HORA DA CONSULTA INFORMATIVA - MICOPLASMOSE AGUDA (CRD) |
17-10-2016 |
HORA DA CONSULTA INFORMATIVA
MICOPLASMOSE AGUDA (CRD)
A Doença Respiratória crónica das Aves foi diagnosticada nos E.U.A em 1943, tendo-se depois generalizada rapidamente pelos diferentes Continentes através da circulação de Aves infectadas, apesar das medidas profiláticas postas em prática com maior ou menor rigor na altura, pode dizer-se que é a enfermidade que mais prejuízo causa em termos de Columbofilia, Ornitologia, e Avicultura.
Alguns anos atrás, estas Doenças consideradas contagiosas apresentava uma verdadeira catástrofe para a maioria dos Columbófilos a nível Mundial, hoje nada será assim, mas quantos bons Pombos não foram, e não são eliminados, porque foram ou são atingidos pela Pleurose, pela Pieira, pela Coriza infecciosa, pela Ornitose, pela Micoplasmose aguda, entre outras Doenças do foro Respiratório, que por vezes são mal curadas, mal resolvidas, e mal aconselhadas.
Com efeito, as avultadas perdas em termos Económicos e Desportivos dela resultante, referem-se não tanto á Mortalidade originada, mas fundamentalmente às perdas de rendimento Reprodutivo, e Desportivo, e também ao agravamento da conversão Alimentar, e aos gastos monetários em Medicamentos.
Esta Doença atinge as Aves de qualquer idade, mas manifesta-se com maior gravidade nos Jovens Borrachos entre as 4 e 8 semanas, com maior frequência nos Machos durante o Inverno, estudos científicos.
O agente causador da Doença é o Mycoplasma gallisepticum, microorganismo gram – negativo cuja dimensão o situa entre os Vírus e as Bactérias, desprovido de membrana celular, o que o torna mais vulnerável fora do Organismo, e em especial, á acção dos desinfectantes, resistindo pouco mais de duas Semanas no meio exterior.
Existem diferentes estirpes de Mycoplasma nas Aves, uns patogénicos e outros saprofiticos: Dos patogénicos destacam-se:
1º - Mycoplasma gallisepticum, responsável pela Doença Respiratória Crónica (CRD) dos Pombos, e também pela própria Sinusite crónica.
2º Mycoplasma Synoviae que provoca lesões Articulares tanto nos membros inferiores, como superiores, quer nos Jovens Borrachos, ou nos Pombos Adultos.
3º Mycoplasma meleagridis, que além de interferir na Sinusite Infecciosa dos Pombos pode estar presente também na (C R D) Doença Respiratória Crónica, o que complica um pouco o seu tratamento.
O Mycoplasma não actua em regra isoladamente, dado que, outros agentes infecciosos se lhe associam, conhecidos pela designação de agentes oportunistas, estão neste caso a Escherichia Coli, o Hemophilus Galinarum causador da Coriza Infecciosa, os Vírus da Bronquite Infecciosa, e a Doença da Newcastle, os quais aproveitando a diminuição da resistência dos Pombos, aumentando assim a virulência e dando assim lugar á CRD complicada, o que clinicamente será difícil de dominar nos estados mais avançados.
Nestas situações a Ecoli, hóspede banal do Intestino, acelera a multiplicação e torna-se assim patogénico, o que depois passa á corrente circulatória, e atinge determinados órgãos vitais da sua preferência concretamente o Pericárdio, os Sacos Aéreos, e o Fígado, dando origem aos processos designados por Pericardite, Aerosacolite, e Perihepatite, normalmente presentes no desenrolar da Doença.
TRANSMISSÃO DA DOENÇA: A transmissão horizontal da enfermidade dos Pombos Doentes, aos Pombos Saudáveis, não é tão importante como habitualmente se supõe, desde que se cumpram as normais regras higio – sanitárias. Para comprovar o facto bastará uma divisão em rede entre os Pombos infectados, e os não infectados, para impedir que a Doença se propague através da Água de bebida, ou do beijo e, naqueles grupos em que apenas existem algumas Aves infectadas, a Doença estará totalmente generalizada passadas só algumas Semanas, porque a transmissão é com efeito, lenta e insidiosa.
Todavia, a perpetuação da Doença deve-se essencialmente á transmissão vertical, do Óvulo ao Borracho, através de Ovos incubados de Reprodutoras infectadas pelo Mycoplasma, no entanto este tipo de transmissão é bastante irregular e por isso nem todos os Ovos são necessariamente portadores do agente, mas sobretudo os provenientes dos Óvulos que, após deiscência folicular, contactam com os Sacos Aéreos contaminados.
Uma forma de contágio muito rápida e importante consiste na transmissão dos Machos contaminados às Fêmeas livres do agente, através do beijo, e da cópula, no inicio das posturas, com efeito, o sémen infectado é transmitido ao vitelus e deste ao embrião, aumentando a mortalidade cerca do 15º dia de incubação.
Por isso, o comportamento Sanitário dos Borrachos, no que respeita á precocidade da manifestação dos primeiros sintomas e á gravidade da Doença, depende fundamentalmente do grau de contaminação que receberam das suas mães, e das condições de conforto higio- sanitárias que lhes são proporcionadas pelo Columbófilo.
É evidente que a incidência da transmissão vertical depende do grau de contaminação das Fêmeas Reprodutoras, o que pode avaliar-se através do embrio – diagnóstico, ou seja fazer-se um exame dos Sacos Aéreos dos jovens Borrachos mortos dentro dos Ovos, muito próximo da fase da eclosão, por norma, este teste é muito elucidativo sobre a Doença.
SINTOMAS: No lote de Reprodutores menos infectados a Doença evolui sob a forma subclínica, e sem sintomas aparentes, manifestando-se apenas numa ligeira redução de posturas, e da incubabilidade dos ovos e aumento da Mortalidade embrionária pelo menos na última Semana da incubação, mas o comportamento dos Borrachos obtidos nestas condições poderá ser satisfatória se forem cumpridas todas as regras, e normas de maneio habitualmente recomendadas higiene e Alimentação.
Caso não estejam reunidas as condições referidas, os sintomas surgem nas primeiras semanas de idade, traduzidos por manifestações de Tosse e Espirros facilmente detectados á Noite, quando os Pombos se encontram em repouso, o que contribui para a difusão da Doença através das gotículas projectadas pelas Narinas, e por vezes pelo Bico.
Com o agravamento progressivo da Doença, aparece corrimento Nasal e Lacrimal, com inflamação dos seios infra-orbitários, e perinasais, com ruídos Respiratórios, abatimento em geral, despigmentação ocular ou geral, assim como atraso no crescimento e desenvolvimento, entre outras situações ocasionais trazidas pela Doença.
LESÕES: Nas formas simples da Doença, aliás bastante raras, as lesões limitam-se ás primeiras Vias Respiratórias, Fossas Nasais, e Traqueia, cuja Mucosa se encontra congestionada, e bastante espessa, com abundante Mucosidade amarelada. Nos casos em que a Coriza se encontra associada, o que acontece normalmente será os seios e infra orbitários são atingidos, apresentando-se dilatados e cheios de secreções mucopurulentos, nos casos mais graves o processo atinge os Brônquios dando origem a lesões de tipo Catarral (gogo).
Quando o Colibacilo intervém, o que completa o quadro habitual, as lesões situam-se ao nível do Pericárdio, dos Sacos Aéreos que se apresenta turvos e espessos, por vezes com aderências e cobertos de material purulento, dando origem aos casos típicos de Pericardite, e Aerosacolite, estes já referidos. Estas situações são ainda acompanhadas de Perihepatite, que se caracteriza pela formação de uma película de material purulento que envolve o Fígado, se não for aplicada atempadamente um tratamento específico, as lesões atingem o Parênquima Pulmonar onde podem aparecer focos Pneumónicos.
Nas Fêmeas, o processo pode atingir o Oviducto e as trompas de Falópio sendo frequentes os casos de Salpingite, geralmente acompanhados de postura Abdominal.
PROFILAXIA: A expansão da Doença a nível internacional e os elevados prejuízos dela resultante, desencadearam uma série de medidas profilácticas tendentes á sua erradicação, o que se conseguiu em vários Países. Os ensaios da utilização de uma Vacina não resultaram em virtude da fraca capacidade Antigénica do agente e da curta duração da imunidade, dai o Columbófilo não deve procurar vacinas para a Doença Mycoplasmica pelo facto de ser deitar dinheiro fora sem resultados.
Mas existe no entanto outros meios de defesa contra a Mycoplasmose altamente eficazes, e que assegura a irradicação da Doença cuja aplicação, deverá ser aconselhada e desenhada pelo Médico Veterinário, em que consiste na aplicação de Antibióticos, mas estes não devem ser ignorados, quer no tempo de aplicação, quer nas dosagens.
Existem no entanto meios de defesa verdadeiramente eficazes e que asseguram a irradiação da Doença, cuja aplicação deve ser sempre acompanhada e indicada por alguém com responsabilidade na matéria, eu pessoalmente ao longo de Anos, estive oportunidade de trabalhar e acompanhar grandes Médios Veterinários que aconselhavam alguns Columbófilos de nome, e renome a nível Nacional, a fazer tratamentos com grande êxito sobre a Doença Micoplásmica esta tratada com: Enrofloxacina MVG, ou Eritromicina, ou Tilosina, mas existe no Mercado outros Fármacos de grande qualidade, mas os seus resultados na Doença Mycoplasmose crónica nem sempre são os melhores, provocando por vezes lesões ao nível do Fígado e fragilizando o próprio Intestino do Pombo, dando entrada a outras Doenças.
Coadjuvando com estes tratamentos a cima citados, o sistema de irradicação da Doença aqui devem ser instituídas normas profilácticas ao Columbófilo bastante rigorosas, no que se refere ao isolamento Sanitário, Higiene, Lavagem, e Desinfecção das instalações com o fabuloso Aeroforte, e aplicar todas as Semanas o maravilhoso Ultimate Acid na Água de bebida, prevenção total e radical desta e outras Doenças complicadas.
No nosso Pais a Doença Micoplasma grassa com bastante intensidade em qualquer altura do Ano causando por vezes enormes prejuízos, perante esta situação e enquanto não existir formas mais drásticas no sentido de combate a esta Doença (vacina) resta-nos a aplicação de tratamentos periódicos, e na limpeza dos efectivos Reprodutores.
Todavia os resultados deste método são bastante aleatórios, traduzindo-se por alguns benefícios no que respeita ao comportamento Sanitário e produtivo dos Pombos que estão na Reprodução e á qualidade dos Borrachos por eles obtidos.
Antigamente existia um método de irradicação da Doença que pensávamos nós Columbófilos ser muito eficaz, mas com os Anos foi-se perdendo esse hábito, mas ainda hoje tenho a certeza que era infalível mas, muda-se os tempos, muda-se os ventos, pois eu, e grandes Columbófilos do Distrito de Lisboa, aplicámos durante alguns Anos, e nunca estivemos problemas com os Jovens Borrachos em relação á Doença, pois consistia em borrifar os ovos ao 15º dia até ao seu nascimento com a velha Aguardente, pois consistia num maior aquecimento do ovo, maior fertilidade, e nenhuma mortalidade, com Borrachos muito Saudáveis, aliás, quem não se lembra dos seus antepassados fazer esta terapia aos ovos chocados pelas galinhas? E com grande êxito.
Hoje existe outra técnica mais complexa e mais real, estudada cientificamente e utilizada pelos grandes criadores em Avicultura e grandes Columbófilos a nível Mundial, que será mergulhar os ovos numa solução líquida de Antibiótico, pois na realidade os resultados são surpreendentes porque estes princípios activos penetram no ovo através dos poros da própria casca, e assim, evita-se uma grande parte das Doenças consideradas graves.
Os Borrachos livres de Mycoplasma assim obtidos, além de serem menos sensíveis ás Doenças no geral, e ás do tipo Respiratório em especial, revelam reacções mais atenuadas quando submetidos á aplicação de Vacinas Inactivadas colocadas na Água de bebida, estes oferecem muito mais rendimento Desportivo, e depois Reprodutivo, no caso de uma contaminação acidental reagem mais favoravelmente aos tratamentos instituídos pelo Columbófilo, ou pelo Medico Veterinário.
Outro problema grave com a Doença CRD consiste no desencorajamento dos Columbófilos na aplicação de Vacinas de Vírus Vivo, colocadas no globo Ocular, ou no Bico dos Pombos, ou de algumas Vacinas injectáveis nomeadamente aconselhadas contra a Doença de Newcastle, em virtude de estas terem efeitos negativos resultantes de uma reacção Micoplasma, provocando o desencadear da Doença Respiratória Crónica.
A ausência da Vacinação contra a Doença de Newcastle envolve riscos que podem atingir níveis desastrosos em todas as colónias do nosso Pais, dai aconselho um método de Vacinação adequado e ajustado para todas as Colónias:
1º Vacina Inactivada colocada na água de bebida, a todos os Jovens Borrachos, logo aqui, existe a imunidade completa á Doença e também a preparação para receber a Vacina injectável.
2º Fazer a Vacina Injectável recomendada e aconselhada pelo organismo oficial que será a Federação Portuguesa de Columbofilia, a todos os Pombos existentes no Pombal, nunca deixe de Vacinar seus Pombos.
ALEXANDRE MARIA PEDRO
CRONISTA ESPECIALIZADO NO DESPORTO COLUMBÓFILO
EMAIL: alexandremariapedro@hotail.com
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