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                                                              Olá Caros Amigos Columbófilos

 

     

 

                                 António Ferreira Marques                     Diogo Filipe Costa Marques

 

 

 

Mas vamos lá contar a história:

Eu, António Marques ( O Casas ) , num domingo de manhã chuvoso do ano de 1984, fui a casa de um vizinho, o Carlos Manata, que recentemente nos deixou. A intenção, era transmitir um recado, que afinal nem sei se consegui. Foi grande o meu espanto quando o vi de assobio na boca, chapéu na cabeça que lhe amparava a chuva miudinha que ia caindo nessa manhã encoberta. A preocupação pairava no rosto desse meu vizinho que com assobios estridentes olhava para o céu, como se aguardasse a vinda de um milagre do firmamento. A preocupação contagiou-me e sem perceber porquê fiquei também alguns segundos a olhar para lado nenhum, e sem saber o que se ia acontecer a seguir. E o recado sem dar !.E não é que das nuvens aparece uma pombinha cinzenta toda encharcada a quem o meu vizinho muito carinhosamente lhe retirou uma borrachita da pata, lhe deu uns beijos a seguir, antes de a pousar, e enquanto lhe chamava de minha pequenina, ia metendo a borrachinha num relógio de marcação. Deu a volta a uma manivela e saiu do pombal ficando exactamente na posição inicial, como que à espera da repetição.

Então percebi que aquilo era lindo e que também queria. Assim nasceu em mim a columbofilia. Já nesse dia trouxe de casa desse meu vizinho um borrachinho azul que alimentei ainda algum tempo à mão e que foi o meu primeiro pombo de competição. Tinha uma alcunha engraçada, “ O cabeça quadrada “, grande pombo!. Foi o meu primeiro.

Em 1986, já tinha pombal feito no fundo do quintal e uma equipa de pombos a concursar na Sociedade Columbófila Ovarense.

Desde esse ano e até 1993, fui passeando alguns pombos e ganhando experiência com muitas asneiras à mistura. O pombal sem as qualidades necessárias que se impõe para este desporto, e ainda situado numa zona bastante húmida, dificultava largamente a tarefa de manter a saúde dos atletas em constante, pelo que os resultados não podiam ser sempre os melhores. No entanto, e mesmo assim lá ia arrecadando umas anilhas de ouro, uns campeonatos e uns primeiros prémios, mas muitas vezes ficava aquém dos resultados desejados, pela irregularidade das temperaturas, pela falta de alguma qualidade dos exemplares que tinha, acumulada com a sobredosagem de tratamentos para conseguir manter os pombos aptos para a competição.

Em 1994, e devido a um alarme falso de saúde pensei ter de desistir deste desporto que tanto adorava, no entanto e após vários meses de paragem surgiu felizmente a oportunidade de continuar, por consentimento médico.       

Em 1995 deu-se a construção de um novo pombal então sim com as condições essenciais e em parceria com o amigo Manuel Augusto Terra Silva Pereira, nato de Ul, Travanca de Azeméis, mas residente em Ovar. Muitos terão tido a oportunidade de ouvir falar na sociedade “ TERRA & CASAS” . A construção de uma equipa de pombos com classe relevante, onde sobressaem “os cegos do casas” deram destaque para os Campeonatos da Geral em 2000 e 2003 na S.C. Ovarense e Travanca da Feira respectivamente. Destaque também para o 3º lugar no Campeonato de Meio – Fundo na Zona Mar em 2000,  Vice - campeão de Fundo Distrital Zona Leste em 1996 com pombos do ano,  classificação de destaque no Campeonato de Fundo do Inter - Regional Norte em 2003, e os memoráveis concursos de 2003 com realce para o velocidade de Sousel com 1º,3º,4º,5º no Sector ( 20 000 pombos ), por sinal o mais forte do Distrito, para além dos inúmeros primeiros prémios e campeonatos por especialidades. Foram várias as anilhas de ouro, prata e bronze conseguidas, foram vários os campeonatos e taças arrecadados. Reza a história: formámos uma equipa de sucesso.    

A incerteza no plano profissional terá estado na origem do anúncio do fim da  “sociedade” Terra & Casas em plena distribuição de prémios na época de 2003.

Em 2004, por imperativos profissionais, e na miragem de conquista de estabilidade proporcional com o futuro que desejava oferecer aos meus filhos, abraço um projecto com uma longa passagem por terras de África, o que me retira a proximidade física com este desporto que tanto queria.

É aí que surge o Diogo. Este é o meu filho que ao sentir que o pai forçosamente se tinha de afastar dos pombos, assume o controle dos exemplares que restavam no pombal e embora ainda muito verde na matéria agarra com unhas e dentes esta tarefa por um motivo muito especial e que vincou para toda a minha vida o meu sentido de paternidade.

Um dia disse: “Pai, assim estamos sempre ligados porque além de gostares de mim também gostas dos pombos”. E assim continuámos até hoje e vamos continuar no futuro. Com a ajuda do avô Zé, que lhe limpa o pombal e que lhe trata dos pombos nos dias em que ele não está presente, consegue fazer mais uns anos deste desporto arrecadando mais trofeus e anilhas de ouro.

Os estudos e o trabalho, roubam-lhe o tempo necessário para se poder dedicar a este desporto a tempo inteiro. O que é também mais do que certo é que já não consegue passar sem os pombos. O “bichinho” também o mordeu.   

Ora aí está “Os Casas” estão aí para continuar.

E eu cá vou estando fisicamente por África, mas mentalmente perto de vós.

Um Abraço a todos.