ALOÉ VERA
As propriedades e os constituintes naturais
Deve utilizar-se em Columbofilia
Os aloés têm sido plantas utilizadas e adoradas ao longo dos tempos, com diferentes designações e títulos dados de acordo com a civilização ou povo que as utilizava. Por exemplo, os egípcios davam-lhe o nome de "planta da imortalidade". O conquistador Alexandre, o Grande, conquistou a ilha de Socotra, onde o Aloé crescia em abundância para assegurar um fornecimento contínuo desta planta que servia para tratar as feridas dos seus soldados.
Na China foi utilizada pelas suas qualidades terapêuticas, sendo inclusivamente tomada como elixir para a actividade sexual. Os Portugueses e os seus vizinhos Espanhóis difundiram e plantaram esta planta pelas regiões por onde passaram durante o período dos descobrimentos e da colonização. Os aloés têm sido as plantas mais acarinhadas ao longo dos tempos e por muitas civilizações, fazendo parte de muitos componentes medicinais e farmacopeias das civilizações ancestrais.
Características únicas do Aloé Vera
Como planta singular que é, apresenta um conjunto de características que a distinguem de todas as outras e que lhe dá todas as propriedades "mágicas" frequentemente difundidas. Os aloés, embora tenham algumas características semelhantes aos cactos e sejam morfologicamente semelhantes em virtude das suas folhas largas, carnudas e verticais com espinhos ao longo dos rebordos, não o são de facto. Os aloés fazem parte de uma família de plantas - as liliáceas - com importantes propriedades medicinais e terapêuticas, de onde se destacam o alho, a cebola, o nabo e rábano negro. Os aloés são plantas que crescem em climas quentes e secos, que não têm necessidade de água frequente para viverem, uma vez que têm a capacidade de a reter nas suas folhas por encerramento dos poros. Os aloés são uma planta de clima quente moderado, e podem ser facilmente encontrados em Portugal nos jardins públicos, ou mesmo junto das vias rodoviárias.
Quando se fala de aloés, falamos de cerca de 350 variedades de plantas que, embora da mesma família, são de espécies diferentes. A razão, pela qual esta planta é tão conhecida tem a ver com o seu poder medicinal e terapêutico. Embora existam inúmeras variedades em todo o mundo, destacam-se apenas quatro a cinco espécies, com grandes benefícios para a saúde humana, estando no topo desta lista o Aloé Barbadensis Miller, o verdadeiro Aloé Vera.
O Aloé Vera é o mais utilizado nos nossos dias e também o mais estudado de todos os aloés. Já foram encontrados cerca de 200 nutrientes e substâncias, embora não se conheçam todas as funções ou importância de todas estas. Mesmo assim, existem cerca de 75 compostos nutricionais ou substâncias activas no Aloé Vera, benéficos para a saúde humana. As substâncias podem subdividir-se em 10 categorias: as vitaminas, os sais minerais, as enzimas, os ácidos gordos, os polissacáridos, os aminoácidos, o ácido salicílico, as saponinas, as antraquinonas e a lignina.
As Vitaminas no Aloé Vera
No que respeita às vitaminas, estão presentes no gel das folhas do Aloé Vera várias vitaminas do complexo B, de onde se destacam, as vitaminas BI (tiamina), B2 (riboflavina), B3 (niacina), B6 (piridoxina), B12 (cianocobalamina), ácido fólico e ainda a colina. Estas vitaminas representam no seu conjunto um importante contributo nutricional para o sistema muscular e fornecimento de energia. Por outro lado, as vitaminas do complexo B são fundamentais para a função cerebral e neuro-psíquica. A vitamina B12 que só existe praticamente em alimentos de origem animal, também está presente no Aloé Vera e é uma vitamina muito importante no combate à anemia e às neuropatias periféricas. Para além destas vitaminas do complexo B, o Aloé é ainda uma fonte importante de três vitaminas com características antioxidantes e que combatem os radicais livres do organismo e o consequente processo de oxidação e de envelhecimento. Falamos, claro está, das vitaminas A, C e E, em que a vitamina A é bastante importante para o funcionamento correcto da função da visão, especialmente a nocturna, e encontra-se no Aloé Vera sob a forma de pró-vitamina A ou beta caroteno.
Minerais
Encontram-se no Aloé, mais de vinte minerais. Alguns destes minerais como o germânio existem somente nas raízes da planta e não nas folhas. Vamos só debruçar-nos sobre os minerais que se encontram no gel das folhas e em quantidades apreciáveis. O selénio é um dos minerais existentes que, em conjunto com as vitaminas A, C e E, formam um conjunto de poderosos antioxidantes para combater o envelhecimento e os processos degenerativos. Outro mineral de extrema importância que esta planta apresenta é o cálcio, assim como alguns dos seus fixadores, como o fósforo e o boro. Existem igualmente sais minerais importantes para a regulação dos fluidos intra e extra celulares, como o sódio e o potássio, bem como o manganês que é um regulador metabólico, em virtude de ser um componente com muitas enzimas. Para além destes minerais podemos ainda encontrar no gel das folhas de Aloé Vera, ferro, crómio, magnésio, zinco, cobre, entre outros. Todos os minerais e oligoelementos são na generalidade reguladores dos sistemas enzimáticos.
Enzimas
As enzimas, importantes substâncias para o metabolismo do corpo humano desempenham um papel importante na função digestiva, em virtude da sua eficácia nas reacções químicas e metabólicas, graças à existência da amilase, proteilase, catalase, celulase, fosfatase, e a lipase, o grande grupo das enzimas existente no Aloé. Estas enzimas ajudam a decompor as macromoléculas existentes nos alimentos em pequenos fragmentos de proteínas, passíveis de serem assimilados pelo organismo, através do sistema digestivo. Por último, existe ainda a bradiquinase com efeitos analgésicos e anti-inflamatórios e que é uma das responsáveis pelas propriedades reconhecidas e comprovadas desta planta medicinal.
Os Ácidos Gordos
No que respeita à classe dos ácidos gordos, estes podem ser saturados, polinsaturados ou insaturados. O Aloé contém apenas ácidos gordos do tipo insaturados ou esterois que são importantes agentes anti-inflamatórios. São eles o colesterol, o campesterol, o sisosterol e o lupeol. O lupeol também actua como analgésico e anti-séptico.
Polissacáridos
O Aloe é uma fonte muito rica em polissacáridos, ou seja, longas cadeias de açúcares que são um dos principais responsáveis pelas capacidades terapêuticas desta planta. Os polissacáridos são encontrados nas células de todos os tecidos do nosso organismo, que são produzidas apenas nos primeiros dez anos de vida de cada pessoa. Ao fim dos 10 anos estas substâncias só entram no organismo através da alimentação e ingestão de substâncias como o Aloe Vera. Entre os polissacáridos existentes no Aloe, destacam-se a celulose, a glucose, a manose e a alinase. Foi ainda encontrado no gel da planta o acemanano, que é um potente activador do sistema imunitário e que é responsável pela eficácia do Aloe em condições clínicas como as cancerígenas.
Aminoácidos
Os aminoácidos, ou ácidos aminados, encontrados nas folhas do Aloe, representam grande parte dos existentes na mãe natureza. Existem oito aminoácidos essenciais e o Aloe Vera contém sete. Os aminoácidos não essenciais são 14 e o Aloe Vera contém 11. É pois visível que dos 22 compostos aminados imprescindíveis para uma boa saúde, o Aloe Vera contém a maioria. Da vasta lista destes compostos que são as bases para a formação das proteínas e indispensáveis para a reparação e remodelação dos tecidos, os aminoácidos essenciais que não podem ser sintetizados pelo organismo mas que existem no Aloe Vera são a leucina, a isoleucina, a metionina, a fenilanina, a lisina, a valina e a treonina. Encontra-se ainda a creatina, uma substância composta por 3 aminoácidos (glicina, arginina e metionina) que exerce os seus efeitos ao nível da função muscular.
Ácido Salicílico
O ácido salicílico é outra molécula existente no Aloe e está relacionada com as propriedades anti-inflamatórias e analgésicas da planta. O ácido salicílico está associado à conhecida aspirina que tem nesta molécula o seu principal princípio activo. O ácido salicílico é ainda importante pelas suas propriedades anti-bacterianas.
Saponinas
As saponinas, como o próprio nome indica, são substâncias com capacidade de limpeza e estão associadas às propriedades anti-microbianas e anti-sépticas do Aloé Vera. Presentes no gel, estes glicosídios são usados frequentemente em produtos de cosmética e nos champôs.
Antraquinonas
As antraquinonas são outro grupo ou classe importante de substâncias presentes na folha do Aloé (presentes na folha e não no gel). É um nome simpático para substâncias com propriedades altamente laxantes mas que em grandes concentrações, podem ser tóxicas. Na medida certa são substâncias com efeitos analgésicos e anti-fungicos. Entre todas as antraquinonas conhecidas destaca-se uma no Aloé, a aloína. A aloína encontra-se presente entre a folha e o gel, tendo uma consistência liquefeita e uma coloração amarelada. Até há bem pouco tempo, a aloína que contém principalmente propriedades laxantes, era sinónimo da planta de Aloé Vera. Outras antraquinonas existentes no Aloé Vera são a emodina, o antraceno, a isobarbaloína, a babaloína, o antranol e o resistanol.
Lignina
A lignina é um elemento presente nas folhas do Aloé e que ao contrário de todos os outros, não se conhecem efeitos medicinais ou terapêuticos comprovados. Contudo, é uma substância que facilita a absorção de outras substâncias pela pele humana. Por esta razão, é muitas vezes associada a extractos de fitoterapia e em preparados dérmicos.
Todos estes componentes nutritivos e naturais existentes na planta do Aloé Barbadensis Miller são responsáveis por propriedades tão diversas como antí-inflamatório, analgésico, anti-fungico, anti-séptico. Têm também propriedades carminativas (elimina a obstipação) e propriedades eupépticas e digestivas. Têm igualmente capacidades regeneradoras das células, antioxidantes e desintoxicantes. Todas em conjunto são responsáveis pelo sucesso alcançado por esta planta ao longo dos séculos e que lhe deram o nome de planta curadora de propriedades mágicas.