AI NO QUE EU ME METI…. |
17/10/2011 |
… teria eu dito por palavras minhas, aquilo que o nosso PM nos leu naquela comunicação ao país a pretexto da introdução do OGE para os próximos anos. Diria apenas isso e nada mais, poupando tempo às nossas televisões, elas que muito dele necessitam para os iscos de audiência, sobretudo os que deixam muitos dos nossos concidadãos pregados, ausentes, com a boca aberta e a cabeça batendo levemente ao ritmo de banalidades feitas ou proferidas por pessoas que perderam o último comboio duma vida com nexo, vendendo o resto da dignidade em frente de realizadores estilo pimba, eles também, como as demais que para si reclamam o honorífico título de operárias da mais velha profissão do mundo, pagos para fazer uma coisa da qual, às tantas, até nem gostam. Dá para imaginar o frenesim dos bastidores da nossa televisão que, quando algo de verdadeiramente importante está a ser esclarecido ou simplesmente falado, o pivot tem de despachar as pessoas a pretexto de que … só temos 30 segundos para terminar o programa. A seguir é norma ser transmitido algo que me faz recuar um pouco no tempo, não muito mais de 30 anos, e perguntar a mim mesmo porquê foi o “Último Tango em Paris” considerado material pornográfico e impróprio para exibição em canal aberto.
Dou assim comigo nesta atitude que sei parecer reaccionária, mas pelo menos extravaso a minha cansada indignação, ainda que só assim e aqui, depois das agressões de que sou alvo dentro da minha própria casa, as quais aturo e pago, porque bem pior seria saber dos meus diminuidos nos seus círculos de relacionamento, ouvindo comentar que o seu pai é demasiado rigoroso com questões de educação, logo, um anormal.
Volto ao Sr. PM. Para além de sentir que não foi ele quem escreveu o texto, retive, de toda aquela lenga lenga que agora já se pré-apresenta um OGE com medidas que lhe sobrevirão, e serão válidas para um indeterminado lapso de tempo, em vez de ser para um ano como se usava. O antecessor deste nunca teria deixado perigar a sua imagem a tal ponto. Ter-se-ia dado ao luxo de treinar em off a sua actuação, e já em directo, haveria de trespassar o teleponto com aquele seu olhar de felino predador, que dava às presas a ilusão de uma morte nobre. Este, porque parece ainda não saber no que se meteu, deixa-nos num sentimento frustrante de perda para nada. Como era de esperar, sobre quem roubou, desbaratou e arruinou, nem uma palavra que nos leve a pensar que se tentará fazer justiça, ainda que se saiba o que dela se sabe.
Da columbofilia digo agora a minha pena. Por certo não se trata de um mal irreversível este da repentina desmotivação dos colegas que, muito satisfatoriamente, andavam nas últimas semanas a animar o fórum. Já agora, satisfatória, educada, genuína e deficitariamente. Satisfatoriamente porque quiseram falar de coisas importantes e actuais da nossa modalidade. Educadamente porque os columbófilos que se prezam não necessitam de se insultar enquanto falam ou esgrimem os argumentos em que apoiam as suas convicções. Genuinamente porque lêem, interpretam, concordam ou discordam e escrevem a resposta. Deficitariamente porque seria espectável que muitos mais colegas de todo o país opinassem sobre Especialidades, Campeonato Geral, Congressistas e Congresso, Dobradinhas, etc. e muitos mais colegas de Lisboa e Setúbal e de todos os outros distritos sem excepção dissessem do Mar Chão em que navega a columbofilia das suas terras, e se não é em Mar Chão mas sim sob um temporal, até que ponto é que a nau não consegue ir “à bolina” porque nós, os columbófilos, deixamos instalar-se em nós o sentimento de cidadãos que somos, e não conseguimos parar de esperar que outros façam o que nos compete ou até imponham o que nós não queremos, e com as nossas ideias, com a nossa disponibilidade, com as nossas palavras de apoio nos momentos difíceis de quem trabalha, com o nosso muito ou pouco trabalho, postura de iniciativa, boa vontade, espírito de missão … porque não pegamos em nós e não actuamos desde já, escolhendo como primeiro problema a atacar a Crise de Dirigentes nas Colectividades… Crise de Dirigentes nas Colectividades… Crise de Dirigentes nas Colectividades… Crise de Dirigentes nas Colectividades… Crise de Dirigentes nas Colectividades… Crise de Dirigentes nas Colectividades… Crise de Dirigentes nas Colectividades que, muito mais do que todos os outros problemas, afecta com danos cada vez mais irreversíveis o futuro da nossa modalidade. Com colectividades vivas e actuantes, um Congressista, um Dirigente Nacional ou um Dirigente Distrital jamais poderá ser um elemento prejudicial à Columbofilia. Por iguais motivos, os dirigentes dessa colectividade nunca se lamentarão com o “ AI NO QUE EU ME METI”.
Luis Silva 17/Out/2011
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