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NOVO MODELO NO CAMPEONATO GERAL - II 22/09/2009

Prometida que foi a minha opinião sobre sistemas de pontuação, cá estou para cumprir.

Ainda antes de entrar na análise específica, tenho de acrescentar algo às notas prévias com que introduzi este assunto no apontamento anterior. Nessa altura realcei ou relembrei que a alteração operada no modo de cálculo do campeonato Geral havia sido decidida em Congresso da FPC, como até aqui e desde há muitos anos, foram aprovadas todas as outras alterações e actualizações do RDN. Faltou referir, para um adequado enquadramento de toda a problemática envolvente, que nessa sessão de trabalho que sempre se pretende solene, estavam em cima da mesa inúmeras outras propostas de alteração do nosso regulamento, a maioria das quais, por iniciativa da Direcção da FPC.  De entre estas, umas quantas derivavam automaticamente da alteração aos Estatutos que imediatamente antes se realizara, outras haviam sido produzidas em função do registo das sensibilidades  dos que, presencialmente ou à distância,  participaram nas últimas Jornadas Nacionais de Columbofilia. Quer isto dizer que, contrariamente ao que já se escreveu ou disse, a FPC deu a adequada tramitação às conclusões destas Jornadas, como também o havia feito aquando das outras, as primeiras. Continuando a usar informação que já foi tornada pública, acrescento que, para a Secção II do RDN – Campeonatos, foram apresentadas no dossier da Direcção da FPC várias propostas de alteração, apetecendo-me destacar as que não mereceram aprovação:

-        A que pretendia alterar a pontuação dos campeonatos, indexando os pontos em disputa em cada concurso à quantidade de pombos nele encestados;

-        A que abria portas à criação de um limite máximo de pombos por equipa – via Regulamento Complementar;

-        A que obrigava à organização do Campeonato da Igualdade e do Campeonato dos Jovens com regras pré-determinadas e constantes do próprio artigo;

-        A que permitiria eliminar a pior prova do columbófilo nos Campeonatos;

-        A que tornaria possivel as colectividades e associações optarem pela classificação por médias – em vez de pontos – e no mesmo artigo impunha que o limite máximo de pombos encestados tinha de ser igual para todas as especialidades (excepto no Grande Fundo).

Também foram à discussão algumas propostas produzidas por Associações, com Lisboa e Santarém a apresentarem material especifico para a referida Secção II. O modelo de apuramento do Campeonato Geral que veio a ser aprovado, vinha na proposta de Lisboa.

E, não tendo, por agora, mais notas prévias, vou direito ao assunto.

 

Em todos as campanhas desportivas que participei, o sistema utilizado cada ano para o Campeonato Geral serviu também para apurar os pombos e columbófilos campeões de velocidade, meio fundo e fundo. O modelo aprovado para a Campanha de 2010 é diferente nesse aspecto pois, o columbófilo Campeão Geral será apurado de modo distinto relativamente aos campeonatos de velocidade, meio fundo e fundo, podendo, mesmo assim afirmar-se que se trata apenas de uma evolução  ou upgrade do que até aqui existiu.

As novas normas não representam pois um corte radical com o passado, uma vez que nos campeonatos das especialidades prevalecerá o sistema de pontos que já praticávamos.

No meu entendimento, um columbófilo Campeão Geral de uma colectividade, deverá ser aquele que no final da campanha tiver registado o melhor conjunto de resultados em todas as provas que contam para esse campeonato.

Dirão muitos, e com verdade, que nos primeiros lugares estarão os mesmos, seja qual for o sistema. Ainda bem que assim é, pois muito mau seria para a modalidade se alguém tivesse andado a trabalhar num sistema e o conseguisse aprovar, com o propósito de eliminar os campeões da actualidade e substituí-los por outros.

Que “mudanças” encontro naquilo que agora foi aprovado ?

 

1º Ponto – Os columbófilos são diferentes entre si, e como se sabe, uns andam melhor na velocidade enquanto que outros gostam mais do fundo.  Em termos de campeonato Geral, um columbófilo que seja razoável em velocidade e nem tanto assim no fundo, teria uma bonificação especial no sistema que terminou comparativamente a um colega que estivesse na situação contrária, ou seja, obtivesse melhores resultados nas provas mais longas. Porquê ? Um minuto numa prova rápida (por norma velocidade) pode representar no formato anterior e para efeitos do campeonato Geral, muito mais pontuação do que uma tarde numa prova difícil (habitualmente um concurso de fundo). Esta notória desigualdade de tratamento é atenuada na nova versão do RDN, sem pôr em causa que, repetindo os resultados, o Campeão Geral de 2009 dificilmente o deixará de ser em 2010. Lá mais para baixo na classificação, onde  figuram columbófilos com direito a idêntico respeito pelas suas prestações, é que as coisas poderão aparecer um pouco diferentes. Antes de tomar partido sobre qual é o melhor sistema, cada um que decida qual dos dois columbófilos que se seguem merece ficar melhor classificado, independentemente de estarem a lutar entre si pelo 10º ou 20 lugar do campeonato Geral:

-        um columbófilo porque, nos 2 minutos e 2 pombos que deu de avanço ao seu vizinho num concurso rápido, entraram nos pombais dos outros concorrentes 150 pombos (facto comum numa prova de velocidade), ou;

-        o vizinho que deu ao primeiro 2 horas de avanço e dois pombos numa prova de 750 Km  mas entretanto, nessas duas horas, só chegaram 25 pombos à colectividade ?

Pelo anterior sistema o primeiro fica, no Campeonato Geral à frente do segundo, e ainda com 250 pontos de avanço. No regulamento actual, ainda que se mantenha à frente no campeonato de velocidade com grande avanço, poderá ou não manter vantagem no que respeita ao campeonato geral. 

 

2º Ponto – Muito se falou e discutiu sobre a grande injustiça que resulta da adopção de uma quantidade de pontos comum a todas as provas de uma campanha. É o caso de poderem estar em disputa mais pontos do que a quantidade de pombos efectivamente enviados às provas de fundo de final de campanha, e em termos de apuramento do campeonato da especialidade em causa, isso constitui uma coisa “tenebrosa”. Mas, se baixássemos a pontuação para os 20% dos inscritos teríamos outro problema, que era a disputa de uma pontuação reduzida no(s) último(s) concurso(s) de fundo da campanha, e por isso, a grande possibilidade de alguns concorrentes puderem optar por enviar menos e piores pombos, ou mesmo, absterem-se de participar. Neste caso a verdade desportiva seria facilmente adulterada e os cofres da colectividade e Associação ficariam depauperados, sobretudo nos distritos onde as inscrições para fundo se fazem concurso a concurso. Com o actual regulamento, a atribuição de uma pontuação em função dos pombos inscritos, ou até mesmo em função dos pombos encestados, deixa de constituir qualquer problema naqueles aspectos.

 

A avaliar por aqui, e estritamente em termos desportivos/competitivos, esta alteração não vai ter um impacto assim tão grande, mas dependerá da legítima perspectiva de cada um considerar as diferenças relativamente ao que existia positivas ou negativas.

 

Estamos em todo o caso salvos pois,  se dela resultar alguma catástrofe, certamente que quem de direito estará atento, e poderá com muito menos aparato do que até aqui era necessário, providenciar para que não volte a acontecer.

 

Até lá, pelo menos, continuaremos a emitir opinião, ouvindo e respeitando a dos outros.

 

Luis Silva - 22/Set/2009