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Mais que Palavras - Parte III 21/08/2007

 

Mais que Palavras – Parte III

 

 

Comecei sobre a influência que tem o ambiente (clima do pombal) na saúde dos pombos, mas também é importante, porque pode contribuir para a motivação dos mesmos. Uma vez que o Columbófilo está no pombal com frequência é faz com que os seus pombos tenham confiança nele, se eles voam contra as janelas, ou se fogem do pombal quando ele entra, por entre as suas pernas, não é um bom tratador. Um bom Columbófilo não molesta um pombo ao agarrá-lo e certamente não a perseguirá. Especialmente em borrachos, um bom contacto entre homem e pombo é um dever.

 

Nervos

 

Quando observo alguns desses pombos regressando de uma solta, a forma de o homem se comportar revela muito sobre ele. Ele deve ter nervos, não há mal nisso. Se é fumador, fumará o dobro, não há mal nisso, tal como não há problema se vai à casa de banho frequentemente, isto são sinais de Stress positivo, uma prova de preocupação. Por outro lado, quando vejo um Columbófilo sentado, relaxado sentado numa cadeira à espera dos seus pombos duma solta, eu sei que ele não é um campeão.

Como disse antes, alguns nervos são normais, mas os pombos não deveriam ser conscientes disso, mas eles não são estúpidos e ficam intranquilos quando se apercebem de comportamentos diferente por parte do dono, o que provocará más entradas. Alguns Columbófilos têm tão mau contacto com os seus, que têm que se esconder quando eles estão sobre a entrada. Pobre Columbófilo e pobres pombos. Quando os pombos regressam ao pombal, eu mesmo estou de pé, por baixo do Sputnik, no lugar onde sempre estou. O facto de verem-me deve ser um factor para quererem entrar, o que quero dizer é que os pombos devem ver frequentemente a mesma pessoa e se possível com as mesmas roupas. 

 

Culpa Própria

 

Os pombos tornam-se assustadiços ou domesticados e disciplinados. No pombal, um bom tratador caminha com movimentos lentos e apanha os pombos suavemente, de forma frequente com uma só mão. Quando tenho presa fico fora do pombal, se é possível, até que me acalme. Se tento apanhar um pombo e este me escapa, uma segunda tentativa seria mais brutal. Alguns colocam lentamente as mãos atrás das suas cabeças para apanharem um pombo, colocam-nas fechadas e com um movimento brusco apanham o pombo com ambas as mãos. Não há melhor maneira de perder a confiança em você, de uma vez por todas. Se mostrar respeito aos seus pombos, este dar-lhe-ão muito à chegada, como por exemplo entradas rápidas.

 

O meu costume

 

Quase todos os campeões de borrachos têm os seus pombais a tempo inteiro, tal como os professores, ou gente que tem uma esposa que gosta deste desporto. Alguém com um trabalho a tempo inteiro que lhe permite estar pouco tempo com os seus pombos, pode ser um campeão, mas não de borrachos, já que há mais coisas a fazer para além de alimentar e treinar. Há um ditado que diz, “ Os campeões têm um círculo à volta e são tão bons como o poder do mais frágil”. Qualidade, saúde, pombal, comida, motivação, e aves que confiem em si, são pontos fundamentais. Já que a confiança é tão importante, eu normalmente tenho no meu bolso uma guloseima, se entro nos pombais. Essa guloseima é algo que os pombos adoram, uma mistura de grit, amendoins e pequenas sementes. Quando estendo a minha mão para pô-la à sua frente, eles sabem o que lhes estou a querer dar e voam sobre a mão. O que faz as diferenças no comportamento das aves é o seu tratador.

 

Faça amor

 

Na Holanda e na Bélgica, 90% dos amadores concursam à viuvez, com pombo adultos, assim os machos só vêem a sua parceira antes e depois da solta. Muitos pensam que vêem mais depressa para casa para fazer amor, mas penso que o seu impulso não é a fêmea, mas sim o amor pelo seu território. Um bom exemplo é o do mundialmente famoso Didi de Vos, “Didi” só tem um companheiro de pombal que ama tanto como Bush ama Saddam.  Uma das aves teve que ser presa ou então tinha morto a outra Então veio uma solta importante e como é normal Devos teve que mostrar a Didi a sua fêmea antes que fosse encestado e ele ganhou o Nacional. Não me esqueci o que disse Devos sobre a sua chegada ao pombal, Didi voo dentro do pombal como se o Diabo fosse atrás dele, mas qual não foi a surpresa de Devos quando viu que ele não voo para o ninho da sua fêmea, mas sim para o do seu “querido” companheiro. Agarrou-o pelo pescoço e arrastou-o pelo pombal, como um cão apanha um coelho. A sua fêmea foi a ultima coisa que procurou depois do seu regresso.

 

Outros Recursos

 

Para tornar os borrachos dóceis, os pombais deveriam ser pequenos, o pequeno espaço motiva-os para que possam defender o seu território se é ameaçado. Outros meios para motivar são os ciúmes, você pode tornar os pombos ciumentos, dando a um macho duas fêmeas e a uma fêmea a dois machos. Como ficaria você? Talvez como o diabo e com os pombos não é diferente. As fêmeas que estão acasaladas umas com as outras também podem fazer milagres. Há uns tempos atrás tive duas fêmeas dessas, inicialmente acasalaram-se entre elas, mas o amor tornou-se ódio, quando tiveram ovos, pois ambas os queriam incubar. Especialmente à tarde, período em que as fêmeas chocam os ovos, tentavam expulsar-se uma à outra do ninho e os seus olhos cuspiam fogo. Então foram encestadas para Orleans. Havia sangue por baixo dos seus olhos às lutas e ganharam 3º e 12º Nacional e 1º e 2º Regional.

Cristianes da Bélgica, apelidado como “o mágico”, experimentou o mesmo sistema e desde então motiva as fêmeas para se acasalarem entre elas. Obviamente não o fez com todas as fêmeas, mas se o faz é porque os resultados devem ser bons.

 

 

© Ad Schaerlaeckens

 

(Traduzido para Português por Rui Vilalva)