OpiniãoVisitas: Contador de Visitas 
TRABALHAR 14 – PRESUNÇÃO E AGUA BENTA 29/08/2013

Penso eu que, para aprender, temos de ter contacto com pessoas conhecedoras. Se assim não fosse, aquilo que conhecemos como escola não faria sentido, ainda que, hoje mais do que nunca, seja possível adquirir conhecimento sem estarmos perante um professor. Independentemente de tudo isso, o aprender passa necessariamente pela absorção de informação resultante de factos ocorridos no passado. Sob essa premissa o título deste apontamento pretende enquadrar e de certo modo justificar a minha atitude quando escrevo neste espaço que, refira-se, não foi criado para falar de mim, mas sim para eu falar da minha experiência na Columbofilia.

A tarefa de dirigir uma associação distrital de columbofilia, mesmo reduzida a mero assunto de debate, é coisa de especial complexidade. Quem arrisca pronunciar-se acerca de tal tema, principalmente em espaços públicos de debate ou opinião, das duas uma: ou está minimamente atento à informação disponível, ou então é apenas um caso de presunção e água benta. Pode afirmar-se, pelos dados disponíveis,  que a associação de Aveiro considera prioritária a divulgação de informação. Mesmo considerando que a perfeição absoluta nunca deve deixar de ser meta a atingir seja por quem for, considero que a quantidade e qualidade da informação ao dispor dos columbófilos aveirenses não é de todo compatível com afirmações proferidas recentemente no fórum, que interpreto assim:

            - A diminuição de distância nas provas de fundo do calendário desportivo de 2014 decorre de preocupações financeiras da associação;

            - Quando os dirigentes da associação acautelam a vertente financeira da instituição, quem perde são os columbófilos;

            - A associação de Aveiro tinha um calendário aprovado para 2 anos e resolveu alterá-lo.

Facilmente verifico que, contrariamente a tais informações, a verdade é:

            - Sem grandes alaridos, até porque os orçamentos e as contas da associação de Aveiro tem sido aprovadas por unanimidade ou maioria dela próxima, os preços das quotas de participação nos concursos tem evoluído ao longo dos anos à medida das necessidades orçamentais, e por certo voltarão a subir quando os responsáveis considerarem imprescindível;

            - Pelo que é demonstrado nos relatórios, contas e demais documentação e afirmado publicamente por quem deve saber dessas coisas, os membros dos corpos sociais da distrital de Aveiro não são, directa ou indirectamente remunerados, nem recebem qualquer compensação por deslocações logo, qualquer benefício financeiro resultante de uma medida que tomem continua disponível para ser usada em benefício directo das suas associadas, a saber, as colectividades columbófilas da sua área de jurisdição, e isso nunca é prejuízo para os praticantes;

            - Calendários desportivos aprovados para 2 anos não sei do que se trata, pois não tenho ouvido nem lido essa expressão na informação disponibilizada pela associação de Aveiro desde há muito tempo para cá, e aliás nem sei se seria necessário pois, como é sabido por quem cá está, os columbófilos aveirenses não podem, dadas as circunstâncias de ordem natural, aspirar a coisa muito diferente daquilo que tem tido, ou seja, a ausência de grandes variações quer na linha de voo quer nas distâncias totais percorridas pelos pombos… isto,  a menos que alguém com iniciativa e espírito de risco se ache capaz de brincar de novo com o fogo.

Acrescento uma nota final acerca desta aparente confusão de ideias ou ideais, que pode ajudar a esclarecer muita coisa. É verdade que a generalidade dos columbófilos do meu distrito sofreram em 2013 baixas significativas nos seus efectivos de fundo. Encurtar um pouco as distâncias nas provas de 2014 não pode, por si só, garantir que as equipas recuperem, mas que é um sinal claro da entidade distrital de que está preocupada com o todo, e não apenas com aqueles que estão sempre prontos para “esmagar” os outros, disso não tenho a menor dúvida. É a minha interpretação. 

A seguir falarei sobre as tais distâncias…

Luis Silva 30/Ago/2013