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NOVO MODELO NO CAMPEONATO GERAL - V 20/10/2009

O apuramento de campeonatos pelo sistema de médias é algo que me é familiar pois, nos anos setenta, era o sistema utilizado na minha colectividade para construir a classificação dos melhores columbófilos e dos melhores pombos. Desde a Velocidade até ao Absoluto (Geral), passando pelo Meio Fundo, pelo Fundo, Eliminatórias de Pombais, Pombo da Fé, etc., tudo era ordenado a partir do somatório da média metros/minuto obtida pelos pombos nos concursos da temporada. Foi uma decisão da Assembleia Geral da Secção Columbófila do Centro Cultural e Recreativo das Fábricas Metalúrgicas Alba e, se entretanto não tivesse surgido uma disposição no RDN que obrigou todos a adoptarem o sistema de pontos, talvez o modelo se mantivesse nas preferências dos columbófilos de Albergaria durante muitos anos, para não dizer até aos dias de hoje.

Recordo muito bem que nessa altura a escolha do sistema julgado mais justo foi muito participada. Dois ou três anos após a adopção das médias e já na posse de elementos estatísticos, apresentei na minha colectividade um trabalho onde procurei isolar as principais diferenças entre ambos os sistemas – pontos e médias – e em conclusão a esse trabalho, tive oportunidade de propor uma solução para colmatar os defeitos de cada um ou, se quisermos, aproveitar e juntar o que de bom os caracteriza no meu modo de ver. Passados trinta anos, ainda recordo o que na altura sugeri. Os meus colegas mais velhos compreenderam e aprovaram a ideia, só que, como disse, o RDN não deixou que ela fosse aplicada em situação real.  Quer isto dizer que não é de agora esta problemática em torno dos sistemas de apuramento dos campeonatos, nem a atenção que a ela sempre dediquei.

Importa também reafirmar que, independentemente do sistema que se puder usar, o columbófilo ganhador continuará a ser aquele cujos pombos tem muita pressa em regressar a casa. Contudo, isso não significa que tudo está feito ou perfeito. O que fizer as coisas evoluir é sempre positivo.

 

Quais as virtudes que vejo então no sistema de apuramento de campeonatos por somatórios de médias ?

            1º – É valorizado o avanço com que um pombo possa concluir uma prova relativamente aos restantes adversários.

            2º – Permite um constante mano a mano entre um concorrente e qualquer um dos seus adversários, sem que o factor terceiros influencie as pontuações de cada um.

            3º - Neste sistema nunca poderá acontecer que a ordem de classificação dentro da colectividade seja alterada na transposição para os resultados distritais, ou seja, se eu for o campeão na minha colectividade, manterei o estatuto de melhor concorrente da minha colectividade nas classificações distritais.

 

Que defeitos lhe encontro ?

            1º – Quanto mais rápido for o concurso, mais pontuação é atribuída, sendo 1500 os pontos ganhos pelo pombo vencedor de um concurso a 90 Km/hora e apenas 1000 os que são amealhados pelo atleta que vence uma prova de 60 Km/hora.

            2º –  A classificação por médias não valoriza o mérito dos velocistas, que tem a capacidade de se colocar nos lugares da frente nas provas de curta distância com chegadas mais compactas.

 

Evidentemente que o tema não se esgota aqui. Dentro da própria especialidade de Velocidade haverá provas a 90 e provas a 70 Km/hora. Por outro lado há columbófilos que defendem concursos com distâncias do limite mínimo de quilómetros previsto no RDN, enquanto que outros acham que uma prova com menos de 290 quilómetros não devia contar para campeonatos. No Fundo já comprovei pombos a mais de 100 Km/hora, enfim, tudo são factores que impedem qualquer afirmação categórica. Da mistura destes prós e contras mais o que referi em anteriores apontamentos resulta a minha convicção de que, com o novo sistema de apuramento para o campeonato geral não se criou nenhum estado de sítio,  apenas se deu um passo para um maior equilíbrio entre competidores no campeonato geral, principalmente quando se confrontam columbófilos de valia equivalente mas com diferentes preferências ou aptidões em termos da tipologia dos concursos. Sistemas ideais há por aí muitos, todos diferentes e mais ou menos um por cabeça.

Luis Silva  21/Out/2009