. E. coli ataca o fígado e aos pombos que se administram muitas vitaminas, o seu fígado também pode ser afectado.
Podem perguntar porque razão o E. coli já é um grande problema na Europa Ocidental e não o é em alguns países e regiões como a África do Sul, Escócia, etc. Muito provavelmente é pelo abuso de antibióticos de todas as espécies. Nos países onde os medicamentos se usam pouco ou nada, não se conhecem determinadas doenças.
O uso de cortisona, em particular, parece diminuir as resistências naturais.
e) Evite o stresse e ainda mais o excesso de pombos por pombal. No passado muitos veterinários assumiam que o vinagre na água de bebida dado como preventivo, como ácido, impedia o desenvolvimento das bactérias. O vinagre tornou-se popular mas… é agora considerado como ineficaz.

VENCEDORES
Quando um pombo ganha um concurso, naturalmente os columbófilos perguntam quantos pombos foram encestados. É uma pergunta normal, mas a assunção de que um vencedor dum concurso em que participaram por exemplo 10000 pombos é melhor que um outro que venceu a 500 pombos, é errada.
Para vencer há dois factores que desempenham um papel importante.
a) As condições atmosféricas.
b) A dureza da competição. Devido às circunstâncias do tempo, há muitos pombos que não têm grandes hipóteses de vencer como já expliquei num dos meus artigos anteriores.
Se um concurso é efectuado sob forte vento de oeste, é uma missão impossível para os pombos que vivam a oeste. Conheço um clube onde um columbófilo encesta 150 ou mais pombos em cada prova, um outro colega do clube encesta mais de 100 e há um outro em circunstâncias parecidas. Assim, pode acontecer que num concurso com 700 pombos, possam pertencer a sete ou 10 columbófilos, no máximo. Esses columbófilos encestam tudo quanto possa voar. Não se importam se os pombos estão em boas condições físicas ou não, ou se têm qualidade ou não. Nalgumas regiões é tudo completamente ao contrário deste exemplo. Há columbófilos que apenas encestam os seus melhores pombos e em óptimo estado de saúde. Pode acontecer que participem 200 colónias com a totalidade de 700 pombos.
Naturalmente, há nestes dois exemplos uma história completamente diferente. A competição entre oito columbófilos com 700 pombos, não é a mesma coisa que 200 columbófilos com a mesma quantidade de pombos.

Pombos Ás
E que dizer dos Pombos Ás em termos nacionais?
Será o Pombo Ás Nacional da Holanda o melhor pombo da Holanda?
Pode não ser o caso por diversas razões. Mais uma vez, será mais fácil obter grandes resultados em áreas onde a competição é mais fraca e mesmo em muitas áreas da Holanda e Bélgica onde os columbófilos não têm hipótese nenhuma de ter um Pombo Ás Nacional, simplesmente pelo facto de nessas áreas não existirem pombos suficientes nos concursos.
Por vezes acontece o mesmo onde a competição é forte e onde os columbófilos encestam os seus melhores pombos. Em 2001, o belga Boeckx tinha um pombo que ganhou sete primeiros e, naturalmente, um pombo não pode fazer melhor do que vencer os seus competidores. “Este pombo deveria ser um Pombo Ás”, penso, já que era um pombo vencedor. Boeckx, no entanto, tinha as suas dúvidas, não lhe era possível ir a concursos com muitos participantes e ele estava certo. E o pombo classificou-se em 4º.
O facto é que um pombo que se classifica em 5º lugar contra 2100 pombos tem melhor coeficiente que outro que ganhe um primeiro entre 400 pombos. Para além disso há outro importante ponto a considerar: Para ganhar um título desses na Holanda ou na Bélgica, os columbófilos têm que tomar a iniciativa de enviar os resultados, mas… nem todos fazem isso. Alguns columbófilos já são idosos, outros não lêem uma revista ou um jornal columbófilo, não conhecem os regulamentos ou… simplesmente não estão interessados.

Campeões Nacionais
Para os Campeonatos Nacionais (resultados por columbófilo) é a mesma história. Onde a competição é fraca, é mais fácil distinguir-se e (mais uma vez) muitos columbófilos não enviam os seus resultados para as Federações. Na Holanda o computador faz todo o trabalho, pode ser analisado e demonstrado todos os resultados das diversas formas de competição (associações, blocos, etc.). No norte da Holanda há concursos em que participam 35000 ou mais pombos, mas no sul 1000 pombos participantes já é um bom número.
Um columbófilo que ganhe o 1º, 2º e 3º faz pior coeficiente do que um outro que ganhe o 13º, 24º e 29º contra 15000 pombos. O primeiro pode não ter hipóteses de não competir com mais pombos, nem pode conseguir melhores resultados.
Na Bélgica há qualquer coisa diferente: De forma a dar hipóteses aos “pequenos columbófilos” que possuem poucos pombos, só os primeiros dois designados contam. Mas o que é que os columbófilos que possuem grandes colónias fazem? Encestam os seus pombos em diferentes colectividades, semana a semana. Nestas circunstâncias, um columbófilo que tenha poucos pombos também pode fazer bons resultados.

Verdade ou não?
Nomeadamente os columbófilos novos pensam que cruzar um bom pombo de fundo com um pombo de velocidade dá automaticamente um bom pombo de meio-fundo. Pensam também que pode conseguir-se pombos de fundo mais rápidos, cruzando-os com bons pombos de velocidade. Estão enganados em ambos os casos. Os pombos de fundo devem ser acasalados com pombos de fundo e pombos de velocidade com pombos de velocidade. É verdade que há casos de sucesso. O “Patrick” do Vanhée era um meio Janssen… é um exemplo e há mais, mas… são excepções.

Uma Especialidade
Na Europa Ocidental os campeões especializam-se na Velocidade, no Meio-Fundo ou no Fundo. Fazem uma opção, porque sabem que é a única maneira consistente de conseguir o sucesso. Aqueles que desejam ser campeões em todas as distâncias acabam por falhar, numa e noutra distância, tal como acontece noutros desportos.
Entretanto, o fundo vai tornando-se cada vez mais popular, mas o maior número de praticantes continua a ser de velocidade e meio-fundo. Diz-se que 80% dos belgas nunca vão mais longe do que ±100 kms. É mau para eles porque a longa distância chama mais a atenção dos meios de comunicação social.
É por isso que é errado pensar que os nomes que aparecem nos jornais e na Internet são nomes de campeões.

Fama e qualidade
O que pretendo dizer é que muitos campeões não conseguem a publicidade que merecem por não encestarem nos nacionais (longa distância), o que nos leva à conclusão de que, no nosso desporto, a fama não quererá dizer que é bom.
Por vezes, mostro resultados de concursos realizados no estrangeiro, não para menosprezar alguns nomes célebres, mas para que abram os olhos. Os seus olhos não só se abrem, mas também vêem mais longe em face da verdade. O seu problema é que para serem conhecidos dependem dos média, da imprensa escrita e em muitos casos os jornalistas não são neutrais ou objectivos, na Holanda, Bélgica ou noutros países.
Alguns jornalistas são conhecidos por “comissionistas”. Se fazem alguma reportagem sobre determinada colónia, recebem uma comissão sobre os pombos vendidos.
Finalmente, também há muitos campeões que rejeitam qualquer publicidade. O motivo é que esses não desejam ser visitados pelos columbófilos e também não estão interessados em dinheiro. Mas, é precisamente nessas colónias, na maior parte das vezes, que se encontram os melhores pombos e onde se podem comprar alguns craques a preço muito baixo.
Como encontrar esses columbófilos e obter alguns desses pombos? Naturalmente, os que moram por perto sabem bem onde encontrá-los.

Depois de lerem esta crónica talvez fique mais claro porque nem sempre há êxito quando se compram pombos. Não há informação válida e segue-se o pior caminho.
O Regresso das Fêmeas 18-08-2007

O REGRESSO DAS FÊMEAS

Actualmente existe para (alguns) homens a pilula Viagra. As mulheres (também algumas) não estão lá muito contentes com o aparecimento desta pílula, uma vez que não sabem muito bem como lidar com esta nova situação. Elas já tinham a sua pílula e agora a outra metade da humanidade tem a dela. A questão é que a pílula dos homens pode provocar precisamente aquilo que as mulheres tentam prevenir com a delas. Foi aliás este o maior problema que surgiu com a introdução do Viagra.
Nos anos mais recentes as mulheres lutaram e conseguiram a igualdade, em alguns casos até a ultrapassaram; com os seus cremes, os seus óleos, os seus tratamentos faciais, os silicones… tudo para ter os homens na palma da mão. Foi então que surgiu o Viagra. São especialmente as mulheres mais idosas que lamentam o aparecimento da pílula que resolve o problema dos homens. Até então podiam dormir descansadas ou ver a sua telenovela preferida quando os seus maridos regressavam do trabalho, uma vez que estes sentavam-se no sofá, completamente exaustos. O Viagra modificou dramaticamente as vidas de muitas mulheres. Deixaram de ser o sexo superior.

Alteração
Muitos homens que foram constantemente humilhados no passado ficam agora impacientes esperando que as suas mulheres regressem do centro comercial. Agora já podem mais uma vez abraçar o mundo desde a introdução do Viagra.
O facto curioso é que com os pombos passa-se exactamente o contrário. No caso da columbofilia são as fêmeas que regressam em força. Até aqui os columbófilos encestavam na maioria machos, especialmente nos concursos para pombos adultos, uma vez que consideravam os machos mais fortes e resistentes. Até que alguns columbófilos começaram a obter resultados extraordinários com as suas fêmeas. Columbófilos famosos, como por exemplo Verkerk, VD Merwe, Geerts, Van Hove Uytterhoeven, Engels, Elsacker, entre outros, não dão ponto sem nó e a aposta nas fêmeas não aconteceu por acaso. Foi o aparecimento de campeãs como a “Paula” de Remi de Mey e a ainda mais espectacular “Fieneke” do falecido Flor Vervoort que proporcionaram a viragem. Ambas estas fêmeas conseguiram resultados tão fantásticos que abriram os olhos a muito boa gente. Foi um acontecimento marcante para a columbofilia belga e holandesa. Todos sabiam que nos concursos de borrachos as fêmeas eram melhores, mas nos adultos todos pensavam o contrário.

Os borrachos fêmeas são melhores
Será mesmo verdade que os borrachos fêmeas são melhores que os borrachos machos? Não existe margem para dúvidas!
No meu pombal existe um livro em que registo os resultados desportivos dos atletas ao longo dos anos, dou-me até ao trabalho de elaborar gráficos que me ajudam a perceber melhor os altos e baixos de cada atleta da minha colónia. Devo confessar que não leio estes registos com muita frequência uma vez que me entristecem. O livro revela que na minha pequena cidade apenas se mantêm 35 dos 120 columbófilos de há uns anos atrás. No passado existiam quatro colectividades, agora apenas uma; no passado apostava-se muito dinheiro nos concursos, agora o dinheiro voou. Aparentemente os columbófilos gastam o seu dinheiro na ração, uma vez que as colónias aumentaram significativamente o número de efectivos. Na maioria dos casos, este aumento no número de pombos deve-se ao facto de pensarem que desta maneira aumentam as probabilidades de aparecer um craque, o que ajuda na venda dos seus pombos.
Não sou o único que regista o dia-a-dia da colónia, conheço um columbófilo que o faz com grande precisão e detalhe. Escreve TUDO e depois elabora estatísticas, gráficos e percentagens em todas as variantes possíveis. Toda esta informação diz-lhe que na última década ganhou 52 concursos de borrachos, 38 dos quais com fêmeas. O seu estudo dedicou-se também aos Pombos Ás… em que dois terços deles eram fêmeas! Descobriu ainda que nos últimos 207 concursos de borrachos, 149 foram ganhos por fêmeas. Nos Nacionais de grande prestígio, como por exemplo Orleans e Bourges, o atleta vencedor é, em muitos casos, uma fêmea.
Com tudo isto quero dizer que as fêmeas marcam melhor… é um facto provado, pelo menos nos concursos de borrachos.

Sem explicação
Não existe apenas uma diferença nos resultados. Ninguém sabe o porquê, mas tanto na Holanda como na Bélgica os machos perdem-se mais facilmente que as fêmeas. Um facto muito penalizante para aqueles que só voam machos viúvos, uma vez que, ao perderem os machos borrachos e de ano, podem comprometer as campanhas futuras.
As fêmeas podem ser jogadas de duas maneiras; ao natural ou à viuvez. Se optarmos pelo natural, temos que encontrar a melhor posição; em ovos acabados de pôr, em ovos de ±10 dias, em ovos a picar, em borrachos pequenos ou mais velhos? Não existem respostas precisas para esta questão, uma vez que difere de pombo para pombo. Algumas marcam melhor com ovos acabados de pôr; para outras a sua posição favorita é quando estão a alimentar um borracho, mas a maioria marca melhor com borrachos de seis a 12 dias. Esta é a razão pela qual a maioria dos especialistas no jogo de borrachos procura ter a maioria dos seus voadores nesta posição aquando dos concursos mais importantes. As hipóteses de sucesso aumentam em relação directa com o número de fêmeas que se encestam na posição referida.
Em certas regiões da Holanda e Bélgica é tradicional jogarem as fêmeas de ano ao natural, no entanto no que diz respeito a adultas este sistema já está há muito tempo ultrapassado. As melhores performances são registadas com fêmeas adultas jogadas na viuvez. O mais estranho é que o apogeu desportivo das fêmeas acontece com a idade de um ano, quanto mais velhas menos capacidade têm de marcar no top.

Vantagens
A razão pela qual as fêmeas novas marcam melhor que os machos da mesma idade é difícil de explicar, no entanto sabemos que existem diferenças consideráveis entre os dois sexos, para além claro de uns serem machos e outros fêmeas.
• Os machos lutam nos cestos durante a viagem até ao local de solta. É pois normal que regressem com olhos ou narinas picadas e penas partidas. As lutas provocam desgaste de energia que deveria ser poupada para o voo de regresso a casa. Como as fêmeas são mais calmas, chegam ao local de solta muito mais relaxadas e com os níveis de energia quase a 100%.
• As fêmeas podem ser encestadas com mais frequência do que os machos (quanto mais vezes melhor), uma vez que parecem recuperar melhor dos esforços; é normal os machos precisarem de descansar um fim-de-semana para que o seus níveis competitivos se mantenham elevados.
• As fêmeas jogadas na viuvez voam intensamente nos treinos diários. Quando estão em super forma alguns columbófilos nem arriscam a soltar à tarde com medo que estas não regressem a tempo de pernoitar no pombal. Se forem jogadas ao natural é muito difícil fazê-las voar à volta do pombal, é por isso que se torna necessário efectuar treinos em linha, o que pode trazer um grande inconveniente.

Desvantagens
Voar com fêmeas não são só vantagens, também surgem alguns problemas. O primeiro são os acasalamentos entre as próprias fêmeas, e nesse caso as hipóteses de marcar no top baixam consideravelmente; de facto as fêmeas com tendência a acasalarem-se entre si não podem, nem devem ser jogadas na viuvez. Elas não devem gostar umas das outras, bem pelo contrário!
Se foram jogadas ao natural também pode acontecer que estejam prestes a pôr na altura do concurso e, nesse caso, têm de ficar em casa. As naturalistas só conseguem manter um bom estado de forma durante cerca de três semanas, ou seja quando estão com ovos de pelo menos 10 dias e as duas semanas seguintes.
É importante partirmos do princípio que existem fêmeas que não se adaptam ao natural e outras à viuvez. Por outras palavras, umas marcam melhor quando jogadas ao natural e outras quando jogadas à viuvez. As fêmeas que não saem do ninho enquanto o seu macho está ausente, são as melhores para jogar ao natural.
No que diz respeito à viuvez, temos que evitar as fêmeas que se acasalam facilmente. Neste esquema, deveremos preferir voadoras calmas que não se mostrem ansiosas por se acasalarem entre si ou com o primeiro macho que lhe aparecer à frente.

Resumo
Com tudo o que disse até aqui, podem estar a pensar que é melhor ter boas fêmeas do que bons machos. Isto seria verdade se a columbofilia fosse apenas participar nos concursos, no entanto o nosso desporto envolve muito mais do que isso. Dos bons machos poderemos tirar muitos filhos, enquanto que das fêmeas poderemos tirar no máximo 10 borrachos por ano e como todos sabemos a criação é bem mais importante do que os concursos em si.
Vamos terminar salientando alguns pormenores… a) Até à idade de um ano, as fêmeas marcam muito melhor que os machos, quer sejam jogadas ao natural ou à viuvez. b) As fêmeas não se adaptam a qualquer sistema. Se optarem pela viuvez, devem escolher as mais calmas. As que se acasalam facilmente entre si não servem para a viuvez. c) A desvantagem de jogar fêmeas no ninho (natural) é que são extremamente difíceis de treinar à volta do pombal; para além disso só se manterão em super forma durante um reduzido período de tempo, digamos duas a três semanas no máximo. d) As fêmeas adultas também têm condições para marcar no top, mas este tipo de marcações acontece mais com a idade de um ano e jogadas à viuvez.

É fácil de perceber que os especialistas em jogar pombos novos preferem as fêmeas, enquanto que os columbófilos que gostam da viuvez com pombos adultos preferem os machos.
Muitas vezes perguntam-me como se pode detectar se um borracho de quatro semanas é macho ou fêmea? Um grande número de entusiastas procura a resposta a esta questão na forma da cabeça, nas asas, no tamanho da própria ave e até nos dedos das patas. É tudo uma grande treta. Nunca poderemos ter a certeza do sexo de borrachos dessa idade. No que diz respeito aos humanos, são mais fáceis de distinguir, especialmente depois do lançamento do Viagra…
Regras para Relembrar 18-08-2007

REGRAS PARA RELEMBRAR
As 10 regras dos campeões e os 10 erros de todos os outros

Por vezes perguntam-me por regras importantes que devem estar sempre presentes.
Por vezes perguntam-me sobre as diferenças entre os columbófilos campeões e os não campeões. Por vezes perguntam-me tantas coisas.
O meu modo de vida é praticar a columbofilia e escrever sobre ela, conheço pessoalmente, por isso, quase todos os campeões belgas e holandeses, assim como os seus pombos, os seus pombais e os seus métodos. Fruto da minha experiência compilei uma série de regras que colocam os columbófilos num espaço muito limitado… o topo das classificações.
Ter bons pombos não é suficiente para marcar bem, também é necessário que se sintam bem no pombal e… que sejam tratados em conformidade. Marcar bem parece tão fácil para os campeões, no entanto os não campeões pensam muitas vezes que a columbofilia está cheia de ciladas. Foi por esta razão que decidi realizar um resumo dos factores que podem fazer toda a diferença entre vencer e perder… algumas regras para seguir e relembrar. Não foram escritas para os campeões, penso que não encontrarão nada que ainda não saibam, mas constituem uma leitura preciosa para todos aqueles que tentam chegar à fama.

Regra Um: O factor mais importante para se ter sucesso em columbofilia é cultivar bons pombos. Parece simples, mas acreditem que muitos columbófilos não se preocupam muito com isso. Estes pensam que os sucessos estão escondidos no interior de uma frasco mágico, acreditam em segredos que muitas vezes não existem e suspeitam até que os campeões têm segredos que não querem revelar ou partilhar. No entanto, se os campeões têm um segredo, este é o valor dos seus pombos!

Regra Dois: Os bons pombos não estão apenas nos pombais dos nomes sonantes, bem pelo contrário. A maioria destes devem a sua fama a pombos que adquiriram a columbófilos praticamente desconhecidos. Um pombo não é obrigatoriamente bom se tiver o pedigree dos Janssen, Van Loon, Toye ou qualquer outro columbófilo famoso. O que a maioria dos praticantes não quer saber é que até os melhores columbófilos do mundo criam mais pombos maus do que bons. Acredito que alguns vendedores enganem os compradores, mas o simples facto de um pombo que tenham comprado a um campeão não tenha dado os resultados esperados, não quer dizer necessariamente que tenham sido enganados.

Regra Três: Esqueçam todas as teorias relacionadas com os olhos. Os belgas e holandeses riem-se dessas conversas e vocês devem fazer o mesmo. O facto de não existir uma palavra em holandês para definir eye sign (teoria do olho) é esclarecedor. Os cientistas belgas dizem com frequência que a teoria dos olhos é uma treta, e essa deve ser a vossa opinião sobre aqueles que afirmam que um pombo é bom ou mau reprodutor/voador apenas pela observação do seu olho. O que costumo dizer é… “se querem comprar bons pombos não olhem para os olhos dos pombos, mas sim para os do columbófilo”. Será honesto? Será que procura vender qualidade?

Regra Quatro: Se me dessem a escolher entre encestar um bom pombo fora de forma e um pombo médio em forma, escolheria este último. É verdade que os bons pombos alcançam a forma com mais facilidade que todos os outros. Por isso, a saúde natural é também uma qualidade! Eliminem os pombos da vossa colónia que andem sempre adoentados. É claro que os pombos têm que se sentir bem no pombal. Como querem que os atletas atinjam a forma se os colocarem em instalações com problemas de temperatura, correntes de ar ou humidade?

Regra Cinco: Os campeões sabem como conduzir os bons pombos à forma, um factor decisivo para vencer, uma vez que, como já dissemos, ter bons pombos não chega. No entanto, não pensem que a forma vem empacotada dentro de uma embalagem. Procurem dar o mínimo possível de medicamentos. Estes são desenvolvidos para curar humanos e animais que se encontrem doentes. Não foram desenvolvidos para transformar pombos médios em craques. A “garrafa mágica” que faz campeões não existe. Porque será que alguns veterinários columbófilos não marcam nada? E porque razão os campeões gastam dinheiro em pombos de qualidade se sabem como tornar maus pombos em vencedores?

Regra Seis: O pedigree é importante, mas não passa de uma folha de papel. Muitos columbófilos atribuem-lhe demasiada importância, um facto que os belgas e holandeses não percebem muito bem. Se os pedigrees pudessem voar… Um pombo de boa origem oferece mais garantias. Os columbófilos que dão muito valor aos pedigrees só estão a pedir para serem enganados. Temos que partir do princípio que nem todos os exportadores e importadores de pombos são homens sérios. É um facto que um bom pombo passa a valer muito mais se no seu pedigree aparecerem nomes sonantes. Os únicos responsáveis são os columbófilos que valorizam em demasia os pedigrees. Se os pedigrees fossem feitos antes dos borrachos serem anilhados, antes de ganharem um concurso, muitos deles seriam diferentes do que são.

Regra Sete: Há treinos e treinos… pombos que voam sempre à volta do pombal não estão a ser bem treinados. Quando chega a hora de abrir a janela, todos os pombos devem estar já em alerta, prontos para sair do pombal provocando um barulho enorme. Sinais positivos é quando o pombal parece que está a vomitar pombos e estes voam logo para longe em linha recta e a toda a velocidade. Quando o columbófilo olha para o horizonte já não os deve ver. Se estes desaparecerem durante um longo período e começarem a aparecer em pequenos grupos, com aspecto cansado e asas pendentes, podem dormir descansados que o próximo concurso será como um sonho… um bom sonho. Torna-se pois evidente porque razão sou contra o uso de bandeira para os obrigar a manterem-se no ar. Se necessitarem dela, é porque existe algum problema. Ao forçarmos pombos doentes a voar, só estamos a piorar a situação.

Regra Oito: Em relação a bons pombos, o que conta são os resultados e não a propaganda. Mas os resultados têm que ser correctamente analisados… a) em primeiro lugar quantos pombos encesta a cada concurso o columbófilo em questão? Marcar dez prémios parece bom. Mas se o columbófilo encestou 100, nesse caso o número de prémios não é lá grande coisa. Um outro columbófilo será muito melhor se marcou três prémios de três encestados. b) A qualidade dos columbófilos em competição também é de extrema importância. Um primeiro prémio ou uma boa série de marcações não me dizem nada. Quero saber mais. “Diga-me o nome dos seus adversários, e eu dir-lhe-ei se os seus pombos são bons ou não”.

Regra Nove: Alguns pombos têm tantos pontos fracos que facilmente podemos dizer que nunca será um bom voador, no entanto o contrário nem sempre é fácil de detectar. Ninguém, mas mesmo ninguém, poderá dizer com 100% de segurança que este ou aquele pombo é bom voador. Esta é a razão pela qual os columbófilos espertos nunca dizem que “este é um bom pombo”, dizem sempre “este é um pombo bonito”, o que não quer dizer a mesma coisa! Ser “bonito” não quer dizer que seja “bom”, a este respeito podemos dizer que pombos e mulheres não diferem muito.

Regra Dez: Infelizmente, a chamada “doença dos borrachos” (adeno-coli) tornou-se num problema mundial. Reduzirão significativamente as hipóteses do aparecimento desta enfermidade entre os borrachos se utilizarem sempre o mesmo lote de ração. Os borrachos ficarão muito mais vulneráveis se mudarem constantemente o lote de ração, aliás como procedem muitos columbófilos. Dar dieta no início da semana e depois ração mais pesada, é muito arriscado porque temos esta nova doença. Parece que a mudança do tipo de ração é demasiado pesado para os intestinos dos borrachos.

10 ERROS COMETIDOS PELOS NÃO CAMPEÕES
Muitos campeões trocam ideias e experiências e os não campeões fazem o mesmo. A razão pela qual nunca chegarão a ser campeões é que estes cometem erros (todos o fazemos), mas o factor decisivo é que como não sabem que os estão a cometer, continuam a proceder sempre da mesma forma.

Erro Um: Nunca será demais lembrar que é um grande erro atribuir demasiada importância aos pedigrees, aos nomes sonantes e à raça. Esta importância já provocou muitas desilusões.

Erro Dois: Os não campeões costumam fazer coisas nos momentos errados. Utilizam medicamentos demasiado cedo, ou demasiado tarde. Utilizam medicamentos quando os pombos começam a voar mal, mas esquecem-se que não estar em forma não quer dizer que estejam doentes. Tratar pombos contra doenças que não existem só resulta num enfraquecimento do seu estado físico, ou então só usam medicamentos quando os pombos já estão praticamente mortos.

Erro Três: Os não campeões não têm confiança. Mudam de métodos uma e outra vez. Existem alguns bons sistemas e alguns maus sistemas. Mas o pior de todos eles é andar a mudar constantemente.

Erro Quatro: Principalmente para o jogo com pombos novos é de extrema importância ter um bom relacionamento com os atletas. Quando um não campeão entra no seu pombal, os pombos parece que viram um fantasma, voam como malucos a tentar fugir, sinal que não confiam no seu tratador. Quando um campeão está no pombal, os pombos não se preocupam, agem como se estivessem sozinhos, no entanto, embora não parecendo, o campeão tem a colónia perfeitamente controlada. Ele é o general, os pombos são os soldados, e os bons soldados são disciplinados. Os campeões brincam com os seus pombos, enquanto que os pombos brincam com os não campeões.

Erro Cinco: Os não campeões procuram os melhores produtos para curar os seus pombos. Os campeões tentam evitar que os seus pombos fiquem doentes e preocupam-se em ter um pombal confortável para os pombos. Nos bebedouros dos campeões a água é quase sempre incolor, enquanto na dos não campeões é quase sempre colorida. Os não campeões não eliminam um pombo doente com facilidade, conservam-no demasiado tempo. Pelo contrário, os campeões não perdem muito tempo com compaixões - têm mãos de ferro em luvas de seda.

Erro Seis: É errado, principalmente com pombos novos, alimentar com ração muito grossa, ou seja, muita proteína (ervilhas). As ervilhas são boas para os borrachos de ninho que ainda têm muito que crescer. Para pombos de ano são autêntico veneno.

Erro Sete: A maioria dos não campeões são ingénuos. Quando acasalam os pombos não se apercebem da importância da sorte no procedimento. Pensam que se acasalarem um bom macho com uma boa fêmea, ou a sua irmã, nascerão automaticamente super voadores. No entanto, isto não é assim tão simples.

Erro Oito: Os não campeões deixam-se influenciar pela propaganda e pela imprensa. Os campeões são mais realistas.

Erro Nove: No pombal de reprodutores dos não campeões encontramos reprodutores já velhos que nunca deram bons filhos. Pergunto-me sempre o que fazem lá esses pombos.

Erro Dez: O pombo moderno tem tendência a ser cada vez mais pequeno. Alguns pensam que pombos grandes são mais fortes, o que é errado. São precisamente os mais pequenos que melhor enfrentam as más condições atmosféricas e as maiores distâncias.

COMO CONCLUSÃO
É um prazer enorme ter bons pombos. É aliás esta a principal razão que leva alguns columbófilos a pagarem bom dinheiro por eles. Devo dizer que os meus pombos já ganharam tudo o que havia para ganhar. Este facto levou-me a criar uma regra que nunca violei, ou seja não faço apostas em dinheiro, uma vez que os meus adversários pensam que não teriam hipótese de ganhar. Os meus resultados são a garantia da credibilidade que os meus artigos alcançaram em todo o mundo columbófilo.
Sobre a Sorte, as Ofertas e o Conhecimento do Pombo - Correio 18-08-2007

SOBRE A SORTE, AS OFERTAS E O CONHECIMENTO DO POMBO-CORREIO

Um dos meus anteriores artigos tinha por título: “Um pombo chamado “Sissi”. Nele mostrei argumentos e factos dos quais se conclui que é preciso alguma sorte para criar o tal super pombo que toda a gente procura.
Mencionei o “613” do Klak, talvez o melhor pombo que passou pelo pombal desse conhecido columbófilo holandês.
Ele desejava vender o pai a que chamava de “Knook” (feio), mas ninguém o comprava. Klak manteve esse pombo no pombal já que a origem era boa e esse pombo transformou-se numa das coisas boas que passaram pelas suas mãos.
Na colónia Houben passou-se um caso semelhante.
Um filho dos seus mais famosos pombos, a que mais tarde chamaria “Young Artist”, foi posto à venda mas ninguém o comprou. Mais tarde, os descendentes desse pombo começaram a ser cobiçados por columbófilos de todo o mundo e pagaram-se fortunas pelos seus filhos.
Um exemplo de que nunca mais esqueço é o do pombo conhecido por “05”, de Vermeulen. Os columbófilos holandeses consideram o “05” e “Olieman” de vd Veken, possivelmente os melhores pombos de meio-fundo de todos os tempos.
E, então, porque será que não são conhecidos e famosos no estrangeiro?
Há muito tempo atrás a competição fazia-se mais a nível local. Nesses dias a imprensa especializada não era o que é hoje e os columbófilos raramente compravam pombos, fazia-se negócio em pequena escala.
Quanto ao “Olieman” , um dos seus descendentes famosos é o “Fieneke”, do Vervoort.

A origem
Vermeulen que criou o “05” era um homem rico que gastou uma fortuna em pombos.
Ao acasalar, num já longínquo inverno, Vermeulen juntou os machos mais caros com as fêmeas em que gastou mais dinheiro. No fim da operação ficaram dois pombos, um macho e uma fêmea, que entraram no pombal como oferta. Não havia outra hipótese senão a de acasalá-los… formou o casal que afinal seriam os pais do grande voador que foi o “05”.
Como já disse, Vermeulen conseguiu os pais do “05” sem gastar um cêntimo. Mas isso não quer dizer que a origem não fosse boa! É bem verdade de que o columbófilo necessita é de sorte, sem contudo ignorar a origem…
Pombos que têm pais, avós e bisavós que não são bons, certamente também não darão bons filhos. Pombos de boa origem com boa descendência, também podem dar maus filhos, mas tais pombos têm muitas hipóteses de dar bons.
Alguns columbófilos pensam que criar bons pombos é uma questão matemática. Estudam os pedigrees e formam os casais. Porque será que nem sempre um casal dá um super, mesmo um único?
Podem comparar os pombos com os humanos. Numa família pode haver três filhos que são bons em línguas, matemática ou música, por exemplo, mas o quarto filho não ter aptidão para esses talentos, embora tenha o mesmo pai, a mesma mãe, a mesma educação, etc.
Na Europa, o futebol e o ciclismo são os desportos mais populares. Michel Indurain foi um fantástico ciclista, quase imbatível no seu tempo não muito remoto. Esse ciclista tinha um irmão gémeo que era muito semelhante ao Michel no aspecto físico. Eram dois irmãos gémeos mesmo de difícil identificação. O irmão de Michel também queria ser um bom ciclista, trabalhando duro para atingir esse objectivo, apesar de - repito - ter os mesmos pais, a mesma educação, etc., mas em termos de talento eram muito diferentes.

Não é apenas a sorte
Certamente que para atingir determinado objectivo não é só a sorte que conta. Porque será que são quase sempre os mesmos columbófilos que fazem introdução de bons pombos?
Porque será que são sempre os mesmos columbófilos que mantêm um quadro de reprodutores com bons pombos?
Porque são inteligentes, sabem que precisam de sorte, mas procuram dar-lhe um forte empurrão…
Já falei várias vezes da sorte que tive com a “Sissi”. Nessa altura visitei, acompanhado de um columbófilo americano, a colónia onde estava essa fêmea. Esse columbófilo nunca tinha ouvido falar da “Sissi”.
Sugeri-lhe que comprasse a fêmea ou alguns descendentes, mas ele disse que possivelmente esses pombos não eram bons, o seu pensamento estava mais longe. Foi talvez por isso que essa fêmea foi parar ao meu pombal. Portanto, a “Sissi” não nasceu no meu pombal, nem criei o macho com quem estava acasalada.
Comprei esse macho - o “Mattens” - antes de ter a “Sissi”.
“Que sorte tiveste quando compraste o “Mattens”! Quantas vezes ouvi isso e quantas vezes senti o sabor da inveja e censura.
Certamente, tive sorte, mas era muito mais que a simples sorte.
“Mattens” transformou-se num reprodutor excelente, mas, por favor, não pensem que é propaganda para vender os seus filhos, porque cedi o pombo uns anos antes de se tornar infértil.
O estranho é que esse pombo só dava bons descendentes apenas com uma determinada fêmea.
Fiz a experiência com outras fêmeas durante 10 anos, mesmo com algumas super fêmeas, mas os filhos nunca se transformaram em pombos de qualidade superior.
Aqueles que viram o meu catálogo de reprodutores, já ficam a saber porque razão o “Mattens” só aparece acasalado com uma fêmea. Como consegui o “Mattens”? Mais adiante podem ler acerca dele.

1991
Em 1991 tivemos uma belo concurso nacional com solta na cidade francesa de Orléans. Mais de 200000 pombos foram soltos e segundo os cálculos da Federação Holandesa tive o melhor resultado do país.
Ganhei o 2º, 3º, 4º , 5º, 6º, 7º, 9º, 10º, 11º, 12º, 15º. Nada mau!!! Em termos nacionais ganhei o 4º e 5º e quando entraram no pombal os meus 10 primeiros, nenhum columbófilo holandês tinha constatado 10 pombos.
Admito que, nessa prova, fui favorecido pela localização do meu pombal. Vivo a leste do país, as soltas fazem-se a sul e o vento soprava do noroeste. Os que vivem a oeste, perto do mar, estavam realmente mal localizados já que o vento empurrou os pombos para o interior do país, o que foi bom para os columbófilos que estão localizados na minha área. As melhores constatações foram de columbófilos dessa zona, mas para minha surpresa, junto aos melhores, vi o nome de um columbófilo que vivia junto ao mar. O seu pombo voou sozinho em condições adversas, fugiu à grande massa de atletas que seguiam para leste, enfrentando o vento desfavorável. Na verdade, esse pombo fez melhor trabalho que os meus.
Foi a razão porque peguei no telefone e falei com esse columbófilo desconhecido que se chamava “Mattens”.

Mattens
Mais tarde, os columbófilos queriam saber o que estava por detrás do nome “Mattens”. Entre eles o americano Mike Ganus que concursava com de pombos origem “Mattens”, os quais, segundo ele, estavam a destruir as suas raças.
“Mattens” é o nome de um columbófilo, dizia eu, disse-o muitas vezes. Todos encolhiam os ombros. Mattens? Quem é? Ficavam admirados!
Mas voltemos ao assunto que nos interessa.
Perguntei a Mattens se podia comprar pombos da sua colónia, porque tinha alguns amigos japoneses que queriam pombos de boa qualidade provenientes de columbófilos não muito conhecidos.
“Pode ficar com todos os meus pombos”, disse-me Mattens. Dirigi-me quase de imediato ao pombal de Achiel Mattens, que me disse estar na disposição de abandonar o hobby, visto o seu filho ir dedicar-se ao ciclismo ou ao futebol, não me lembro.
Negociamos todos os pombos acima do preço proposto e depressa fechamos o negócio. Todos os pombos iam ser transferidos para o japonês Masuda.
Entre todos os pombos vi um borracho de alguns meses de idade.
Como já o disse muitas vezes, o melhor é comprar pombos novos para valorizar uma colónia. Os próprios vendedores não sabem se o valor desses pombos é alto ou baixo. Especialmente os borrachos nascidos no verão são os melhores para comprar. Os columbófilos do norte da Europa não precisam deles para voar, nem os treinam. Por isso, se há um columbófilo que faz criação no verão é desse que se deve comprar, na maioria dos casos encontramos o melhor. Geralmente esses columbófilos criam para vender ou para os transferir para a reprodução.

Criação de verão
“Que me diz sobre este pombo tardio?” perguntei a Mattens.
“Guarde este pombo para si. É filho dos meus melhores pombos”, disse Mattens.
Não sabia o que devia fazer.
O japonês não ficaria satisfeito e eu não teria melhores pombos do que Mattens?
No entanto, decidi fazer a experiência e no ano seguinte esse pombo ficou junto aos meus reprodutores. Não tinha fêmea para ele, mas isso não seria problema, pensei.
Tinha acasalado todos os meus melhores pombos e porque teria eu de acasalar um pombo que me era desconhecido? No entanto, no pombal havia outro pombo sem parceiro, um que recebi como presente, sim, a “Sissi”.
Um macho sem fêmea e uma fêmea sem macho? Naturalmente, acasalaram… Tinha sido pura coincidência. Falando honestamente, não gostei dos seus primeiros filhos, tal como se apresentavam e, por essa razão, eliminei-os. Tenho cometido muitos erros neste desporto e este foi um deles.
Mattens + Sissi formaram um casal que fez história na Holanda.
Inúmeros pombos super, vencedores de concursos provinciais, nacionais, Pombos Ás nacionais e provinciais e mesmo Pombos Olímpicos foram seus descendentes.
Recentemente tive conhecimento que na China, Mr. Fu, obteve resultados sensacionais com tardios desse casal.
Tal como disse “Mattens”, só me deu bons filhos quando acasalado com a “Sissi” e é engraçado que com a “Sissi” aconteceu o mesmo. Acasalei a “Sissi” com o meu “Fast Blue”, um macho de 1988 que era também um excelente reprodutor. O resultado é que perdi um ano.
Imaginem. “Fast Blue”, o meu melhor macho reprodutor casado com a “Sissi”, a minha melhor reprodutora só me deu “lixo”.
É assim o nosso desporto.

A lição
As melhores hipóteses de obter bons pombos será quando se compram tardios… de boas origens.
E há também boas hipóteses quando se compram ou se recebem, como oferta, borrachos das primeiras posturas, sem terem voado.
Quando se vai às compras, devem ter a certeza que batem à porta de um homem sério. Mas ninguém pode garantir que os pombos que cede são campeões, mesmo que o columbófilo que cede os pombos diz que é do seu melhor.
É por isso que sempre disse: “não compreendo a razão porque o columbófilo observa os olhos dos pombos que quer comprar. Devia antes observar os olhos do columbófilo que vende os pombos”!

Finalmente
Quatro anos atrás um homem chamado Mattens telefonou-me.
Lembra-se de mim? Perguntou ele.
Certamente, lembro-me bem, pois nos meus pedigrees constam os nomes dos columbófilos da proveniência dos pombos. E diariamente os meus olhos encontram esse nome.
“Vou voltar a praticar a columbofilia”, disse ele. “Tem pombos para venda”?
“Para si, não” reagi. Quatro dias depois, pus-me a caminho de casa de Mattens com uma pequena caixa no carro. Nela estava um filho do “Mattens”, o “Creilman”, o melhor voador “Mattens” de todos os tempos.
“Este pombo é para si”, disse para Mattens. “É uma oferta”.
Dois anos atrás Mattens telefonou-me. “Ganhei um carro com um filho do seu “Creilman”, disse. “Esse pombo é um fantástico reprodutor”…
O melhor pombo que criei em 2002 é um filho da fêmea a que pus o nome de “067”, uma importação.
Estive na colónia de um columbófilo belga para comprar um irmão e uma irmã dum seu famoso pombo.
Paguei bom dinheiro pelos dois pombos, mas foi-me oferecido um terceiro: o “067”…
Os Campeões e o Círculo Completo 18-08-2007

OS CAMPEÕES E O CÍRCULO COMPLETO

Foi acerca de 15 anos atrás que algumas Associações da Europa e América começaram a organizar seminários.
No Inverno, quando não há concursos, alguns campeões são convidados para esses seminários para falar sobre pombos.
Esses convidados explicam como chegaram ao êxito neste desporto e respondem a perguntas.
Os columbófilos apresentam variadas questões, em especial sobre os concursos de borrachos que os belgas e holandeses exploram tão intensamente.
Eu próprio, enquanto orador, também tenho aprendido algumas coisas com a audiência.

Diferente
Uma coisa que verifiquei foi que o interesse pela columbofilia difere de um país para outro.
Alemanha: Ao contrário dos columbófilos belgas e holandeses, os alemães dão grande valor às raças e aos medicamentos. Não conheço nenhum país do mundo que dê mais medicamentos aos pombos do que os alemães.
As vezes pergunto-me: “Quão fortes deverão ser esses pombos para sobreviverem a todos esses produtos que têm que engolir. Os alemães são suficientemente inteligentes para compreender que os medicamentos foram estudados para curar as doenças dos pombos e não para fazê-los voar mais depressa”.
Um facto importante a ser mencionado é que são os alemães que têm mais problemas para manter os pombos saudáveis, especialmente os pombos novos.
Não há nenhuma edição do jornal “Die Brieftaube” em que não apareça um artigo sobre as “doenças dos pombos novos”.
“Qual será a razão e que poderemos nós fazer?”. Perguntam os alemães.
Penso que os problemas que enfrentam são devidos ao abuso dos medicamentos durante muitos anos seguidos.
A imunidade dos pombos ficou minada.
Reino Unido: Um assunto favorito dos ingleses são os treinos. Quantas vezes? De que distâncias? Em que direcção?
Treino individual ou em grupo?
América: Na América é quase sempre a mesma cantiga: Os columbófilos falam acerca das raças e ainda da inevitável análise dos olhos. É incompreensível como os americanos acreditam tão fortemente em factos tão irrelevantes para os europeus. Os holandeses nem querem ouvir falar da teoria dos olhos.
Sobre artigos que apareceram na Internet emitidos por um columbófilo sobre o tema “acasalamento pelo olho”, um americano apresentou a sua opinião que era desfavorável. Opinião de ingleses juntaram-se à de outros americanos presentes nesse Fórum, mas as reacções dos belgas azedaram a controvérsia e o assunto ficou encerrado.
Holanda e Bélgica: O tema das raças praticamente nunca é abordado nos seminários ou conferências que se realizam na Holanda e na Bélgica. Na “Meca” do nosso desporto, os columbófilos quase unanimemente dizem que falar de “raças” é bom para quem negoceia em pombos, mas não são as raças que vencem os concursos.
Sobre o problema do Adeno-Coli, há cada vez mais colónias a preocupar-se com isso.
Neste artigo explicarei porque os pombais devem ser considerados tão importantes.

Círculo
Sempre disse que os campeões normalmente fazem tudo o que é necessário para atingir o êxito total. Diria que preenchem todo um “Círculo” que é a prática da columbofilia.
A qualidade dos pombos, medicamentos utilizados, treino, alimentação, motivação e pombais, fazem parte desse círculo.
Se um dos elementos desse círculo falha, o círculo está incompleto, não fica fechado.
Podem comparar este “círculo” a um cadeado em que cada um dos elos acima referidos deve estar ligado a um columbófilo arguto e decidido e este não pode ser o elo mais fraco desse conjunto.
Outra importante parte deste círculo é o pombal, que deve ser construído com muito cuidado. Há muita literatura sobre a matéria nos jornais e revistas da especialidade. Ao analisarem-se algumas entrevistas de columbófilos poderemos verificar a atenção que dão aos pombais.
O pombal foi, aliás, a razão que me fez decidir ser “escritor” na minha juventude. Os campeões pensam que o pombal é a base duma boa condição e todos sabemos quanto é importante a boa condição num pombo.
Ouço frequentemente columbófilos dizerem: “Antes quero ter um bom pombal com pombos de qualidade média do que um mau pombal povoado com pombos super”, o que me causou imensa curiosidade. Ao longo dos anos aprendi realmente que é melhor apostar em pombos em forma do que apostar em pombos super em má forma.
Alguns nunca deixam de comprar pombos procurando atingir o êxito rapidamente. É impossível que de entre todos os que compram não apareçam alguns bons, mas é certo que há columbófilos que apesar de comprarem muito, não conseguem fazer uma colónia estavelmente vencedora.
É importante que se siga este princípio: A qualidade torna-se irrelevante se os pombos estiverem instalados num pombal sem condições.
Podemos comparar a situação com o que se passa entre os humanos.
Se trabalharmos num local desconfortável, nada funciona bem.

Las Vegas
Certa vez estive num seminário em Las Vegas.
O meu avião aterrou durante a noite e a única coisa que esperava era encontrar frio. A temperatura é normalmente alta em Las Vegas, mas não na noite em que cheguei.
Nessa cidade visitei pombais e vi alguns pombos. Um dos meus hospedeiros desejou conhecer a minha opinião acerca dos pombos que me mostrou. Disse-lhe que não poderia ver se os pombos eram bons ou não, ninguém pode dizer isso, mas sobre a condição em que os pombos se encontravam já era outra história.
Se os pombos estão em boa condição física ou não qualquer columbófilo experiente vê num relance, e os pombos dele não estavam em forma.
Ele parece não ter compreendido… e disse: “Eu treino os pombos muitas vezes, dou-lhes a melhor ração, são analisados frequentemente por um veterinário e gastei muito dinheiro no pombal…”
No entanto, o problema era o pombal com uma frente larga aberta e uma espécie de grelha instalada nos fundos. Compreendi a razão da frente larga aberta devido ao calor que faz durante o dia, mas não se coaduna nada com o frio glacial com vento que encontrei na noite em que cheguei.
Os pombais que estão sujeitos a mudanças significativas das temperaturas do dia para a noite, afectam a condição dos pombos e os resultados no concurso que se realizou dias atrás, foi mau como era previsível. “A razão é que existe um problema tal como outros que vivem em Las Vegas”, disse eu. Ele olhou para mim, perguntando. “Um problema de pombal?”.
Ele nunca tinha ouvido dizer mal do seu pombal.
Quando me disse que tinha bons pombos, bons medicamentos e bons treinos, falei-lhe acerca do círculo.

Outra visita
Estive também na China e em Taiwan. Não para um seminário, mas sim para ver in loco o tipo de columbofilia que praticam.
Fiquei impressionado com a hospitalidade dos meus hospedeiros e a gentileza do povo.
A beleza de Taiwan foi uma surpresa, não há só poluição, como me disseram.
Os meus olhos ficaram esbugalhados quando vi o tráfego. Nunca vi tal confusão tanto na China como em Taiwan, contudo poucos acidentes acontecem.
A polícia não é amigável, mas senti-me seguro, mesmo nas grandes cidades. Na Holanda, a polícia é amigável, todavia nas grandes cidades não nos sentimos seguros.
Uma visita a casa da senhora Soong Ching Ling, em Beying, foi uma experiência única, incluindo o constatar o grande amor que esta excepcional senhora dedica aos pombos.
Embora não estivesse em qualquer seminário, falei com columbófilos e vi alguns pombais. Como o clima em Taiwan difere muito do da China, esperava diferentes tipos de pombais pelas razões que descrevi, mas para minha surpresa não foi o caso.

O Ocidente e o Oriente
Soube que Lai e Lai são dois grandes campeões em Taiwan.
Fui um privilegiado por conhecer esses campeões, mas infelizmente não houve possibilidade de comunicação devido à barreira da linguagem. Não vi os pombos nem os pombais, mas posso dizer o seguinte:
a) Devem ter melhores pombos que os outros columbófilos;
b) Devem ser bons condutores de pombos, e…;
c) Os seus pombos devem estar instalados em melhores pombais que os competidores.
Estas são as características de qualquer campeão, viva onde quer que seja.
Como o clima influencia o ambiente no pombal, dizer um bom pombal na Holanda ou na China, quer dizer que está adaptado ao respectivo clima. Mas um pombo é um pombo que necessita de viver num bom ambiente para atingir a boa condição, a forma, em qualquer lugar do mundo.
Alguns columbófilos dizem mesmo que os vencedores não são aqueles que têm os melhores pombos, mas sim aqueles que têm os melhores pombais. Pode ser um pouco exagerado, mas há muita verdade nisto.
Tive conhecimento de que ao contrário de alguns campeões europeus, os chineses e japoneses não têm nos pombais sistemas que possam compensar as mudanças climatéricas.
Quando está vento ou frio na Europa, os columbófilos podem fechar as entradas de vento. Se está calor podem abrir os pombais ou ventilá-los.
Accionam os sistemas quando a humidade é muito alta.
Resumindo, fazem tudo o que é possível para não expor os pombos a influências desfavoráveis vindas do exterior para não fazer descer a sua condição.

Complicado
O interior e os materiais utilizados na construção dos pombais devem ser cuidadosamente escolhidos.
Grande parte dos pombais são construídos em madeira em quase todos os países; madeira é um bom material, mas não serve uma qualquer.
A madeira dura, que até custa espetar um prego, é bonita e até dá para fazer uma bola de hóquei, mas não é com este tipo de madeira que se deve construir um pombal.
Na madeira que não absorve a humidade, aparecem pequenas gotas de água devido às humidades de inverno.
Querem saber porque os Irmãos Janssen nunca pintavam o seu pombal? Porque a tinta impermeabializa a madeira, passando esta a ser menos absorvente.
Eis algumas características dum bom pombal:
• Deve ser seco, mas não muito seco. Quando o grau de humidade desce a menos de 60, podem crer que os pombos ficarão com problemas respiratórios.
• Não deve ser quente, nunca muito quente;
• Não deve ter correntes de ar, mas deve haver suficiente oxigénio;
• Não deve receber luz em excesso (é mau para os olhos);
• Estes conselhos devem ser aplicados para as duas fases do dia… noite e dia.
O problema que enfrentamos pode ocasionar controvérsias. Quando está vento, fecha-se o pombal, não há ventilação e pode acontecer uma insuficiência de oxigénio. Quando está quente convém abrir a ventilação. Encontrar o equilíbrio é da responsabilidade do columbófilo.
A imprensa também tem uma parte da responsabilidade, pois deve alertar para estas situações.
Queremos um desporto leal e sério?
Um desporto só é leal e sério se todas as circunstâncias forem iguais para todos os participantes. Campeões que convidam outros para verem os seus pombais e os seus pombos, pode ser um bom exemplo.
Já mencionei também a importância do interior dos pombais.
Muitos pombais têm um aspecto bonito. Poleiros e ninhos muito limpinhos… mas no que diz respeito a pombos, são de boa qualidade?
Os pombos gostam de um canto escuro para fazer o ninho.
Lembrem-se que o actual pombo-correio descende de aves que viviam em buracos nas rochas.
Os pombos têm que ter sítio disponível para pousar ou para encontrar um lugar.
Num pombal deve haver mais poleiros que pombos. 40 poleiros em cada divisão com um pombo em cada poleiro, é bonito, mas não é aconselhável.
Na Europa há muitos borrachos que se perdem.
Há columbófilos que pensam que os borrachos que se perdem não “têm cabeça”, não são inteligentes, mas não é assim.
Muitos borrachos não regressam ao pombal porque não se sentem bem nele. Há um exemplo dum borracho dum meu amigo que vive a cinco quilómetros a sul de minha casa. Entrou no meu pombal quando tinha cerca de dois meses de idade. Larguei-o a 40 kms a sul. Supunha que ele passaria pelo pombal do meu amigo e entrava, mas não, voltou ao meu. Regressando ao meu pombal, este borracho de dois meses, sem treinos e fazer 40 kms parece-me ser um pombo inteligente… Qual a razão de não regressar ao pombal onde nasceu? Talvez não se sentia confortável no seu! Parece-me que ter bons pombos, dar boa alimentação, bons medicamentos e treino adequado, mas pombais de construção deficiente, excesso de lotação, leva-nos a um círculo que não é total, é imperfeito. O pombal deve ser a primeira preocupação do columbófilo.

É verdade, aconteceu
Um dos grandes campeões de todos os tempos foi o dr. Linssen.
Como era um cioso amigo de Klak, conseguiu ter borrachos dos melhores pombos de Klak e colocou-os num pombal que tinha todos os ingredientes para ser bom. Contudo não conseguiu ganhar um prémio decente com esses pombos.
O veterinário que foi consultado concluiu que os pombos não estavam doentes, mas também não estavam em forma. “Alguma coisa deve estar errado no pombal”, disse-lhe Klak.
O dr. Linssen decidiu então fazer uma nova experiência e mudou o pombal para cerca de 30 metros mais longe, com as frentes viradas para outra direcção e onde não havia árvores. A forma dos pombos mudou radicalmente. Os pombos começaram a dar boas provas como voadores e o dr. Linssen foi um grande campeão.
O pombal era o mesmo, mas a sua colocação e o que o envolvia, eram melhores para o efeito.
Apenas um facto - a localização do pombal - completou o círculo.
Um bom tema para reflexão.
Como Criar Bons Pombos 18-08-2007

COMO CRIAR BONS POMBOS?

Temos trocado impressões com diversos editores de revistas da nossa especialidade sobre os temas que mais interessam aos columbófilos ao longo do ano.
Escrevo para muitos jornais e revistas e posso afirmar que é difícil escrever quando os destinatários ou leitores estão localizados em países longínquos como os da América do Norte do Sul ou países do Extremo Oriente.
Escrever para leitores holandeses ou mesmo de países vizinhos não será um problema escolher os temas porque conheço o que lhes interessa. Escrever para o outro lado do mundo onde o nosso desporto é tão diferente, é uma outra história. E é por isso que, naqueles casos, peço sempre ajuda a quem está perto dos problemas.

Um tema comum a todas as regiões do mundo parece ser o de “Como criar bons pombos”. Aliás, foi esse o tema sugerido pelo meu amigo David. Por momentos pensei “Que estúpida pergunta”, mas foi por curto lapso de tempo. Quando era estudante, o meu professor costumava dizer: “Não há perguntas estúpidas, o que há são respostas estúpidas”. E de facto quanto mais pensava na pergunta, mais sensata me parecia. É que esta leva-nos a pensar o quanto é importante apostar na qualidade dos pombos. Muitos columbófilos (não os campeões, penso), procuram o êxito por caminhos errados. Acreditam bastante nos medicamentos, nos segredos, no “frasco mágico” ou no “pó amarelo”.

Presumo que isto acontece em todos os lugares do mundo, no meu país, inclusive. Reconheço que muitos dos meus amigos columbófilos procuram os melhores medicamentos, as melhores vitaminas e o apoio dos melhores veterinários ao longo de toda a sua carreira, mas eu sempre fui à procura dos melhores pombos. Certamente que para encontrar bons pombos é preciso um pouco de sorte. Mas que percentagem de sorte é necessária para conseguir ases? Lembremo-nos do que acontece por todo o lado… enquanto há columbófilos que de vez em quando encontram um bom pombo ou um bom casal, há muitos outros que não conseguem criar um pombo “decente” durante toda uma vida…

Sorte
A sorte é um factor importante, e até posso dar-vos um exemplo, um facto que aconteceu recentemente. Co Verbree, um dos melhores columbófilos da Europa, esteve no meu pombal e comprou dois netos da minha “Sissi”. A “Sissi” foi uma reprodutora extraordinária, não foi?, disse ele, “talvez uma das melhores de sempre”. Pensei que essa afirmação era exageradamente lisonjeira. “Sim, foi uma boa fêmea”, concordei, “mas, mesmo assim, é preciso um pouco de sorte para obter bons filhos”, disse eu. Muitos dos seus descendentes foram realmente grandes voadores, mas nem todos. Com os pombos que compras tens uma boa oportunidade para conseguires bons filhos, nada mais do que isso. Não posso garantir que os pombos saiam bons, embora muitos filhos e netos tenham saído bons, não posso garantir que entre esses esteja um “super pombo”. É tão simples como isso. Para quem fala assim, a reacção de Verbree foi imediata: “Sabes que eu tive o melhor Pombo Sport Absoluto na Olimpíada da África do Sul?”. Sim, sei.
Verbree: “No ano em que criei esse Pombo Ás, criei mais cinco borrachos do mesmo casal. Todos foram bons, suponho que excelentes. No ano seguinte voltei a criar borrachos do mesmo casal. Tirei 10 borrachos porque esperava muito deles. E sabes os resultados? Nenhum desses 10 borrachos saíram bons. Antes pelo contrário, foram mesmo maus. Imaginas o que foi isso para mim?” Sim, imagino, porque coisas semelhantes acontecem muitas vezes. Mas Verbree tinha mais coisas importantes para dizer: “Um columbófilo americano comprou o meu Pombo Olímpico por um preço incrível e digo-te a verdade. Apesar dos seus sensacionais resultados, esse pombo nunca deu um bom filho. Falando honestamente, até foi por isso que o vendi. No entanto, um dos seus irmãos, que não era um bom voador, mas um dos meus melhores reprodutores. Por isso, parece-me que fiz um bom negócio: vendi o voador que era um fraco reprodutor e guardei o seu irmão que era um bom reprodutor”.

Casal de Ouro
Conheço alguns columbófilos japoneses que só sabem duas palavras em inglês. Não podemos censurá-los por isso, eles têm outras boas qualidades que não falar o inglês. Essas duas palavras são: “Golden Couple” (Casal de Ouro). Mas eles querem só casais que dêem pombos super? Esses Casais de Ouro só existem na cabeça dos autênticos sonhadores. Porque será que actualmente, na Europa, os campeões criam mais borrachos do que no passado? O motivo principal é que começam a compreender que também é preciso sorte para obter um pombo campeão! Como já disse, não é só a sorte a responsável pela criação de um craque. Para justificar esta afirmação, conto-vos a história dum campeão belga. Normalmente gosto de mencionar os nomes nos meus artigos para dar mais credibilidade ao que transmito aos meus leitores. Neste caso prefiro não o fazer porque poderia ferir a sua reputação. Deus não criou o Homem para ofender um ser igual.

Exemplo
Normalmente, um columbófilo sério deseja introduzir um ou outro pombo para cruzar com os seus, isto para lhes dar mais vitalidade. Para optimizar as hipóteses de êxito nos cruzamentos é muito importante que se esteja atento às deficiências que vão aparecendo nos pombos da colónia. Assim, falámos desse columbófilo belga, um campeão de velocidade, que começou a preocupar-se com questões como estas: “Porque será que os meus resultados não são bons quando encesto pombos na longa distância? - Será uma questão de falha física e se é, qual será? Haverá a possibilidade de encontrar uma solução, por exemplo, um cruzamento bem feito? Como não posso ver se é um bom pombo (ninguém é capaz de dize-lo), isto é, só posso dizer as falhas que o pombo tem cometido. Eu vi e analisei os seus pombos. Bons na mão e bons músculos, mas para minha surpresa um factor errado aparecia em todos os pombos: As últimas rémiges da asa activa demonstravam falta de flexibilidade. Ele parece ter ficado surpreendido e não compreender quando lhe apontei dois ou três pombos que tinham as suas últimas rémiges partidas. Ele encolheu os ombros e disse: “E então? Foi apenas um acidente que pode acontecer a qualquer pombo”.
Pode ser, disse eu, mas não tão facilmente aos bons pombos. Para testar a flexibilidade poderemos tentar curvar as últimas rémiges entre o nosso polegar e o indicador sem que as rémiges se partam.
A flexibilidade destas rémiges é um factor importante e absoluto para que as aves “tenham asa” para as longas distâncias. É importante prestar atenção às asas do pombo antes de o mandar para um concurso duro com largas horas de voo. Verificar a flexibilidade das últimas rémiges. E se essas penas se apresentarem duras e não curvarem? Então, nessa situação, o pombo está em má situação para voar com facilidade porque as rémiges estão muito duras. O pombo depressa se fatigará, mais do que aqueles que possuem rémiges flexíveis.
O campeão belga compreendeu a mensagem e o que decidiu foi introduzir pombos com penas flexíveis que cruzou com os seus próprios pombos e só dois anos mais tarde é que conseguiu pombos que voassem bem também na longa distância.
Por isso, não é demais se repetirmos quão importante é conhecer os pontos fracos dos próprios pombos. Só conhecendo-os bem é que poderemos fazer algo para melhorar a qualidade da colónia.
Um erro que muitos columbófilos cometem é introduzir pombos com os mesmos pontos fracos dos seus próprios pombos. Esse erro pode levar inevitavelmente à destruição da colónia.

Muitos Pombos Ás são tirados de cruzamentos
Há columbófilos do Oriente e da América que gostam de pombos da mesma família, isto é consanguíneos. Essa ideia não é má se tais pombos forem utilizados para a criação e não para competição. E sabemos que uma boa parte dos pombos super, holandeses e belgas, são produtos de cruzamentos. Nos anos 80, tinha o meu “Good Yearling” e pombos a ele aparentados. Desejava manter essa linha pura. Agora também tenho bons pombos dessa linha e para minha surpresa alguns columbófilos que compraram dessa família estão a conseguir criar melhores pombos do que eu fizera até aqui. Fizeram isso no momento certo, compreendo agora. Cruzaram os meus pombos consanguíneos com os seus próprios pombos. É por isso que agora faço como eles fizeram, não mantenho pura por muito tempo uma família de pombos, cruzo-a com os meus consanguíneos.
Um exemplo: a minha “Sister Good Yearling” ao contrário do seu irmão foi uma má voadora e também uma má reprodutora, pelo menos é o que penso.
A partir da data em que lhe dei um novo macho de diferente sangue, o primeiro borracho do novo casal ganhou o 1º nacional de Orleans (1985). Infelizmente, essa fêmea já tinha idade avançada quando a juntei ao outro macho e consegui um cruzamento feliz. Casos como este acontecem a muita gente. Quando os filhos começam a demonstrar serem bons voadores e a ter certezas de ter conseguido um bom casal, por vezes, já um dos pais foi vendido, morreu ou está muito velho.

Errado
Quando um columbófilo deseja comprar um ou mais pombos, é quase sempre a mesma história. Digamos que quer comprar seis pombos e geralmente devem ser três machos e três fêmeas, o que faz três casais.
Aprendi que esta não é a melhor forma de fazer as coisas. Se introduzo pombos, acasalo-os com o melhor que tenho, portanto, com pombos que já provaram ter potencialidades para dar bons borrachos. É a mais rápida e fácil maneira de ser bem sucedido do que acasalar machos comprados com fêmeas compradas.
Se acasalarem um pombo introduzido com uma boa fêmea da colónia, boa reprodutora, por exemplo, as possibilidades de êxito serão sempre maiores.

Aspecto exterior
Que dizer do aspecto exterior dos pombos? Em primeiro lugar devem possuir penas sedosas. Ter atenção aos pombos grandes. O pombo moderno é do tipo mais pequeno do que o de há umas décadas atrás. Devem demonstrar um bom equilíbrio (caírem bem na mão) tal como dizem os columbófilos mais experientes e devem ficar um pouco inclinados para a frente quando se pega neles. De grande importância é o pombo possuir também um esqueleto forte. Um dos testes que podemos fazer é pressionar um pouco o externo (o extremo do corpo do pombo). Se o pombo fizer um pouco de barulho (roncar) é um mau indício.
Estas qualidades são as mais importantes num pombo, a que devemos prestar mais atenção. Mas aqui temos um problema: O simples facto de um pombo possuir estas qualidades não quer dizer que seja um bom pombo. Há pombos maus que também possuem penas sedosas, um bom equilíbrio e um esqueleto forte. Contudo se um pombo não possui essas qualidades, será certamente um mau pombo. Um filósofo disse uma vez: “Todas as vacas são animais, mas todos os animais não são vacas”.

Mais exemplos
Muitos campeões têm duas, três ou quatro boas raças de pombos. Normalmente, os seus “Pombos Ás” são filhos de cruzamentos entre essas raças. Como já são campeões não costumam introduzir muitos pombos, se o fazem, introduzem poucos, nalguns casos nunca mais de um ou dois por ano. Nesta última década criou-se o hábito de não comprarem os pombos, fazem trocas entre si. Casos como a Família Houben e Verbruggen. Trocam apenas um pombo. Os pombos que recebem geralmente são cruzados com os da sua própria linha e essa estratégia tem resultado numa explosão de super pombos nas duas colónias envolvidas. O mesmo aconteceu nas colónias Engels e Van Hove Uytterhoeven. Ambos já conseguiram bons pombos, talvez melhores depois destes cruzamentos entre exemplares destas colónias.

Também bom
Em que campeões da Holanda e Bélgica se fazem trocas de casais todos os anos? Alguns (mesmo nos Irmãos Janssen) fazem trocas de casais durante o ano. Por qualquer misteriosa razão a qualidade dos borrachos baixa quando a mesma fêmea e o mesmo macho estão acasalados durante muito tempo. Eu próprio acasalo também os meus melhores machos com duas ou três diferentes fêmeas todos os anos. Logicamente que os pombos só são acasalados quando estão nas melhores condições para tal.
Há columbófilos que ficam admirados com a estratégia de trocar os casais no mesmo ano e, geralmente, os que são contra essa forma de proceder são os que durante vários anos não criam um pombo “decente”!
A explicação desse facto é provavelmente a forma e a qualidade dos pais. Um estudo já demonstrou que muitos dos bons pombos são tirados de pombos novos. Isto não quer dizer que casais de uma certa idade não possam dar bons filhos. O problema com os pombos velhos é a pobre qualidade da papa que administram aos filhos.
Este ano cometi um erro ao deixar que um macho de 1992 alimentasse os seus próprios filhos. Alguns não se desenvolveram suficientemente bem e acabei por sentir ter culpa dessa situação. O que deveria ter feito era ter passado os ovos a outro casal de pombos de ano, que alimentariam os borrachos logo após o nascimento. Mas cometer erros não é coisa de que nos devamos envergonhar. O único problema que existe é se não assumirmos o erro que cometemos e não procurarmos corrigi-lo no futuro.
O que distingue os perdedores dos vencedores é que, no segundo caso, os erros cometidos são cedo detectados e corrigidos a partir daí. Se cada um não sabe onde e porque falham os seus pombos, se os erros não são detectados, será difícil passar para um patamar columbófilo mais elevado.
O Segredo dos Campeões 18-08-2007

O SEGREDO DOS CAMPEÕES

Quando os nossos pombos não conseguem bons resultados, é importante não demorar muito em encontrar o verdadeiro motivo dessa situação. Há duas possibilidades… ou os pombos não são de boa qualidade ou não estão em boas condições físicas ou de forma. Raramente essas duas causas aparecem em simultâneo, porque, nos dias de hoje, os pombos de boa qualidade estão largamente espalhados por todo o lado, e acredito firmemente que haverá poucos columbófilos que apenas possuem pombos de fraca qualidade.
Na Holanda e Bélgica, normalmente a competição faz-se na razão de um prémio para cada quatro encestados. Isto quer dizer que em 1000 pombos numa prova haverá 250 prémios. Quando um columbófilo encesta 16 pombos pelo menos espera ganhar quatro prémios. Não é bom nem mau. Quando ganha oito prémios (50% dos encestados) isso é considerado como bom. Os (verdadeiros campeões?!), contudo, não ficam satisfeitos com este tipo de performances. 50% ainda não é bom para eles.
Temos a seguinte situação: Se um campeão encesta 16 pombos para um concurso e se ganha oito prémios não é bom para ele! Se um fraco concorrente encesta também 16 pombos e se ganha oito prémios, é uma grande proeza, já que quatro prémios já seria bom para ele! Se um outro encesta também 16 pombos e não ganha nenhum prémio nos primeiros 25% do encestamento total, onde estará o mal?
Parece mesmo um contra-senso. Haverá ainda quem tenha tão maus pombos? Acho que a falta de qualidade não poderá ser a razão. Esse columbófilo deve ter um problema e deve visitar um veterinário. Os seus pombos devem estar doentes e não será pouco.

A grande falha
Fraca qualidade ou saúde deficiente? É este o grande dilema de muitos columbófilos que não conseguem triunfar na columbofilia. No que diz respeito à qualidade dos pombos, já por diversas vezes escrevi e disse que ninguém no mundo pode ter certezas quanto à boa qualidade de um pombo! Não se pode ver isso nos olhos e nem mesmo os mais valiosos sangues e melhores raças fazem, necessariamente, de um pombo, uma ave de qualidade. Não podemos também explicar o contrário. Se não podemos dizer que determinado pombo é ou será bom, também não podemos dizer se determinado pombo é ou será mau.
Alguns, no entanto, podem ter tão má plumagem, ou uma tal estrutura óssea que, definitivamente, não podem ser bons. Se um columbófilo consegue ver se um pombo está mal, isso já é alguma coisa. Não será “apenas” alguma coisa! Penso que isso será a chave do êxito de muitos columbófilos. Sabem quais são os pombos que têm de ser eliminados!
“Uma boa selecção”!, dizem muitos campeões, “é o meu segredo”.
Toda a gente comete erros quando começa a seleccionar pombos, mas uma quarta parte dos campeões, digamos, comete menos erros do que os outros. No que diz respeito a uma única coisa - a saúde - nunca cometem erros. É quando a saúde, a saúde natural, é a base do critério da sua selecção. O columbófilo que se liberta das aves que não estão em boa condição durante os 365 dias do ano, raramente cometerá desses erros.
Quando um columbófilo possui, digamos, 40 pombos e 38 gozam de boa saúde, não há razão para que os outros dois estejam doentes. Libertem-se deles! Certamente que não quererão tratar os 40 pombos para curar os outros dois.
Quando dois estudantes duma determinada turma têm uma dor de cabeça, certamente que o professor não dará uma aspirina a todos os estudantes!

O segredo
No desporto columbófilo muitos caminhos podem levar-nos ao êxito. Mas existe uma coisa que os campeões têm em comum. Não têm pena das aves que não se mantêm em permanente boa saúde ou que, constantemente, necessitam de medicamentos para se manterem em boa forma física.
Aqueles que exageram na aplicação de medicamentos, concerteza não possuem pombos doentes, mas simplesmente insistem nessa área talvez para conseguir dessas aves a “super forma”! A sua saúde não é natural, é artificial. Isto também é importante quando decidimos introduzir pombos na nossa colónia. Fujam dos columbófilos que utilizam muitas drogas nos seus pombos.
Será melhor comprar pombos a columbófilos que não conheçam, nem utilizem muitos medicamentos. Nessas colónias encontraremos aves fortes com muito mais resistência natural às viroses, às bactérias e aos perigos que os esperam fora do pombal, por exemplo, nas caixas de transporte a caminho do local da solta para um concurso.
Muitos columbófilos perguntam: “Que posso dar aos pombos para os tornar mais saudáveis?”. É uma falsa questão. A pergunta deveria ser: “Que posso fazer para obter pombos resistentes, fortes por natureza, pombos com uma boa imunidade que não necessitem permanentemente de medicamentos?”.
A resposta é: a selecção. Devemos ser bons e pacientes para com os pombos, mas severos ao mesmo tempo! “Uma mão de ferro numa luva de veludo”. Para além disso, a selecção não pode começar muito tarde.
Efectivamente, a selecção deve começar a fazer-se quando o pombo ainda está no ovo!

Erros
No que concerne à selecção, cometem-se os seguintes erros:
Há muita gente que começa a pensar desde muito cedo que determinado pombo será muito bom. O mesmo pombo, para um campeão, poderá ser considerado apenas como um pombo de média qualidade, e pode seguir para o pombal dos reprodutores se estiver na colónia de um columbófilo de média categoria.
Outros conservam pombos como reprodutores, onde não deveriam ter lugar. Por exemplo, pombos com a idade de quatro anos que nunca reproduziram um bom voador. Esse tipo de pombos está lá devido à sua origem ou porque o seu preço foi elevado. No que respeita aos pombos de competição, é a mesma história. Um pombo de dois anos raramente faz melhor o seu trabalho quando se vai tornando mais velho. É por isso que à idade de dois anos, o pombo deve mostrar todas as suas qualidades, caso contrário terá de analisar-se a situação e dar-lhe o caminho mais conveniente. É por essa razão que os maiores campeões da Europa viajam com tantos pombos de ano.

Pombos jovens
A competição era muito diferente há algumas décadas atrás. Se analisarmos as folhas das classificações da Bélgica e Holanda e as compararmos com as destes últimos anos, verificamos as diferenças de idade dos vencedores e primeiros lugares dos concursos. Agora aparecem com mais frequência no topo das classificações, pombos de um ou dois anos de idade. Só para concursos com dois dias de viagem, por exemplo Pau e Barcelona, será diferente. No passado, um pombo que estivesse doente, perdia-se. Simplesmente, não havia medicamentos adequados e, normalmente, pouco se utilizavam. Depois começaram a utilizar-se os tratamentos para tudo e podemos dizer que, uma quarta parte dos columbófilos, já tem problemas de todas as espécies no seu pombal. A medicação contínua durante anos torna os pombos mais fracos.
Muitos columbófilos ainda não compreenderam que a medicina desenvolveu-se muito na questão da cura das doenças. Procuravam refúgio na medicina quando os resultados eram fracos porque suspeitavam que os campeões para serem bons teriam de estar medicados. É um conceito errado.
Os medicamentos não fazem boas colónias. Uma dura selecção baseada nos resultados, na saúde natural e na imunidade, fazem realmente uma boa e duradoura colónia.

Pombos mais novos
No passado, muitos campeões da Europa separavam os filhotes dos pais quando tinham quatro semanas de idade. Nos dias de hoje, já o fazem com três semanas de idade. Fazem-no por várias razões:
Alimentar os filhotes deve cansar demasiado os pais, especialmente quando já têm uma idade avançada. Separá-los dos pais mais cedo torna-os mais dóceis. Poucos pombos ficam marcados por esse modo de actuar e, quando ficam, é o columbófilo o responsável por não ter bons contactos com as aves. Agarra-as com muita impetuosidade: Mãos na cabeça, suave aproximação da ave e, repentinamente, agarrámo-la com força. Não esperam que tais pombos percam toda a confiança no tratador? Como se pode esperar que tais pombos entrem rápido no regresso dum concurso quando vêm quem os trata dessa maneira? Acreditem ou não, tais aves só entram se o tratador se esconder.
Há também o columbófilo que faz as coisas de maneira diferente: Os pombos entram mais rápido quando vêm o seu amigo, o tratador. Fazem as coisas como deve ser. É outra boa razão para separar os filhotes dos pais mais cedo e tem a ver com a selecção. O columbófilo começa a conhecer mais cedo quais são os borrachos mais fracos.

Pombos sem futuro
Quanto mais cedo se possa seleccionar os borrachos, melhor. Na verdade, a selecção pode começar quando os borrachos ainda não saíram do ovo. Alguns conselhos sobre a selecção:
1) Não acreditem em ovos com uma casca muito rugosa e dura. Se o borracho não morrer dentro do ovo, raramente será um borracho vital, mesmo se é filho dos melhores pombos da colónia. A casca do ovo deve ser brilhante, polida, tal como os pombos saudáveis. Deitem fora os ovos com casca rugosa e dura.
2) Quando estiverem a anilhar os borrachos (oito a dez dias de idade), verifiquem se algum deles tem as pernas mais finas do que outros borrachos da mesma idade. Tais pombos podem nunca mais vir a ser fortes, vitais e saudáveis. Podem também eliminar esse borracho. É um pombo que não tem futuro.
3) Atenção aos borrachos que estão sempre a piar na tigela. Pode ter como origem a tricomoníase e a medicação específica dará uma ajuda. Mas tal coisa nunca acontecerá a um bom columbófilo. Está sempre alerta em relação à tricomoníase e age preventivamente. Geralmente fala-se sobre borrachos que piam muito na tigela como sendo borrachos sem grande futuro.
4) Devemos também dar atenção aos borrachos que aparecem molhados na tigela. E aparecem molhados porque os pais bebem muito e a papa que dão aos filhos contém muita água. Pombos que bebem muito não se encontram em muito boas condições. Na maior parte das vezes são os órgãos digestivos que não estão a funcionar bem. O começo de vida com estes borrachos não é o melhor. Também é possível que os borrachos se deitem em cima das suas próprias fezes. E porquê? Porque não têm força para lançar as fezes para fora da tigela. Não são suficientemente fortes. Libertem-se destes borrachos.
5) Às vezes verifica-se que o crescimento das penas de cobertura na zona das escapulares está atrasado. Se compararmos com outros borrachos da mesma idade a plumagem está mais avançada, mais completa. Acompanhar com cuidado esses borrachos com a plumagem atrasada, porque esse facto demonstra falta de vitalidade e isso significa futuro incerto.
6) Após a separação dos pais, pode acontecer que os borrachos demorem a começar a comer. Pedem até a outros borrachos que lhes dêem de comer. Mais uma vez: borrachos fracos não devem permanecer no pombal.
7) É um bom hábito abrir o bico dos borrachos pelo menos uma vez. Pode acontecer que o bico esteja fraco e frágil. Esta anomalia demonstra uma fraca ossatura e um corpo fraco. Fora! O mesmo deve acontecer com os borrachos que têm uma grande abertura da garganta.
8) Já manuseei muitos dos melhores pombos da Holanda e Bélgica. Muito poucos desses pombos eram do tipo grande. E os grandes só brilham nas provas de velocidade. A hipótese dos pombos grandes serem bons nas longas distâncias é quase zero.
Não gosto de pombos de ano que estejam quase sempre no chão porque estão muito gordos e grandes demais para voar para os poleiros mais altos, enquanto que pombos da mesma idade estão sempre a querer voar. Columbófilos com pouca experiência pensam que os pombos grandes são os mais fortes para voar. Estão enganados. O pombo de competição moderno é, sem dúvida, mais pequeno.

Outro erro
É importante aprender com os próprios erros. Aconteceu-me há tempos ficar com um borracho que estava doente. A única razão: os pais eram realmente especiais. Nunca me tinha acontecido e esse pombo doente também não deu qualquer coisa de bom. Agora não hesito, a selecção para ser efectiva não deve ter excepções. Boa saúde é o principal atributo que um borracho e mesmo um adulto deve possuir.
Se o borracho não está de boa saúde, primeiro elimina-se e depois verifica-se pela anilha quem são os pais. Se primeiro se vê quem são os pais, talvez os nossos olhos de juiz sejam influenciados e sejamos persuadidos a deixá-lo viver.

Positivo
Do que gosto mais nos pombos de ano, para além da sua saúde natural, é o seu apego ao seu próprio território, apesar da sua tenra idade. Pombos que gosto de apanhar no escuro e que sei estarem sempre no mesmo poleiro, são normalmente bons pombos. Não gosto dos pombos que estejam pousados em lugares diferentes. Os pombos que não se sintam atraídos pelo seu próprio território e o defendam, raramente são bons atletas.

Conclusão
Pombos com um corpo perfeito, olhos bonitos, plumagem impecável e mesmo com um perfeito pedigrée, podem ser aves sem valor, não ganham nenhum prémio. Este facto faz com que uma boa selecção seja tão problemática.
O que é mais importante, o que faz com que um pombo seja bom, é o seu carácter, poder de orientação, inteligência, vitalidade, o apego ao seu território.
Por isso, alguns erros podem ser cometidos quando se faz a classificação e selecção. Um columbófilo que classifica e selecciona com base nos parâmetros da saúde nunca eliminará bons pombos. E, felizmente, não será assim muito difícil ver se um pombo está doente ou não.
Não pensem que os medicamentos fazem vencedores. Columbófilos célebres como Klak, Engels e muitos outros têm tido imenso êxito procedendo assim. Não são doutores, químicos, pelo contrário, pouco conhecem de medicamentos ou doenças. O que têm em comum é que eles compreendem o quanto é importante a selecção!
Melhores Pombos para Todos 18-08-2007

MELHORES POMBOS PARA TODOS

Uma das grandes questões com que os columbófilos se debatem é saber quais os factores mais importantes em columbofilia que permitem construir uma colónia competitiva. Geralmente comparam…
O columbófilo; O pombal; Alimentação e medicação; O pombo.
Alguns dizem… a qualidade dos pombos é o factor principal para que uma colónia seja competitiva, em seguida vem o pombal e finalmente o columbófilo.
Outros afirmam… um bom pombal é 50% responsável pelo sucesso, a qualidade dos pombos 20% e por aí adiante.
Pessoalmente sou de opinião que o papel do columbófilo é decisivo. Os campeões “têm a columbofilia nos dedos”, como se costuma dizer na Holanda.
O que eles querem dizer é que certas pessoas possuem uma capacidade especial que lhes permite entender e aprender com facilidade tudo o que rodeia o fenómeno pombo-correio, enquanto que outros, apesar das suas boas intenções, não são capazes de aprender e observar a colónia, apercebendo-se dos pequenos detalhes que fazem toda a diferença.
Porque é que penso que o papel do columbófilo é decisivo? Um bom columbófilo assegura-se que o seu pombal é realmente bom. Um bom columbófilo tenta de forma constante arranjar melhores pombos que os que já possui. Um bom columbófilo sabe o que cada um dos seus pombos necessita, sabe também o que a colónia no seu todo necessita, ou seja tem tudo sob controlo.
Por outro lado, o pombal e os pombos não conseguem, por si sós, controlar o que quer que seja.
O pombal não consegue determinar a qualidade dos pombos que o habitam. Os pombos não conseguem melhorar as condições que o pombal lhes oferece.
O columbófilo é capaz de alterar todos estes pormenores a seu favor. Um bom columbófilo sabe o quanto é importante é qualidade dos pombos e sabe também quando e onde os ir buscar. Muitos columbófilos perguntam-me como é possível que certas pessoas importam pombos e são logo bem sucedidos, enquanto que outros por muito que tentem não passam da mediocridade.
Qual será então o melhor procedimento para conseguir bons pombos? É sobre isso que iremos falar hoje…

O COLUMBÓFILO
Todos sabemos que as raízes do nosso desporto se encontram em dois países, a Bélgica e a Holanda. Nestes dois países os columbófilos têm que enfrentar uma fortíssima competição e os seus métodos têm que estar bem delineados para terem hipótese de sucesso. Poderemos, pois, aprender muito com eles.
Vamos começar com um factor muito importante. A forma como aumentar a qualidade de uma família de pombos é algo que difere de colónia para colónia. Depende muito do tipo de columbófilo que você é… Dinheiro é ou não o problema?; Qual a vossa posição na columbofilia? Já é um campeão ou tem pretensões a sê-lo?

O RICO
As pessoas para quem o dinheiro não é problema, compram pombos de créditos firmados, ou então filhos destes. O dinheiro coloca-os numa posição privilegiada, ou seja proporcionam-lhes mais hipóteses de sucesso, mas nada mais do que isso! Estamos a falar de hipóteses e não de certezas. Graças a Deus que não têm 100% de certeza. Se assim não fosse, só os ricos é que seriam campeões. Com certeza que todos conhecem exemplos de columbófilos ricos que não conseguem sair da cepa torta. Estes compram os super pombos, mas isso, por si só, não consegue fazer uma super colónia.
Um bom exemplo disto mesmo aconteceu ainda recentemente na Holanda. Estou a falar de um columbófilo americano que gastou uma fortuna em Pombos Ás de nível provincial e nacional. Mas este homem queria mostrar resultados na Holanda e para tal construiu um pombal luxuoso e encheu-o do melhor que o dinheiro pode comprar. A sua ideia era voar com filhos das aquisições. No início, alguns columbófilos da colectividade onde o americano decidiu encestar os seus pombos estavam nervosos e com algum receio… “voar contra os filhos de todos aqueles Pombos Ás? Não será isso injusto?”, comentavam. Muitos deles sentiam-se derrotados, mesmo antes do início da Campanha. Finalmente, chegou o momento em que o americano começou a concursar o filhos dos seus craques que lhe tinham custado uma grande soma em dinheiro. Sabem o que aconteceu? Salvo raras excepções, os seus pombos quase que não iam ao mapa, foi literalmente esmagado pelos adversários. Os columbófilos que nunca tinham gasto um euro na compra de pombos humilhavam-no semana após semana.
A grande lição é que as pessoas com dinheiro podem comprar bons pombos, mas isso não faz deles vencedores.

OS CAMPEÕES
Para além dos ricos, existe ainda outro pequeno grupo de columbófilos que são especiais… aqueles que já são campeões. Um homem que já é campeão tem uma forma de actuar na aquisição de pombos que o distingue dos outros columbófilos. É frequente acontecer trocas de pombos com outros bons columbófilos, fruto dos contactos proporcionado pelo estatuto de campeão. Emprestam um macho ou uma fêmea boa por determinado período de tempo. Isto foi que aconteceu com Houben e Verbruggen. Trocaram apenas um pombo e os resultados foram extraordinários. A mesma história repetiu-se com Flor Engels e Van Hove Uytterhoeven. Ambos foram bem sucedidos com os empréstimos. Não houve dinheiro envolvido.
Por isso, para melhorarem a sua colónia, os campeões raramente recorrem à compra de pombos.
Sabemos também que a maioria dos columbófilos nem são ricos, nem são campeões. Qual será o melhor conselho a dar a este grupo maioritário quanto á aquisição de bons pombos? Dirigirem-se aos columbófilos famosos? Claro que não.

ERRO
Os columbófilos famosos podem ser divididos em dois grupos:
1) São pessoas famosas no estrangeiro pela única razão de serem comerciantes inteligentes. As suas performances nos concursos não são nada de especial, no entanto conhecem a importância dos pedigrees e sabem como manipular a imprensa.
Para admiração dos seus colegas de colectividade, vendem pombos como quem vende bolos quentes. Geralmente, são pombos com um pedigree fabuloso, mas nada mais do que isso. Os seus colegas interrogam-se… porque é que os seus clientes em vez de estudarem os pedigrees, não estudam os resultados nos concursos. Para este tipo de compradores os resultados parecem não ser importantes… apenas o que conta são os pedigrees e a raça. É usual dizer-se na Bélgica e Holanda que… “os compradores estrangeiros compram um pedaço de papel (pedigree) desses “zé ninguém” e recebem como oferta um pombo”.
Os columbófilos holandeses e belgas com o mínimo de bom senso já se aperceberam que os “homens pedigree” não são os homens certos a contactar quando se pretendem adquirir bons pombos. Mas, no início disse que existem dois tipos de columbófilos famosos.
2) O outro grupo são os columbófilos que merecem o seu nome. Estou a pensar em nomes do tipo Silvere Toye, Engels, Dobbelaere, De Vooght, Bolle, VD Wegen e muitos outros. Estes demonstram nos concursos a qualidade dos seus pombos. Não se tornaram famosos no estrangeiro manipulando a imprensa. O problema é que adquirir pombos destas colónias não é muito barato e como a procura é muita, os preços sobem em flecha. Por outras palavras… estes são os columbófilos certos para adquirir pombos, no caso de serem acessíveis às vossas bolsas. As boas notícias, no entanto, são que estes não são os únicos columbófilos a possuírem bons pombos.

CONSELHO 1
O primeiro conselho que posso dar a quem não tem muito dinheiro é… esqueçam os nomes famosos e a publicidade que aparece nos jornais. Na Bélgica e Holanda aparecem muitas reportagens de falsos campeões e claro que isso deve acontecer um pouco por todo o mundo.
O que o “columbófilo comum” deve fazer é tentar aproximar-se do campeão da área a que pertence, o tal que o bate semana após semana. E isto porque conhece os seus resultados e conhece que tipo de homem é. Este último pormenor é importante. Ser campeão columbófilo é uma coisa e ser honesto na venda de pombos é outra coisa completamente diferente.
Quando vejo potenciais compradores observarem os olhos dos pombos a minha reacção é… “não devem olhar os pombos nos olhos, mas sim o do columbófilo vendedor”.
Felizmente que a maioria das pessoas são honestas e os vigaristas a minoria. E se o columbófilo com bons pombos for esperto tratará bem o seu colega. E isto porque sabe que só será campeão enquanto houver os “perdedores” a enviar pombos. Se estes se cansarem de perder, abandonam o desporto e o campeão será como um rei sem reino. O nosso desporto é como qualquer outro… para haver vencedores tem que haver perdedores! É tão simples quanto isso.
Outras das razões para adquirir pombos nas redondezas é que o vendedor sabe que o irão ver frequentemente após consumado o negócio. Se os pombos não derem bons resultados, este será confrontado com o facto até ao final da sua vida, se calhar apenas pela troca de olhares.

CONSELHO 2
A altura da aquisição é também importante. A melhor altura para comprar borrachos na Bélgica e Holanda é no Verão e Outono. A razão está em que nestes países joga-se borrachos de Junho a Agosto e todos os columbófilos aproveitam os melhores para si. O que quer dizer que as duas primeiras posturas dos seus melhores pombos são para uso próprio, daí ser um erro comprar borrachos nos primeiros meses do ano, pois podem ter a certeza que em quase 100% dos casos não são dos melhores casais. Os Super Campeões que dizem vender borrachos dos seus melhores reprodutores em Fevereiro e Março são mas é verdadeiros Super Mentirosos! O meu conselho, volto a repetí-lo, é comprar tarde, digamos a partir de Julho. Por outro lado, os columbófilos que já possuem bons pombos devem comprar anualmente um número reduzido, caso contrário correm o risco de cair na tentação de apostar demasiado nas novas aquisições e negligenciarem as suas próprias linhas, aquelas que o levaram até ao top. No entanto, se a qualidade dos vossos pombos não passar da mediania, então sim podem e devem apostar num razoável número de aquisições no tal bom columbófilo da vossa área que conhecem na perfeição (resultados e personalidade). Podem crer que conheço muitos campeões que actuaram desta forma. Alguns deles atingiram mesmo o estatuto de vedetas internacionais…
a) William Geerts é uma delas. Esta vedeta internacional era vizinho de Fons Jacobs. Jacobs era um homem idoso, um columbófilo praticamente desconhecido, mas que marcava de cabeça na velocidade e meio-fundo. Geerts casou-se e mudou-se para Schilde, na mala levou um par de ovos do seu velho amigo, ovos esses comprados por uma bagatela, mas ele sabia o seu verdadeiro valor. Dois anos depois (1978) era o terror da Union Antwerpen. O nome de William Geerts espalhou-se internacionalmente como fogo batido por vento, no entanto do seu velho amigo Fons Jacobs aposto que nunca ouviram falar, apesar de esta ser a verdadeira origem do seu sucesso.
b) Muitos de vocês já ouviram falar no famoso “As” de Gommaire Verbruggen. Também devem saber que este o comprou por uma soma elevada a Maurice VD Veldenm, no entanto este último adquiriu os pais do craque a um columbófilo de 80 anos praticamente desconhecido.
c) Jan Grondelaers, um columbófilo extremamente esperto, apercebeu-se dos excelentes resultados de Gust Hofkens e comprou-lhe pombos na altura certa… ou seja quando este ainda era um desconhecido, mas muito bom e… muito barato. Podemos afirmar com certeza que foi a descendência dos pombos Hofkens que tornaram Grondelaers famoso. Quanto a Gust Hofkens, a fama dos seus pombos apenas apareceu um pouco antes da sua morte e subiu em flecha após a sua partida deste mundo.

E ENTÃO AS RAÇAS?
Os columbófilos que visitam os nomes famosos da Bélgica e Holanda, depressa se apercebem que sofreram uma lavagem ao cérebro durante demasiado tempo. Um facto fruto dos dias em que o poder estava nas mãos de poucas pessoas. No entanto, os tempos mudaram.
Por isso, caros columbófilos, se não tiverem muito dinheiro não é caso para desesperarem. Podem tornar-se campeões, da mesma forma que os ricos. É claro que é um pouco mais difícil, no entanto apenas têm que ser um pouco mais espertos, ou seja a astúcia deve compensar a falta de dinheiro.
Não pensem que o que acabo de dizer são só histórias, nada disso, conheço inúmeros campeões que seguiram o caminho descrito.
Para ganhar na columbofilia não é necessário ser-se novo.
Para ganhar na columbofilia não é necessário ser-se homem.
Para ganhar na columbofilia não é necessário ser-se atleta.
Para ganhar na columbofilia não é necessário ser-se cientista.
Para ganhar na columbofilia não é necessário ser-se rico.
Para ganhar na columbofilia devem manter os vossos olhos bem abertos e ter o feeling para pombos.
Não serão estes factos que tornam o nosso desporto em único e tão motivador?
Boa sorte!!!
Provinciano na Grande Cidade 18-08-2007

PROVINCIANO NA GRANDE CIDADE

O seminário para o qual tinha sido convidado na qualidade de orador era em Amesterdão. E se há coisas neste mundo que me assustam é conduzir, à noite, numa cidade como essa.
Foi a razão porque optei por tomar um táxi. Não sei se todos os taxis dessa cidade são como o que me apareceu que até era muito especial. Todas as janelas estavam blindadas e com posters de jogadores célebres do “Ajax”, um clube de futebol muito conhecido em todo o mundo. A respeito de Amesterdão e o “Ajax”, nesse dia aprendi algumas lições.

O “Ajax” é enormemente popular na grande cidade, a adoração pelo clube é tão grande que parece quase uma religião. Se algum dos habitantes de Amesterdão algum dia vos perguntarem o que pensam do “Ajax” é melhor dizer, para vossa segurança, que é o melhor clube de que algum dia ouviram falar, que os seus jogadores são “frios”, que o vosso corpo até treme quando os vêem jogar. O que eles mostram no campo não é futebol, é arte.
“Os futebolistas do “Ajax” são os melhores do mundo”, disse eu ao motorista do táxi enquanto rolávamos pela escura cidade de Amesterdão.
“É verdade, provinciano”, disse o taxista um pouco tempo depois. (Em Amesterdão consideram que os de fora da cidade, são todos camponeses). Saí do taxi mais adiante e entrei no café onde estava previsto realizar-se o seminário sobre pombos e o desporto columbófilo.

Somos todos irmãos?
No café os meus olhos saltitaram. Viam-se afixados posters de todas as estrelas do “Ajax”. Música ensurdecedora (canções do clube) saía dos altifalantes directamente aos clientes que entravam, mas encontrei uma forma de ultrapassar isso fazendo um acordo com o empregado, que a troco de algumas moedas, mudou a direcção do som.
Estava com receio que o próximo cliente gostasse de música alta e pudesse também comprar a mesma coisa.
Apontei para um poster e disse: Eu gosto do Kluyvert. ”Não, esse é o Davids”, reagiu o empregado.
Era um homem com uma barba enorme, um pequeno pássaro poderia fazer ninho nela. Ria-se e bufava a espuma das canecas de cerveja para alguns clientes, isto talvez porque numa das mesas do café estava um cliente a ler uma revista do “Feyenoord”, outro clube famoso holandês, de Rotterdam. “Ajax” e “Feyenoord”? É sempre uma guerra entre eles e sempre tem havido. Água e fogo. Os Beatles e os Stones.
Na Holanda ou se é adepto do “Ajax” ou do “Feyenoord”. Dos dois ao mesmo tempo, não pode ser.
“Uma cerveja”, pediu o cliente adepto do Feyenoord. “Não aceito gente de Rotterdam na minha casa”, resmungou o criado.
Seremos todos irmãos? Talvez um dia…

Porque será?
Porque será que o leitor certamente ficou admirado pela forma como comecei um artigo columbófilo? Há vários motivos:
Ninguém poderá obrigar-me a que escreva sobre pombos, sempre de pombos desde a primeira à última linha. São tantos os artigos que escrevo. Muitos columbófilos holandeses gostam de futebol e adoram o “Ajax”.
É verdade que os apoiantes do “Ajax” odeiam os do “Feyenoord”, mas muitos naturais de Amesterdão, refugiados e os viciados em drogas, não odeiam os estrangeiros, antes pelo contrário. Gostam deles, em especial dos do Extremo Oriente porque pensam que são todos ricos.
Assim, se costumam visitar cidades como Amesterdão, Bruxelas ou Paris, leiam bem o que escrevi e tomem as devidas providências.
O quarto motivo porque escrevi este intróito, é porque realmente aconteceu. Mas agora voltemos ao nosso desporto. Atrás desse café havia uma grande sala onde os columbófilos aguardavam o início do seminário e eu era o último dos convidados a chegar. “Fiquei preso no tráfego”, menti.
E deu-se início ao seminário.

Porque anda com um bebedouro de um pombal para outro? Alguém, que tinha visto uma cena dessas no meu pombal, colocou-me logo essa primeira pergunta.
“Porque evito gastar inutilmente dinheiro”, disse. Seguiu-se o silêncio. Os columbófilos olhavam para mim como se não compreendessem. “A água não é assim tão cara, pois não?” E então comecei a explicar:
“O columbófilo que viu esse pormenor certamente que me visitou num dia quente quando na água havia vitaminas ou medicamentos. Sobre as vitaminas e medicamentos todos sabem que o seu poder activo expira rapidamente na água, pode mesmo tornar-se tóxico, especialmente quando é exposta muito tempo à luz do dia ou a altas temperaturas. Neste caso, os pombos de um pombal beberam um pouco desse bebedouro depois de comerem e levei o bebedouro para o segundo pombal para outros beberem o resto. Se tivermos quatro pombais e se dermos muita água de manhã aos pombos, pela tarde temos quatro bebedouros ainda com muita água. Se essa água tiver medicamentos ou vitaminas, certamente que para o fim do dia já não têm grande efeito. Se utilizarem apenas um bebedouro e o forem transportando de pombal para pombal, não se desperdiça nada e obtêm-se melhores resultados. É também por essa mesma razão que cada vez é mais utilizado na Holanda o sistema de dar as vitaminas ou medicamentos juntamente com a ração. Se os medicamentos forem apresentados em pó, humedece-se a ração com um pouco de água açucarada para melhor aderência dos produtos à ração.
Alguns utilizam o óleo de alho ou outro tipo de óleo. Acho que não é a melhor forma, porque o pó, dessa maneira, não adere muito bem à ração. No caso de utilizarem o popular Ronidazole 10% (tricomonas) três ou quatro gramas por quilo de ração é uma boa dose.

Quais são as melhores vitaminas para dar aos pombos? Foi a segunda pergunta.
Foi uma boa e difícil pergunta para responder.
Em minha opinião pombos saudáveis não necessitam de vitaminas extra. Os pombos obtêm o que necessitam através da ração e o sol tem uma influência muito benéfica, também. Mas os pombos não estão sempre em perfeita saúde, por terem sido submetidos a uma prova dura, por exemplo, ou por terem sido atingidos por qualquer doença, por exagero no número de posturas e criação de demasiados borrachos, nestes casos as vitaminas são úteis, na verdade. Mas que vitaminas e que quantidade?
Temos largos conhecimentos acerca das necessidades das galinhas, porcos, patos, vacas, etc. Estão em causa valores económicos elevados e por isso existem muitos estudos e testes sobre esses animais. O pombo-correio ainda não suscitou esse tipo de investigações, embora haja já alguns estudos
No entanto queria dizer: Se dão vitaminas, então dêem as apresentadas por uma casa com boa reputação. Para além disso, deveremos sempre dar um complexo vitamínico e não apenas a Vitamina A, só a C, só a E, etc.
Para aqueles que gostam de números posso dar-lhes os que tirei de um relatório de um cientista da Universidade de Gent, na Bélgica. Esse relatório diz que um pombo necessita por dia:
Vitamina A = 200 I.U.
Vitamina B1 – B2 – B6 = 0,1 mg
Vitamina B12 = 0,3 mg
Vitamina C = 1 mg (ácido ascórbico)
Vitamina D3 = 50 I.U.
Vitamina E + K = 1 mg

Quando uma vez perguntei a esse cientista se poderia dar vitaminas extra aos meus voadores que estavam de boa saúde. Sabem qual foi a sua reacção? Encolheu os ombros. Não sabia.
Em relação à vitamina C, disse que sabia que não se deve dar vitamina C adicional, nada mais do que as necessidades normais.

Muitos columbófilos dão aos pombos vitaminas para humanos. A razão é que eles querem estar certos do que está escrito no rótulo corresponde ao que está dentro da embalagem, o que me parece bastante estúpido. Contudo, a questão pode levantar-se no que respeita ao saber se as necessidades dos pombos são as mesmas que as dos humanos. Para um dos columbófilos presentes nesse seminário, eu não teria sido suficientemente claro. “É uma linda história, disse, mas fico sem saber se devo ou não dar vitaminas extra aos meus voadores, mesmo que estejam de boa saúde”.
Respondi… “Realmente não sei”.
Estava também presente um veterinário que providencialmente veio confirmar o que tinha dito. “Eu também não sei”, disse aquele veterinário.
Qual é o aditivo à ração que considera mais importante? Foi a pergunta seguinte.
Grit, disse eu. Aprendi isso, há uns tempos atrás, com o dr. Lemahieu, uma autoridade em doenças do pombo-correio.
Quando os pombos regressam duma prova dura, o dr. Lemahieu disse-me uma vez para pôr à disposição dos pombos grit junto ao ninho e alguma comida e verificar o que aconteceria. Fiz isso, e que vi?
Os pombos realmente picaram algum grit em primeiro lugar e só depois comeram a ração.
O grit contém cálcio e minerais e é também usado em pássaros e aves que vivem permanentemente em aviários. Quando uma ave enfraquece tentam salvá-la em primeiro lugar com cálcio e minerais. E então porque será que o grit é tão pouco falado na imprensa columbófila quando é tão importante?
Bem, a resposta é simples. O grit não dá lucro. É pesado para transportar e o lucro é realmente muito pequeno. Por isso, não lhe fazem muita publicidade.
O grit continua a ser de grande importância para os pombos e é por isso que eu tento que os meus pombos comam o mais possível. Há muitos aditivos que são caros e os pombos não necessitam deles quanto o grit.
O grit é barato, e é essencial para os nossos pombos. São os dentes das aves.

Um dos convidados leu algures que não haveria problemas se os pombais não fossem limpos todos os dias. Tinha curiosidade de saber se haveria consequências e aumentava o perigo do aparecimento da coccidiose.
A minha opinião é que se exagera muito em relação à coccidiose. Normalmente os pombos não são atacados por fortes infecções, se apenas existe um baixo teor de coccidios nas análises feitas, não é razão para alarme.
Também deve ser dito que as cercanias do pombal não devem estar sujeitas a humidade e que o próprio pombal também deve manter-se seco.
Tempos atrás tinha um microscópio e pensei que poderia, utilizando-o, evitar algumas idas ao veterinário. Fiz muitas análises às fezes. Fiz daquilo uma espécie de desafio. Para provar o que tinha encontrado coincidia com o parecer do veterinário. Depois desta experiência e a respectiva análise de controlo, acabei por chegar a bom caminho e quando encontrava qualquer coisa anormal, fazia a medicação. Até que um dia, já cansado, deixei de fazer a medicação. Mais tarde voltei a testar as fezes e encontrava sempre coccidios. Contudo, nunca tantos, como anteriormente!
Acerca da coccidiose devem saber o seguinte:
• Pombos instalados num pombal seco, dificilmente são atacados por forte infecção.
• Medicamentos que actuam bem contra a coccidiose, geralmente, baixam a forma do pombo. Especialmente os baseados nos “sulfa”.
• Os pombos podem, espontaneamente, recuperar de uma forte infecção por coccidios. Por isso, sem medicamentos, basta, apenas, instalá-los num local seco e a coccidiose vai-se embora. A coccidiose é considerada como uma doença adicional. Pode ser um problema se os pombos se encontram enfraquecidos por outras doenças, como a paratifoide ou estreptococcis.
• Tricomoníase, paratifoide, adeno-coli, doenças do trato respiratório, necessitam de mais atenção do que a coccidiose.

Qual é a melhor maneira de treinar pombos de ano? Perguntou um columbófilo!!!
“É difícil de dizer qual é o melhor caminho, mas posso dizer o que é que eu e outros campeões fazem”, disse.
Começamos com soltas a cinco quilómetros de distância. É realmente curta, mas não é a distância que é relevante. É importante que os pombos tenham experiência do cesto.
O columbófilo que não anda de olhos fechados, verá com que aspecto e em que condições chegam os pombos novos que pela primeira vez vão ao cesto.
A segunda solta é feita a 10 quilómetros e os pombos por vezes chegam ao pombal muito tarde, mas esse facto não é importante. O treino seguinte faz-se a 15 quilómetros e novamente alguns podem chegar tarde. Então, continuo a fazer treinos de 15 quilómetros até que os pombos façam um voo directo para o pombal. Depois podemos passar para soltas a 25 quilómetros ou mais.
Isto é o que fazem os especialistas de velocidade da Bélgica e Holanda e como eu próprio procedo. Poderá ser diferente noutros países…

Um jovem columbófilo criou cerca de 40 borrachos e cerca de um terço saíram fêmeas. É uma coisa boa ou má? Perguntou.
Tais factos (ou o contrário) acontecem frequentemente, é pura coincidência. Se é bom ou mau depende do columbófilo. Na Europa, grande parte dos columbófilos de certa idade, viajam na viuvez com machos. Para esses é bom ter muitos machos jovens. Contudo, será melhor ter muitas fêmeas se preferirem a especialidade dos concursos de borrachos e pombos de ano.
Um amigo meu tem três paixões: Estatísticas, pombos e a sua mulher. Espero que a paixão pela sua mulher não entre na ordem acima descrita!
Bem, este homem está fascinado por números (estatísticas) e fez um estudo de todos os pombos novos que ganharam o título de “Ás” ou ganharam concursos importantes.
A sua conclusão foi que 62% desses ganhadores eram fêmeas. Portanto, ficou claro, que numa prova de borrachos é preferível encestar mais fêmeas que machos.

O coordenador do seminário achou conveniente ter chegado a hora de irmos para a última questão da noite e perguntou-me se havia qualquer coisa que desse aos meus pombos que considerasse importante e ainda não tivesse sido mencionada nesta sessão.
Sim, há efectivamente. Dou aos meus pombos o Sedochol. Sedochol tornou-se muito popular recentemente, entre os campeões na Holanda e Bélgica.
Contém metionina (bom para o fígado) e sorbitol. Sechodol é especialmente útil para obter penas sedosas, especialmente durante o época da muda, mas também durante todo o ano. Os pombos cujas penas sejam macias, sedosas, têm vantagem quando lhes aparece a chuva nos concursos a caminho do pombal. A água desliza mais facilmente por cima da plumagem e por serem macias, evita que o pombo pese mais. Compreende-se que um pombo com excesso de peso tenha mais dificuldade em voar.
Outra coisa em que acredito é nos electrólitos. Dou electrólitos quando os pombos ficam desidratados por voarem com tempo quente e quando estão doentes por exemplo com E. Coli.
Como todos sabem, a água é essencial à vida. Cerca de 55% do peso de um pombo adulto é água. Perder 10% do peso resulta em perturbações dos rins e outros órgãos. A perda de 20% do peso pode causar a morte.

Conclusão
Agradeci à audiência e os presentes também retribuíram os agradecimentos. Por mais anos de prática columbófila que tenhamos, não podemos dizer que já sabemos tudo. Parece que todos ouviram as minhas palavras com atenção porque sabem os resultados que tenho obtido com os meus pombos. Mais tarde, concerteza gostarão de ouvir outros columbófilos.
Tal como no “Ajax”, os jogadores são um conjunto de jovens que anseiam um dia tornar-se famosos. Mas quando o “Ajax” deixar de dominar no futebol holandês, o seu estádio certamente não ficará cheio de jovens que desejam aprender. Procurarão outro local…
Pelo mesmo motivo, se os meus resultados nos pombos descerem para um nível muito baixo, serão convidados outros oradores para os seminários.
Para Amesterdão não estou muito interessado. Provincianos realmente não gostam das grandes cidades… 
 
FAQ 2 18-08-2007
Pergunta 1
Com que regularidade trata os seus pombos contra a coccidiose?

Só precisamos de tratar os pombos em casos de infecções sérias, uma vez que estes suportam bem pequenas infecções.
De facto, este não é um problema muito sério, pois estamos a falar de uma infecção secundária. O organismo dos pombos enfraquece se for infectado por salmonelas, estreptococos ou coli e, nesse caso, fica mais vulnerável a infecções secundárias, como por exemplo a coccidiose. Para além do mais, os pombos podem ultrapassar espontaneamente este problema, ou seja sem serem medicados. Muitas vezes é suficiente que o seu habitat seja seco.
Certa vez, ouvi um cientista dizer: “a coccidiose é uma doença dos veterinários jovens e inexperientes”.
O que o cientista queria dizer com a sua afirmação é que é extremamente fácil de detectar a coccidiose com o auxílio de um microscópio e uma vez que quase todos as aves a têm, consequentemente, os veterinários não muito familiarizados com pombos-correio têm uma tendência a prescrever medicamentos. Alguns columbófilos têm microscópios em casa para efectuar testes aos seus pombos. Logo após a chegada de um concurso difícil, detectam muitos coccídeos, mas passado uns dias, quando readquirem a forma, já desapareceram quase na sua totalidade.
O veterinário e campeão belga dr. Marien (a sua Campanha 2004 foi extraordinária a todos os níveis), considera a coccidiose como um indicador da forma dos pombos. Chega mesmo a dizer… “quanto menos coccídeos encontro num pombo, melhor é a sua forma física. Aqueles voadores que apresentam um nível menor de coccidiose, são aqueles em que temos mais fé na obtenção de bons resultados. Aconselho o tratamento da coccidiose apenas em casos de infecções graves, mas devo dizer que na minha longa carreira desportiva, apenas enfrentei este tipo de problema por cinco vezes”.

Pergunta 2
Tinha um casal de reprodutores muito bom, mas infelizmente o macho morreu. Estou a pensar acasalar a fêmea com um irmão do macho. Terei alguma hipótese de continuar a tirar borrachos do mesmo nível?
Aqui está uma pergunta cuja resposta não é assim tão simples quanto parece. É lógico que para tirarmos bons borrachos, necessitamos de reprodutores com boas origens. Atenção, não confundam qualidade com beleza. No entanto, não devem ter grandes defeitos físicos. O factor mais importante a ter em conta quando escolhemos um casal de reprodutores é… a sorte!!!
Tenho as minhas dúvidas quanto aos chamados Casais de Ouro, os tais que só dão craques e que geralmente só aparecem nos pombais dos vendedores de pombos. Por outro lado, sabemos que a maioria dos campeões columbófilos mudam os casais com frequência, mesmo aqueles que já produziram pombos craques.
Deixo-vos uma pergunta para pensarem nos próximos dias… Porque razão os grandes campeões da Holanda e Bélgica tiram anualmente grandes quantidades de borrachos? Eles sabem muito bem a importância da sorte nesta matéria. Podem comparar a reprodução de pombos-correio á lotaria… quantos mais bilhetes tivermos, maior é a hipótese de sermos premiados. Sendo assim, sabemos que ao criarmos a partir de bons voadores, aumentamos as nossas hipóteses de tirarmos bons borrachos, mas nunca poderemos ter a certeza.
Sobre o assunto, conheço um caso célebre que aconteceu na Bélgica. Um grande campeão formava os seus casais de reprodutores com todo o detalhe, analisava os pombos, os seus pedigrees, etc., era um processo que se arrastava durante semanas. Até que certo ano, teve o azar de ser hospitalizado, precisamente na altura em que começava a pensar na formação dos casais. Não teve outra hipótese senão deixar os pombos acasalarem-se por si. Os resultados da reprodução foram precisamente os mesmos que nos anos anteriores em que perdia semanas a seleccionar os casais.
Voltando à pergunta - Substituir o macho que morreu pelo seu irmão? A minha resposta é… talvez dê bons filhos, ou talvez não!!!

Pergunta 3
Alguns columbófilos preferem apostar para a longa distância em pombos com um esterno comprido. Isto tem algum fundamento?
Sim, tem. Já manuseei centenas de bons pombos de fundo; de longe, a maioria deles tinha um esterno comprido. Os pombos de fundo necessitam de ter resistência e bons músculos. Quanto mais comprido for o esterno, maiores e mais compridos serão os músculos.

Pergunta 4
Um pombo que não conseguiu terminar a muda estará em condições para começar a criar? Como podemos saber se a muda está completamente terminada?
Se um pombo não conseguiu terminar a muda é porque teve problemas de saúde nesse período, no entanto, poderá recuperar a sua forma até à criação. Por isso, o problema referido poderá não ser muito importante.
O principal indicador do fim da muda são as penas do rabo. O final da muda acontece quando a segunda pena do rabo, a contar dos extremos, for renovada, uma vez que por estranho que pareça é a última a cair.

Pergunta 5
É verdade que devemos duvidar da qualidade de um pombo que tenha a ponta da língua negra? Pontos brancos na garganta significam problemas?
Quanto à ponta da língua negra não sei responder. O que posso dizer é que os consagrados Irmãos Janssen e o Klak não têm por hábito observar a garganta dos seus pombos.
Uma vez o Klak estava a mostrar os seus pombos a um cliente japonês, quando este começou a abrir o bico dos pombos, Klak virou-se para ele e disse… “deixe-se disso, vamos mas é beber um café”. Klak não gostava que fizessem isso aos seus pombos.
Claro que poderemos verificar o estado sanitário de um pombo ao observar-lhe a sua garganta, mas a maioria dos campeões só faz isso quando duvida deste ou daquele pombo.
Um bom columbófilo não precisa de manusear um pombo para ver se este está em boa forma física, basta-lhe analisar o seu comportamento no pombal.

Pergunta 6
Durante a campanha, qual o melhor dia para administrar vitaminas?
Muitos campeões, veterinários e cientistas são cépticos em relação às vitaminas, a minha pessoa incluída. Por outro lado, nunca vi nenhum pombo melhorar o seu estado de forma após a administração de vitaminas. Atenção aos columbófilos de países quentes, a sua administração tem riscos acrescidos. Em alguns casos alteram-se após uma hora de contacto com o calor e luz.
Assim, caso pretendam dar vitaminas, aconselho a sua administração na ração.
O melhor dia para a sua administração não é antes nem após o concurso, mas nos dias intermédios.
Alguns veterinários promovem as vitaminas, mas estes também as vendem e como qualquer um de nós, temos de ganhar a vida.

Pergunta 7
Qual a verdadeira qualidade da cevada e da linhaça? Leio tantas coisas que estou um pouco confuso.
A cevada e a linhaça são de facto muito controversas. Alguns campeões nunca dão cevada, outros dizem que é fundamental. Os pombos não gostam muito dela, mas isso não quer dizer que não preste. Alguns usam-na como depurativa, porque pensam ser de fácil digestão, o que não é correcto: a cevada é de digestão difícil. Outros pensam que a cevada evita que os pombos engordem e faz decrescer os seus instintos sexuais. Tudo não passa de um mal entendido. Já vi pombos que só comiam cevada e estavam tão gordos que mal conseguiam voar. Também já vi pombos que só comiam cevada e que se multiplicavam como coelhos.
A linhaça também é um alimento de qualidade, especialmente durante a muda, no entanto é uma semente arriscada porque altera-se com facilidade, tornando-se assim tóxica.
Um conselho que dou sempre é que, quando se colam umas às outras, o melhor é deitá-las fora.
Um outro risco que se corre é que a linhaça tem a tendência de se colar na garganta dos pombos.
Há alguns anos atrás, Meulemans tinha um pombo vencedor do concurso nacional de Marselha, foi-lhe oferecido uma pequena fortuna pelo pombo, mas decidiu não vender após uma noite mal dormida a pensar na sua vida. Dias depois, o pombo apareceu morto e a causa da morte foi que uma pequena semente de linhaça colada na garganta fez o pombo sufocar. Com isto, Karel Meulemans perdeu uma grande quantidade de dinheiro e ganhou mais umas noites mal dormidas.

Pergunta 8
Não quero que as minhas fêmeas novas ponham ovos, no entanto raramente consigo que aceitam ovos falsos. Alguma sugestão?
Os ovos falsos, especialmente os plásticos não são bons. São demasiado leves e os pombos têm a tendência de se aperceberem que são falsos. O melhor mesmo é utilizar ovos verdadeiros.
Humedeçam-nos um pouco com água morna e coloquem-nos no ninho ao fim da tarde.

Pergunta 9
Longa distância… é verdade que os pombos holandeses são superiores a todos os outros?
Sim, não há dúvida, mesmo até o belga mais patriota concorda com isso, pelo menos quanto a concursos de solta retardada.

Pergunta 10
Pequena distância… uma grande parte dos columbófilos belgas participam apenas em concursos até aos 100 quilómetros. Estarão tais pombos fisicamente preparados para voar 400 ou mais quilómetros?
Esta questão já me foi colocada tantas vezes e é tão interessante que dentro em breve dedicarei um artigo inteiro a esta temática.

Pergunta 11
Quando os meus pombos estão com ovos, costumo solicitar a um veterinário que lhes efectue análises. “Nada de errado”, costuma dizer-me. Por isso não administro qualquer medicamento. No entanto, quando os borrachos têm ±10 dias, começam a enfraquecer e os seus excrementos são aquosos e mal cheirosos. Sofriam de tricomoníase quase de certeza. Como poderá ter acontecido tal coisa? Será que o veterinário não percebe nada de pombos e é incapaz de diagnosticar a tricomoníase?
Este tipo de coisas não são tão raras como parecem e nem sempre devemos culpabilizar os veterinários. Encontrar tricomonas é tão simples que até uma criança é capaz de o fazer, mas… quando se examinam amostras no microscópio, é possível não ver tricomonas e os pombos estarem infectados.
Quando os pombos estão a criar borrachos de ninho, são mais vulneráveis uma vez que as tricomonas parecem sentir-se bem na papa que dão aos seus filhos.
Quanto às tricomonas, os columbófilos devem estar permanentemente alerta em épocas de temperaturas elevadas e quando os pombos permanecem durante vários dias nos cestos. A razão é que os pequenos flagelados responsáveis pelas tricomoníase “sentem-se” melhor na água quente do que em água fria.
Nos nossos dias, são populares os produtos à base de ronidazole para tratar esta enfermidade. Aconselho, no entanto, administrar um pouco mais da dose indicada. Em caso de ter que dar tratamentos, é preferível dar bem.
As tricomonas devem ser eliminadas a 100%. Se alguns dos flagelados sobreviverem, claro que serão sempre os mais fortes e resistentes. Quando voltamos a tratar as tricomonas e mais uma vez não a eliminarmos a 100%, são outra vez os mais fortes que sobrevivem e sem nos apercebermos, estamos a criar uma forma de tricomonas que é quase impossível de eliminar.
FAQ 18-08-2007



PERGUNTA 1
A que columbófilos devo comprar pombos que me dêem garantia acima da média?
Desde que sou conhecido no meio columbófilo, esta é a questão que mais vezes me colocaram. Por essa razão, leio todos os artigos relacionados com o tema. Todos eles apresentam opiniões distintas, mas existem certos pontos que são comuns. É por isso que estranho haver inúmeros columbófilos que ainda não perceberam a mensagem.
Mais uma vez irei repetir os pontos que considero essenciais…
• Não se deixem cair em tentações relacionadas com nomes famosos e pedigrees. Lembrem-se que estes não voam.
• Comprem pombos a columbófilos que joguem em colectividades fortes.
• Não se iludam, apesar de todas as precauções, do que mais vão precisar é de sorte e a razão é muito simples… até os melhores reprodutores do mundo dão mais filhos maus do que bons.

PERGUNTA 2
Se um pombo regressar muito desgastado de um concurso difícil, só penas como se costuma dizer, estará ele acabado para a competição? Difere de pombo para pombo. Alguns recuperam com relativa rapidez de uma situação como esta, enquanto que outros nunca mais conseguem ir ao seu estado normal. Existem três critérios para analisar a condição dos pombos que enfrentem este tipo de problema: o peso, a cor dos olhos e a cor da carne em redor do esterno.
a) O peso
É normal que um pombo desgastado se apresente magro e coma pouco, no entanto esta situação deve mudar rapidamente. Após alguns dias já deverá ter recuperado o apetite e algum peso. Se assim não acontecer, então esse pombo está “queimado”, como os columbófilos gostam de dizer, o que quer dizer que a sua carreira desportiva chegou ao fim.
b) A cor dos olhos
Não há problema quando os pombos regressam desgastados e com um olhar sem vivacidade, mas que poucos dias depois recuperam o seu olhar vivo e atento, caso contrário é um pombo sem futuro desportivo. É claro que estes problemas não afectam o seu potencial como reprodutor.
c) A cor da carne
Pombos que sofreram apresentam a carne em redor do esterno com coloração azul. Apenas quando a coloração passa a cor-de-rosa é que poderemos considerar que recuperou na totalidade ao nível físico, no entanto o mesmo poderá não ter acontecido ao nível psíquico. De facto, em muitos casos, o pombo, apesar de recuperado fisicamente, poderá não ter capacidade para marcar prémios de top por ter perdido a sua “auto-confiança”, não sei se é o termo correcto para animais. O que posso dizer é que certos pombos, após enfrentarem situações de grande desgaste, parece que perderam a coragem para voarem à velocidade máxima até ao seu pombal, parece que se tornaram mais cautelosos e preferem pousar do que ir à luta. Uma das soluções passa por submeterem-no a diversos voos individuais de pequenas distâncias para o ajudar a readquirir a sua auto-confiança. Já salvei muitos atletas desta forma.

PERGUNTA 3
Quais os suplementos alimentares que os grandes campeões consideram essenciais?
Os campeões têm diferentes ideias sobre o tema. No entanto existem dois produtos que, pelo seu valor, a maioria considera essenciais… estou a falar do grit e dos electrólitos.
a) Grit
O grit é de longe o suplemento mais importante que se pode dar aos pombos. De resto já foi provado e comprovado cientificamente. Mas, perguntam vocês e com razão… porque razão não se fala muito nisso? Porque é barato! Não dá muito lucro. Mas é errado pensar que um produto para pombos só é bom se for caro. O que quero dizer é que as firmas que comercializam suplementos para pombos, preferem publicitar produtos em que tenham mais lucro. O meu conselho para todos os columbófilos é que os vossos pombos devem comer grit sempre que queiram. É claro que deve ser renovado cada dois dias, caso contrário acumula pó e os pombos, por uma qualquer razão misteriosa, deixam de lhe pegar. Um dos erros que observo em muitos pombais é um comedouro colocado a um canto do pombal, cheio de grit e pó. É claro que os pombos não lhe pegam. Alguns atiram o grit restante para um canto do quintal. Após uma lavagem proporcionada pela chuva, é ver os pombos comê-lo como se de grit fresco se tratasse. A importância do grit pode também ser verificada após o regresso de uma prova difícil. Comem-no antes da ração normal, pelo menos se isso lhe for proporcionado. É o seu instinto natural que lhe diz o que o seu organismo mais precisa.
b) Electrólitos
Os electrólitos são cada vez mais populares à medida que os columbófilos se vão apercebendo da sua utilidade na recuperação de pombos após esforços mais ou menos violentos. Podem ser adquiridos em pó ou em líquido. Claro que existem muitos outros suplementos para além do grit e dos electrólitos, desses falarei noutra oportunidade.

PERGUNTA 4
É verdade que pombos com olhos escuros são bons reprodutores e, pelo contrário, os de olhos claros são melhores voadores?
Já muito se disse e escreveu sobre os olhos dos pombos… a sua cor, as suas marcas, etc. Muitos columbófilos acreditam na chamada Teoria do Olho, mas o facto de não existir sequer na língua holandesa tradução para esta, é extremamente elucidativo. Se existisse alguma coisa nos olhos dos nossos pombos que nos permitisse distinguir os bons dos maus seria algo de único na natureza.
• Podemos ver nos olhos de um humano se este é ou não bom atleta?
• Podemos ver nos olhos dos cães se estes são bons caçadores ou guardas?
• Podemos ver nos olhos de um cavalo se este é bom corredor?
• Podemos ver nos olhos de um canário se este é bom cantador?
Já vi pombos nas praças das cidades com olhos magníficos, mas se os soltasse a dez quilómetros da praça este não mais lá voltaria. A coloração dos olhos não quer dizer absolutamente nada, tanto no aspecto desportivo como no de reprodução. Devo confessar que, da mesma forma como todos os columbófilos, quando pego num pombo gosto de observar os seus olhos, mas se me perguntarem o que procuro, devo confessar que não sei responder. A única coisa que podemos ver nos olhos é o estado da sua saúde. Quanto à questão que me colocam sobre acasalar dois pombos de olhos com a mesma cor, a minha resposta é… porque não?

PERGUNTA 5
Com que frequência é necessário efectuar tratamentos vermifugos?
A resposta é simples… sempre que os pombos tenham vermes. Os americanos, por exemplo, costumam fazê-lo cada dois meses. Estarão errados? O que devo dizer é que qualquer tratamento cego, ou seja para uma doença da qual os pombos não padeçam, é prejudicial.
Na Holanda e Bélgica é raro os grandes campeões efectuarem tratamentos contra os vermes, pela simples razão de que se o pombal for seco e limpo regularmente, muito dificilmente os pombos sofrerão desse problema. No entanto, se se confirmar que os pombos têm vermes, então nesse caso deve-se medicá-los e repetir o tratamento algumas semanas depois para eliminar os vermes que estes possam ter desenvolvido após o primeiro tratamento. Outra das medidas muito importantes para eliminar os ovos dos vermes no chão e poleiros do pombal é passar o fogo de um maçarico em todos os cantos e recantos.

PERGUNTA 6
É verdade que pombos muito velhos já não conseguem dar filhos bons voadores? Não é verdade. Existem muitos exemplos de grandes craques filhos de reprodutores idosos. Como exemplo posso citar Broeckx, um columbófilo belga, que em 2000 conquistou o Pombo Ás Nacional de Velocidade e em 2001, com um irmão legítimo, o 4º Pombo Ás. Estes títulos foram conquistados com a idade de um ano e os seus pais nasceram em 1992 e 1993, logo muito idosos quando os Ás nasceram. O único problema com a idade avançada dos reprodutores é a produção de uma papa de qualidade. Esta é uma boa razão para passar os ovos para outro casal mais novo.

PERGUNTA 7
Quais as melhores vitaminas para os pombos? Esta é uma das questões que mais vezes me colocam.
Sou de opinião de que os pombos não necessitam de suplementos vitamínicos. Por outro lado, após a sua administração nunca notei nenhum aumento repentino do estado de forma. Se tiverem dúvidas, dêem vitaminas apenas a metade dos vossos pombos. Aposto que no dia seguinte não conseguem distinguir quais os que a beberam. No entanto para aqueles que acreditam na administração de vitaminas, o meu conselho é que nunca as dêem isoladas, ou seja apenas vitaminas A, B, ou E, mas sim sob a forma de complexos vitamínicos. Caso contrário, correm o risco de os intoxicar em vez de os ajudar!!!