NotíciasVisitas: Contador de Visitas 
DOENÇA RESPIRATÓRIA CRÓNICA C.R.D 26-04-2024


DOENÇA RESPIRATÓRIA CRÓNICA C.R.D

A enorme difusão existente hoje na Columbofilia com as grandes concentrações de Pombos em áreas relativamente limitadas estão a originar graves problemas Sanitários, com o aparecimento de novas Doenças a que se procura fazer face mediante a Investigação nos domínios da Genética, Profilaxia, Patologia, Nutrição e Ambiente.

A Doença Respiratória Crónica C.R.D em Pombos correios foi diagnosticada nos E U A em 1943 tendo-se generalizado rapidamente pelos diferentes Continentes através da circulação de várias Aves infetadas, apesar das medidas Profiláticas postas em prática com mais ou menor rigor, pode-se dizer que é a enfermidade que mais prejuízos causa dentro do Desporto Columbófilo.

Com efeito, as avultadas perdas económicas e de Pombos correios dela resultantes referem-se não tanto á Mortalidade originada, mas fundamentalmente ás perdas de rendimento ao nível Desportivo e Reprodutivo, ao agravamento dos gastos em Medicamentos e conversão Alimentar, esta Doença atinge Pombos de qualquer idade, mas manifesta-se com maior gravidade durante as provas Desportivas e Reprodutivo nos Machos e nos Jovens Borrachos, o agente causador da Doença é o Micoplasma Gallisepticum, Microrganismo Gram Negativo cuja dimensão se situa entre os Vírus e as Bactérias desprovido de Membrana Celular o que o torna mais vulnerável fora do Organismo e em especial á ação dos Desinfetantes (Pulmomix Aero 100% Natural) resistindo pouco mais de duas Semanas no meio exterior, existe diferentes estirpes de Micoplasma em Pombos correios uns Patogénicos e outros Saprofiticos.

 Nos Patogénicos destacam-se Micoplasma Gallisepticum, responsável pela Doença Respiratória crónica (C R D) aqui também podemos incluir o Micoplasma Meleágrides que além de provocar uma Sinusite infeciosa pode estar associado ao Micoplasma (C R D) porque um Micoplasma nunca atua em regra isoladamente dado que outros agentes infeciosos se lhe associam conhecidos pela designação de oportunistas, onde podemos incluir neste caso a Escherichia Coli, o Hemophilus Galinarum causador da Coriza infeciosa, os Vírus da Bronquite infeciosa, e a Doença da Newcastle, os quais aproveitando a diminuição das Jovens Aves (Pombos) aumentando a sua virulência e dão lugar á Doença (C R D) complicada clinicamente e difícil de dominar nos estados mais avançados.

Nestas situações a E Coli, hospede banal do Intestino Delgado acelera a multiplicação e torna-se Patogénica passando á corrente circulatória Sanguínea atingindo determinados Órgãos da sua preferência concretamente o Pericárdio, os Sacos Aéreos, e o Fígado, dando origem aos processos designados por: Pericardite, Aerosacolite, e Peri hepatite, normalmente presentes no desenrolar da Doença, a transmissão horizontal da Doença Aves Doentes, aos Pombos Saudáveis não será tão importante como habitualmente se supõe desde que se cumpram as normais regras de Higiene Sanitárias.

Todavia a perpetuação da Doença deve-se essencialmente á transmissão Vertical do Ovulo ao Borracho, através dos Ovos incubados de Reprodutoras infetadas pelo Micoplasma, no entanto este tipo de transmissão é bastante irregular, e por isso nem todos Ovos são necessariamente portadores do agente, mas sobretudo os provenientes de Óvulos que após a deiscência Folicular contactam com os Sacos Aéreos contaminados.

É evidente que a incidência da transmissão Vertical depende do grau de contaminação das Fêmeas Reprodutoras, mas existe outra forma de contágio muito rápida e importante que consiste na transmissão de Machos Reprodutores contaminados com as Fêmeas altamente Saudáveis e livres do agente através da cúpula no inicio da postura, com efeito o Sémen infetado é transmitido ao Vitélus e deste ao embrião aumentando assim a Mortalidade embrionária cerca do décimo quinto dia de incubação, por isso o comportamento Sanitário no que respeita á precocidade da manifestação dos primeiros sintomas e á gravidade da Doença depende fundamentalmente do grau de contaminação que receberam dos seus Progenitores e das condições de higiene Sanitário de cada Pombal.   

Sintomas da Doença Grave: Nos Borrachos de Fêmeas Reprodutoras menos Infetadas a Doença evolui sob a forma subclínica sem sintomas aparentes, manifestando-se apenas ligeira com redução da postura e da incubabilidade dos Ovos e aumento da Mortalidade embrionária na ultima Semana de incubação, caso não estejam reunidas as condições referidas os sintomas surgem nas primeiras Semanas de idade traduzidos por manifestações de Tosse e Espirros com Pieira facilmente detetados á Noite quando os Pombos se encontram em repouso o que contribui para a contaminação da Doença através das Gotículas projetadas, para que nada disto aconteça o Columbófilo deve antes de acasalar os seus Jovens Reprodutores fazer um tratamento adequado e ajustado com um Anti-inflamatório de alta qualidade no Tratamento e Prevenção das Doenças Respiratórias Crónicas C.R.D, com o agravamento progressivo da Doença aparece corrimento Nasal e Lacrimal com inflamação dos Seios Infraorbitários e Peri nasais, com ruídos Respiratórios, e abatimento Corporal, despigmentação Ocular, e atraso no Crescimento.

Lesões provocadas pela Doença: Nas formas simples da Doença aliás bastante raras, as lesões limitam-se ás primeiras Vias Respiratórias, Fossas Nasais, e Traqueia, cuja Mucosa se encontra Congestionada, Espessa, e com bastante Mucosidade (escarro), nos casos em que a Coriza se encontra associada o que acontece normalmente os Seios Nasais e Infraorbitários são atingidos apresentando-se dilatados e cheios de Secreção Muco – Purulentos, nos casos mais graves o processo atinge os Brônquios dando origem a lesões do tipo Catarral, porque quando o Colibacilo intervém o que completa o quadro habitual, as lesões situam-se ao nível do Pericárdio e dos Sacos Aéreos que se apresentam turvos e espessos por vezes com aderências e cobertos de material Purulento, dando origem aos casos típicos de Pericardite e Aerosacolite já referidos, estas situações são ainda acompanhadas de Peri hepatite, que se caracteriza pela formação de uma pelicula de material purulento que envolve o Fígado, se não for aplicado atempadamente um tratamento especifico com Anti-inflamatórios, ou Pulmomix Aero 100% Natural as lesões atingem o Parênquima onde podem aparecer focos Pneumónicos, nas Fêmeas o processo pode atingir o Oviduto e as Trompas de Falópio, sendo frequentes os casos de Salpingite, geralmente acompanhados de Postura Abdominal (Ventre inchado nas Fêmeas durante muito tempo).  

Os Jovens Borrachos livres de Micoplasma assim obtidos, além de serem menos sensíveis ás Doenças em geral a ás do tipo Respiratório em especial, revelam reações mais atenuadas quando submetidos á aplicação de Vacinas de Vírus Atenuado Morto, porque oferecem mais rendimento Desportivo e Reprodutivo, e no caso de contaminação acidental reagem mais favoravelmente aos tratamentos indicados, perante esta situação, e enquanto não forem tomadas medidas mais drásticas no sentido do combate a esta Doença C.R.D crónica resta-nos a aplicação de tratamentos periódicos com Anti-inflamatórios e uma Higiene profunda na parte Reprodutiva.

Todavia os resultados deste método são bastante aleatórios, mas traduzindo-se por bastantes benefícios, no que respeita ao comportamento Sanitário e produtivo nos Pombos Reprodutores e á qualidade dos Borrachos obtidos, outro problema grave relacionado com a Doença C.R.D crónica consiste ainda no desencorajamento de alguns Columbófilos na aplicação de Vacinas a colocar na Água de bebida de Vírus Atenuado Morto estas independentes, nunca associadas á Doença da Newcastle, nunca se deve aplicar estas Vacinas em conjunto ou seja associadas em virtude dos efeitos negativos resultantes da reação Vacinal duplo, onde pode provocar e desencadear a Doença Respiratória crónica C.R.D com alguma Mortalidade.

Por: Alexandre Pedro
Técnico Especializado no Desporto Columbófilo.