Benefícios dos Probióticos |
03/03/2008 |
Benefícios dos Probióticos
Os probióticos fomentam o equilíbrio natural da flora intestinal nos animais produzindo importantes melhoras nos processos digestivos. Reduzem as concentrações de microrganismos patogénicos e a sua produção de toxinas prejudiciais aos outros animais.
Outro efeito destacável é a estimulação do sistema imunológico dos animais, melhorando a sua resistência ás doenças mais comuns, permitindo um crescimento maior e de melhor qualidade.
Microflora Intestinal
A microflora intestinal é um ecossistema vivo em que convivem microrganismos benéficos e malignos simultaneamente (Mitsuoka, 1978). Sob condições normais, o equilíbrio destes organismos continua sendo estável. No entanto factores tais como o uso de medicamento, o stress, o consumo excessivo de açúcar e outros agentes causam uma mudança no nível de acidez intestinal que pode alterar o seu equilíbrio. Nessas circunstâncias o número de bactérias benéficas não aumenta como seria necessário, permitindo que os micróbios indesejados comecem a colonizar e a estender-se incontroladamente, produzindo desordens intestinais como diarreia, dor de estômago e flatulência.
Uma microflora intestinal equilibrada e estável é de vital importância para as funções optimizadas do sistema digestivo e portanto para a prevenção de doenças (Salminen et al. 1988 e o in’t veld, 1991 de Huis).
A positiva reacção entre seres humanos e as bactérias probióticas ficou largamente demonstrada. Já em 1956 Freter observou um fenómeno que ele descreveu como “antagonismo bacteriano” pelo qual o crescimento de micróbios patogénicos foi inibido por bactérias probióticas. Mais à frente em 1977, Ducluseau e tal. divulgaram a mesma observação: produzia-se o “efeito barreira” contra as infecções intestinais. Em 1979, Grilliland o uso de certos microrganismos como complementos dietéticos. Ultimamente as investigações de Saleminem em 1990 e Strus 1996 confirmaram os resultados que ainda apoiam o “efeito barreira” numa microflora sã.
O papel preventivo das bactérias probióticas contra infecções patogénicas consegue-se realizando o mecanismo de defesa do anfitrião por meio da estabilização da microflora.
O Papel Protector dos Lactobacilos
Em 1993, Johansson et al. Realizaram experiências precisas sobre a capacidade dos Lactobacilos de aderirem-se a outras células intestinais. Obtiveram um significativo aumento do número de lactobacilos na mucosa do jejum depois de administrar caldo fermentado de farinha de aveia. Deve no entanto ser mencionado que o metabolismo de bactérias vivas, ainda que fundamental para o crescimento e colonização, não parece ser requerido para a aderência à mucosa. Este aspecto foi detalhado por estudos de Hood e Zottola em 1988 demonstrando que os Lactobacilos acidophilos mortos podiam aderir-se ás células cultivadas intestinais, com tanta eficácia como as células viáveis. O trabalho Coconnier et al., também em 1993, apoiou esta observação e foram mais longe divulgando a inibição dos processos patogénicos dos micróbios que provocam a diarreia, aderindo aos Lactobacilos Acidóphilos. Isto é uma prova evidente da capacidade das bactérias probióticas de aderirem a células intestinais humanas.
Em 19988, Sato e col divulgaram o aumento da resistência do anfitrião contra as infecções de Listeria graças ao lactobacilo casei. As vantagens destas bactérias também foram reveladas por Perdigon e col, descobriram ainda o seu importante papel protector na prevenção de infecções entéricas produzindo um aumento na secreção de anticorpos lgA. Em 1993 Vescovo, também estudou as mesmas bactérias e observou que segregavam compostos anticorpos activos Clostridium Tyrobutricum. Por sua parte também em 1993 Chateau e col estudaram e observaram que as bactérias Escherichia coli, Salmonela tiphimunum e Salmonelas enteritidis se inibiam por acção dos lactobacilos Resultados similares foram obtidos por Nader de Mamas e col. Em 1992, os quais recomendaram a ingestão de leite fermentado com o Lactobacilos Acidophilos casei como profilático contra infecções intestinais por shigella.
Os Lactobailos rhamnosus são talvez uma das bactérias mais estudadas no campo dos probióticos. Demonstrou-se a sua utilidade para resistir aos sucos da bílis e os ácidos, unem-se as células epiteliais humanas, colonizam o tracto intestinal, produzem substancias anti bacterianas, melhoram o movimento intestinal, etc… Esta é o tipo de bactéria ideal capaz de manter em grande parte o equilíbrio da microflora humana para a prevenção das desordens intestinais (Vários autores, 1996).
A utilização de bactérias probióticas foi ganhando aceitação por parte do publico em geral, em todo o mundo à mediada que os estudos continuam a confirmar os seus numerosos efeitos benéficos. Em 1994, Isolauri et al. propuseram uma bacterioterapia oral usando Lactobailos Rhamnosus para tratar gastroenterites virais. Um ano depois, Kaila e col. experimentaram no mesmo terreno e foram um paço mais à frente revelando que o Lactobailos rhamnosus estimula respostas especificas dos anticorpos lgA, a redução perceptível de infecções intestinais.
Por sua vez em 1988, Salminen e col. recalcaram a importância de manter uma microflora intestinal equilibrada para preservar a integridade intestinal.
O Lactobacilos bulgaricus e o Streptococus thermophilos são num princípio as raças de bactérias contidas no iogurte e com o passar dos anos chegaram a ser especificamente relacionados com todos os efeitos benéficos o iogurte. Estas incluem a neutralização e desalojamento de E-coli , a protecção contra infecções por salmonela e o aumento da imunidade .
(Traduzido para Português por Rui Vilalva)
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