Em Janeiro de 2011 produzi neste espaço de opinião três intervenções relacionadas com exposições de pombos correio. Nessa altura a comitiva portuguesa desfazia as malas após participar na olimpíada de Poznan, e nesse cenário teci alguns considerandos sobre os resultados obtidos pela selecção portuguesa. Focando-me um pouco mais no Standard deixei também registada a minha sensibilidade perante uma situação menos agradável que na altura fez correr tinta e, pior do que isso, abalou, justamente nuns casos e talvez injustamente nos outros, a credibilidade de pessoas e instituições da columbofilia portuguesa.

Oito anos passaram, vamos regressar à Polónia e a Poznan. Oito anos que, para aqueles que começam a sentir o tempo a correr muito depressa e ao mesmo tempo gostam da componente específica da columbofilia que conhecemos como Standard, podem induzir uma sensação que não é propriamente benéfica para a alma. Não sendo boa para o espírito, resta saber se pode ser estimulante para a postura pois o Grande Circo da F1 Animal mantém-se aparentemente desconfiado do Paddok, e este, manifestamente baralhado na interpretação do organigrama, não consegue estabelecer uma ordem de trabalhos que nos faça, finalmente, ouvir os motores a roncar.

Então afinal:

 - O que temos nos nossos pombais são pombos correio, pombos de corrida ou pombos de exposição ?

         - O Standard do pombo correio pode ajudar os columbófilos a aperfeiçoar as características dos seus atletas, ou apenas pretende demonstrar que pombos Sport e pombos Standard são coisas diferentes ?

         - E os Juízes Classificadores, o que são e onde estão no meio disto tudo ?

Para estas três perguntas, as respostas até poderiam ser:

         - Eu gosto é daqueles que tem pressa em chegar a casa.

         - Não percebo nada disso… e não quero ter esses pombos.

         - Hã ? Pois… até conheço um tipo que é classificador, mas todos os anos fica atrás de mim na classificação.

Daqui a oito anos gostaria de ter uma sensação diferente daquela que agora o Standard me provoca. Se por cá ainda estiver por certo que o tempo me parecerá ainda mais apressado.

Luis Silva

07/01/2019