Alguns acrescentos ao que já escrevi sob este tema – apuramento do Campeonato Geral – poderão, na minha óptica, contribuir para que muitos mirem o novo modelo de forma mais tolerante, concedendo-lhe ao menos, se mais não puder ser, o benefício da dúvida.

Começo por ir ao encontro de algumas dúvidas de interpretação que me foram colocadas, parte das quais também vi no fórum do columbofilia.net, e que directa ou indirectamente estão relacionadas com o mesmo assunto.

            1- À luz do actual regulamento, o desempate do Campeonato Geral faz-se pelo maior número de primeiros lugares nos campeonatos de especialidade (velocidade, meio fundo, fundo, e, se for o caso,  grande fundo), e não pelo maior número de primeiros lugares nos concursos.

            2- No que se refere aos campeonatos dos pombos, o anterior regulamento já não se referia de modo concreto à competição Pombo Campeão Geral, e não obstante isso ele já existia em muitas colectividades que conheço. Competirá a cada colectividade que organize a competição do “Anilha de Ouro” Geral dotar o seu Regulamento Complementar – nova redacção do Artº 7º do RDN -  das regras de apuramento.

            3- Não me parece que, sob o nome de Campeonato Geral, seja possível às colectividades ou associações organizar uma competição cujo modo de apuramento da classificação seja diferente do que está preconizado no RDN. Nada de novo, também aqui.

            4- O Regulamento Complementar é uma figura nova do RDN, e vem incrementar as valências do velhinho Regulamento Interno. Será sem dúvida uma ferramenta fundamental para todos os dirigentes, sobretudo das colectividades, que tenham capacidade, vontade e disponibilidade, para criar coisas novas. Alguma abertura de espírito da parte daqueles a quem compete “fiscalizá-los” será sempre bem vinda, e com isto não pretendo incentivar qualquer tipo de “desgoverno” institucional, potenciador de fossos ainda maiores entre colectividades com fontes de receita díspares.

Sobre comparações com o sistema que era usado, verificando por exemplo como teriam sido as classificações de 2009 se já fosse aplicavel a nova regulamentação do Geral, dei-me ao cuidado de fazer algumas. Sei que foram feitas muitas mais por outras pessoas, e acho que, para avaliar as qualidades e defeitos do novo sistema de apuramento, as comparações tem de ser feitas com dados de coisas que aconteceram, em vez do confronto com situações hipotéticas que porventura nunca foram registadas. Confirma-se – e repito, ainda bem – que ao nível de primeiros lugares nada de significativo mudaria. Quanto ao resto, vamos ver se realmente esta foi uma alteração assim tão má, como alguns dizem, ou uma alteração justa, como outros a consideram.

E por falar em comparações, o ciclismo foi trazido à discussão, como exemplo para apontar defeitos ao novo sistema de pontuação. Não foi uma ideia feliz pois, na melhor das hipóteses ... funciona exactamente ao contrário. Nas provas mais importantes do ciclismo, ou pelo menos nas mais mediáticas, a camisola amarela não é influenciada por pontos indexados ao lugar que os ciclistas obtem em cada etapa (ou em cada concurso no caso dos pombos), mas sim pelo tempo que demoram a percorrer cada etapa. O último ciclista numa etapa com chegada em pelotão (as tais provas rápidas nos pombos) perde 5 ou 6 segundos. Na columbofilia o que acontece a quem marca o 180 em 180 encestados ? De certeza que nem foi ao “relógio” quanto mais ao mapa. Mas se fosse ao mapa - e para tal teríamos de nos esquecer do pormenor dos 20% -  teria perdido 180 pontos, e adeus primeiros lugares do Geral nesse ano.

Agora que me digam que era engraçado criar um campeonato complementar, devidamente previsto como tal no Regulamento Complementar, a que se daria o nome de Volta à Península em Pombo Correio, sendo  a classificação do mesmo apurada pelo somatório de tempos registados pelos pombos ( 1 ou 2 de cada columbófilo) em cada concurso ?

Sem dúvida que seria.

Como se faz com a diferença das distâncias entre pombais ?

É coisa para ser resolvida com contas de multiplicar e dividir, ou seja, um computador, uma folha de cálculo rudimentar, e pouco mais.

Alguém quer avançar ?

Luis Silva - 24/Set/2009