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EFEITOS DO CALOR E DA HUMIDADE NOS CONCURSOS 03-11-2010

     Os Pombos não têm glândulas sudoríparas e por isso não podem perder o calor do corpo através da transpiração. Nas aves, o calor corporal é perdido por arrefecimento evaporativo dos sacos aéreos. Quando a sua temperatura corporal aumenta eles accionam um mecanismo de auto-regulação da mesma com o intuito de a estabilizar aumenta então o fluxo de ar ao longo dos sacos aéreos o que provoca a perda de evaporação levando ao arrefecimento. A humidade perdida é restabelecida através do consumo de água.

     Desta forma são mantidos os níveis normais de temperatura e humidade corporal.

     O que sabemos é que a 25Cº, se forem privados de água, os Pombos ficam 5% desidratados em menos de 24H.

     Para colocar isto em perspectiva os Pombos que estão com uma percentagem de desidratação de 5% ficam calmos e serenos, mas se a água for colocada todos eles irão beber.

     Quando se encontram 10% desidratados estes sintomas tornam-se mais fortes, olhos fechados e penas irriçadas.

     Quando 15% desidratados há uma redução no volume de sangue que circula por vários órgãos originando o mal funcionamento dos mesmos interferindo assim com o sistema nervoso. Mais de 15% começam as mortes.

     Sabemos também que a 25% com presença de água não ocorre desidratação.

     Pergunto eu, a que temperatura chegará o camião de transporte durante as provas? O que acontece quando não são a beberados mesmo quando a distância é curta??

     Nos concursos realizados com temperaturas superiores a 25Cº, pode-se supor que, se os Pombos beberem durante o tempo de cesto vão sofrer uma pequena desidratação. Na chegada, um Pombo com saúde vai beber de imediato assim o processo de reposição de reservas de fluidos perdidos fica completo e sucede uma hidratação rápida e normal.

     Os problemas que surgem em várias situações.

     Alta temperatura – Temperaturas acima dos 25Cº requerem grandes quantidades de fluidos a serem evaporados dos sacos aéreos para manter a temperatura normal do corpo, levando a um rápido inicio de desidratação (quando não há água disponível).

     Ou muito alta ou muito baixa humidade – A baixa humidade tem um efeito semelhante aos das altas temperaturas sobre os sacos aéreos. A baixa humidade tende a secar mais os sacos aéreos levando a uma perda mais rápida dos fluidos. Por outro lado a alta humidade diminui o arrefecimento evaporativo, levando à hipertermia (temperatura corporal elevada).

     Para quem não sabe as provas de “vento de bico” ou “vento contra” faz com que o esforço extra envolvido no voo leve a um aumento do nível de dióxido de carbono na corrente sanguínea, o que aumenta a frequência respiratória. Isto aumenta a perda de fluidos dos sacos aéreos e também predispõe as aves à desidratação daí grande parte dos atrasos.

     Com o esforço e o calor grandes quantidades de líquidos são perdidos através do sistema de arrefecimento evaporativo, levando à desidratação. Como as reservas de fluidos se esgotam, a evaporação dos sacos aéreos não pode mais ocorrer. Isso significa que o Pombo perdeu o seu único método de arrefecimento de modo próprio e a anteriormente hipertermia secundária começa a ocorrer.

     Como os níveis de desidratação perto dos 15% os sistemas metabólicos normais são interrompidos e há uma diminuição dos níveis de consistência. Nesta situação surgem as perdas.

     É interessante notar que mesmo em dias frios  a temperatura dentro do Pombal pode chegar rapidamente aos 25Cº devido ao calor que os Pombos geram (temperatura corporal normal 41,7Cº).

     Se não foi administrada a quantidade de água necessária aos Pombos no dia do encestamento até à chegada no dia da prova, quando o Pombo chegar já está a sofrer algum grau de desidratação.

     A importância é assegurar que os Pombos tenham acesso à água sempre que possível para que estejam totalmente hidratadas.

     Dr. Colin Walker