SOLTAS – FALSA PARTIDA |
08/06/2009 |
No final da minha anterior abordagem a este tema das soltas, falei de passagem numa situação de “falsa partida” que aconteceu numa solta do meu distrito.
Como sabemos de outras corridas, a falsa partida ocorre quando um ou mais competidores arrancam em direcção à meta antes do sinal oficial que dá início à prova. Nas soltas de pombos esse sinal corresponde à abertura das caixas, mesmo que em alguns casos alguém accione uma buzina em simultâneo. Esta da buzina é em minha opinião um pormenor que disso não passa.
Mas chato, mesmo chato, é que nas soltas de pombos não há contemplação para quem faz falsa partida. O atleta nunca voltará “aos tacos”, e por isso está fora daquela corrida. Em situações de sorte, tal saida antecipada ocorre numa altura em que tudo está já preparado para a largada, e aí um delegado de solta experiente reagirá de imediato, ordenando a abertura de todas as caixas, coisa que, por norma, demorará alguns segundos a concretizar. Caso contrário, isto é se "a coisa" acontece antes, competirá aos operacionais no local assegurar o “inventário” dos pombos que ficaram na caixa onde ocorreu o problema, e por aí se ficam, pois nada mais podem fazer.
Este tipo de anomalia não é, em caso algum, susceptível de ser considerada culpa dos columbófilos proprietários dos “fugitivos”, só que, em princípio, são eles que irão pagar a factura na totalidade. E digo em princípio porque, por falta de zelo da equipa de encestamento, poderão mesmo todos os pombos da colectividade acabar por participar num treino, dada a impossibilidade de aproveitamento dos registos para efeito de classificação.
Como também referi, o tal caso que vem de trás não foi consequência de defeito imputável ao equipamento. Foi, isso sim, uma das consequências de um acidente, do qual resultaram também danos físicos para uma das pessoas que preparava a solta. O homem não viu, felizmente, ser-lhe confirmada uma lesão tão grave como inicialmente se previa, e estará já pronto para mais soltas. Quanto ao resto, que é afinal o que mais interessa aos columbófilos daquela colectividade, o aproveitamento do concurso - só para os pombos que não fugiram - dependerá do cumprimento do que o Regulamento Desportivo Nacional nos impõe como elementos obrigatórios a serem registados no acto de encestamento. Para aqui interessa o registo escrito do número da caixa onde viaja cada pombo, e, sem ele, todos os pombos da colectividade ficarão, inapelavelmente “fora de prova”. Isto é o que decorre do RDN, e pode concluir-se do conteúdo dos Artigos 18, 22º e 32º.
Para os lesados trata-se de uma situação que não é fácil de digerir. E desportivamente falando, os lesados podem ser ou não, os proprietários dos pombos não classificados.
Mas, mesmo difíceis de digerir, são situações que os columbófilos há muito consideram como parte integrante do desporto que praticam, ou não estivessem elas claramente previstas na “nossa” Lei.
Luis Silva
08 de Junho de 2009
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