MAIS QUE PALAVRAS |
15-11-2009 |
MAIS QUE PALAVRAS
Quatro Elementos
Para ser um Columbófilo de êxito há 4 elementos fundamentais que as pessoas mencionam frequentemente.
A – Bons Pombos
B – Um Bom Pombal
C – Pombos em boas Condições
D – Bom Columbófilo
Não estou totalmente de acordo com o que a maioria das pessoas diz. O columbófilo “D” é claramente o factor mais importante, já quem um bom columbófilo verá que consegue bons pombos (“A”), que estão num bom pombal (“B”) e em boa condição (“C”). Eu mesmo preferia concursar pombos normais em boa forma, que pombos bons em más condições. Pombos em más condições não funcionam e criam filhos sem qualidade.
Como se consegue então uma boa condição?
Esta é a resposta de um milhão de dólares para muitos columbófilos. Você certamente não consegue arrancar êxitos de uma garrafa, como muitos supõem. Vencedor é uma combinação de bons pombos em boas condições e alguma sorte. Naturalmente não podemos esquecer a medicação, mas isso não transforma pombais medíocres em pombais de top.
O falecido Jos de Klak era da velha geração e é certo que odiava os medicamentos, mas todos aqueles que alguma vez estiveram nos seus pombais confirmaram que a saúde dos seus pombos era invejável, durante todo o ano, Klak inclusivamente não sabia o nome das doenças mais comuns ou medicamentos, no entanto sabia que o pombal era responsável pela saúde dos seus pombos.
O Pombal por Suposto
Eu mesmo, frequentemente sinto pena por todos aqueles ambiciosos companheiros no desporto, que não estão informados sobre a importância de um bom pombal. Alguns não podem parar de comprar bons pombos e colocá-los nos seus fracos pombais, o que não tem sentido. Pode-se comparar isto com os humanos, se trabalharem num ambiente no qual não se sintam bem, não funcionam. Se o clima numa aula não é agradável, o professor não se sentem bem, e as suas aulas serão más e aborrecidas.
O bem-estar contribuirá para uma melhor saúde e esta para melhores resultados, tanto em humanos, como em animais e obviamente pombos.
Como deveria ser um bom pombal é bem conhecido: seco e quente, com abundância em oxigénio e sem correntes de ar, mas o problema é que factores esternos, como o clima exterior têm um grande papel. Portanto um pombal que é mau em cima de um telhado, pode ser bom num pátio rodeado por árvores ou construções. Um pombal bem ventilado pode ser bom quando está quente e tranquilo, mas o mesmo pombal pode tornar-se mau com tempo frio e ventoso.
Algumas pessoas admiram-se como a condição dos pombos tanto no mesmo pombal e com o mesmo cuidado, em poucos dias. Em muitos casos a explicação é uma mudança de tempo.
Um Problema
Agora deve ser claro que os pombais que sejam bons para em sítios diferentes e sobre todas as circunstâncias, não existem. Um bom pombal numa zona tropical não é apto para alojar pombos na Europa do Oeste. Um pombal aberto e ventilado pode não ser confortável para pombos, em países como a Bélgica, devido ao seu clima frio e ventoso. Na Holanda e Bélgica, os pombais são bastante fechados, portanto estes seriam maus para pombais nos trópicos. É obvio que um pombal não necessita ser luxuoso, os pombos não são conscientes disso. Pombais exorbitantes são agradáveis para o columbófilo, mas “exorbitantes para os humanos”, não significa necessariamente bons para os pombos, é isto que quero dizer.
Se as condições climatéricas fossem mistas, dia e noite durante todo o ano e em qualquer lugar do mundo podíamos ser capazes de desenhar um pombal perfeito, mas já que isto é uma ilusão, são os columbófilos que devem ter a iniciativa. Os pombos em todo o mundo necessitam viver num bom pombal, para conseguir uma boa forma.
Acredita que os grandes campeões na Holanda preocupam-se tanto com os seus pombais, como com a qualidade dos seus pombos?
Meios para prevenir doenças Os columbófilos da velha guarda queixam-se frequentemente que, em relação ao passado, cada vez é mais difícil manter os pombos com boa saúde. E estão certos. Os pombos que criamos nos dias de hoje têm mais falhas de saúde natural e de imunidade do que noutros tempos e são mais vulneráveis a ataques de bactérias e viroses de todas as espécies. É certo que essas doenças também existiam antigamente, mas então raramente apareciam, os columbófilos nem conheciam os termos para as identificar como agora o são. “Como aparecem as doenças?” Podemos imaginar? É a forma como acompanhamos os pombos, certamente. Os progressos científicos, permitiram vencer doenças que no passado não podiam ser combatidas, então que não existiam veterinários especializados nem tampouco medicamentos específicos. Se um pombo adoecesse era o seu fim na maior parte dos casos. Era a sobrevivência dos mais dotados! Era chegar à imunidade de forma natural! Quanto mudaram as coisas? Especialmente no que se refere à tricomoníase, E. coli, Adeno, Circo vírus e Salmonelas, que são agora um pesadelo para alguns. A Paramixo é outra “nova” doença (o primeiro surto epidémico apareceu em 1984 na Bélgica), mas não é problema desde que apareceram as vacinas. Controlar a Tricomoníase e Adeno, é uma tarefa difícil. No caso da tricomoníase, aparecem notícias da sua alarmante resistência e Adeno pode atacar qualquer pombo de qualquer colónia. A única coisa que podemos fazer em caso de Adeno é rezar. Assim, podemos concluir que temos que pagar um preço pelo progresso que a ciência alcançou.
Não podemos voltar atrás E as más notícias é que não podemos voltar atrás; podemos apenas fazer as coisas menos mal, reduzindo o uso de antibióticos o mais possível. Tanto quanto possível não quer dizer “totalmente”, certamente, mas está na hora de olharmos para as consequências com cuidado. Dou um exemplo: No mesmo pombal e com os mesmos cuidados, dois borrachos ficam doentes e os restantes mantêm-se saudáveis. Devemos separá-los e medicar apenas os borrachos doentes? Medicar todos o pombos para curar dois, seria um grande erro. Poderemos comparar a situação com os humanos. Digamos, temos uma sala de aula com 30 estudantes. Se dois deles tiverem uma dor de cabeça, só um maluco daria a cada um uma aspirina.
Contactos Os principais factores que põem em perigo a saúde dos pombos, são: a. Contacto com outros pombos. b. Pombos a mais num pombal. c. Stresse.
O factor, de entre estes três, que mais põe em perigo a saúde dos pombos, será o contacto com outros pombos (a) que estão em constante tratamento, por se apresentarem doentes com frequência. Quando se mudam de um lugar para outro, tanto humanos como os animais, podem transportar bactérias, fungos, vírus e parasitas. Os pombos são diferentes do gado já que para os pombos-correio literalmente não existem fronteiras. Dada a natureza do nosso desporto, o melhor que poderemos fazer para evitar a propagação das doenças é não permitir que no meio de pombos sãos permaneçam pombos doentes; desta forma protegeremos os pombos sãos dos repetidos ataques, a que podem estar sujeitos, dos agentes patogénicos. Para além disso, devemos tentar implementar o sistema imunitário, mas sabemos que tudo tem limites. Por vezes, não teremos outra hipótese a não ser tratar os pombos afectados com medicamentos. Num bando, qualquer pombo pode ter vermes, mesmo o melhor pombo do mundo pode ter vermes! As raízes do desporto columbófilo surgiram na Bélgica e às vezes o povo diz que as boas coisas e as más vêm da Bélgica. Tomem a paramixovirose como exemplo. Os primeiros focos apareceram na Bélgica, propagando-se então pelos países periféricos e depois através de todo o mundo.
Excesso de pombos no pombal e stresse O excesso de pombos num pombal e o stresse são outras causas de uma série de perturbações. Os columbófilos já estão avisados, mas os mais teimosos continuam a ter colónias grandes, muitas cestas de transporte e muitos pombos. Quando vejo uma cesta com excesso de pombos, digo para comigo que não pode ser um cesto dum campeão ou que nunca virá a sê-lo. E essa situação é também muito stressante para os pombos. Na Europa Ocidental, os focos de Adeno e E. coli (agora conhecidos como “doença dos pombos novos” tornaram-se frequentes e já são considerados normais), acontecem nos pombos novos depois dos primeiros treinos. Isso é devido ao stresse, dizem os cientistas. “Interrogamo-nos. Porque será que os pombos novos, no passado, não ficavam doentes?” Um dos factores, pensamos, pode ser o excesso de pombos nas cestas! A resposta é que o sistema imunitário, no pombo actual, está enfraquecido. O abuso de medicamentos resulta em novos e mais resistentes agentes patogénicos e aparecem variantes mais resistentes que os antigos. A ciência desenvolveu medicamentos para curar doenças e não para fazer campeões!
Outras ameaças Um número excessivo de pombos pode ocasionar problemas sanitários no bando. Para além disso, devemos estar alerta quanto à presença no pombal de ratos e ratazanas. Estes animais, são transportadores de diversos agentes patogénicos, passeiam sobre a ração, comem alguns grãos, urinam na ração e são, portanto, uma séria ameaça de contágio de diversas doenças. Investigadores germânicos demonstraram já que os ratos são a principal causa das salmonelas; por isso, não devemos permitir que esses pequenos roedores entrem nos pombais. Os ratos e ratazanas aparecem onde existir comida, não obstante, há columbófilos que parecem não dar grande atenção ao risco que os pombos correm permitindo a presença desses animais no pombal e zonas adjacentes.
Perplexidades Como já disse, não podemos ignorar o progresso que a ciência permitiu. Não é possível voltar atrás e, às vezes, temos mesmo que recorrer à medicina. Todos devem saber: os medicamentos devem ser administrados apropriadamente. Alguns columbófilos fazem só metade do que devem fazer; dão a medicação em dose mais pequena ou durante menos dias do que está indicado. Em medicina o “não suficiente” pode ser mais prejudicial do que o “demasiado”. “Acabem a cura”, é o que os médicos dizem às jovens mães quando um bebé adoece. Em casos de dose insuficiente, o agente patogénico (bactéria ou viroses) desaparece, mas regressa talvez mais forte. Quando se aplica de novo a medicação, o agente patogénico tremerá, mas no fim… ficaremos perplexos ao constatarmos a dificuldade em controlar a doença…
Comecei sobre a influência que tem o ambiente (clima do pombal) na saúde dos pombos, mas também é importante, porque pode contribuir para a motivação dos mesmos. Uma vez que o Columbófilo está no pombal com frequência é faz com que os seus pombos tenham confiança nele, se eles voam contra as janelas, ou se fogem do pombal quando ele entra, por entre as suas pernas, não é um bom tratador. Um bom Columbófilo não molesta um pombo ao agarrá-lo e certamente não a perseguirá. Especialmente em borrachos, um bom contacto entre homem e pombo é um dever.
Nervos
Quando observo alguns desses pombos regressando de uma solta, a forma de o homem se comportar revela muito sobre ele. Ele deve ter nervos, não há mal nisso. Se é fumador, fumará o dobro, não há mal nisso, tal como não há problema se vai à casa de banho frequentemente, isto são sinais de Stress positivo, uma prova de preocupação. Por outro lado, quando vejo um Columbófilo sentado, relaxado sentado numa cadeira à espera dos seus pombos duma solta, eu sei que ele não é um campeão.
Como disse antes, alguns nervos são normais, mas os pombos não deveriam ser conscientes disso, mas eles não são estúpidos e ficam intranquilos quando se apercebem de comportamentos diferente por parte do dono, o que provocará más entradas. Alguns Columbófilos têm tão mau contacto com os seus, que têm que se esconder quando eles estão sobre a entrada. Pobre Columbófilo e pobres pombos. Quando os pombos regressam ao pombal, eu mesmo estou de pé, por baixo do Sputnik, no lugar onde sempre estou. O facto de verem-me deve ser um factor para quererem entrar, o que quero dizer é que os pombos devem ver frequentemente a mesma pessoa e se possível com as mesmas roupas.
Culpa Própria
Os pombos tornam-se assustadiços ou domesticados e disciplinados. No pombal, um bom tratador caminha com movimentos lentos e apanha os pombos suavemente, de forma frequente com uma só mão. Quando tenho presa fico fora do pombal, se é possível, até que me acalme. Se tento apanhar um pombo e este me escapa, uma segunda tentativa seria mais brutal. Alguns colocam lentamente as mãos atrás das suas cabeças para apanharem um pombo, colocam-nas fechadas e com um movimento brusco apanham o pombo com ambas as mãos. Não há melhor maneira de perder a confiança em você, de uma vez por todas. Se mostrar respeito aos seus pombos, este dar-lhe-ão muito à chegada, como por exemplo entradas rápidas.
O meu costume
Quase todos os campeões de borrachos têm os seus pombais a tempo inteiro, tal como os professores, ou gente que tem uma esposa que gosta deste desporto. Alguém com um trabalho a tempo inteiro que lhe permite estar pouco tempo com os seus pombos, pode ser um campeão, mas não de borrachos, já que há mais coisas a fazer para além de alimentar e treinar. Há um ditado que diz, “ Os campeões têm um círculo à volta e são tão bons como o poder do mais frágil”. Qualidade, saúde, pombal, comida, motivação, e aves que confiem em si, são pontos fundamentais. Já que a confiança é tão importante, eu normalmente tenho no meu bolso uma guloseima, se entro nos pombais. Essa guloseima é algo que os pombos adoram, uma mistura de grit, amendoins e pequenas sementes. Quando estendo a minha mão para pô-la à sua frente, eles sabem o que lhes estou a querer dar e voam sobre a mão. O que faz as diferenças no comportamento das aves é o seu tratador.
Faça amor
Na Holanda e na Bélgica, 90% dos amadores concursam à viuvez, com pombo adultos, assim os machos só vêem a sua parceira antes e depois da solta. Muitos pensam que vêem mais depressa para casa para fazer amor, mas penso que o seu impulso não é a fêmea, mas sim o amor pelo seu território. Um bom exemplo é o do mundialmente famoso Didi de Vos, “Didi” só tem um companheiro de pombal que ama tanto como Bush ama Saddam. Uma das aves teve que ser presa ou então tinha morto a outra Então veio uma solta importante e como é normal Devos teve que mostrar a Didi a sua fêmea antes que fosse encestado e ele ganhou o Nacional. Não me esqueci o que disse Devos sobre a sua chegada ao pombal, Didi voo dentro do pombal como se o Diabo fosse atrás dele, mas qual não foi a surpresa de Devos quando viu que ele não voo para o ninho da sua fêmea, mas sim para o do seu “querido” companheiro. Agarrou-o pelo pescoço e arrastou-o pelo pombal, como um cão apanha um coelho. A sua fêmea foi a ultima coisa que procurou depois do seu regresso.
Outros Recursos
Para tornar os borrachos dóceis, os pombais deveriam ser pequenos, o pequeno espaço motiva-os para que possam defender o seu território se é ameaçado. Outros meios para motivar são os ciúmes, você pode tornar os pombos ciumentos, dando a um macho duas fêmeas e a uma fêmea a dois machos. Como ficaria você? Talvez como o diabo e com os pombos não é diferente. As fêmeas que estão acasaladas umas com as outras também podem fazer milagres. Há uns tempos atrás tive duas fêmeas dessas, inicialmente acasalaram-se entre elas, mas o amor tornou-se ódio, quando tiveram ovos, pois ambas os queriam incubar. Especialmente à tarde, período em que as fêmeas chocam os ovos, tentavam expulsar-se uma à outra do ninho e os seus olhos cuspiam fogo. Então foram encestadas para Orleans. Havia sangue por baixo dos seus olhos às lutas e ganharam 3º e 12º Nacional e 1º e 2º Regional.
Cristianes da Bélgica, apelidado como “o mágico”, experimentou o mesmo sistema e desde então motiva as fêmeas para se acasalarem entre elas. Obviamente não o fez com todas as fêmeas, mas se o faz é porque os resultados devem ser bons.
O ambiente, a condição, a claridade, a escuridão e aditivos. Como mencionei antes, um bom pombal é algo imprescindível para que as aves consigam uma boa forma, mas não é necessário que seja fantástico para ser bom, já que os pombos não têm problemas com a beleza. Há numerosos exemplos, tais como os seguintes: Alguém prospero ganha dinheiro e animado por isso torna-se fanático e constrói um novo pombal muito mais bonito que o velho. Mas a partir daí não tem tanto êxito como tinha antes, um bom exemplo é Huyskens Van Riel, muitas vezes referido como HvR.
Huyskens Van Riel
Muitos consideram-no um dos melhores competidores, senão o melhor. Quanto à origem das suas aves há muitos mal entendidos, especialmente na América. Aí alguns afirmam ter os puros HvR antes da 2ª Guerra Mundial. O que eles não sabem é que esses pombos que deram a volta ao mundo em 1950 eram diferentes dos pombos que ele tinha antes da 2ª Guerra, esses pombos eram descendentes de pombos adquiridos a Jos Van den Bosh em 1944. Portanto os sensacionais pombos de HvR, resultam de cruzamentos de pombos ainda mais sensacionais, mas não se pode culpar as pessoas da por esta ignorância já que eles mantiveram a verdade em segredo. Foram os filhos de HvR (Georges e Francois) que revelaram as origens, alguns anos mais tarde.
Este Jos Van den Bosh era o mesmo responsável do “ Halve Fabry”, pombo que os irmãos Janssen importaram e cruzaram com tanto êxito com os seus. Também o macho do mais famoso casal reprodutor de então, “Golden Pair” de Meulemans, era um pombo de Jos Van den Bosh.
Os pombais de HvR eram velhos e feios, desde então decidiram construir novos, mas nos novos pombais os resultados nunca foram como antes. Pelo que se refere, a beleza nos pombos parece ser igual em alguns humanos. Recordo a minha esposa, vindo uma vez de um salão depois do nascimento do meu único filho, e perguntou-me como a achava. “Bonitas Botas”. Desde então os resultados nunca mais foram como antes.
Doutor Linssen
Um nome que também estará sempre ligado ao mundo dos pombos é o do falecido Dr. Linssen. Ele tratou Klak quando esteve no hospital e tornaram-se amigos e Klak procurou demonstrar a sua gratidão oferecendo alguns pombos ao seu doutor. Mas os resultados foram tão fracos que nem Klak nem o Dr. Linssen o entenderam. Era muito improvável que os pombais não fossem bons, porque muitos outros competiam no mesmo tipo de pombal. Então Klak reparou nas árvores que havia entre eles, que projectava a sua sombra em cima dos pombais e sugeriu cortar as árvores ou mudar os pombais. O Dr. Linssen decidiu mudar os pombais 30 metros e então as pobres soltas tornaram-se em triunfos. Este é outro exemplo de que outras circunstancias se podem dar. Quanto menos as condições meteorológicas influam no clima do pombal, melhor este é.
Engels, Van Elsacker Jepsen e muitos outros campeões, não limpam o piso, cobrem-no com palha, outra substância para dar um clima agradável e quente, em especial à noite.
Hormonas
Os nossos pombos de competição descendem de pombos selvagens em buracos nas rochas, criando assim na escuridão. O falecido Klak, os irmãos Janssen e muitos outros, são conscientes são conscientes disso e escurecem os ninhos para que as aves fiquem confortáveis e o seu território menos pisado.
Falando sobre iluminação e escuridão é hoje em dia conhecido que todos os campeões de borrachos na Bélgica, usam hoje em dia o sistema de escurecimento, por duas razões:
- Controlar a Muda.
- Manipular a forma, assim 3 semanas após as aves terem iluminação total há uma grande melhoria da forma.
O que muitos não sabem é que a manipulação da luz criou uma nova tendência na competição com adultos, uma vez que esta afecta as hormonas que têm um papel importante na saúde. Pode ver isto na natureza, no bosque quando os dias são mais curtos as aves param de cantar e acasalar, enquanto que na Primavera mostram-se mais activas, começam a cantar outra vez, põem-se mais sensuais e começam a construir ninhos. Óbvio que isto não sucede porque as aves sabem que a Primavera chegou, mas sim porque os dias se tornam maiores. Durante o período que os pombais são escurecidos os resultados são regulares ou pobres, mas só algumas semanas, depois das aves voltarem ao contacto total com a luz a sua forma sobe espectacularmente. Fineke de Vervoot, uma das melhores fêmeas de então, esteve também na escuridão. E mesmo acendo as luzes em dias cobertos, de forma a prevenir depressões.
Aditivos
Muitos columbófilos perguntam-se se aditivos tais como vitaminas, óleo de alho, levedura de cerveja e outras coisas afectam a forma. Quanto ás vitaminas, não foi testado e tenho razões em não acreditar nisso, já que nunca soube de pombos que ficaram com melhor forma depois de tomarem vitaminas. Esta opinião também está baseada no empírico.
Dei vitaminas a metade dos meus pombos e ás outras não, a verdade é que não noto diferença.
O óleo de alho foi controvérsia durante anos, alguns acreditam e falam de um antibiótico natural, outros não e dizem que é um B.S. Em qualquer dos casos funciona, por são suposições dizendo que é melhor “pós de alho” ou óleo de alho. Pessoalmente sou céptico relativamente à maioria dos aditivos. As histórias que prometem tornar os seus pombos ganhadores, não são mais que palhaçadas que prometem construir uma ponte mesmo que exista um rio. São agentes de castelos nas nuvens, e o pior é que ninguém pára as suas actividades, os quais só querem torná-lo mais pobre e fazerem-se mais ricos.
O Banho
O banho é uma espécie de parâmetro da forma, o qual é bem conhecido. Pombos doentes nunca tomarão banho. Ainda que pareça estranho, muitos não o fazem em tempo quente, tal como fazem os humanos, preferindo dias chuvosos. Depois das aves terminarem o seu banho, a água deverá estar coberta por uma espécie de película de diminutas partículas de pó. Se a água estiver limpa, mostra uma má condição das aves. Algumas vezes você nota que as aves têm tanta necessidade de banho que tentam introduzir-se no bebedouro, isto é um bom sintoma, mostra que os pombos estão OK.
Recordo que aves famosas tornaram-se doentes e foram levadas ao veterinário, passados alguns dias este chamou os seus donos e disse: “Pode levá-lo, agora que já tomou um banho deve estar muito bem”.
Um Pouco de Tudo
Pouco depois da 2ª Guerra Mundial o desporto dos pombos era o desporto nacional na Bélgica. Era inclusivamente mais popular que o Futebol e o Ciclismo, o que queria dizer algo. Dizia-se que havia cerca de 300.000 columbófilos nessa altura, inclusivamente a povoação mais pequena tinha o seu clube de Columbofilia (ou mais que um), cada rua tinha pelo menos um columbófilo. Na cidade de Geel (não mais que 5000 habitantes, havia pelo menos 12 clubes e 300 columbófilos. No país era muito raro pessoas que não competiam com pombos ou não se interessavam por este desporto. Por exemplo Huysken Van Riel, quando havia uma solta vintenas de pessoas assistindo à chegada das aves. Uma das razões para que o desporto fosse tão popular era o facto das pessoas estarem nas suas casas, não podiam ter carros nem férias, assim os pombos era uma fuga ao dia-a-dia, que era aborrecido e duro.
O Mercado de Lier
Ainda que o desporto tenha mudado bastante, há ainda alguma nostalgia. Na cidade de Lier há todos os Domingos de manhã, na Primavera, um mercado de pombos. Os vendedores oferecem cerca de 5000 aves para vender por dia, com cerca de 4 semanas de idade, a preços baratos, entre 10€ a 40€. Em dias activos o centro da cidade é fechado para facilitar a movimentação de centenas de columbófilos do, sobre tudo da Europa de Este, para assistirem ao evento, e deve dizer-se que é algo inesquecível.
Quievrain
Falando de nostalgia “Quievrain” converteu-se numa palavra conhecida para os Belgas. É o nome de um local de solta perto da fronteira Francesa, a partir do qual os Columbófilos sempre competiram desde que existe este desporto. Era o local mais distante a que um comboio podia chegar, sem ultrapassar a fronteira Francesa. A velha estação ainda existe, mas actualmente os camiões levam ali os pombos, em condições bastante diferentes das de então, a começar pelos cestos de transporte Alemães e Holandeses. 90% dos Columbófilos Belgas deve dizer-se que só competem de Quievrain o qual se encontra a cerca de 60 km daqueles que vivem no centro (Bruxelas). Em Junho, quando a temporada de borrachos está em pleno cerca de 250.000 pombos são soltos ao mesmo tempo. O barulhos dos pombos antes da solta é impressionante, o estalar de centenas de milhar de asas é ensurdecedor, a imensa nuvem de pombos que escurece o céu faz lembrar um eclipse, e em apenas meio minuto, após todos os pombos terem saído, deixando um tapete de branco de penas sobre o chão, o silencio que se segue é uma espécie de medo. Assistir a uma solta em Quievrain é algo inesquecível.
Terminando ou Não?
Como em todos os locais em que se compete com pombos é inevitável que existam percas, alguns nunca regressam e outros voltam a casa, dias, semanas, inclusivamente meses depois da solta e isso representa que a sua condição pode ser horrível nessa altura. Quando seguem um bom tratamento recuperam depressa, mas a outros a recuperação pode levar semanas ou meses, enquanto que uns nunca mais serão os mesmos. Os columbófilos interrogam-se frequentemente, se e quando um pombo esteve perdido quando voltará a estar recuperado para competir de novo. Há alguns sinais que podem ajudar, enquanto os olhos estejam apagados sem brilho, não devem competir, eles não estão em condições para ser soltos. Também não se não tiverem recuperado o seu peso normal e a bonita coloração rosa da carne, coisas que normalmente estão associadas. Carne azul à volta do peito é mau sinal, é sinal de que os pombos sofreram.
Alegria
Porque usam tantos Columbófilos um chapéu? Perguntam as pessoas algumas vezes. Um dos motivos é que muitos são alérgicos ao pó das aves, especialmente de aves como canários, papagaios, periquitos, e pombos. Algum deve ser o próprio columbófilo ou membros da sua família e é especialmente no cabelo que o pó se pega. Colocando um chapéu não se leva o pó para casa e não se prejudica o outros, em especial os mais jovens. Os pombos são divertidos, mas uma boa saúde é mais divertida ainda.
Grit
Científicos, Veterinários e campeões pensam de forma diferente sobre vários aspectos do nosso desporto, mas estão todos de acordo numa coisa:
O Grit é o aditivo mais importante à comida, carência de minerais e cálcio significa problemas. O que muitas pessoas não têm consciência é que a Grit deve ser mudado frequentemente, já que o pó coloca-se no seu interior e os pombos deixam de o comer. O resultado pode ser que a comida não é bem digerida e os ossos dos borrachos não se desenvolvem bem. É com frequência que é nos ovos onde se nota.
Fascínio
Uma das coisas fascinantes da columbofilia é que qualquer um pode apaixonar-se por ela e qualquer um pode ter êxito. Este desporto é muito diferente de todos os outros, normalmente você necessita ser jovem e ter qualidades físicas para levar um desporto a cabo, e neste você pode soltar as aves fazendo o trabalho e depende de você as condições físicas dos seus atletas. Não necessita ser jovem, não necessita ser atleta, não necessita ser atractivo, não necessita ser rico, não necessita ser educado, para ser bom e portanto um campeão pode ser uma surpresa. De acordo com a idade a geração jovem é mais energética e fanática em muitos casos, mas necessitam experiência e sensatez que os mais velhos têm. A outra razão é obviamente o caminho percorrido.
Pó
É geralmente conhecido que devemos evitar o pó o mais possível. Uma vez que grande parte das bactérias se expandem via pó, este é mau tanto para humanos como para os pombos. O Dr. Lemahein é um respeitado cientista Belga, disse uma vez que o pó também pode expandir ovos de vermes. Num pombal muito seco há muito pó, portanto devemos evitar semelhante pombal, mas também devemos evitar muita humidade, uma vez que também esta é prejudicial. Nas casas de classe há potes cheios de água, por cima dos radiadores da central de aquecimento para evitar a secagem das membranas mucosas. Esta é a arte de um campeão, ter o clima do pombal controlado, na Holanda e Bélgica muitos têm o bebedouro em cima do Sputnick, para que nesse local a água apanhe menos pó. Outra vantagem é que a temperatura da água igual à do exterior. A água directamente da torneira é má, especialmente para pombos que chegam de uma prova, e outro “pró” é que os pombos saberão rapidamente que a água que os espera é agradável, o que pode ser uma razão para entrarem rapidamente.
Portas de correr
Se os pombais são por secções, você normalmente vai de um até outro através de uma porta fixa ou uma porta de correr. Mas há outro tipo que é o melhor de todos, as portas pregáveis. No caso de uma porta fixa deve ter-se cuidado para não fazer dano aos pombos quando as abrimos ou fechamos, as portas de correr são melhores mas não ideias, já que uma parede fica inutilizada para colocar cacifos ou poleiros, as portas pregáveis não têm nenhum destes inconvenientes.
Sistema Imunitário
É alarmante como o sistema imunitário de Homens e Animais baixou nas últimas décadas. Considere o E-Coli e os problemas respiratórios. Os pombos são até certo ponto mais vulneráveis a essas doenças que no passado, e é o abuso de medicamentos que tem vindo a tornar-se responsável por isto. Hoje em dia temos muitos bons medicamentos, mas deveríamos preocupar-nos mais em prevenir que os pombos adoeçam, que procurar o melhor medicamento. Portanto, muitos campeões Belgas e Holandeses colocam os seus pombos em grandes aviários no Inverno, expostos ao frio, vento e chuva, o que os tornará mais fortes e aumentará o sistema imunitário, resultando portanto uma menor medicação das aves no Verão. Outros deixam que os pombos voem no Inverno, inclusivamente quando há neve. Naturalmente que os pombos devem estar habituados ao grande tapete branco, se não este fará com que se assustem e se percam. Infelizmente a liberdade no Inverno tem alguns riscos, nomeadamente os ataques dos Falcões, o que leva muitas vezes as pessoas a não arriscarem e a venderem os bons pombos.
Comida
Falando do Inverno e do frio, cada Columbófilo atento, nota que os pombos comem muito mais que o habitual em tempo frio, portanto é errado dar uma tal quantidade por dia. “30 Gramas por dia” reclamam alguns, mas com tempo quente os pombos necessitam menos e em tempo frio mais. Além disso há uma diferença entre voadores e reprodutores. Estes últimos têm que tratar dos seus filhos, como tal têm que estar bem alimentados para que os borrachos cresçam bem. Alguns são desmamados muito jovens, com idade de cerca de 16 dias e deixam-se junto das fêmeas, com comida à vontade. Isto é um bom método pois as fêmeas adoptivas alimentam os borrachos muito bem, já que não têm macho para se acasalar nem para fazer ninho.
Sempre melhor?
Qual foi o melhor pombo de sempre? Algumas vezes os columbófilos admiram-se, as pessoas têm opiniões diferentes, o que é normal, mas na minha opinião foi “ Olieman” de Jos Van der Veken, que vive perto de Arendonk. Concorreu na época do “019”, dos irmãos Janssen, mas o “ Olieman” foi melhor. Ganhou uns 15 primeiros prémios, ás vezes com minutos de avanço, naquela que era a mais dura competição da Bélgica na altura. Muitos columbófilos supõem que todos os pombos desenvolvem a mesma velocidade, o ganhador é a ave que faz o percurso directo a casa. Estou de acordo, mas creio que há excepções, alguns pombos têm a habilidade de voar mais rápido que os outros. “Sprint” do falecido Marcellis, foi um desses pombos. Aos seus pombais de reprodução passou depois de um treino de 20 km. O “ Olieman”, foi outra excepção, uma vez houve uma solta de Nyon (230 km), com tempo quente e vento de bico. A solta foi de cerca de 1200 pombos, tendo o primeiro chegado ás 11.00 e ás 11.20 a solta tinha terminado, mas a ave que ganhou o 2º apenas chegou ás 11.10, ou seja 1º minutos mais tarde. Foi o “ Olieman” que chegou 10 minutos antes que todos os outros. Depois da chegada Van der Veken temeu que ele pudesse cair morto no seu lugar. Pôs-se a tremer na sua caixa e nem olhou para a sua fêmea. “Fleneke” que em 2003 foi galardoado como pombos mais caro de meio – fundo, era descendente do “ Olieman” e também ele era um pombo desse tipo.
© Ad Schaerlaeckens
|