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Perguntas e Respostas - TOZE vs BASTOS FILIPE 22.02.2010

Toze vs Bastos 

Reportagem de Toze " Rio Tinto " - www.toze.loftgest.com

 

Aos 29 dias do mês de Julho de 1981, no Hospital de Coimbra nasceu um columbófilo. Tendo sido registado como sendo FILIPE MANUEL RIBEIRO BASTOS.

Para mim, e julgo que para todos o Filipe Bastos é um jovem emigrante radicado na Suíça, local eleito para a sua jorna diária, sendo o seu estandarte o dar a conhecer além fronteiras a columbofilia Lusa.

E como ele a defende…

Esta minha escolha recai precisamente nesse factor, a cidadania nunca esquecida, bem trabalhada, com menor ou maior dificuldade o Bastos é o que todos conhecem.

Em diálogo comigo interessou-se pelo meu projecto “…Dar a Conhecer…”, e prontamente concordou com todas as minhas ideias, o qual me transmitiu todo o seu apoio.

Espero que apreciem esta pequena reportagem

Quando te inicias-te na columbofilia e como?

O inicio na columbofilia aconteceu muito cedo tinha eu apenas 10 anos, foi na época de 1991 estava eu a viver em casa dos meus avós e do meu tio.

Nunca ninguém tinha tido pombos na família, mas ganhei o bichinho da columbofilia com um vizinho, deixava de comer para ir ver chegar os pombos. Pedi um pombal para mim e o meu tio tudo fez para eu poder ter os meus próprios pombos. Na primeira e segunda épocas fui viajar à Bairrada onde lá tenho muitos bons amigos, sendo um deles neste momento um dos melhores do Distrito de Aveiro, pessoa essa com o nome de Luís Ribeiro que sempre me deu os seus conselhos, o que ainda acontece nos dias de hoje, pois não sei tudo, e naquela altura muito menos.

Quando a partida para a Suíça?

A partida para a Suíça aconteceu em 8 de Agosto de 1998, quase por castigo, na escola era pouco aplicado, então o meu pai disse “…desta vais para a Suíça…”. Tinha na altura 17 anos e para ganhar “o visto” dos meus pais teria de entrar no país antes dos meus 18 anos, o que veio a acontecer.

Foi um dia triste para mim pois deixei para trás tudo o que de bom a vida me tinha dado, família, pombos, amigos, mas hoje posso dizer OBRIGADO Pai.

Há quantos anos praticas columbofilia na Suíça?

Na Suíça retomei na época de 2003, até aos dias de hoje. Em Portugal viajei de 1991 a 1998, com paragem forçada em 1999 para construir tudo de novo.

Aqui na Suíça já vou na minha oitava campanha desportiva.

Como surgiu a ideia Bastos & Júlio?

A ideia surgiu porque o Júlio teve de retirar os pombos e o pombal de casa dele.

Nesse dia, que recebeu a carta com a determinação, falamos e durante o tempo que teve para tudo retirar decidimos juntar as duas colónias.

Foi uma decisão muito simples, primeiramente porque somos grandes amigos de longa data, como dois irmãos e quando assim é tudo é fácil. Qualquer tipo de decisão basta apenas uns minutos para chegarmos a consenso.

Aproveito para dizer que amigos como ele à muito poucos, é mesma coisa que ir a procura de uma agulha num palheiro.

Como se pode constatar na tua página o leque de reprodutores é enorme, quantos possuis?

Pois é verdade, neste momento temos cerca de 90 fêmeas e 90 machos reprodutores.

Os nossos reprodutores são casados numa primeira fase, onde efectuamos uns 45 casais, de seguida esses ao cabo de 2 ou 3 posturas são separados e para o lugar deles introduzimos casais novos, com este sistema temos vários pombos com idade avançada e em plena forma.

O porquê do grande investimento em pombos estrangeiros?

O grande investimento em pombos estrangeiros é derivado a que não tínhamos confiança nos pombos cultivados aqui na Suíça. Depois de uma análise profunda onde poderíamos investir, decidimos ir ao mercado português, belga, holandês e alemão. A análise determinou que tivéssemos confiança nestes mercados.

Se analisarem bem, neste momento 50% do nosso quadro reprodutor é português, em Portugal ao contrario do que se diz à muitos bons pombos e para breve irei lançar num famoso derby belga só pombos (borrachos) de linhas portuguesas, o objectivo é dar a conhecer o que de bom temos em Portugal.

Qual a melhor linha de pombos que possuis?

Posso afirmar a 100% que neste momento no nosso pombal os melhores reprodutores são belgas e todos eles do mesmo columbófilo. São reprodutores Originais Herbots. Outros excelentes reprodutores são os desconhecidos “Orla Vermelha”, que já possuímos há mais de 5 anos. São pombos que se transformam em autenticas máquinas a viajar e a reproduzir, os seus resultados estão à vista no Alentejo, onde em dois anos levamos uma neta do Velho Orla Vermelha nos melhores Nacionais " Portugal " e no Distrito de Beja.

Digo neste momento porque do grande investimento que foi feito em 2009 não temos resultados de nossa casa para apresentar a analisar. Mas outras boas linhas temos na nossa reprodução e tenho a certeza que muitos deles irão estar ao nível ou melhores que os da família Herbots, o que seria óptimo para nós.

Quando pretendes introduzir um pombo, olhas ao pedigree, à postura do mesmo, ou a ambas?

Em primeiro lugar, nem a uma coisa nem a outra. Quando queremos introduzir uma certa linha analisamos os resultados dos columbófilos e para que especialidade queremos. Foi essa pesquisa que fizemos durante 2 anos, para agora em 2009 adquirimos o que de melhor se enquadra na nossa política reprodutora.

Outros grandes nomes a nível Mundial estão em estudo para reforçar a nossa colónia, pois para se chegar o mais longe possível é preciso estar muito atento. O ciclo funciona assim mesmo, uns são eliminados outros entram.

Se fosse só o pedigree a contar aqui nesta casa este ano não teríamos eliminado uns 20 reprodutores, que não nos deram garantias nos últimos dois anos.

Aqui nesta casa só olhamos ao pedigree quando estamos para fazer os casais, tirando isso não lhe tocamos, preferimos olhar para o palmarés do columbófilo, dos quais pombos pretendemos adquirir e as garantias que eles nos possam dar.

O que gostas de ver na fisionomia de um pombo voador e de um reprodutor?

Quer nos voadores, quer nos reprodutores antes de mais gostamos que sejam pombos calmos, pois o nosso grande problema aqui são as aves de rapina e geralmente todos os pombos nervosos são os primeiros a ir nas unhas da ave de rapina.

Acreditas na teoria do olho?

Francamente não. Prefiro olhar para o tamanho do pombo, equilíbrio e asa do mesmo.

Gosto de ver os olhos do columbófilo / vendedor, esse sim pode ou não dar garantias.

Demora construir um quadro reprodutor?

Eu digo que sim e passo a explicar.

A mais de cinco anos que estamos a formar o nosso quadro de reprodutores e não esta completo. Ao analisarmos os resultados aqui e em Portugal chegamos à conclusão que estamos muito bem no meio-fundo e fundo, pois temos um leque de pombos filhos dos nossos reprodutores a fazerem bem estas duas especialidades, agora se formos analisar a velocidade é do pior que temos tido, por isso ainda muito trabalho temos pela frente e já lá vão mais de 5 anos de trabalho.

Agora imaginem o trabalho exaustivo que temos para formar um bom quadro de reprodutores para podermos contar com os seus filhos para velocidade, meio-fundo e para o fundo.

Que aconselhas a quem pretende construir um bom quadro de reprodutores?

Em primeiro lugar pensar em no que queremos e precisamos, se para velocidade, meio-fundo ou para o fundo.

Depois de sabermos o que queremos fazer uma busca de bons columbófilos para a especialidade pretendida a quais as melhores linhas desse amador.

Nós actualmente temos 3 reprodutores muito bons, são do ano 2003 e todos do mesmo amador, foi os primeiros três que lhes compramos para o meio-fundo, todos eles deram provas de excelentes reprodutores. Posteriormente adquirimos mais 5 e nesses 5 temos dois que também são muito bons reprodutores. Como em oito reprodutores que compramos, 5 consideramos razoáveis a bons reprodutores, estendemos essa linha a 38 ou 39 Originais.

Costuma-se dizer que os columbófilos são uns “enganadores”, partilhas dessa ideia?

Sim e não. Como em tudo na vida as boas e más pessoas existem em todo o lado, em qualquer desporto, na columbofilia passasse o mesmo. Teremos de saber separar o bom do mau, agora uma coisa é certa na columbofilia há muita inveja e isso ninguém pode dizer o contrario. Quando começamos a mostrar resultados aparecem logo os críticos a dizerem alguma coisa, por vezes pensamos que X é nosso amigo e na realidade não o é, normalmente é o primeiro a apontar o dedo.

No que toca ao plano desportivo, por exemplo no método a utilizar, aí penso que ninguém diz a verdade, basta relembrar as várias entrevistas que aparecem e praticamente e unanimemente dizem: …”dou água, dou água, etc... etc...”, aqui neste aspecto penso que existem muitos enganadores.

Verifica-se uma crescente aposta nos Derby’s, é um facto?

Sim é um facto. Nos gostamos de testar os nossos reprodutores logo no primeiro ano que refazemos casais e os derby's ajudam a tirar conclusões. Nesse aspecto, testamos os casais nos derby's e a segunda postura aqui na Suíça, no campeonato borrachos.

No ano 2008 e 2009 fizemos vários casais de reprodutores, mesmo não ganhando algo de precioso, ficamos muito contentes com os borrachos que tiramos. Em 2008, nos derby's em que participamos não tivemos baixas, nos treinos os nossos borrachos, praticamente 100% até às provas finais. Em 2009 foi igual, e os resultados ainda melhores pois mandamos para Gondomar onde fizemos um primeiro, um primeiro também em Tavira e Faro e fomos fazer dois primeiros a Évora.

Geralmente não enviamos pombos de casais já testados para os derby's, por isso não temos nada de negativo a apontar ao nosso quadro de reprodutores. Este ano de 2010 será diferente, mudamos a forma, pois além de casais de testes iremos enviar borrachos de casais já confirmados e no final iremos analisar novamente os resultados e retirar as nossas conclusões.

Dês-te início à venda de pombos e à criação de um centro de criação, podes contar como perspectivas-te isso?

Posso sim. Era um projecto que estava a muito na gaveta e em conversa com os meus amigos Marco Alho, Armando Alho e Júlio decidimos lançar esta sociedade e formar separadamente dois centros de criação, um que é o Bastos & Júlio e o outro é o Armando & Marco Alho, com os dois centros de criação aglutinados, formarmos um lote de pombos originais dos melhores a nível Nacional e Internacional.

Além da vertente económica, quando vendes um pombo qual a esperança que vês em quem o leva?

Francamente não olho a vertente económica, os meus amigos podem comprovar o que digo. Se tiver de ajudar alguém ajudo, não olho ao plano económico, eu não ganho a minha vida com os pombos, tenho um trabalho e é esse que me da de comer.

Este ano terei todo o gosto em ajudar um amigo que esta a começar do zero, irei dar a esse amigo do melhor que tenho, e um simples obrigado é o suficiente para ficar contente.

A esperança para quem quem leva um pombo meu é sempre a mesma, que tenha as maiores alegrias com eles. Não confundir as coisas como muitos columbófilos fazem, não basta somente ter bons pombos, é preciso olhar por eles, não é por serem bons que vêm sozinhos das provas. Existem columbófilos que não tratam dos pombos como deve ser e depois a culpa é do vendedor.

Qual a sensação de veres um pombo ganhador do teu pombal nas mãos de outro columbófilo?

Espectacular. Posso dizer que quando recebo um e-mail ou telefonema a dizer "…oi meu, o teu pombo foi o meu primeiro… ", sinto que o meu trabalho acima de tudo está a ser bem feito.

Neste momento não irei dar nomes, tenho pombos meus a marcar muito bem no Norte, Centro e Sul de Portugal e para mim é um orgulho.

Estamos em eleições, sentes-te a vontade para comentar?

Posso comentar, pois nada devo a ninguém. Nada tenho a ver com as eleições mas posso dizer que tenho recebido várias mensagens de pessoas anónimas que me insultam, só porque sou a favor deste ou daquele, enfim pessoas sem o mínimo de respeito para com os outros.

Ganhe quem ganhar, seja ele o meu amigo Dr. Tereso ou Sr. Cavadas, ou pessoas que não conheço, nomeadamente o Sr. Rui Emídio ou Sr. Garrido, qualquer um deles tem de ter a noção que muitas coisas estão mal neste momento na columbofilia Nacional Portuguesa e têm de ser mudadas. Estou a par como se compete na Alemanha, Bélgica e Holanda e penso que eles não são mais que nós portugueses. É outra a mentalidade, que nós columbófilos portugueses não temos e que será difícil de mudar.

Ganhe quem ganhar, que vá para Coimbra para mudar o rumo das coisas, porque se for por ir, à procura de publicidade (política), não vale a pena tanta tinta que tem corrido.

Agora, acho mal é criticarem uns aos outros. Será que todos juntos não conseguiriam colocar a columbofilia no pedestal que ela e nós merecemos? “... quatro a pensar valem mais do que um...”

Numa próxima abordagem gostaria de falar da parte mais técnica e desportiva, aceitas o convite?

Esta aceite, com todo o gosto. Obrigado.