SC LAGOENSE - UMA COLECTIVIDADE RECHEADA DE COLUMBÓFILOS CAMPEÕES !!! |
11/10/2021 |
SOCIEDADE COLUMBÓFILA LAGOENSE
UMA COLECTIVIDADE RECHEADA DE COLUMBÓFILOS CAMPEÕES !!!
UMA DAS MELHORES EM TERMOS DE RESULTADOS DESPORTIVOS DO BARLAVENTO ALGARVIO !!!
A columbofilia é uma arte que parece estar a perder adeptos, mas em Lagoa existe uma instituição associativa que persiste e luta contra a maré. Soma campeões e praticantes entusiastas que não querem deixar morrer esta atividade.
Este desporto consiste em criar, cuidar e competir com pombos-correio, também conhecido como pombo de corrida ou de competição, tendo em Portugal um histórico de competições e de títulos consideráveis– sendo muitos desses campeões do Algarve e alguns de Lagoa.
Os competidores desta modalidade desportiva parecem ser os mesmos já há algum tempo, transmitindo a ideia que este é um desporto para os mais velhos, uma vez que os mais novos parecem não mostrar tanto interesse ou capacidade de participar neste tipo de competições.
OS CAMPEÕES DA SOCIEDADE COLUMBÓFILA LAGOENSE
CARLOS GRADE SANTOS & TÓNICA
Um dos columbófilos campeões da região do barlavento algarvio, Carlos Grade Santos (constituindo equipa com o seu sócio Tónica), diz que, para se ser columbófilo de competição “é preciso bastante investimento nos pombos, ao nível das comidas e rações, na saúde das aves, em termos de medicamentos antibióticos e tratamento veterinário, na construção dos pombais, assim como a nível de tempo e disponibilidade no que toca a treinar e a educar esta espécie, dotada de extrema inteligência e excelentes capacidades”.
Ainda que limitados às suas capacidades voadoras, os pombos-correio recebem o seu nome precisamente da função que ocupavam.
“Eram os correios da altura. Em diversos momentos da história, como por exemplo na primeira e segunda guerras mundiais, entre outras ocasiões onde, por exemplo, a internet não era um dado adquirido como hoje a podemos comtemplar, os pombos-correio foram, e em alguns sítios continuam a ser, meios de comunicação para troca de mensagens importantes, e por vezes secretas.
Mas, como é que os pombos-correio realizam esta proeza, isso é que parece ser um mistério”, revela Carlos Grade Santos.
No entanto, e na verdade, os pombos-correio não sabem ao certo para onde ir, mas sabem certamente para onde voltar: para casa.
Estas aves têm a capacidade de regressar ao seu ninho, mesmo a distâncias consideráveis, que por vezes podem atingir mil quilómetros de distância.
“Ao saberem para onde voltar, para um local seguro e protegido onde encontram alimento e a companhia do seu bando, os pombos-correio podem ser transportados para outros lugares do território, dentro de caixas e gaiolas, a fim de, com a ajuda de anilhas colocadas nas suas patas ou com suporte de pequenas mochilas colocadas ‘às costas’, poderem transportar pequenos fragmentos de papel com mensagens escritas, ou outros elementos capazes de serem transportados por este animal voador”, explica.
Dizem os especialistas que, tal como muitas aves do nosso planeta, os pombos-correio, utilizam a chamada ‘magnetoreceção’ para regressar aos seus portos-seguros.
Um competidor que está em crescendo no terreno de provas nacionais e internacionais de columbofilia é Nuno Rocha, que explica como se dividem as competições: “Nestas provas de voo que podem saltar fronteiras, existem as de velocidade, onde a distância percorrida vai até os 300km; as de meio-fundo, que vão desde os 301km até os 500km; as de fundo, dos 501km até aos 800km; e finalmente as de grande-fundo, também conhecida por Absoluta, que são mais de 800km de distância de voo”.
Nos seus seis anos de experiência em competição columbófila, Nuno Rocha já foi campeão nas categorias de velocidade, meio-fundo e fundo.
Nelson Borralho, campeão de ‘yearlings’ da zona do Barlavento, em 3º no distrital, um dos mais jovens praticantes do concelho, confirma que “este é um desporto praticado pelos mais velhos, onde se vai perdendo competidores mais jovens à medida que o tempo passa. É preciso muita disponibilidade e este desporto está a ficar mais caro”, salienta.
FERNANDO FIGUEIRAS - Columbófilo desde 1971
Fernando Figueiras, natural da Mexilhoeira da Carregação, e atual presidente da Sociedade Columbófila Lagoense, já é columbófilo desde 1971. Começou aos 15 anos a cuidar de pombos-correio, sendo uma paixão que tem vindo a nutrir pelas aves, depois de ter visitado uma exposição de columbofilia nessa altura.
“O primeiro ano é para arranjar os pombos, para começar a tratar deles e criar relação com o ninho e com o bando. No segundo, já se começa a competir”, revela, ele que é uma das referências da columbofilia no concelho e na região, tendo sido inclusivé, presidente da Associação Columbófila do Distrito de Faro.
Nos últimos seis anos, ganhou quatro campeonatos gerais, a competição que todos querem vencer.
Euletério Faleiro, um ‘ancião’ da arte de criar e cuidar de pombos-correios, explica que para estas aves voarem grandes distâncias e ‘rasgar’ os céus a alta velocidade, muito trabalho tem de ser feito em terra. “Quem vai para o ar, avia-se em terra”, diz.
“É preciso ter em consideração que há muito trabalho de preparação, controlo e registo destes corredores do ar que deve ser feito antes de os soltar, de forma a que possam correr nas diferentes modalidades de competição.
Primeiro, assim como nós, seres humanos, cada pombo é, obviamente, um pombo único e, como nós, que temos cartão de cidadão com um número que nos pertence, os pombos têm também eles números de registo que lhes são únicos.
E, da mesma forma que se passou de utilizar pombos-correio como meio de comunicação para se utilizar telefones com internet, o registo e controlo destes pombos passou igualmente do tradicional ‘papel e caneta’ para um conjunto de tecnologias de registo e controlo destes animais”, explica.
Com uma anilha que possui um chip, colocada numa das patas dos voadores, “pode registar-se no computador o número associado a cada pombo que irá participar nas competições”, acrescenta, mostrando algumas das máquinas e engenhos de considerável avanço tecnológico que são utilizados nas competições, as chamadas ‘antenas’.
Há também que agradecer “os avanços tecnológicos que possibilitam o registo e controlo destes voadores para que, por exemplo, se possam registar os tempos dos pombos até à centésima de segundo, em tempo real, assim como para saber se todos os pombos estão no sítio certo e, quais pertencem a quem”, e a partir daí poder traçar as tabelas com os resultados dos competidores.
A Sociedade Columbófila Lagoense tem um grupo muito eclético de campeões, aos quais acrescentamos os nomes de Pedro Vicente, de João Cabrita, de Márcio Barão, de Rui Casimiro - Asas do Carvoeiro, de José Vicente- Glorioso, de Jorge Espada, e de outros mais, que em tempos idos por lá já passaram.
Campeões 2009 - Nelson Borralho (Geral, Velocidade, Meio-Fundo e Fundo) Carlos Vicente (Borrachos M-Fundo) e João Cabrita Super Flyers (Borrachos Velocidade)
CAMPEÕES 2010 : IRMÃOS VICENTE (VELOCIDADE), RAMOS & RAMOS (MEIO-FUNDO E BORRACHOS MEIO-FUNDO), TINTIN (FUNDO), RICARDO & BORRALHO (BORRACHOS VELOCIDADE)
Campeões 2011 : Rui Marreiros (Campeão de Velocidade), Grade & Nascimento (Campeões da Geral e Fundo), Borralho & Tangerino (Campeões de Meio-Fundo e Campeões Borrachos de Velocidade e Meio-Fundo)
Borralho & Tangerino : Campeões de Velocidade, Meio-Fundo, Fundo e Geral e Vice-Campeões Distritais de Fundo ACD Faro 2013
Campeões 2015 - Grade & Nascimento (Velocidade, Meio-Fundo e Geral), Murta, Tangerino & Miguel - Arrows (Fundo)
Os Campeões 2016 da Sociedade Columbófila Lagoense, acompanhados por Fernando Figueiras (Presidente Direcção SC Lagoense) e Joaquim João (Presidente União de Freguesias de Lagoa/Carvoeiro)
Campeões 2021 : Pedro Vicente (Fundo), Espada & João Cristóvão (Borrachos), Carlos Santos & Tónica (Velocidade, Meio-Fundo e Geral) e Borralho & Bota (Yearlings)
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