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OLIMPÍADAS - DE REGRESSO A POZNAN 03/01/2019

Em apenas oito anos, duas olimpíadas columbófilas em Poznan. O país de Lech Walesa organiza assim três olimpíadas no espaço de 32 anos, algo que nenhum outro país logrou conseguir, pelo menos no passado mais próximo. A Polónia despertou como ninguém da chamada crise do leste europeu, e não é sequer necessário sairmos do desporto para chegar a tal conclusão. Em 2005 conheci no Porto um grande entusiasta da columbofilia polaca que me falou em crescimento exponencial ao nível de praticantes. Na altura eram já cerca de 40.000 e ele garantia que em poucos anos iriam ter mais columbófilos que a Bélgica. Infelizmente não viveu para confirmar as suas expectativas pois, logo no ano seguinte, seria uma das muitas vítimas da tragédia de Chorzow, onde pereceram dezenas de pessoas com a queda do telhado do centro de exposições. Guardarei sempre comigo a alegria contagiante daquele homem que, num inglês tão “atravessado” como o meu, conseguia falar dos columbófilos polacos como se os conhecesse a todos, contrastando com quem o rodeava, principalmente a malta das terras evoluídas, onde a diminuição de praticantes era e continua a ser o tema dominante. Não sei, nem me preocupa saber se nesta altura a Polónia tem ou não mais columbófilos que a Bélgica. Não conheço o modelo competitivo que por lá se usa, nem tampouco se ele é mais favorável que o nosso tendo em conta a regulamentação e fórmulas olímpicas. O que sei é que desde Katovice 87 a columbofilia polaca regista uma evolução ímpar no continente Europeu e, só para ficarmos com uma ideia, consultemos a informação disponível na página da FPC acerca das Olimpíadas realizadas a partir de 2005. No Standard fomos campeões olímpicos no Porto, e daí para cá nunca mais voltamos a ganhar à Polónia. Já no Sport a supremacia polaca é de tal forma esmagadora, que alguns preferem desconfiar. Nem belgas, nem holandeses, nem alemães, nem ingleses conseguem sequer aproximar-se da consistência dos coeficientes exibidos pelos polacos, principalmente no fundo e no grande fundo, categorias onde, dadas as características orográficas e climáticas da península ibérica, será quase impossível competirmos em igualdade de condições.

Luis Silva

03/Jan/2018