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RDN - Campeonatos Gerais e outras mudanças necessárias 14/05/2013

Como é do conhecimento geral temos distritos que enviam pombos a treino e soltam esses mesmo pombos no mesmo local alguns minutos mais tarde que os da competição, temos outros que são soltos ao mesmo tempo, outros que disputam campeonatos com outro nome e tudo isto para compensar a diminuição de pombos e columbófilos, compensando também o preço dos pombos enviados. Tudo se deve ao artigo 1º da Secção campeonatos do RDN, que a meu ver está ferido de “inconstitucionalidade columbófila” porque proíbe um pombo de obter uma determinada classificação, justa: porque fez a prova; só para justificar uma igualdade columbófila imaginária porque sendo um fim a atingir será sempre utópica, pela qualidade dos pombos e instalações, constatadores, disponibilidade de tempo e dinheiro para comprar, alimentar e treinar os pombos; a desigualdade será sempre esta. Deste modo infere-se que a limitação de 30 pombos a enviar por prova e columbófilo tem sido e está a ser “furada” pelas diversas associações, mesmo aquelas que fizeram a aprovação deste artigo e que agora parecem não ter vontade, de “pegar o touro pelos cornos” come se é hábito dizer na minha terra e criam equipas “B”, campeonatos “xpto” etc.. Se a legislação não corresponde às nossas necessidades haja coragem para o admitir e corrigir. Deste modo deveria-se alterar do seguinte modo para ir ao encontro do que se está a praticar em muitos distritos com peso Nacional:

ARTIGO 1.º

(Limite de pombos por prova)

Para os campeonatos do columbófilo e do pombo, qualquer que seja a especialidade, cabe às Associações definir o limite de pombos por prova, até ao máximo de 30 pombos.

Proposta (1):

Para o campeonato do columbófilo, qualquer que seja a especialidade, cabe às Associações definir o limite de pombos por prova, até ao máximo de 30 pombos.

 

Por outro lado temos vindo a ouvir apologistas de limitações dos recenseamentos e apologistas de os campeonatos do columbófilo serem disputados como os habituais campeonatos dos designados (5 pombos). Penso que a limitação de recenseamentos será uma proposta justa, tendo em conta os outros desportos, mas que, no entanto, ainda não estão reunidas as condições para o fazer porque:

1 – Iria aumentar o números de equipas dos columbófilos campeões habituais, pelo que ainda afastariam mais dos primeiros lugares os columbófilos e pombos dos restantes.

2 – Faria diminuir os pombos enviados, especialmente no final da campanha.

3 – Aumentava a despesa dos columbófilos em quotas federativas.

4 – Não existem divisões para uniformizar a qualidade dos participantes. Na columbofilia sempre competiu a “1º Nacional” com o “1º Distrital”.

Quanto aos 5 pombos a contar para o columbófilo penso que seria uma mais-valia, porque normalmente os campeões dos designados são aqueles que ficam nos três primeiros da Geral, deixando, deste modo, de haver lotarias com o envio de 30 pombos.

         Atendendo à situação actual penso que uma solução intermédia defenderia pombos e columbófilos desde que o encestamento fosse livre.

Proposta (2):

Para o campeonato do columbófilo, qualquer que seja a especialidade, cabe às Associações definir o limite de pombos por prova, até ao máximo de 5 pombos para Grande Fundo, 10 pombos para Fundo, 15 pombos para Meio Fundo 20 para Velocidade.

 

Esta alteração proposta poderá fazer gritar “oh da guarda” algumas associações porque será previsível a diminuição de pombos enviados. Mas também não as tenho visto muito interessadas com a nova regulamentação dos campeonatos de Super-Velocidade a realizar pelas colectividades. Nunca as vi preocupadas com a desordem dos treinos e locais de solta em dias de competição oficial que essas mesmas carrinhas provocam neste país. Terão forçosamente que arranjar outras competições: Clássicas, Yearlings, Super-Velocidade, etc.. O necessário é ir ao encontro da vontade e da necessidade dos columbófilos e reduzir-se o peso da estrutura: baixar o preço do pombo/prova. Organizar, coordenar e controlar o espaço aéreo das soltas para acabar de vez com esta libertinagem.

 

Falamos repetidamente em especializações, já foram tentadas implementar em diversos distritos sem o sucesso e efeito desejado porque eventualmente se descorou o enraizamento do “vai a todos” do campeonato geral tão popular nas nossas gentes. Deste modo penso que um indivíduo que se queira especializar em Velocidade e Meio-Fundo ao aparecer nas classificações dos campeonatos gerais sem ter participado no campeonato de Fundo é uma forma de “achincalhamento” porque se vê a participar num campeonato para o qual não se inscreveu e em posições classificativas no campeonato geral não dignas dos seus pombos. O mesmo acontecerá aos que se queiram especializar em Fundo ou outra.

ARTIGO 9.º

(Classificação Campeonatos)

1. Campeonato do Columbófilo

a)- (……..)

b)- No Campeonato Geral

O campeonato geral é disputado com o igual número de provas de velocidade, meio/fundo e fundo, devendo ser estabelecido em regulamento complementar das Associações se o grande fundo e os Yearlings integram, ou não, o campeonato geral.

 A classificação é estabelecida através da soma dos pontos obtidos por cada columbófilo em todas as provas dos diversos campeonatos de especialidade com a pontuação específica do campeonato geral.

 

Proposta:

A classificação é estabelecida através da soma dos pontos obtidos por cada columbófilo em todas as provas dos diversos campeonatos de especialidade, com a pontuação específica do campeonato geral. Só participam neste campeonato os columbófilos que estejam inscritos em todas as especialidades aprovadas para o campeonato Geral.

 

§ Único – Será vencedor o columbófilo que totalizar o maior número de pontos (sistema de pontos ganhos) ou o menor número de pontos (sistema de pontos perdidos).

 

Temos vindo a verificar que nos últimos anos muita coisa mudou no nosso desporto e no nosso clima. Fruto dos pombos que hoje seleccionamos e da maneira como os treinamos, tem-se vindo a verificar que sempre que se verifica um aumento significativo da temperatura num curto espaço de tempo, os nossos pombos não conseguem acompanhar essa evolução, traduzindo-se em percas elevadas ou pombos chegados em dificuldades extremas e cuja recuperação se torna difícil. Vejamos algumas diferenças do antes e do hoje: Dantes a muda era feira à solta. O pombo aprendia a comer no campo, a defender-se das rapinas. Tinha necessariamente uma aprendizagem que o aproximava mais das suas origens. Sempre que havia provas difíceis sabia defender-se e não atingia os seus limites no voo. Hoje os nossos pombos não sabem comer nem beber no campo. Damos-lhe banho em recintos fechados para não serem contaminados e treinamo-los a fazer voo directo para que possam ganhar e nesta função assistimos vulgarmente à chegada de pombos no limite das suas capacidades físicas. Não é o antigamente que estava correcto nem o actual, mas podemos dizer que não adaptámos o RDN a esta evolução: se mudamos o comportamento e o treino dos pombos temos forçosamente que mudar os transportes sob pena de os estarmos a destruir porque não temos consciência para este flagelo que lhes estamos a incutir. Não podemos dar ouvidos à ignorância de que dar de beber antes da solta é prejudicial, de que uns bebem e outros não etc. etc. temos é que nos adaptar à nova realidade e criar nos pombos esta nova aprendizagem de abeberamento no transporte. Não vale a pena tentar justificar o que na realidade é injustificável nos tempos de hoje: tudo mudou. Deste modo deverá ser alterado o seguinte artigo:

CAPITULO V

ARTIGO 28º

É da inteira responsabilidade do delegado de solta o bom tratamento dos pombos, pelo que, o delegado e os seus auxiliares deverão abeberar os pombos sempre que necessário. No caso do transporte durar mais de uma noite é obrigatório alimentar e abeberar os pombos uma vez por dia, de preferência ao fim da tarde. Durante essa operação deverá reforçar-se a vigilância. Os pombos não podem ficar abandonados em locais onde as caixas possam ser violadas:

 

Proposta:

É da inteira responsabilidade do delegado de solta o bom tratamento dos pombos, pelo que, o delegado e os seus auxiliares deverão abeberar os pombos sempre que necessário, respeitando os limites de transporte previstos em (a). No caso do transporte durar mais de uma noite é obrigatório alimentar os pombos uma vez por dia, de preferência ao fim da tarde. Durante essa operação deverá reforçar-se a vigilância. Os pombos não podem ficar abandonados em locais onde as caixas possam ser violadas:

(a)         Máximos de tempo sem abeberar, sendo considerada a temperatura máxima mais elevada prevista para o dia do encestamento e/ou dia da prova.

De 25ºC ou menos: 10 horas de tempo máximo;

Entre 26ºC a 30ºC: 8h de tempo máximo;

Entre 31ºC a 34ºC: 6h de tempo máximo;

Mais de 35ºC: 4h de tempo máximo;

Sempre que a temperatura máxima prevista seja de 32ºC ou mais deve haver água à descrição antes da largada. Esta situação deverá ser efectuada sempre que se verifique um aumento de temperatura superior a 10ºC na semana que antecede o encestamento. Nos locais de encestamento deverá haver água à descrição dos pombos encestados, para criar habituação.

 

Na defesa do pombo e da competição devemos andar um passo à frente dos que porventura possam um dia por em causa o nosso desporto. Não é metendo a “cabeça na areia” esperando que o tempo tudo resolva que defendemos os nossos interesses. Temos que transmitir uma imagem positiva e actual, mostrando que nos preocupamos, que evoluímos e que nos actualizamos na defesa e evolução da columbofilia.