CONGRESSO, CONGRESSISTAS E COMODISTAS - 1 |
06/12/2011 |
Perdoem mas a minha gargalhada tem de ser sonora. E não é a ignorância que me faz rir.
Então estavam aí à espera que, antes de um Congresso Federativo, a FPC e as Associações promovessem a discussão prévia dos assuntos a tratar e depois estas ficassem vinculadas ao resultado dessa discussão no que respeita ao sentido de voto dos seus delegados ao congresso ?
Pronunciei-me, desde a lei que os instituiu, contra estes estatutos. Foram inventados há poucos anos atrás, numa daquelas muitas fases em que este país é governado por gente que se julga a administrar um império. Gente que, além de outras parvoíces, se iludiu imaginando-se capaz de vergar os desportos ricos, nomeadamente o futebol, a ideais democráticos. Não pretendiam, como mentindo disseram, melhorar as coisas, apenas e só agiram para que eles próprios pudessem ostentar um ceptro que afinal não passa de um torto graveto embrulhado em papel barato colorido. Diz-se que nessa secretaria de estado onde os novos estatutos da actividade física e do desporto foram congeminados, também apareceram facturas esquecidas, como apareceram também noutros “ilustres” paradeiros. Iludiram-se a si e iludiram muitos, sobretudo alguns auto-denominados pensadores da columbofilia, que logo imaginaram aberta a porta dos fundos, não para saírem, mas para se sentirem dentro.
A irresponsabilidade é algo contagiante numa multidão que inclua gente de mau carácter.
A demagogia também é perigosa mas, para ser demagogo, é necessário haver ouvintes.
Todo aquele que frequenta os nossos espaços, que consiga ser demagogo e irresponsável, representa uma ameaça para nós columbófilos. Tal e qual as sereias o são para os marinheiros.
Depois... bem depois temos a realidade. E a realidade não se enfrenta com bem-falantes.
A realidade é que a competência para alterar os regulamentos da columbofilia pertence à direcção da FPC. Para mexer no RDN não é necessário realizar um congresso como o era antes. Nesse contexto, tenho dúvidas que a direcção da FPC tenha obrigação legal de “acatar ordens” do congresso na área da regulamentação desportiva. Tenho dúvidas e assumo-as.
Por outro lado, no novo formato, nenhuma associação está obrigada, e muito mau seria se estivesse, a alinhar a posição dos seus delegados ao congresso em função do resultado de um prévio debate com columbófilos e colectividades, nem sequer a promover esse prévio debate. De resto, não é isso que os estatutos pretendem quando também estabelecem cadeiras para as colectividades e columbófilos dentro do mesmo “campo de batalha”. E já agora, para os mais distraídos, as associações por si só nada decidem num congresso, tal a minoritária quantidade de votos que lhes foi atribuída comparativamente ao somatório dos outros grupos de interesse.
Então ele é calendários, é linhas de voo, é quantidades, é treinos, é tudo... e também a tarefa de representação em congresso ?
Então, os dirigentes associativos tem de se limitar a “pinchar” ao som das ordens dos columbófilos ? Já não basta terem de o fazer enquanto moleques nas colectividades ?
Ahh !.!.!. Huuuummmmmm !.!.!. Começo a perceber !.!.!.
Agora entendo porque é que alguns demagogos não se agarram ao verbo. Até avisam que só estão disponíveis para encontros de debate, de preferência em grupos organizados entre os da mesma classe. A classe do contra. Depois é só mandar o recado, e os tontinhos marcharão.
E se fossem dar banho ao gato ?
Não gosto de escrever interrogando. Pode soar a provocação, e eu não me sinto confortável na pele de provocador. Mas há limites...
Bora lá ler os estatutos como deve ser. Se quiserem saber, dir-vos-ei mais adiante quais as verdadeiras obrigações que atribuo às distritais, na confusão que, pelos vistos, ainda rodeia o nosso congresso.
Luis Silva
06/Dez/2011
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