A PROBLEMATICA DO FINANCIAMENTO DAS ASSOCIAÇÕES |
10/04/2020 |
Temos reparado, nas várias instâncias que comandam este desporto, no desejo em recomeçar o mais rápido possível a Campanha Desportiva. Compreende-se, pois o fundamento deste passatempo é mesmo competir com pombos e com os outros colegas. Legitimo aceitável e natural que tudo isto aconteça. Afinal quem é que não gosta das provas, do frissom das chegadas, das idas ao encestamento e depois na ocasião de levar o constatador, no meio do pessoal e na expectativa de sermos o primeiro ou estarmos nos primeiros. Pois é aliciante, direi mesmo é formidável.
Aconteceu o impensável nesta época desportiva. O mundo foi assolado por uma pandemia, com contornos de alguma gravidade, que impede a livre deslocação das pessoas e a realização de espetáculos desportivos e não só. No nosso caso, as diretivas Governamentais obrigaram a paragem da competição columbófila. Acontece que as inscrições para as provas, nomeadamente as de velocidade e meio-fundo, já estão pagas às Associações.
O financiamento das Associações é feito através dessas taxas de encestamento, pagas antecipadamente. A organização da própria Associação funciona com essas receitas, ou seja empregados de secretaria, energia e água, etc. serão assim pagos. Com esta situação, se não houver Campanha Desportiva, obviamente não existirá financiamento para o funcionamento das Associações e estas cerrarão portas. Como se diz sem ovos não haverá omeletas. Chegaremos então aqui `a uma situação – como manter a Associação a funcionar? Sentimos agora, uma pressão enorme para a época Desportiva arrancar, sem olhar a meios e demonstrando uma falta de sensibilidade e união pelos columbófilos mais velhos, que os faz pensar que afinal a columbofilia não é um desporto de Paz. Estão os principais valores a ser atropelados com diretores com pouco sentido humanitário e sensibilidade. Realizar as provas não é tudo, se não houver condições. E mesmo assim os diretores estarão na disposição de correr risco? Já foi feita esta pergunta aos Clubes?
Entendemos que as despesas inerentes das Associações deverão suportadas pelos clubes, de acordo com os concorrentes inscritos nesses Clubes. Modelo pouco ortodoxo na minha opinião. Mas como sabemos os Estatutos Federativos estão moldados de uma forma ambígua. Ou seja a Federação comunica, interage, emana diretivas às Associações e estas remetem aos Clubes e Sócios. Receitas? As Associações não fossem a Campanha Desportiva teriam Zero mais as receitas de anilhas, ou seja uma migalha. A meu ver todo o processo de Recenseamento, criação de Cota Associativa, paga pelos clubes, e cota dos sócios aos Clubes, deveria passar pelas Associações. Por seu lado, a Federação tudo recebe, dá uma ridícula percentagem da venda das anilhas e que dá mais ? Financeiramente não dá nada. Presta apoio ao extravio de pombos, trata de autorizações para soltas em Espanha, coordena as soltas, fornece a meteorologia e….pouco mais. Recebe muito e pouco dá. Compreendemos. Antes do 25 de Abril não existiam Associações mas sim Comissões Distritais. A emancipação foi simplesmente fictícia, pois ainda hoje todo o poder de decisão não mora nas Associações. Estas pouco mais fazem que não sejam a Expo Distrital, organizada por muitos clubes, receber os dados dos clubes para os Distritais e gerir a Frota de Camiões. Ou seja estamos perante uma empresa de Camionagem e pouco mais, pois o seu poder decisorio está sob a alçada da Federação e a autonomia financeira está nos Clubes. Nasceram mal, sem fundos, sem estatutos que lhe dessem uma outra figura jurídica e agora é isto a que assistimos.
Necessitam, as Associações em refazer a época desportiva para terem financiamento para o seu próprio funcionamento logístico. Por isso tudo se atropela pois vem aí a crise. Não tem havido diálogo com os clubes, que são os grandes interessados, para resolver esta situação.
Entretanto desejo que tudo se resolva a contento de todos mas com respeito dos valores e princípios que devem nortear todos os desportistas. Afinal onde para a ÉTICA ?
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