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JORNADAS COLUMBOFILIA CIDADE DE AVEIRO 03/10/2022

Neste confuso mas apesar de tudo resistente “caldeirão” de opiniões, vontades e necessidades, vão sobrevivendo as corridas de pombos. Gostaríamos que vivessem crescendo mas, na era actual, apenas vão sobrevivendo. Mesmo assim, e olhando para o que nos rodeia, não estamos tão mal como às vezes parecemos em dispensáveis atitudes de autoflagelação ou mesmo de imolação pública.

 

Passaram quase 8 anos desde que escrevi isto neste espaço, num apontamento a que dei o título “Ausências”. Daí para cá participei em mais de 150 das tais corridas de pombos, em 15 Congressos da FPC, em pelo menos outras tantas Assembleias Gerais da ACDAveiro, e em quase todas as Assembleias Gerais realizadas nas colectividades columbófilas a que pertenço.

No passado sábado estive nas Jornadas de Columbofilia Cidade de Aveiro, um evento com cuidada organização e um cartaz elucidativo quanto à sua grandíssima importância para a columbofilia local e regional.

Local nobre e digno, envolvência da Câmara Municipal de Aveiro a um nível nem sempre visto por outras paragens – presença do Presidente Ribau Esteves e do Vice-Presidente Rogério Carlos – distinta lista de oradores e apelativo conjunto de assuntos a expor e debater.

Só nas quatro colectividades columbófilas existentes no concelho de Aveiro estiveram em competição na última campanha desportiva mais de cinco dúzias de pombais. À volta e fazendo fronteira ficam os concelhos de Ílhavo, Vagos, Águeda, Albergaria-a-Velha e Murtosa, sendo que Estarreja também devia fazer, mas alguém cismou que não ao desenhar a divisão administrativa. A trinta minutos ou menos do Centro de Congressos da Cidade de Aveiro estavam, apesar de todas as desculpas e compromissos anteriormente assumidos, mais de duas centenas de columbófilos, e serão poucos os que, sem mentir, poderão afirmar que desconheciam a realização das Jornadas.

Na presença de todos estes números invade-me um sentimento de esmagamento. Sinto-me realmente pequenino ao constatar que, mesmo presente em quase todos os eventos marcantes da modalidade, ainda faço parte do reduzido número de columbófilos que necessita de mais informação.

Eu já sabia, como toda a gente tem obrigação de saber que, sem prescrição médica, é proibida a administração de antibióticos a pessoas animais e plantas. Certamente que todos também sabemos que, no tocante a medicamentos, só podem ser prescritos e depois utilizados aqueles que tem autorização emitida pela autoridade nacional podendo, em circunstâncias específicas, ser autorizada aos médicos e veterinários a prescrição de antimicrobianos que não estejam disponíveis no mercado português. Também sabia, desde que o ouvi da boca do Dr. Marc Ryon há cerca de um ano atrás na sede da ACDA, que todos os anos morrem na Europa 30.000 pessoas vítimas de doença associada à resistência a antibióticos, ou seja, qualquer coisa equivalente à queda semanal de um Boeing 747 cheio de pessoas. Além de tudo isso ouvi no passado sábado em Aveiro, da boca da Dra. Inês Almeida (DGAV) que se deslocou desde Lisboa para intervir nas Jornadas, que a lei actual não permite aos médicos veterinários a prescrição de tratamentos a grupos de animais em regime de profilaxia, ou seja de modo preventivo, bem como receitar antibióticos para um grupo de animais quando, apenas algum ou alguns deles revelam sintomas de determinada doença, sendo aqui aplicável o tratamento individual.

Ao que tudo indica, quase todos os columbófilos dominam esta realidade e a SUA IMPLICAÇÃO NO SEU DIA A DIA enquanto eu me mantenho confuso com todas as publicações que vejo diariamente sobre “esquemas” e “remédios naturais”. Está encontrado o motivo porquê quase todos os columbófilos que moram a menos de 30 minutos do centro da cidade de Aveiro ESTIVERAM AUSENTES das jornadas. Ou então… ou então tive mesmo motivo para pedir ao meu amigo Luis Moura a sua opinião de homem da comunicação: “… que devem os dirigentes da columbofilia fazer para que a sua mensagem chegue junto dos columbófilos ?”.

Mas muito mais tiveram as Jornadas de Columbofilia da Cidade de Aveiro.

Luis Silva – 03/Out/2022