Évora em números ... |
01/06/2015 |
Évora em números …
José F. Coxo – Arraiolos
No último número deste jornal analisei a panorâmica ( em números ) da Columbofilia Portuguesa, tendo por base dados da F. P. C. ( relatório de actividades), sobre o pagamento de quotas federativas pelos diversos distritos. Tive um pouco mais de curiosidade e, tentei saber mais sobre a área onde me insiro, o distrito de Évora, para ver se percebia um pouco qual era a realidade deste distrito, que tinha no contexto nacional , nos últimos, nove anos perdido 39.5 % dos seus columbófilos.
Tentei obter dados referentes a cada colectividade mas aqui as dificuldades foram acrescidas e impossíveis de conseguir. Sobre as quotas federativas não consegui visualizar nada na federação e como tal gorou-se essa hipótese além de que o factor “ quota federativa “ pode estar desenquadrado da participação desportiva. Restou-me apenas e só ver os sites das diversas colectividades e basear-me em algo real e que mostre os columbófilos em actividade.
Tentei alguma igualdade no tratamento dos dados, e como tal baseei-me nos columbófilos que tinham marcado pombos na primeira prova de todas as campanhas. É normalmente quando mandam todos e quando ainda estão com “ a força “ suficiente para participações positivas. Foi este o critério que na minha opinião achei mais justo e mais correcto para uma análise que queria enquadradoura de columbófilos a voar pombos .Em termos temporais há algumas dificuldades no tratamento dos mesmos porque em muitas colectividades os horizontes temporais são diferentes.
Assim :
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2013 2015
Eborense 23 21 19 16 11 12 12 13
Al. Fialho 28 21 23 21 20 19 15
R. St. Isabel 27 29 31 28 21 16
Corval 24 22 23 18 18
Calipolense 13 13 14 14 11
F. Alentejo 17 15 13 9 11
Montemor 11 8 6 6
Cabeção 19 14 16 15 14 12 10 9
Redondo 15 14 9 18
Arraiolos 21 20 20 21 18 19 19
Mourão 16 14 14 14 12 6 8 7
V. Novas 9 8 7
Mora 14 19 19 16 15
Portel 15 15 12 12 10
Vendinha 10 8 12 7 4
C. Évora 26 21 24 22 26 19
Mt. Trigo 22 20 25 16 16
Alandroal 17 14 12 11 12 8 10
Pela análise dos dados poderemos extrair diversas conclusões:
- A perda de columbófilos é sintomática e efectiva na grande maioria das colectividades . Aquilo que era a média no contexto nacional ( 39.5%) não se verifica aqui na globalidade ( comparação total 2008 a 2015) . Se nos basearmos em 2008 no qual só Redondo e Vendas Novas não apresentam dados mas, podemos fazer essa extrapolação com os primeiros números apresentados nestas colectividades para nos dar um espaço temporal significativo verificamos que temos 300 columbófilos a marcar na primeira prova em 2008 e, 235 a fazê-lo, nas mesmas circunstâncias , em 2015. Há aqui portanto uma diminuição de 65 columbófilos o que em termos percentuais se situa na casa dos 22%.
-Se analisarmos numa escala temporal de mais anos ( isto só é possível nalgumas colectividades ) o horizonte torna-se mais negro a nível de diminuição de columbófilos a marcarem .É normal que grande parte destes números tenha sido de columbófilos que abandonaram esta prática desportiva.
- Panorâmicas mais negras: diversas colectividades que registam diminuições na casa dos 50%, Montemor, Cabeção, Vendinha e Mourão.
- Outro grupo que apresenta também perdas significativas são, a Eborense, Albino Fialho, e Rainha St Isabel em Estremoz com perdas na casa dos 40%.
- pelo contrário os registos pela positiva ( aumento ) são poucos e muito pouco significativos. Temos o caso da Morense que regista um aumento, tal com Redondo , este com maior peso mas com pouca sustentabilidade porque no ano anterior o número era muito baixo. Vila Viçosa e Arraiolense são duas colectividades que neste contexto tem mantido quase o mesmo número de participações num universo de 8/ 9 anos.
- Preocupante também é que em 2008 não tínhamos nenhuma colectividade na primeira prova abaixo ( em classificações) dos 10 columbófilos e agora já em 2015 temos 5 nessa situação e duas no limite dos dez.
Foi apenas uma análise. Há com certeza outras que podem ser elaboradas mas quer queiramos ou não é preocupante em termos de futuro o que se passa aqui e, em quase todos os distritos do país. A columbofilia como um desporto de massas passou e é passado .Temo agora que nos vamos a pouco e pouco transformar num contexto do início dos anos 60, que não digo que seja de elite mas, que vai ser diferente ( pelo menos na não massificação) não tenhamos dúvidas.
Não faço hoje e agora mais qualquer comentário. As realidades locais são por mim desconhecidas e é nestas que se tem de encontrar as razões que levaram e estão a levar a este abandono. Só o envelhecimento dos nossos praticantes e uma não regeneração, parece-me muito pouco e não justifica por si só estes números mas, até pode ter acontecido….
Publicado no Jornal Mundo Columbófilo do dia 30 de Maio 2015
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