Syringophilus bipectinatus o ácaro da "gravata" |
28/08/2008 |
Syringophilus bipectinatus o ácaro da "gravata"
Em muitas ocasiões verificamos que em algum ou alguns dos nossos pombos ou de um amigo, apresentam um anti-estetico buraco nas penas do pescoço, como se fosse uma gravata ou um laço.
O columbófilo o primeiro que pensa é que este fenómeno se deve ao roçar com os comedouros e bebedouros (acção traumática), quando na maioria dos casos tem outra causa bem distinta.
O responsável deste fenómeno trata-se de um ácaro das penas chamado Syringophilus bipectinatis que pertence a família Trombodidae. Vivem dentro das raquis das rémiges, tectrices e rectrices.
O contágio dá-se por contacto directo com os pombos infectados e permanecem nas penas até começar a muda, penetrando mais tarde pelos umbigos superiores abertos das penas em crescimento. As penas afectadas ficam mate e opacas nas zonas ocupadas pelo parasita.
O columbófilo vê no pescoço, zonas sem penas ou que têm os canhões partidos com um tamanho de 2 a 3 mm.
Nas zonas onde notamos a falta das penas, dá origem a que durante o voo exista uma maior permeabilidade das penas tanto no que diz respeito ao ar como a água nos dias chuvosos, o que origina afectação da aerodinâmica, assim como uma perda de calor. Além de que em períodos de descanso os animais não descansam adequadamente.
Como combatê-lo?
Deve ficar claro que umas instalações sujas e descuidadas não são a base sobre a qual se deve proceder a eliminação dos parasitas. Assim o primeiro passo fundamental é a limpeza.
Em segundo lugar devemos proceder a desinfecção do pombal e dos utensílios utilizados pelos animais.
Para isso devemos lavar paredes e utensílios (poleiros, cacifes, comedouros, ...) de forma que asseguremos a eliminação dos possíveis parasitas presentes neles.
As soluções com Piretrinas (cipremetrina) são bastantes adequadas.
A lavagem deve fazer-se tomando as medidas de segurança adequadas e com os animais no exterior, deixando pelo menos um período de 45 minutos para que sequem os pombais.
Uma vez que já desinfectamos o mobiliário é o momento de concentrarmo-nos na desinfecção dos animais.
Podemos empregar vários métodos vamos falar agora dos mais usados:
- Utilização de sprays comerciais desinfectantes específicos para aves (cuidado com os chamados mata moscas, porque podem provocar irritações na pele).
- Utilização de pós desinfectantes (não aconselhável porque deterioram as penas na sua aplicação).
- Banhos forçados (com soluções com Piretrinas). As vezes provocam uma ligeira irritação na pele das aves que alarma muito o columbófilo, mas que passadas umas horas tudo volta a normalidade. Cuidado com o eliminação do que sobra (não deitar sobre cursos de agua).
- Emprego de desinfectantes sistémicos (Ivomec=Ivermectina, Cydectin=Moxidectina). Pode-se administrar na forma injectável (prévia diluição é aconselhável a supervisão de um profissional sanitário), também se pode aplicar na forma tópica (directamente nas zonas afectadas) ou por via oral (não é o mais aconselhável).
Deve ficar claro que sem uma limpeza dos locais e utensílios antes da aplicação do tratamento nos animais, não podemos assegurar uma eliminação dos parasitas.
O facto de ter aplicado os tratamentos correctos, não implica que imediatamente cresçam as penas afectadas, temos que ter em conta que a base da pena segue dentro do folículo e que não sai de forma natural até a nova muda. Podemos arrancar a base das penas com uma pinça, para que voltem a crescer mais rápido.
Por: Drº Guillermo Barralo Fernandez
Retirado de : http://www.pombosonline.com/
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