Syringophilus bipectinatus o ácaro da "gravata" |
15-08-2010 |
Em muitas ocasiões verificamos que em algum ou alguns dos nossos pombos ou de um amigo, apresentam um anti-estetico buraco nas penas do pescoço, como se fosse uma gravata ou um laço.
O columbófilo o primeiro que pensa é que este fenómeno se deve ao roçar com os comedouros e bebedouros (acção traumática), quando na maioria dos casos tem outra causa bem distinta.
O responsável deste fenómeno trata-se de um ácaro das penas chamado Syringophilus bipectinatis que pertence a família Trombodidae. Vivem dentro das raquis das rémiges, tectrices e rectrices.
O contágio dá-se por contacto directo com os pombos infectados e permanecem nas penas até começar a muda, penetrando mais tarde pelos umbigos superiores abertos das penas em crescimento. As penas afectadas ficam mate e opacas nas zonas ocupadas pelo parasita.
O columbófilo vê no pescoço, zonas sem penas ou que têm os canhões partidos com um tamanho de 2 a 3 mm.
Nas zonas onde notamos a falta das penas, dá origem a que durante o voo exista uma maior permeabilidade das penas tanto no que diz respeito ao ar como a água nos dias chuvosos, o que origina afectação da aerodinâmica, assim como uma perda de calor. Além de que em períodos de descanso os animais não descansam adequadamente.
Como combatê-lo?
Deve ficar claro que umas instalações sujas e descuidadas não são a base sobre a qual se deve proceder a eliminação dos parasitas. Assim o primeiro passo fundamental é a limpeza.
Em segundo lugar devemos proceder a desinfecção do pombal e dos utensílios utilizados pelos animais.
Para isso devemos lavar paredes e utensílios (poleiros, cacifes, comedouros, ...) de forma que asseguremos a eliminação dos possíveis parasitas presentes neles.
As soluções com Piretrinas (cipremetrina) são bastantes adequadas.
A lavagem deve fazer-se tomando as medidas de segurança adequadas e com os animais no exterior, deixando pelo menos um período de 45 minutos para que sequem os pombais.
Uma vez que já desinfectamos o mobiliário é o momento de concentrarmo-nos na desinfecção dos animais.
Podemos empregar vários métodos vamos falar agora dos mais usados:
Utilização de sprays comerciais desinfectantes específicos para aves (cuidado com os chamados mata moscas, porque podem provocar irritações na pele).
Utilização de pós desinfectantes (não aconselhável porque deterioram as penas na sua aplicação).
Banhos forçados (com soluções com Piretrinas). As vezes provocam uma ligeira irritação na pele das aves que alarma muito o columbófilo, mas que passadas umas horas tudo volta a normalidade. Cuidado com o eliminação do que sobra (não deitar sobre cursos de agua).
Emprego de desinfectantes sistémicos (Ivomec=Ivermectina, Cydectin=Moxidectina). Pode-se administrar na forma injectável (prévia diluição é aconselhável a supervisão de um profissional sanitário), também se pode aplicar na forma tópica (directamente nas zonas afectadas) ou por via oral (não é o mais aconselhável).
Deve ficar claro que sem uma limpeza dos locais e utensílios antes da aplicação do tratamento nos animais, não podemos assegurar uma eliminação dos parasitas.
O facto de ter aplicado os tratamentos correctos, não implica que imediatamente cresçam as penas afectadas, temos que ter em conta que a base da pena segue dentro do folículo e que não sai de forma natural até a nova muda. Podemos arrancar a base das penas com uma pinça, para que voltem a crescer mais rápido.
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