Efeitos do Calor e Humidade durante os concursos |
26/12/2007 |
Efeitos do Calor e Humidade durante os concursos
Os pombos não têm glândulas sudoríferas, como tal não podem perder o calor corporal através de suor. Nas aves o calor corporal perde-se refrescando a evaporação dos sacos aéreos. Este incremento de fluxo de ar nos sacos aéreos, no processo de incrementar a perca evaporativa, conduz ao refrescamento. A perca de humidade é substituída pela bebida, mantendo-se assim uma temperatura e nível de hidratação normais do corpo.
Devemos saber que a 20ºC, se os privarmos de água, os pombos desidratam 5% somente em 24 horas. Desde esta perspectiva as aves que estão desidratadas a 5%, põem se paradas e arrufadas e mal lhes seja fornecida água bebem-na de seguida. Quando a desidratação é de 10% esses sintomas tornam-se mais intensos. Se chegarem aos 15% têm uma redução semelhante no volume de circulação de sangue, assim os órgãos são mal irrigados e começam a existir interferências com o nível de consciência. Com valores acima dos 15% começam a aparecer as mortes.
Também é importante saber que com a presença de água, não existe desidratação a 25ºC. Em soltas levadas a cabo com temperaturas acima dos 25ºC podemos concluir que caso as aves não bebam durante o percurso chegarão ao seu pombal padecendo de um grau de desidratação. Após o regresso, em bom estado, uma ave beberá com vontade a quantidade de água necessária para recuperar as reservas de fluido perdidas e restabelecer o nível de hidratação normal.
Problemas que surgem em algumas situações:
Alta temperatura
Temperaturas acima dos 25ºC exigem grandes quantidades de líquidos, que são evaporados dos sacos aéreos para manter a temperatura do corpo normal, desencadeando assim um processo de desidratação mais rápido, a menos que sejam ingeridas bebidas.
Muito alta ou muito baixa humidade
A muito baixa humidade tem um efeito similar à alta temperatura ao nível dos sacos aéreos. A baixa humidade provoca rapidamente a seca dos sacos aéreos conduzindo a uma rápida perda de fluidos. Ao invés, a alta humidade diminui a evaporação, conduzindo assim à hiper termia (alta temperatura do corpo).
Vento Contra
O esforço extra dispendido em voos complicados com vento contra provoca o incremento de dióxido de carbono na corrente sanguínea, o que provoca o aumento da velocidade da respiração. Este aumento provoca a perda de fluidos a nível dos sacos aéreos o que predispõe as aves à desidratação.
Soltas levadas a cabo em zonas onde a água da superfície não está disponível para os pombos.
A hidratação normal pode manter-se sobre níveis extremos de temperatura e humidade, proporcionando aos pombos o acesso á água. A carência da água da superfície significa que as aves não têm forma de substituir as perdas de água ocorridas, levando assim à desidratação.
A combinação de ventos quentes, que são também secos, são terríveis para os pombos, sobretudo se não tiverem acesso à água.
Com esforço e calor perdem-se grandes quantidades de fluidos através do sistema de evaporação conduzindo á desidratação. Quando as reservas de fluido começam a reduzir a evaporação desde os sacos aéreos pode não demorar. Isto significa que o pombo perdeu o seu único método de ventilação, e tanto pela hiper termia secundária começa a ocorrer. Sempre que aos níveis de desidratação se aproxima dos 15ºC, os sistemas metabólicos normais são perturbados e a consciência começa a diminuir. Nesta situação, são de esperar muitas perdas.
É seguro que igualmente em dias frios a temperatura de uma unidade de solta pode rapidamente alcançar 25ºC, porque o calor é gerado pelos corpos dos pombos (a temperatura normal é de 41,7ºC). Isto significa que as aves, se não lhes for fornecida água desde o início do encestamento até à chegada ao ponto de solta no dia seguinte, irão sofrer algum grau de desidratação. É importante assegurar que os pombos tenham acesso a água sempre que possível de forma a estarem adequadamente hidratados é importante para evitar que possam ser surpreendidos pela desidratação durante o percurso.
Publicado em : La Columbóphilie Belge
(Traduzido para Português por Rui Vilalva)
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