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IGUALDADE – VI – SIM OU NÃO POMBOS A TREINO 04/11/2011

O tema Limitação de Pombos Recenseados tem mantido o fórum mais ou menos activo nos últimos dias. É positivo para a modalidade que as pessoas interessadas emitam as suas opiniões, mas mesmo importante é que elas sejam lidas ou escutadas. Para além das assembleias gerais das nossas instituições, os sites pessoais, os das colectividades, das associações, da federação ou das empresas, a imprensa da especialidade, os fóruns internet, as jornadas columbófilas, etc, etc. são locais onde os columbófilos podem emitir opiniões, e ao mesmo tempo sítios onde todos nós, de uma forma ou de outra, podemos aceder a essa informação, ou desinformação.  Não tenho, ao contrário de outros colegas, qualquer dificuldade em assumir publicamente a minha  curiosidade relativamente a todas essas fontes de conhecimento ou desconhecimento, sendo certo que, por ostensiva e reiterada propensão para a asneira ou inconveniência, alguns artistitas deixaram há muito de merecer tempo meu.

Das diversas intervenções havidas no fórum relativamente à hipotética regulamentação a nível nacional de uma Limitação de Pombos Recenseados, resulta o que é habitual em quase todos os debates entre columbófilos, ou seja, não é possível identificar uma corrente de opiniões suficientemente dominante que leve as pessoas responsáveis a tomar a decisão de alterar o que existe. Digo quase todos  porque ainda há pouco tempo tivemos um que não deixou grandes dúvidas, concretamente, a vontade de regressar ao antigo sistema de pontuação dos campeonatos, depois de um ano de experiência com um método novo.  A demonstração dessa vontade fez-se sentir tão inequívoca que, embora sendo para voltar atrás – digo voltar atrás e não voltar para trás -  os responsáveis não tiveram qualquer dúvida sobre o que era pretendido pela quase totalidade dos columbófilos. Pelo que me parece, muitas vezes os dirigentes não satisfazem as pretensões de algumas correntes de opinião porque lhes falta a certeza se, ao barulho produzido corresponde quantidade de columbófilos representados. Mas isso é outra conversa...

Pretendendo pronunciar-me acerca da tal limitação de pombos no recenseamento, tenho de começar por referir que, do conteúdo de diversas intervenções pró-limitação, resulta mais ou menos consensual uma quantidade na casa dos 100/120 pombos para cada equipa/recenseamento. Partindo desses limites, e do facto de ser de 30 o número máximo regulamentar de pombos a contar para campeonatos, cada columbófilo ficaria com um grupo de 70/90 pombos parados em casa todos os fins de semana, a menos que os enceste para treino.

Sabemos que a  igualdade de condições entre os competidores é o argumento de base de quem defende a limitação de pombos por equipa e, partindo daí, arrumemos desde já a questão, lembrando que muitas colectividades, mas mesmo muitas colectividades, não tem condições  que lhes permitam organizar treinos para os seus associados. Assim sendo, para manter a igualdade que afirmam ser possivel potenciar com tal medida, os defensores da limitação tem de dizer ao mesmo tempo que ninguém pode treinar enquanto todas as colectividades não puderem organizar treinos. Depois, para quem gosta de levar uma análise mesmo até às últimas consequências, daria também para concluir outra coisa, ou seja, afinal, a limitação de pombos por recenseamento não pode ser de 100/120 mas sim de 40/50 pombos, pois os tempos são de crise real, e não faz sentido os columbófilos possuirem pombos aos quais não podem proporcionar corridas, seja em ambiente de competição ou em treino. Discordando disto, a igualdade que defendem é uma treta como qualquer outra.

Se com facilidade se poderá encontrar quem considera a minha conclusão torneável com algo do tipo “ … pois ... não resolve mas ajuda a resolver...”,  que se pode dizer quando as mesmas pessoas vão ainda mais longe e assumem algo que cheira já a fundamentalismo, afirmando-se frontalmente contra pombos a treino nos camiões da associação !...? Aí exclamo “Pronto já percebi, não ponha mais na carta !”.

Confesso ter  ficado assustado quando alguém afirmou categoricamente no fórum que o rdn não permite pombos a treino junto com os pombos da prova. Foi o suficiente para eu correr à procura do nosso “catecismo”, virá-lo e revirá-lo do avesso, e concluir que ainda não tinha sido desta.

Se pombos a treino nos carros da associação é aquilo que é usado no distrito a que pertenço, não existe no actual regulamento desportivo nacional qualquer impedimento ou mesmo reserva, para além da capacidade de transporte. Como esta capacidade não tem sido problema, e ao que parece sê-lo-á cada vez ainda menos em todos os distritos, tenho dúvidas que alguém, mesmo informado, consiga fazer com que eu leia e interprete a lei de modo diferente, e com isso fique numa situação de ser obrigado a exigir explicações a quem é responsável.

Na próxima iniciarei um trajecto mais directo à bomba que começa a fazer cócegas no canto de alguns ôlhos (é mesmo ôlhos e não olhos). Mais uma vez... porque não me deixam alternativa.

Luis Silva, 05/Nov/2011