Aquecimento Global _ Como o atenuar |
01/07/2019 |
Aquecimento Global – Como o atenuar ?
José F. Coxo- Évora
Quer se queira ou não o aquecimento global veio para ficar . Logo por azar nosso uma das áreas que mais vai ser afetada é a Península Ibérica.
Quando se fala em aquecimento global não devemos pensar apenas em temperaturas elevadas durante o período de final da primavera ( Maio e Junho) mas sim também enquadrar aqui os fenómenos que temos de inverno que já obrigam o instituto de meteorologia a “ baptizar” as depressões que algumas vezes nos afectam neste período de tempo, com ventos de enorme velocidade e chuvadas quase repentinas e com muito milímetros de precipitação num curto espaço de tempo. Tudo isto são alterações que tem na génese o aquecimento global.
Temos portanto fenómenos extremos que não tínhamos há 20/30 anos e, hoje aparecem com enormes violências para os nossos pombos. É certo que as depressões sempre nos afetam no inverno e primavera mas quando a meteorologia lhe dá um nome podemos, ficar já alertas para o que aí vem.
No Inverno esses fenómenos extremos dão normalmente nuvens com grande desenvolvimento vertical ( cumulo-nimbos ) que além de interferirem com a orientação dos pombos devido as cargas electromagnéticas , geram mecanismos de chuvadas enormes muitas vezes com granizo dizimando centenas de pombos num curto espaço de tempo e em espaços físicos também limitados ( a 20/30 km nada pode suceder) o que nos deixa ainda mais complexos em raciocínio.
No verão temos as temperaturas a chegarem facilmente a valores superiores a 30º ( considerado já muito quente) com temperaturas mínimas altas , na casa dos 18/20º e humidades relativas baixas que levam os pombos a uma desidratação rápida se não encontrarem água no seu percurso.
É isto que temos , e é isto que vamos ter !
Sei que não sou dirigente ( nem o quero ser) mas cabe a estes arranjar alternativas, porque não podemos estar todos os anos a ficar depenados de pombos e ninguém ser culpado nem se encontrar algo de novo para nos proteger.
Como gosto de falar de pombos resolvi escrever meia dúzia de ideias que podem servir de ponto de partida para que algo seja corrigido.
Cito :
1- Em primeiro lugar as pessoas que coordenam as soltas devem ter bom senso e, além de verem durante toda a semana as diversas previsões meteorológicas, devem também estar em contacto com o meteorologista da Federação dias antes das provas. As suas opiniões são sempre de defesa dos pombos.
2- Estabelecer regras quando se deve ou não soltar, não é fácil porque há aqui uma subjectividade muito grande mas se o meteorologista os avisar que as condições são muito negativas nada mais temos a fazer
3- As campanhas devem começar duas semanas mais cedo. A associação faz apenas 3 treinos . Começando mais cedo dá para deixar um fim de semana sem prova calendarizada mas, que pode em caso extremo, quando não se realiza um concurso já termos data para o mesmo.
4- No Inverno a decisão é de seguir os conselhos do meteorologista e se ele falar em provas em que mais de metade do concurso temos chuvas intensas ou nuvens cumulo nimbos nem vale a pena ir para lá com os carros ( é matar pombos como este ano em Valencia)
5- Nos meses de Maio e Junho aí temos o calor . Se as temperaturas em metade do percurso atingiram sempre valores na casa dos 30º , sendo as mínimas de 18 e a humidade muito baixa é também de não realizar a solta . Falo já em 30 porque normalmente, nestes meses a área de Madrid onde soltamos apresentam muitas vezes valores mais elevados
6- As ultimas provas terão de ser sempre de velocidade e o concurso de fundo com maior distância nunca deve ser o último a ser realizado
São apenas alguma ideias para atenuar o efeito do aquecimento global e para termos campanhas sem dizimar os pombos todos como há dois anos a esta parte acontece.
É natural que outros tenham outras opiniões . É salutar e democrático . Cabe aos dirigentes decidir e acima de tudo devem ser os primeiros a defender os pombos e columbófilos
( publicado no jornal Mundo Columbófilo de 25 de Junho)
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