Melhores Pombos para Todos |
18/08/2007 |
MELHORES POMBOS PARA TODOS Uma das grandes questões com que os columbófilos se debatem é saber quais os factores mais importantes em columbofilia que permitem construir uma colónia competitiva. Geralmente comparam… O columbófilo; O pombal; Alimentação e medicação; O pombo. Alguns dizem… a qualidade dos pombos é o factor principal para que uma colónia seja competitiva, em seguida vem o pombal e finalmente o columbófilo. Outros afirmam… um bom pombal é 50% responsável pelo sucesso, a qualidade dos pombos 20% e por aí adiante. Pessoalmente sou de opinião que o papel do columbófilo é decisivo. Os campeões “têm a columbofilia nos dedos”, como se costuma dizer na Holanda. O que eles querem dizer é que certas pessoas possuem uma capacidade especial que lhes permite entender e aprender com facilidade tudo o que rodeia o fenómeno pombo-correio, enquanto que outros, apesar das suas boas intenções, não são capazes de aprender e observar a colónia, apercebendo-se dos pequenos detalhes que fazem toda a diferença. Porque é que penso que o papel do columbófilo é decisivo? Um bom columbófilo assegura-se que o seu pombal é realmente bom. Um bom columbófilo tenta de forma constante arranjar melhores pombos que os que já possui. Um bom columbófilo sabe o que cada um dos seus pombos necessita, sabe também o que a colónia no seu todo necessita, ou seja tem tudo sob controlo. Por outro lado, o pombal e os pombos não conseguem, por si sós, controlar o que quer que seja. O pombal não consegue determinar a qualidade dos pombos que o habitam. Os pombos não conseguem melhorar as condições que o pombal lhes oferece. O columbófilo é capaz de alterar todos estes pormenores a seu favor. Um bom columbófilo sabe o quanto é importante é qualidade dos pombos e sabe também quando e onde os ir buscar. Muitos columbófilos perguntam-me como é possível que certas pessoas importam pombos e são logo bem sucedidos, enquanto que outros por muito que tentem não passam da mediocridade. Qual será então o melhor procedimento para conseguir bons pombos? É sobre isso que iremos falar hoje…
O COLUMBÓFILO Todos sabemos que as raízes do nosso desporto se encontram em dois países, a Bélgica e a Holanda. Nestes dois países os columbófilos têm que enfrentar uma fortíssima competição e os seus métodos têm que estar bem delineados para terem hipótese de sucesso. Poderemos, pois, aprender muito com eles. Vamos começar com um factor muito importante. A forma como aumentar a qualidade de uma família de pombos é algo que difere de colónia para colónia. Depende muito do tipo de columbófilo que você é… Dinheiro é ou não o problema?; Qual a vossa posição na columbofilia? Já é um campeão ou tem pretensões a sê-lo?
O RICO As pessoas para quem o dinheiro não é problema, compram pombos de créditos firmados, ou então filhos destes. O dinheiro coloca-os numa posição privilegiada, ou seja proporcionam-lhes mais hipóteses de sucesso, mas nada mais do que isso! Estamos a falar de hipóteses e não de certezas. Graças a Deus que não têm 100% de certeza. Se assim não fosse, só os ricos é que seriam campeões. Com certeza que todos conhecem exemplos de columbófilos ricos que não conseguem sair da cepa torta. Estes compram os super pombos, mas isso, por si só, não consegue fazer uma super colónia. Um bom exemplo disto mesmo aconteceu ainda recentemente na Holanda. Estou a falar de um columbófilo americano que gastou uma fortuna em Pombos Ás de nível provincial e nacional. Mas este homem queria mostrar resultados na Holanda e para tal construiu um pombal luxuoso e encheu-o do melhor que o dinheiro pode comprar. A sua ideia era voar com filhos das aquisições. No início, alguns columbófilos da colectividade onde o americano decidiu encestar os seus pombos estavam nervosos e com algum receio… “voar contra os filhos de todos aqueles Pombos Ás? Não será isso injusto?”, comentavam. Muitos deles sentiam-se derrotados, mesmo antes do início da Campanha. Finalmente, chegou o momento em que o americano começou a concursar o filhos dos seus craques que lhe tinham custado uma grande soma em dinheiro. Sabem o que aconteceu? Salvo raras excepções, os seus pombos quase que não iam ao mapa, foi literalmente esmagado pelos adversários. Os columbófilos que nunca tinham gasto um euro na compra de pombos humilhavam-no semana após semana. A grande lição é que as pessoas com dinheiro podem comprar bons pombos, mas isso não faz deles vencedores.
OS CAMPEÕES Para além dos ricos, existe ainda outro pequeno grupo de columbófilos que são especiais… aqueles que já são campeões. Um homem que já é campeão tem uma forma de actuar na aquisição de pombos que o distingue dos outros columbófilos. É frequente acontecer trocas de pombos com outros bons columbófilos, fruto dos contactos proporcionado pelo estatuto de campeão. Emprestam um macho ou uma fêmea boa por determinado período de tempo. Isto foi que aconteceu com Houben e Verbruggen. Trocaram apenas um pombo e os resultados foram extraordinários. A mesma história repetiu-se com Flor Engels e Van Hove Uytterhoeven. Ambos foram bem sucedidos com os empréstimos. Não houve dinheiro envolvido. Por isso, para melhorarem a sua colónia, os campeões raramente recorrem à compra de pombos. Sabemos também que a maioria dos columbófilos nem são ricos, nem são campeões. Qual será o melhor conselho a dar a este grupo maioritário quanto á aquisição de bons pombos? Dirigirem-se aos columbófilos famosos? Claro que não.
ERRO Os columbófilos famosos podem ser divididos em dois grupos: 1) São pessoas famosas no estrangeiro pela única razão de serem comerciantes inteligentes. As suas performances nos concursos não são nada de especial, no entanto conhecem a importância dos pedigrees e sabem como manipular a imprensa. Para admiração dos seus colegas de colectividade, vendem pombos como quem vende bolos quentes. Geralmente, são pombos com um pedigree fabuloso, mas nada mais do que isso. Os seus colegas interrogam-se… porque é que os seus clientes em vez de estudarem os pedigrees, não estudam os resultados nos concursos. Para este tipo de compradores os resultados parecem não ser importantes… apenas o que conta são os pedigrees e a raça. É usual dizer-se na Bélgica e Holanda que… “os compradores estrangeiros compram um pedaço de papel (pedigree) desses “zé ninguém” e recebem como oferta um pombo”. Os columbófilos holandeses e belgas com o mínimo de bom senso já se aperceberam que os “homens pedigree” não são os homens certos a contactar quando se pretendem adquirir bons pombos. Mas, no início disse que existem dois tipos de columbófilos famosos. 2) O outro grupo são os columbófilos que merecem o seu nome. Estou a pensar em nomes do tipo Silvere Toye, Engels, Dobbelaere, De Vooght, Bolle, VD Wegen e muitos outros. Estes demonstram nos concursos a qualidade dos seus pombos. Não se tornaram famosos no estrangeiro manipulando a imprensa. O problema é que adquirir pombos destas colónias não é muito barato e como a procura é muita, os preços sobem em flecha. Por outras palavras… estes são os columbófilos certos para adquirir pombos, no caso de serem acessíveis às vossas bolsas. As boas notícias, no entanto, são que estes não são os únicos columbófilos a possuírem bons pombos.
CONSELHO 1 O primeiro conselho que posso dar a quem não tem muito dinheiro é… esqueçam os nomes famosos e a publicidade que aparece nos jornais. Na Bélgica e Holanda aparecem muitas reportagens de falsos campeões e claro que isso deve acontecer um pouco por todo o mundo. O que o “columbófilo comum” deve fazer é tentar aproximar-se do campeão da área a que pertence, o tal que o bate semana após semana. E isto porque conhece os seus resultados e conhece que tipo de homem é. Este último pormenor é importante. Ser campeão columbófilo é uma coisa e ser honesto na venda de pombos é outra coisa completamente diferente. Quando vejo potenciais compradores observarem os olhos dos pombos a minha reacção é… “não devem olhar os pombos nos olhos, mas sim o do columbófilo vendedor”. Felizmente que a maioria das pessoas são honestas e os vigaristas a minoria. E se o columbófilo com bons pombos for esperto tratará bem o seu colega. E isto porque sabe que só será campeão enquanto houver os “perdedores” a enviar pombos. Se estes se cansarem de perder, abandonam o desporto e o campeão será como um rei sem reino. O nosso desporto é como qualquer outro… para haver vencedores tem que haver perdedores! É tão simples quanto isso. Outras das razões para adquirir pombos nas redondezas é que o vendedor sabe que o irão ver frequentemente após consumado o negócio. Se os pombos não derem bons resultados, este será confrontado com o facto até ao final da sua vida, se calhar apenas pela troca de olhares.
CONSELHO 2 A altura da aquisição é também importante. A melhor altura para comprar borrachos na Bélgica e Holanda é no Verão e Outono. A razão está em que nestes países joga-se borrachos de Junho a Agosto e todos os columbófilos aproveitam os melhores para si. O que quer dizer que as duas primeiras posturas dos seus melhores pombos são para uso próprio, daí ser um erro comprar borrachos nos primeiros meses do ano, pois podem ter a certeza que em quase 100% dos casos não são dos melhores casais. Os Super Campeões que dizem vender borrachos dos seus melhores reprodutores em Fevereiro e Março são mas é verdadeiros Super Mentirosos! O meu conselho, volto a repetí-lo, é comprar tarde, digamos a partir de Julho. Por outro lado, os columbófilos que já possuem bons pombos devem comprar anualmente um número reduzido, caso contrário correm o risco de cair na tentação de apostar demasiado nas novas aquisições e negligenciarem as suas próprias linhas, aquelas que o levaram até ao top. No entanto, se a qualidade dos vossos pombos não passar da mediania, então sim podem e devem apostar num razoável número de aquisições no tal bom columbófilo da vossa área que conhecem na perfeição (resultados e personalidade). Podem crer que conheço muitos campeões que actuaram desta forma. Alguns deles atingiram mesmo o estatuto de vedetas internacionais… a) William Geerts é uma delas. Esta vedeta internacional era vizinho de Fons Jacobs. Jacobs era um homem idoso, um columbófilo praticamente desconhecido, mas que marcava de cabeça na velocidade e meio-fundo. Geerts casou-se e mudou-se para Schilde, na mala levou um par de ovos do seu velho amigo, ovos esses comprados por uma bagatela, mas ele sabia o seu verdadeiro valor. Dois anos depois (1978) era o terror da Union Antwerpen. O nome de William Geerts espalhou-se internacionalmente como fogo batido por vento, no entanto do seu velho amigo Fons Jacobs aposto que nunca ouviram falar, apesar de esta ser a verdadeira origem do seu sucesso. b) Muitos de vocês já ouviram falar no famoso “As” de Gommaire Verbruggen. Também devem saber que este o comprou por uma soma elevada a Maurice VD Veldenm, no entanto este último adquiriu os pais do craque a um columbófilo de 80 anos praticamente desconhecido. c) Jan Grondelaers, um columbófilo extremamente esperto, apercebeu-se dos excelentes resultados de Gust Hofkens e comprou-lhe pombos na altura certa… ou seja quando este ainda era um desconhecido, mas muito bom e… muito barato. Podemos afirmar com certeza que foi a descendência dos pombos Hofkens que tornaram Grondelaers famoso. Quanto a Gust Hofkens, a fama dos seus pombos apenas apareceu um pouco antes da sua morte e subiu em flecha após a sua partida deste mundo.
E ENTÃO AS RAÇAS? Os columbófilos que visitam os nomes famosos da Bélgica e Holanda, depressa se apercebem que sofreram uma lavagem ao cérebro durante demasiado tempo. Um facto fruto dos dias em que o poder estava nas mãos de poucas pessoas. No entanto, os tempos mudaram. Por isso, caros columbófilos, se não tiverem muito dinheiro não é caso para desesperarem. Podem tornar-se campeões, da mesma forma que os ricos. É claro que é um pouco mais difícil, no entanto apenas têm que ser um pouco mais espertos, ou seja a astúcia deve compensar a falta de dinheiro. Não pensem que o que acabo de dizer são só histórias, nada disso, conheço inúmeros campeões que seguiram o caminho descrito. Para ganhar na columbofilia não é necessário ser-se novo. Para ganhar na columbofilia não é necessário ser-se homem. Para ganhar na columbofilia não é necessário ser-se atleta. Para ganhar na columbofilia não é necessário ser-se cientista. Para ganhar na columbofilia não é necessário ser-se rico. Para ganhar na columbofilia devem manter os vossos olhos bem abertos e ter o feeling para pombos. Não serão estes factos que tornam o nosso desporto em único e tão motivador? Boa sorte!!!
© Ad Schaerlaeckens
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