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Soltas 7 e 8 de Abril 01/05/2018

Soltas 7 e 8 de Abril

 

·         A Península tem e dita as suas leis

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·         José F. Coxo

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·         Estamos a viver um início de Campanha onde imperam as condições meteorológicas instáveis, difíceis e extremamente desgastantes para os pombos.

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·         Há cerca de um mês e meio que a ondulação da frente polar com as suas depressões nos têm afectado todos os fins de semana

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·         A Península Ibérica está, como todo o planeta, a sofrer alterações climáticas o que condiciona os fenómenos meteorológicos que já eram apanágio desta área peninsular, mas agora tudo numa escala muito maior. Desde sempre as ondulações da frente polar nos afectaram. Iniciam-se junto à América Central e deslocam-se pelo Atlântico, seguindo, mas em altitude, a corrente quente do Golfo que se desloca por todo este oceano na direcção da Escandinávia.

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·         Isto nada tem de novo, mas agora e dando resposta a que algo no clima se está a alterar a meteorologia até já baptiza algumas destas depressões e a Protecção Civil entra em acção porque são fenómenos muito mais intensos do que há anos atrás.

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·         Hoje todo o mundo assiste a estas mudanças climáticas, mas o que temos feito para diminuição do dióxido de carbono na atmosfera é muito pouco. Agora então com o presidente Trump a não acreditar, nem aceitar qualquer sugestão neste sentido, aliado à China, Rússia e Índia (os maiores poluidores do Mundo), estamos condenados…

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·         Além disto, a Península Ibérica, apesar de pequena, tem leis próprias que por mais que queiramos não as conseguimos alterar. Ela porta-se como um “mini” continente e desencadeia fenómenos de microclima que muitas vezes penalizam o nosso desporto.

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·         Elaborar calendários com um ano de antecedência é no mínimo caricato para não dizer que nada evoluímos neste sentido de há 30/40 anos para cá. Eu próprio digo que não vejo solução a curto prazo para que algo possa ser corrigido e nos adaptarmos às alterações climáticas. Não tenhamos ilusões de que algo tem de ser alterado e num curto espaço de tempo.

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·         O ter puxado as Campanhas para mais cedo é altamente prejudicial em vários aspectos para os concursos de fundo. A outra face é que normalmente em junho e às vezes maio estamos a realizar provas com 35/40º de temperatura.

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·         Mas vamos lá ao fim de semana de 7 e 8 de abril…

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·         Todas as previsões meteorológicas apontavam para instabilidade em toda a Península, tanto num dia como no outro. Soltar no sábado ou no domingo tudo se tornava igual. Seria, sim (e foi) mais difícil para a parte norte de Portugal e mais fácil para o sul, apesar deste fácil, ser na mesma difícil…. Se a tudo isto juntarmos mais quilómetros a percorrer pelos pombos tudo se tornava mais complicado.

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·         Não havia, na minha modesta opinião, condições para fazer provas de fundo. Isto é uma mera opinião que a realidade aqui no sul comprova que se podiam fazer, eram um pouco duras, mas os pombos vinham todos. Já para Aveiro e Porto este raciocínio não serve.

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·         Factores que podem ter contribuído para as dificuldades de uns e para o desastre do Porto…

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·         • Não podemos esquecer que começámos há pouco, mas, temos os pombos já muito desgastados. Évora, repare-se, fez agora de seguida 3 meio-fundos de 400 km, 2 concursos de fundo ±600 km e vamos já fazer neste fim de semana o quarto concurso de meio-fundo com distância superior a 400 km… será que isto não marca pelo desgaste os pombos?

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·         • Por outro lado e devido à realização dos Valências Nacionais quase todas as Associações estão a soltar nos mesmos locais. Melhor, há um raio de distância entre elas, mas muito pequeno. Isto faz destas provas concursos nacionais;

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·         • A Federação, todos sabemos que nesta matéria, como quase em todas, nem tem poderes nenhuns.

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·         • O Congresso… António Morais (columbófilo da ACD Lisboa) em duas páginas neste jornal disse que este órgão não funciona, não serve para nada, está cheio de gente que nem sabemos para quê e o que representam. Como tal, o que esperamos de quem. Responsabilidades em Columbofilia ninguém tem.

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·         • A meteorologia falhou neste fim de semana redondamente. Já antes tinha dito que algumas das previsões andavam a “dourar” e a fugir da realidade. Neste fim de semana todas as previsões que estão na Net indicavam que o tempo estaria muito pior no domingo do que no sábado. Então porquê alterar? Eu sei perfeitamente que meteorologista da FPC é um conhecedor do assunto, um defensor dos pombos, mas também sei que a decisão de soltar não lhe cabe a ele.

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·         • Além de que a previsão da Federação parou no dia 5 . Mas porquê?

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·         • A comprovar que não havia condições para soltar à volta de Valência, temos a indicação de que a maioria das Associações soltou às 07:50. Isto, meus amigos, nascendo o sol aqui em Évora às 07:10, indica que há dificuldade no local da solta. É bom não esquecer que onde estavam a soltar e devido aos fusos horários, o sol nasce quase uma hora mais cedo.

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·         • As previsões apontavam para descida de temperaturas, céu a tornar-se mais nublado e com nuvens tipo cúmulo-nimbos, que são propícias ao desencadear de trovoadas e, neste caso, com granizo. Já estamos aqui a ver duas dificuldades para os pombos, as chuvas ou granizo e, as interferências magnéticas associadas àquele tipo de nuvens e dificuldade dos pombos em ter de realizar diversas orientações, por cada vez que poisassem.

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·         • Nisto tudo, o sul saiu beneficiado. As provas foram difíceis, mas os pombos vieram dentro da normalidade.

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·         • Aveiro e Porto tiveram mais dificuldades e principalmente os pombos do Porto devem de ter tido problemas maiores. Porquê? Além deste conjunto de itens que eu já apontei, estes distritos tinham no seu percurso de ultrapassar a Cordilheira Central (conjunto montanhoso que se estende por cima de Madrid e tem continuação em Portugal na Serra da Estrela).

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·         Sei perfeitamente que os pombos de Aveiro, estando mais a sul, tentariam seguir esse conjunto montanhoso (mesmo voando mais) e tiveram melhores chegadas.

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·         Os pombos do Porto devido a que o distrito fica mais a norte tentaram vencer essas dificuldades montanhosas e levaram com imensa chuva e granizo. Tinham de ter mesmo um desastre. É bom não esquecer que esses fenómenos de nuvens cúmulo ninformes são mais acentuados em áreas montanhosas porque é mais fácil a subida do ar e o desencadear dessas tormentas.

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·         Em suma, continuo a dizer que temos pombos muito bons.

 

 

 

 

 

 

·          ( Publicado no site do Mundo Columbófilo )

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