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BARCELONAS, MARATONAS E OUTRAS PARANGONAS - 2 25/08/2011

O BARCELONA 2011

 

Aceito que uma equipa nova, ou se quisermos, uma nova equipa, sinta especial motivação para mostrar que está empenhada em mudar algo. Mudar algo, mesmo que isso signifique construir zero, é o modo mais fácil de cair no goto da horda de críticos que sempre existe, seja em que sítio ou situação for. Na maior parte dos casos, mas sobretudo nos meios políticos, é assim que os recém-chegados ao poder procuram ganhar tempo, ou simplesmente recuperar o fôlego perdido nas esbaforidas campanhas eleitorais. São os processos de intenções a preencher o espaço ainda deixado pelas promessas.

 

Não pretendo fazer qualquer paralelo entre os titulares do poder atrás chamados à liça e os dirigentes da Columbofilia, se bem que, pontualmente, possa identificar-se uma ou outra ocorrência que considero de excepção. Mantenho a minha fé na boa fé dos nossos dirigentes, e vejo crescer a minha admiração por aqueles que tem sido perseguidos pelo minúsculo mas ruidoso gang dos mixordeiros, patrocinado pelo juiz da companhia que referi algures, pai galinha dos calimeros aldrabões que fazem súcia com alguns espécimes da pior casta de ignorantes conhecida, os de fígado ruim que se julgam saramagos. Tenho que aqui e ainda reiterar o meu especial carinho pelos meus colegas que tem conseguido manter as colectividades a funcionar. São os primeiros a levar com os broncos safardanas em cima, e conseguem resistir ao perigoso encanto das zurradelas contra-sistema. Sei que os coices irão continuar pois, uns após outros, dão em nada os revolucionários e mirabolantes rascunhos para chegar ao éden e, xingando terceiros, desvia-se a atenção dos fãs do estrondoso colapso de tais projectos.

 

Agora Barcelona 2011.

 

Ao decidir antecipar o Barcelona 2011 três ou quatro semanas relativamente às datas em que a prova se realizara pelo menos em todos os sete anos anteriores, a Direcção da FPC procurou, certamente, mudar para melhorar. O “jovem” Vice-Presidente Desportivo – porque havia sido empossado há relativamente pouco tempo - mas calejado director distrital e de colectividades meu amigo Fernando Caetano, assumiu uma decisão que ele próprio saberia ser pouco favorável ao grupo de columbófilos do seu distrito e da sua região, conhecidos pela sua aficion à prova rainha. Contrariando alguns conceitos mal informados, segundo os quais as associações “mandam” na Federação em função do seu tamanho, prevaleceu, pelo que conheço da pessoa e da instituição, o espírito de equipa e o supremo interesse nacional. Numa primeira fase pretendeu-se mesmo impedir a realização de qualquer outra solta de fundo no mesmo fim de semana, mas tal medida só teria lógica numa perspectiva de inclusão do Barcelona no calendário obrigatório, coisa que, pelas razões que já descrevi, colide de frente com a opinião da esmagadora maioria de columbófilos. Deixando cair esse quesito e permitindo voar para fundo no mesmo dia a partir de outros locais, a FPC aliviou a vida a quase todas as Associações, abrindo no entanto a porta a um determinado tipo de oportunismo que só foi notado um ano depois, ou seja, aquando da realização da prova. César Timóteo, não quis para o Barcelona menos sucesso que o seu antecessor. E se por momentos se permitiu a si e à sua equipa acreditar que o óptimo é afinal amigo do bom, não deveria, só por isso, ouvir e ler o que se disse e escreveu por causa do dia de diferença no encestamento dos pombos de uma Associação. Se poderiam e deveriam ter seguido juntos, é evidente que sim, mas não foi por isso que o team Cometas perdeu, para minha grande tristeza e desilusão toda a sua equipa de barcelonistas. Tristeza e desilusão pelos meus pombos, mas sempre um mínimo de compreensão e respeito pelos homens que trabalham.

 

Luis Silva 2011-08-25