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A GRANDEZA DA PEQUENEZ 03/06/2009

Própria da história dos descendentes dos Celtas, Visigodos, Celtiberos e outros povos mais ou menos bárbaros cujos nomes em tempos me obrigaram a decorar, é a propensão,  tendência para os mais sensíveis, ou mania para quem me entende, que por aí anda de disfarçar a pequenez com grandeza. Se eu conseguir que os outros pensem que sou um cosmonauta, ninguém me exigirá carta de condução quando eu circular no estaleiro onde trabalho, carregando com metade duma padiola 1).

Depois, é só desafiar a sorte. Passa à primeira, ninguém questiona à segunda, sou o maior a partir da terceira, e já não é qualquer um que me serve como colega para carregar a outra metade da padiola.  Todavia, havendo alguém por perto, alguém que valha a pena, dura pouco o embuste …

Onde está a educação para saber que, quando se fala para quem não faz parte do nosso círculo de conhecimentos, nunca devemos entrar inquirindo, a menos que seja quando se pede licença para entrar ?

As coisas vão mudando de nome. Sinónimo já não é sinónimo de algo que é sinónimo do primeiro. Disciplina é repressão, educação é disciplina, bater no polícia é uma demonstração de liberdade, liberdade é evolução, factos são imagens, mas no tribunal as imagens só são prova se antes o criminoso autorizou a vítima ou a testemunha a usar tecnologias para guardar essas imagens. Se assim é, assim seja.

1)- Para que muitos honrados trabalhadores (porque trabalham para viver dignamente) não me interpretem mal, acrescento que, carregar uma padiola, equivale noutras profissões a reconhecer uma assinatura, analisar um balanço, ou  mesmo aplicar medidas de coacção num qualquer processo crime. É trabalho, simplesmente trabalho,  para cujo desempenho não é necessário saber conduzir uma nave !!!

Luís Silva 03/Jun/2009