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RUI VILALVA - CAMPEÃO GERAL SC ASAS DE BEJA 2023 18/01/2024

RUI VILALVA - CAMPEÃO GERAL SC ASAS DE BEJA 2023

O eborense, Rui Vilalva foi o Campeão Geral da Sociedade Columbófila Asas de Beja , na Campanha Desportiva realizada em 2023.

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Rui Vilalva considera que a Campanha Desportiva de 2023, foi a sua melhor de sempre em Velocidade e Meio-Fundo

- Trajeto columbófilo (percurso como columbófilo e como dirigente)

Rui Pedro Garcia Vilalva, natural de Évora, nascido a 24/04/1979, apesar de ter pombos há mais anos, por influência de alguns amigos mais velhos que eram columbófilos e um interesse que não sei explicar por estas aves, comecei a concorrer em 1993, em Sociedade com um amigo de infância, na Sociedade Columbófila Eborense.

Em 1994 arranjei outro sócio, pois nunca tive espaço em casa para ter pombos e formámos a dupla Vilalva & Duarte, mudamos para o Clube Columbófilo de Évora, onde desenvolvi muitos dos meus conhecimentos como columbófilo e construi uma grande Colónia, que acabou por se tornar Campeã do Distrito de Évora na Campanha de 2009.

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João Duarte e Rui Vilalva (Évora)

Em 2009 foi precisamente o ano em que me casei e vim residir para Beja, onde me tornei sócio da Sociedade Columbófila Asas de Beja. Desde essa altura até ao dia de hoje tenho concorrido nesta coletividade e no distrito de Beja, tendo obtido alguns títulos importantes.

Entre os anos de 2014 e 2020 por motivos profissionais tive que trabalhar em Évora deixando a Colónia entregue aos cuidados da minha sogra, altura em que os resultados baixaram, mas nunca desisti.

Durante este percurso de já 32 anos, tive a felicidade de conhecer muitos amigos na Columbofilia, que ensinaram quase tudo sobre este Desporto, assim foi com naturalidade que desempenhei e tenho vido a desempenhar os mais variados cargos no Dirigismo Columbófilo, quer nas coletividades onde concorri, quer nas Associações dos distritos de Évora e Beja.

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Dirigismo Columbófilo

- Instalações columbófilas

O meu pombal de Voadores tem cerca de 6 metros de largura dividido em 3 secções e um corredor, construído pela empresa CIC, com uma grande ajuda do então gerente e amigo Inácio Oliveira. Este pombal tem dois pombais de poleiros e um de ninhos e alberga por norma cerca de 130 pombos.

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Pombal de voo (Beja)

Em 2020 terminei a minha Sociedade em Évora de forma definitiva e foi necessário construir um pombal de Reprodutores com cerca de 4 metros que alberga cerca de 20 casais.

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Pombal de reprodução (Beja)

- Principais linhas de pombos cultivadas - Composição do quadro de reprodutores

Não sendo uma pessoa com grandes recursos financeiros, os pombos que tenho cultivado derivam fundamentalmente de trocas com amigos e pequenos investimentos.

Na fase inicial e especialmente em Évora desenvolvi uma Linhagem a que chamei “Amarelos” fruto de um cruzamento de um macho Vermelho Fabri oferecido em ovo pelo Sr. João Suzano de Évora, com uma Fêmea Amarela comunicada e não recuperada da zona do Seixal. Foi um casal fantástico que deu pombos a ganhar em todas as distâncias, mas passados 30 anos a genética foi-se perdendo e já tenho muito poucos pombos dessa linha.

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O famoso casal dos "Amarelos"

Assim a colónia tem muito de Cambalhotas do Fernando Caetano, Romários Queirós & Queirós, Leo Heremans do Manuel Martins, “338” de José Dores (Cambalhotas x Wiliam de Bruijn), Van Loon Luís Godinho de Reguengos de Monsaraz, que me foram oferecidos e cedidos pelo Pedro Azeitona, Kannibais, Gabys, e mais alguns pombos oferecidos ou adquiridos a amigos, como Asas de São Julião, Hélder Negalho, Germano Ribeiro, António Barros, Ivo Garcias, etc…

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Leo Heremans do Manuel Martins, “338” de José Dores

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M Van Loon Pedro Azeitona (Tio do Coca Cola) F Leo Heremans x Cambalhota

Recentemente, fruto de grande amizade, introduzi vários pombos das Colónias de João Paulo Valente e Sérgio Andrade, do distrito de Portalegre.

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De todos estes pombos, os melhores neste momento, são a minha linhagem “Coca Cola” fruto de cruzamento Van Loon + Kannibal X Leo Heremans + Cambalhota

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"Coca Cola"

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"Coca Cola"

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"Schweppes" filha do "Coca Cola"

O meu Quadro de Reprodutores é normalmente composto por cerca de 50 pombos, dos quais costumo acasalar 20 casais (número de ninhos disponíveis).

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- Campanha Desportiva 2023 (Asas de Beja e ACD Beja)

A campanha Desportiva de 2023 foi na minha opinião a minha melhor época de sempre em Velocidade e Meio Fundo, sendo que no fundo não correu muito bem, especialmente pela má prestação numa prova.

Nesta época consegui realizar um sonho e logo na primeira prova da época, ao Classificar os 25 enviados da equipa principal.

Na colectividade Asas de Beja

Campeão Geral

Campeão Asas de Beja

Campeão Meio Fundo

Campeão Velocidade

Campeão Eliminatórias de Velocidade

2º Eliminatórias de Fundo

8º Fundo

2º Yearlings

3º Designados

Anilha de Ouro Geral, Meio Fundo

Anilha de Prata Geral, Velocidade

Anilha de Bronze Velocidade, Meio Fundo

8x1º Prémio

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 "144" - Anilha de Ouro Geral SC Asas de Beja 2023

"144" - Anilha Bronze Velocidade SC Asas de Beja 2023

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"950" - Anilha Prata Velocidade SC Asas de Beja 2023

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"Schweppes" - Anilha Ouro Meio Fundo SC Asas de Beja 2023

"Schweppes" - Anilha Prata Geral SC Asas de Beja 2023

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Rui Vilalva com a  campeã "Schweppes"

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"Atena" - Anilha Bronze Meio-Fundo SC Asas de Beja 2023

 

ACD Beja – Zona Norte

Vice-Campeão Geral

Vice-Campeão Velocidade

Vice-Campeão Meio Fundo.

Anilha de Prata Velocidade

9º Classificado Campeonato Nacional de Velocidade e 5º pombo Ás.

Palmarés

Os meus principais títulos de columbófilo ao longo destes 32 anos foram:

2008 – Campeão de Meio Fundo Clube Columbófilo de Évora e ACD Évora

2009 – Campeão Geral, Velocidade e Meio Fundo CC Évora; Campeão Geral, Velocidade e Vice-Campeão Meio Fundo ACD Évora

2011 – Campeão Yearlings Soc. Col. Asas de Beja e ACD Beja – Zona Norte

2012 - Campeão Meio Fundo e Yerlings Soc. Col. Asas de Beja e Campeão de Meio Fundo e Vice-Campeão de Yearlings ACD Beja Zona Norte.

2013 – Campeão Meio Fundo Asas de Beja – Vice-Campeão Meio Fundo ACD Beja – Zona Norte.

2014 – Campeão de Velocidade Soc. Col. Asas de Beja. Vice-Campeão Geral

2016 – Campeão de Yearlings Soc. Col. Asas de Beja e ACD Beja-Zona Norte

2018 – Vice-Campeão Nacional Prova de Valencia – Columbófilo

2021 – Campeão Geral ACD Beja Zona Norte

2022- Campeão Velocidade, Meio Fundo e Geral Soc. Col. Asas de Beja e ACD Beja Zona Norte. 10º Classificado Campeonato Nacional de Meio Fundo.

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- Perspetivas sobre o futuro da colónia

Neste desporto parar é morrer, assim o reforço da colónia nas especialidades de Velocidade e Meio Fundo passa, por colocar filhos dos melhores casais desde cedo na reprodução e tentar alguma consanguinidade das melhores linhas para ver se acrescentam qualidade e algumas trocas ou compras a columbófilos de confiança.

Na especialidade de Fundo é necessário tentar trazer alguma nova qualidade, pois é onde estou mais fraco, no entanto sem grandes recursos financeiros não será fácil.

- Sistema de voo praticado (métodos de voo)

Sendo eu um trabalhador normal, que entra ás 08h da manhã e sai ás 18 da tarde, grande parte da campanha é extremamente complicado ter tempo para dar a assistência adequada que os pombos necessitam, assim vou-me socorrendo da ajuda da minha sogra. Não sendo ela uma pessoa especializada na columbofilia e de forma a dar o menos trabalho possível criei um método de voo adequado ás minhas condições e resulta em pleno, na minha casa.

Tenho um pombal apenas de Fêmeas (cerca de 50) em poleiros, que voam sozinhas, comem na volier, descansam no seu pombal e juntam-se com os machos nos treinos em linha e provas.

Pombal de Machos (cerca de 40) com ninhos abertos por metade, assim após o treino cada um descansa deitado na parte da frente do seu ninho. Nos treinos em linha e provas, juntam-se com as suas parceiras.

Pombal com cerca de 40 borrachos (machos e fêmeas) em poleiros.

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Estes dois últimos pombais voam juntos durante a semana e após a entrada no pombal, são separados e em seguida alimentados, ou seja, os meus machos apesar de serem “viúvos” estão em contato com fêmeas todos os dias.

Foi a melhor forma para voar dois bandos e por aqui tem resultado.

Alimentação (durante a semana e à chegada das provas)

O meu sistema de treinos é bi diário e com nível de intensidade médio alto, assim para que os pombos treinem como gosto, são sempre bem alimentados.

Utilizo uma ração ligth e uma sport que são utilizadas de acordo com os km e dureza das provas.

No dia da chega os pombos recebem inicialmente ração depurativa e no final do dia ração sport.

- Procedimentos de final de campanha, pré-campanha e a campanha

Terminada a campanha o primeiro passo é selecionar os pombos que transitam para a próxima época, penso que a seleção deve ser o mais rigorosa possível, pois manter pombos na equipa que não tenham capacidade para dar pontos é perder tempo e dinheiro. Esta seleção estende-se a reprodutores e borrachos. Um borracho que apresente problemas no crescimento nunca será um bom atleta. Pombos cujos filhos não acrescentem nada de novo à colónia em 2 ou 3 anos não fazem falta.

Escolhida a equipa, os voadores são acasalados e criam um ou dois borrachos, quanto as fêmeas colocam a segunda postura alguns dias depois são retiradas para o pombal onde vão fazer a muda separadas e os machos terminam a criação dos borrachos. Antes de iniciarem a muda é fundamental assegurarmo-nos que os pombos não têm parasitas externos que possam danificar as novas penas.

A muda é feita à base de produtos naturais e sem recurso a antibióticos, com algumas saídas esporádicas, pois como o meu pombal é no campo os pombos ficam muito vulneráveis a ataques de aves de rapina nessa fase.

Os borrachos são vacinados 2 vezes e os adultos uma.

Terminada a muda, os pombos vão ganhando ritmo e condição física de forma progressiva e natural até começarem os primeiros treinos.

Nesta fase os pombos são analisados pelo veterinário para apurar quais os tratamentos a efetuar antes da campanha.

Durante a campanha é treinar e competir tentando manter evitar ao máximo que algum problema de saúde se venha a manifestar. Não sou a favor de tratamentos preventivos nem de balanças, confio no meu instinto e poder de observação para decidir o que fazer e quando fazer.

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Dia de vacinação dos borrachos

- Campeonatos Gerais ou Especialidades

Pessoalmente gosto do Campeonato Geral, mas respeito e até compreendo que existam pessoas que se queiram “especializar”, no entanto para que tal aconteça seria necessário termos um número muito maior de provas do que aquelas que temos

atualmente, pois ninguém vai tratar de pombos um ano inteiro para enviar a 6 ou 7 provas. Este aumento de provas pressupõe mais meios de transporte, mais despesa…e como estamos atualmente não me parece que a maioria dos distritos do nosso país tenha essa capacidade.

- Columbofilia Distrital e Nacional

A nível Distrital, o distrito de Beja, não atravessa na minha opinião uma boa fase, houve eleições e rapidamente foi “criada” uma Guerra que vai dividir o distrito ainda mais e afastar as pessoas. Tudo por causa das linhas de voo, dos calendários e dos vencedores, que não são aqueles que gostaríamos que fossem. Quando vais para uma Associação e queres impor algo tendo em conta os teus interesses ou gostos pessoais e não te preocupas com o distrito onde estás inserido acho que não faz qualquer tipo de sentido ires para o cargo.

Como sou um alvo a abater pelo facto marcar bem, resta-me estar caladinho e enviar os meus pombos até que a Columbofilia me dê algum prazer.

A nível Nacional…cada vez vamos sendo menos e a Exposição Nacional, para quem como eu vai todos os anos é um local excelente para avaliar essa situação. Vou vendo alguma movimentação no Algarve que parece contrariar a tendência em especial do Alentejo.

Por vários motivos acho que caminhamos lentamente para a extinção.

- Perda de columbófilos

É um processo irreversível, na minha opinião e em especial nas grandes cidades. Este desporto não é minimamente atrativo para os jovens de hoje em dia. Tenho um filho de 13 anos, sempre que posso puxo-o para os pombos, mas tenho a certeza que não vai ser columbófilo. Como eu estão centenas de Columbófilos e os seus filhos.

Este desporto é caro, exige muito trabalho, tempo, dedicação, espaço e amor pelos animais, tudo aquilo que os jovens desta nova geração não têm. Têm um sem número de ofertas que os desvia desta e muitas outras modalidades.

Se hoje regressasse a Évora não podia ter pombos, pois não tinha espaço para edificar um pombal. Ou tens uma Quinta ou Vivenda isolada ou então os vizinhos nem querem ouvir falar de pombos. Fora isto não há qualquer ´espaço para construir. Como está Évora estarão certamente muitas outras cidades, pelo que neste momento até o simples facto de se querer construir um pombal se torna um problema.

- Apoios da Junta/Autarquia às coletividades onde concorres.

No que se refere à Câmara Municipal de Beja, existe algum apoio monetário, mas muito pouco significativo tendo em conta as nossas despesas e, comparado com outras autarquias que conheço, em que as campanhas desportivas são por elas suportadas, projetos de Aldeias Columbófilas, financiados recentemente projetos Benzing, orçamentos participativos, etc…

- Notas Finais -

Por fim gostava de agradecer ao José Carlos Almeida Rosa, por mais uma vez ter manifestado interesse em divulgar os feitos dos meus pombos e da minha colónia, assim como pelo trabalho de divulgação da Columbofilia que desenvolve a nível nacional.

Além de desejar uma boa campanha a todos, peço que disputem este desporto com respeito e fair play, pois se continuarmos assim o espírito de camaradagem e convívio que em tempos caracterizou a columbofilia será cada vez menor.

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