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IGUALDADE - III - FIGOS, FRUTA E POLVORA SECAS 19/09/2010

“ A Columbofilia necessita de abrir um pouco em termos de regulamentação desportiva, de modo a que os métodos e critérios flutuem controladamente em busca de novos conceitos ou terminologias. A prática de novos modelos competitivos, decididos na esfera de cada Colectividade e de cada Associação, levará a novas discussões, possibilitará novas experiências, e acabará com os ideais carregados de empirismo, e ilusões caducas e teimosas. O que vier a abrir no campo desportivo deve ganhar em pragmatismo no que respeita à vertente disciplinar. Sem columbófilos não haverá columbofilia, mas sem dirigentes não haverá columbófilos nem columbofilia. Com columbófilos sem educação e sem disciplina os dirigentes extinguem-se, dia a dia, a um ritmo assustador. ”

(Resposta ao ponto 10 do Inquérito recentemente efectuado pela FPC)

 

Gosto muito dos columbófilos e da columbofilia, mas gosto muito mais de mim.

(Adivinhando o que seria dito por Figo se fosse convidado para ser dirigente columbófilo)

 

Parecem definitivamente enterradas, embora ainda mexam dispersos alguns restos das cerimónias fúnebres, as alterações que em 2009 foram operadas no Regulamento Desportivo Nacional, na parte que respeita ao sistema de apuramento do Campeonato Geral. Em breve será, e muito bem, transformado em Lei o anseio de uma esmagadora percentagem de opiniões de columbófilos que, sem vacilar, se pronunciaram em todo o lado a favor do modelo anterior. Nesta, e em quase todas as situações, deve ser respeitada a vontade dos columbófilos, na perspectiva de que este desporto existe para fomentar a amizade entre as pessoas que o praticam, aumentando ao mesmo tempo o seu próprio divertimento e bem estar, potenciando assim a capacidade de cada um de nós de ser feliz.

Idos são pois muitos momentos de polémica, em que, nem sempre, alguns acreditaram na boa fé de outros. É também costume entre nós, e mau costume, também.

Tenho, como desde o início tive, opinião sobre o tal sistema. Não coincide com a maioria, logo, democraticamente concluo e assumo, a minha opinião não é, afinal, a boa. E democraticamente também, anseio ver concretizado o fim duma convulsão que, apesar de tudo, deixará um ou outro motivo de reflexão.

Um desses é, sem dúvida, a confirmação do que sempre disseram os mais experientes nas andanças do dirigismo columbófilo, ou seja, o Congresso era o local onde se decidiam as alterações regulamentares, mas o momento pouco adequado para a discussão do conteúdo das mesmas.

E o Congresso era isso, e agora, nem isso é. Também já escrevi algures… é um pouco o sinal dos tempos a interferir connosco, nós os columbófilos que fizemos o antes, o durante, e, inevitavelmente, teremos de arranjar força para garantir o futuro, enquanto outros, anunciaram a sua chegada, nunca construíram o que quer que seja, largaram umas “papaias” em pasquins, fóruns e “almoçaradas” de fim de semana, atingiram notoriedade, e saíram quase todos, mascarados de ídolos.

Quem me conhece sabe que não acredito em milagres. De conversa estamos nós todos fartos. A Columbofilia asfixia todos os dias por falta de pessoas disponíveis para a servir desinteressadamente. As medidas que alguns apontam como potenciadoras de novos praticantes não passam, para mim, de meros contos de fadas, vendidos, ora bem ora mal, em ambientes onde qualquer um aponta o céu, sem saber que para lá chegar, é necessário querer caminhar e saber o caminho.

Pelo que ouço e leio, serei dos poucos que não sabem esse caminho. Só sei que, nesta altura, o que faz muita falta é continuar a andar. Não paremos, e não tenhamos medo nem vergonha se, a dado momento, tivermos de recuar pois, quando voltarmos a avançar, será com mais conhecimento, e por isso, com mais convicção.

Luis Silva – 19/Set/2010