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INCOMMUNICADO e COMUNICADO 07/10/2022

INCOMMUNICADO - I'd be really pleased to meet you if I could remember your name
But I got problems of the memory ever since I got a winner in the fame game

Marillion - Clutching at Straws (1987)

 

COMUNICADO – A FPC reafirma o seu propósito de proceder a uma revisão mais profunda do RDN para a época desportiva 2024. Encontra-se a trabalhar nesse sentido e espera poder apresentar os seus resultados no início de 2023, contando com o envolvimento de toda a estrutura para a transformação do desporto columbófilo.

FPC – (Setembro 2022)

 

Não sendo coisa nova a dificuldade da estrutura em comunicar com os columbófilos, o novo comunicado da Direcção da FPC reúne condições para que o seu conteúdo seja interpretado de forma distorcida, face ao que, porventura, nos querem transmitir. Será que o elenco directivo da casa primeira quer mesmo dizer-nos que não pretende envolver toda a estrutura num novo recauchutamento do RDN ? Será que consideram suficiente o seu próprio trabalho já em curso, e o tal envolvimento de toda a estrutura só será necessário mais tarde quando se quiser pôr a rolar na estrada a coisa recauchutada ?

Se assim fosse, perder-se-ia mais uma oportunidade de enfrentar o inevitável: um RDN novo de raiz, em que tudo seja definido em função do que é a columbofilia dos dias de hoje, devolvendo a todos o direito à diferença, respeitando a regionalidade, reconhecendo a autonomia como o motor para o desenvolvimento das colectividades e privilegiando a diversidade. Não podemos continuar a abafar a guerra que entre nós se instalou limitando-nos a apertar regras e tentar aplicá-las indiscriminadamente.

Uma das situações complexas que urge resolver, e que uma vez ultrapassada terminará de vez com a principal fonte de discórdia que nos afecta, é sem dúvida a necessidade de diferenciar patamares competitivos. Quem discordar terá apenas de apontar uma solução diferente desta, e também daquelas que nos são impostas pelo menos desde Outubro de 2014, circunscritas quase totalmente à limitação quantidades, numa aparente subserviência a princípios impregnados de idealismos irrealizáveis. Não sei se a evolução da nossa actividade é compatível, nesta altura, com o aumento do número de praticantes, mas sei, e já ouvi pessoas avisadas a afirmá-lo, as medidas tomadas para diminuir as quantidades de pombos nos pombais e na competição não contribuíram, afinal, para estancar a diminuição de pombais activos.

Quanto à criação de patamares competitivos diferentes, a mentalidade dominante no nosso meio jamais aceitará de ânimo leve que os menos dotados fiquem, de repente, impedidos de disputar os campeonatos contra tudo e contra todos. De resto, também não tem concordado que a competição valorize o pombo em vez de endeusar o columbófilo, e continuará, como até aqui, a manifestar-se adepta do campeonato geral. Esse feitio, para não dizer defeito, na hora em que pensa ser bonito dizer que a columbofilia está cara continuará a aparecer na primeira fila, mas depois não aceitará que na sua colectividade sejam suprimidos os prémios monetários em favor dos custos das inscrições. Pior do que tudo, essa mentalidade reinante, desvalorizará como até aqui, ou ignorará mesmo as condições que já lhe são proporcionadas para que possa praticar uma columbofilia mais cómoda e muitíssimo mais económica, enquanto deixa cada vez menos motivadas as pessoas que estudam, organizam e disponibilizam essas diferentes formas de colocar pombos a disputar corridas. Em conclusão, a “ilustre” mentalidade só se sentirá bem a enfrentar adversários que nunca derrotou e provavelmente nunca derrotará, mas que facilmente tentará desvalorizar com a recorrente tirada do “eu mando20 e ele 500”.

Não se afigurando fácil instituir uma divisão entre os competidores mais e menos competentes, relegando para uma hipotética segunda liga os que dela nunca teriam saído num qualquer outro desporto, talvez seja de pensar numa alternativa. No lugar de pretendermos gerir a casa alheia, e impedir que cada um envie o número de pombos às provas que pode e quer, que tal passar para a Assembleia Geral de cada colectividade a autoridade de decidir se um determinado competidor, independentemente do número de pombos que enceste, pode ou não competir em alguns ou todos os seus campeonatos ? Como seria se em cada clube os próprios membros decidissem se é real ou apenas embuste o fenómeno que o novo histerismo inventou para todos e que denominam por  arrastamento ?

Para mim preferirei sem pestanejar que, em vez de estar impedido de encestar os pombos que quero, me convidem - em casa - a ficar de fora do campeonato geral ou do que seja. Depois, e só aí, decidirei se irei ou não à procura de outra colectividade, não sem antes avaliar o que a nível distrital me é imposto, e também o que me aguarda no regulamento dos campeonatos nacionais. Isto seria nivelar por cima, e respeitar a base na hora de construir.

Luis Silva

07/Out/2022